2025 consolida aquecimento global com segundo ano mais quente da história

Faltando poucos dias para o fim de 2025, o planeta se prepara para fechar mais um capítulo alarmante na história climática moderna. Análises preliminares de organizações como Copernicus, Organização Meteorológica Mundial e agência americana NOAA apontam que este ano deve ser confirmado como o segundo mais quente desde o início dos registros históricos, ficando atrás apenas de 2024.

O cenário é particularmente preocupante porque, diferentemente do ano anterior, 2025 não contou com a influência de um El Niño forte para elevar as temperaturas. Mesmo assim, o calor persistiu em níveis recordes, evidenciando que o aquecimento provocado pelas emissões humanas já alterou permanentemente a linha de base climática do planeta.

Novo patamar térmico preocupa cientistas

Faltando poucos dias para o fim de 2025, o planeta se prepara para fechar mais um capítulo alarmante na história climática moderna. Análises preliminares de organizações como Copernicus, Organização Meteorológica Mundial e agência americana NOAA apontam que este ano deve ser confirmado como o segundo mais quente desde o início dos registros históricos, ficando atrás apenas de 2024.

O cenário é particularmente preocupante porque, diferentemente do ano anterior, 2025 não contou com a influência de um El Niño forte para elevar as temperaturas. Mesmo assim, o calor persistiu em níveis recordes, evidenciando que o aquecimento provocado pelas emissões humanas já alterou permanentemente a linha de base climática do planeta.

Temperatura média supera marcos históricos

Entre janeiro e novembro deste ano, a anomalia de temperatura ficou entre 1,48°C e 1,52°C acima dos níveis pré-industriais registrados entre 1850 e 1900. O valor coloca 2025 tecnicamente empatado com 2023, que havia marcado 1,45°C a 1,48°C de anomalia, mas ligeiramente à frente devido ao calor oceânico persistente no primeiro semestre.

O recorde absoluto pertence a 2024, quando o termômetro global subiu entre 1,60°C e 1,64°C impulsionado por um evento El Niño de grande magnitude. Juntos, os três anos formam o triênio mais quente já documentado, com média que provavelmente ultrapassa a marca simbólica de 1,5°C estabelecida como limite de segurança pelo Acordo de Paris.

Oceanos superaquecidos mantêm calor na atmosfera

A principal explicação para as temperaturas elevadas de 2025 está na inércia térmica dos oceanos. Responsáveis por absorver cerca de 90% do excesso de calor gerado pelo efeito estufa, as águas marinhas mantiveram temperaturas de superfície recordes durante grande parte do ano, especialmente no Atlântico Norte e no Oceano Índico.

Esse fenômeno impediu que o planeta esfriasse significativamente mesmo após o fim do El Niño no início do ano. A transição esperada para o La Niña, que historicamente provoca redução nas temperaturas globais, chegou com atraso e intensidade fraca apenas no final de 2025, tarde demais para reverter o quadro térmico.

Concentração de gases estufa continua aumentando

Paralelamente aos ciclos oceânicos, as concentrações de dióxido de carbono e metano na atmosfera continuaram subindo em 2025. Enquanto as emissões não forem neutralizadas, a tendência de aquecimento se manterá, tornando até mesmo os anos sob influência do La Niña mais quentes do que os anos de El Niño de décadas passadas.

Meta de Paris sob pressão crescente

O Acordo de Paris estabeleceu 1,5°C como limite de aquecimento tolerável para evitar impactos climáticos catastróficos. Embora ultrapassar essa marca em um único ano não signifique tecnicamente o fracasso do acordo, que considera médias de duas a três décadas, o fato de 2025 aproximar-se desse patamar sem um El Niño forte preocupa especialistas.

O cenário indica que a ultrapassagem permanente do limite pode ocorrer antes de 2030, consolidando um novo normal climático com consequências imprevisíveis para ecossistemas e sociedades humanas.

Extremos climáticos afetam todos os continentes

As temperaturas elevadas traduziram-se em eventos extremos ao redor do mundo durante 2025. Na Amazônia brasileira, a recuperação da seca histórica de 2023 e 2024 permaneceu lenta, com anomalias persistentes agravadas pelas águas quentes do Atlântico. Já o sul do Brasil alternou entre períodos de calor intenso e tempestades severas.

No hemisfério norte, ondas de calor marinho no Atlântico contribuíram para uma temporada de furacões particularmente ativa e imprevisível. Regiões como o Sahel africano e o norte da Europa registraram padrões anormais de precipitação, confirmando projeções de modelos climáticos que já alertavam para essas mudanças.

Projeções indicam continuidade do aquecimento

Olhando para o futuro próximo, as perspectivas não são animadoras. A Organização Meteorológica Mundial e o serviço meteorológico britânico estimam 80% de probabilidade de que pelo menos um ano entre 2025 e 2029 supere o recorde de 2024.

Se o La Niña se consolidar e ganhar força em 2026, poderá haver uma ligeira redução temporária nas médias globais, fazendo o próximo ano cair para a terceira ou quarta posição no ranking histórico. Contudo, a tendência decenal permanece inequivocamente de alta, independentemente das oscilações naturais de curto prazo.

Novo cenário operacional para a próxima década

Para cientistas, governos e setor empresarial, 2025 representa uma confirmação definitiva: o aquecimento global deixou de ser um fenômeno ocasional impulsionado por ciclos naturais. A permanência de temperaturas recordes mesmo em condições oceânicas neutras demonstra que as emissões de gases estufa alteraram fundamentalmente o sistema climático terrestre.

A volatilidade observada nos últimos dois anos não constitui uma anomalia passageira, mas sim o padrão climático standard que prevalecerá na próxima década, exigindo adaptação urgente de todos os setores da sociedade.

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