A cerimônia da 34ª edição do Prêmio Shell de Teatro será realizada na próxima semana em São Paulo, no dia 12 de março, no Teatro Sérgio Cardoso. A premiação contempla espetáculos que fizeram temporada no Rio de Janeiro e em São Paulo entre 1 de janeiro e 30 de novembro de 2023. E, pela primeira vez em sua história, vai contemplar também montagens de todo o Brasil. Além das seleções dos júris do Rio de Janeiro e de São Paulo, este ano a premiação lança uma categoria inédita: Destaque Nacional, para produções de todos os estados brasileiros.
Com apresentação de Marisa Orth e Verônica Bonfim, a cerimônia conta ainda com homenagens a dois baluartes do teatro brasileiro: Renato Borghi e Amir Haddad, ambos nascidos em 1937 e fundadores do Teatro Oficina ao lado de José Celso Martinez Correa, em 1958. À frente do grupo Tá na Rua há mais de 40 anos, Amir dirigiu históricas montagens e segue, ainda hoje, responsável pela formação de centenas de atores. Já Borghi coleciona prêmios e atuações memoráveis em espetáculos referenciais, como ‘O Rei da Vela’ e ‘Galileu Galilei’.
O grupo Ilú Obá de Mim fará a abertura e encerramento da noite, que terá ainda a participação da atriz Débora Duboc, em um número de voz e piano em homenagem a Renato Borghi, e do Grupo Tá na Rua, celebrando Amir Haddad.
Os indicados
A lista de montagens indicadas representa um enorme e diverso painel da cena teatral brasileira, em 45 espetáculos dos mais variados temas, formatos, gêneros e vertentes. Quatro produções saem na frente e acumulam quatro indicações: ‘A Aforista’, espetáculo dirigido por Marcos Damaceno e protagonizado por Rosana Stavis, que estreou em Curitiba e teve temporadas no Rio e em São Paulo; ‘Agropeça’, do Teatro da Vertigem, um dos grupos mais longevos da atual cena; ‘Azira’i’, espetáculo criado a partir das memórias da atriz Zahy Tentehar sobre sua mãe, a primeira mulher pajé de sua aldeia indígena; e o musical ‘Viva o Povo Brasileiro’, criado a partir da obra de João Ubaldo Ribeiro.
As Categorias e os Jurados
O 34º Prêmio Shell de Teatro terá quatro indicados em cada uma das nove categorias: Dramaturgia, Direção, Ator, Atriz, Cenário, Figurino, Iluminação, Música, além de Energia Que Vem Da Gente, que premia iniciativas com impacto social positivo e visa reconhecer a criatividade dos artistas e seu impacto positivo no seu entorno e na sociedade brasileira.
O júri da premiação é composto por Leandro Santanna (produtor cultural, gestor público e ator), Ana Luisa Lima (professora, produtora e gestora cultural), Biza Vianna (figurinista, diretora de arte e produtora cultural), Patrick Pessoa (professor, dramaturgo e crítico teatral) e Paulo Mattos (curador e produtor cultural), no Rio de Janeiro, e por Evaristo Martins de Azevedo (crítico de arte), Ferdinando Martins (professor e crítico de arte), Luiz Amorim (ator, diretor e gestor em produção cultural), Maria Luisa Barsanelli (jornalista) e Luh Maza (dramaturga, diretora, roteirista e atriz), em São Paulo.
A nova categoria “Destaque Nacional” foi selecionada por um júri novo e especialmente criado para esta edição com nomes de Curitiba, Bahia, Ceará e Minas Gerais: Giovana Soar (atriz, diretora, tradutora e curadora), Marcio Meirelles (encenador, dramaturgo e gestor cultural), Dane de Jade (atriz, pesquisadora e gestora cultural) e Guilherme Diniz (pesquisador, crítico cultural e professor). Os espetáculos foram avaliados através de um vídeo enviado por um formulário online.
“Estamos muito felizes em expandir ainda mais o alcance do Prêmio Shell de Teatro e dar oportunidade para obras que estrearam fora do eixo Rio-São Paulo. Teatro é diversidade, então faz todo sentido que o prêmio tenha também este olhar mais amplo”, destaca Glauco Paiva, gerente executivo de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil.
Prêmio Shell de Teatro
O Prêmio Shell de Teatro se tornou uma das grandes referências do teatro brasileiro nas últimas três décadas. É possível contar a história da cena teatral do Rio de Janeiro e de São Paulo ao longo das suas 33 premiações, com seus artistas indicados, os espetáculos consagrados e os homenageados de cada ano.
A lista de indicados:
SELEÇÃO JÚRI SP
DRAMATURGIA
Victor Nóvoa por ‘Mãos Trêmulas’
André Santos por ‘Quilombo Memória’
Carlos Canhameiro por ‘Xs Culpadxs’
Ave Terrena e Ymoirá Micall por ‘Fracassadas Br’
DIREÇÃO
Antônio Araújo por ‘Agropeça’
José Fernando Peixoto de Azevedo por ‘Ensaio sobre o terror’
Marcos Damaceno por ‘A aforista’
André Paes Leme por ‘Viva o povo brasileiro (de Naê a Dafé)’
ATOR
Vinicius Meloni por ‘Agropeça’
Marco Antônio Pâmio por ‘A herança’
Vitor Britto por ‘O Avesso da pele’
Maurício Tizumba por ‘Viva o povo brasileiro (de Naê a Dafé)’
ATRIZ
Grace Gianoukas por ‘Nasci para ser Dercy’
Alessandra Maestrini por ‘Kafka e a boneca Viajante’
Rosana Stavis por ‘A aforista’
Tenca Silva por ‘Agropeça’
CENÁRIO
Simone Mina por ‘Mutações’
Luiz Fernando Marques (Lubi) por ‘Ainda sobre a cama’
Eliana Monteiro e William Zarella por ‘Agropeça’
Attilio Martins por ‘Bossa Nova Cabaré Bar’
FIGURINO
Fabio Namatame por ‘Além do Ar – um musical inspirado em Santos Dumont’
Marah Silva por ‘Viva o povo brasileiro (de Naê a Dafé)’
Karen Brusttolin por ‘A aforista’
João Pimenta por ‘Kafka e a Boneca Viajante’
ILUMINAÇÃO
Aline Santini por ‘Mutações’
Nicolas Caratori por ‘A cerimônia do adeus’
Maneco Quinderé por ‘Alguma coisa podre’
Fran Barros e Tulio Pezzoni por ‘Once – o musical’
MÚSICA
Naruna Costa pela direção musical de ‘Boi Mansinho e a Santa Cruz do Deserto’
Alexandre Rosa pela direção musical de ‘Infância’
Peri Pane pela direção musical de ‘Quando o Discurso Autoriza a Barbárie’
Chico César e João Milet Meirelles pela música original e direção musical de ‘Viva o Povo Brasileiro (de Naê a Dafé)’
ENERGIA QUE VEM DA GENTE
Selo Lúcias – Iniciativa da Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), pela organização, publicação e distribuição gratuita de livros que resgatam a história das artes cênicas no Brasil.
Ateliê 23 – Pela pesquisa sobre violência de gênero e tráfico sexual de adolescentes e mulheres prostituídas no ciclo da borracha, no interior da Amazônia, tema do espetáculo ‘Cabaret Chinelo’.
Rosas Periféricas – Pelo trabalho que desenvolve há 15 anos na região do Parque São Rafael, periferia de São Paulo, com espetáculos teatrais e ações sócio-educativas, voltados ao público jovem.
Palacete dos Artistas – Projeto de moradia e assistência no centro de São Paulo onde artistas veteranos vivem por meio de aluguel social e de autogestão do espaço e realização de eventos culturais.
SELEÇÃO JÚRI RJ
DRAMATURGIA
Rafael Souza-Ribeiro por ‘Jonathan’
Zahy Tentehar e Duda Rios por ‘Azira’í ‘
Rodrigo França por ‘Angu’
Vinicius Baião por ‘Três irmãos’
DIREÇÃO
Orlando Caldeira por ‘Pelada – A hora da Gaymada’
Luiz Antônio Pilar por ‘Leci Brandão – na palma da mão’
Dulce Penna por ‘Jonathan’
Bruce Gomlevsky por ‘Outra revolução dos bichos’
ATOR
Milhem Cortaz por ‘Diário de um louco’
Sérgio Kauffman por ‘Leci Brandão – na palma da mão’
Matheus Macena por ‘Los Hermanos – musical pré-fabricado’
Xando Graça por ‘Gente de bem’
ATRIZ
Zahy Tentehar por ‘Azira’i’
Jéssica Barbosa por ‘Em busca de Judith’
Nilda Andrade por ‘Pipas’
Blackyva por ‘Chega de Saudade’
CENÁRIO
Ricardo Rocha por ‘Eyja: Primeira Parte, a Ilha’
Lidia Kosovski por ‘Olga e Luis Carlos – Uma História de Amor’
Batman Zavareze e Mariana Villas-Bôas por ‘Azira’i’
Clebson Prates por ‘Angu’ e por ‘Para meu amigo branco’
FIGURINO
Luiza Marcier por ‘Los Hermanos – musical pré fabricado’ e por ‘Restos na escuridão’
Carlos Alberto Nunes por ‘A hora do boi’
Giovanni Targa por ‘Só vendo como dói ser mulher de Tolstói’
Flavio Souza po ‘Eyja: Primeira Parte, a Ilha’
ILUMINAÇÃO
Daniela Sanchez por ‘Leci Brandão – na palma da mão’
Ana Luzia Molinari de Simoni – ‘Azira’í ‘ e por ‘Feio’
Paulo Cesar Medeiros por ‘O Menino é o Pai do Homem’
Beto Bruel por ‘A aforista’
MÚSICA
Ruy Guerra, Zeca Baleiro e Lui Coimbra pela direção musical e trilha original de ‘Dom Quixote de Lugar Nenhum’
Pedro Sá Moraes pela direção musical e composições originais ‘Em Busca de Judith’
André Muato pela direção musical, percussão corporal e trilha original de ‘Pelada – A Hora da Gaymada’
André Muato e Felipe Storino pela direção musical de ‘Chega de Saudade’
ENERGIA QUE VEM DA GENTE
Cia dos Comuns – Pelos 22 anos de uma atuação continuada e imprescindível para a formação e o fortalecimento da cena teatral preta brasileira, contribuindo de forma decisiva para o fomento e formação de artistas negros e na luta antirracista em nossa sociedade.
Projeto Museu dos Meninos – Por criar, através de uma série de ações artísticas, um lugar inspirador para todas as necessárias políticas públicas voltadas para a preservação da memória e a imaginação de futuros outros para os jovens pretos e favelados do Complexo do Alemão.
Entidade Maré pela ‘Ocupação Noite das Estrelas’ – Por celebrar nas ruas do Complexo da Maré, unindo a comunidade e pessoas vindas de outras partes da cidade, a vida e a ancestralidade dos artistas lgbtqiapn+ que, durante as décadas de 1980 e 1990, realizaram ali os shows ‘Noite das estrelas’’, inspiração até então esquecida de muitos importantes movimentos sociais que acontecem
Elenco de espetáculo ‘Meu Corpo Está Aqui’ – Bruno Ramos, Haonê Thinar, Juliana Caldas e Pedro Fernandes – Pelo processo coletivo de construção de um espetáculo altamente vital e inspirador, que impacta de forma positiva na visibilização de Pessoas com Deficiência.
CATEGORIA DESTAQUE NACIONAL:
– As cores da América Latina, da Panorando Cia e Produtora, de Manaus
– Temporada de Caça – uma tragicomédia distópica linkedinesca, da Minha Nossa Cia de Teatro, de Curitiba
– O Rabo e a porca, da Multi Planejamento Cultural, de Salvador
– Vestido de Noiva, do Grupo Oficcina Multimédia, de Belo Horizonte
Adaptação inédita do best seller “Cuide dos pais antes que seja tarde”, de Fabrício Carpinejar, vira um monólogo e marca retorno de Vânia Brito aos palcos
A nem sempre fácil relação dos filhos com os pais idosos é o tema do espetáculo solo que marca o retorno da atriz, diretora e roteirista Vânia de Brito ao teatro após 16 anos. Baseado no best-seller Cuide dos pais antes que seja tarde (Bertrand, 2018), de Fabrício Carpinejar, o texto – com adaptação dramatúrgica do diretor teatral Antonio Januzelli e do ator Rodolfo Amorim – fala do quanto os filhos, mesmo quando bem intencionados, acabam por negligenciar o cuidado com os pais na velhice. “O livro me pegou pelo coração. Tenho uma mãe de 92 anos. Foi o que me motivou a fazer essa volta aos palcos”, conta Vânia, que convidou Delson Antunes, parceiro de seu último espetáculo teatral, para dirigir o monólogo. Com reestreia marcada para 7 de março, no Teatro Vannucci, Antes que seja tarde cumprirá temporada de dois meses, sempre às quintas e sextas, às 20h.
As temporadas só estão sendo possíveis através de uma vasta e emocionalmente campanha culturas de doações. O monólogo não conta com apoio ou patrocínios e conseguiu o feito de realizar belíssimas temporadas em um teatro de pequeno porte (100 lugares) para um de médio porte (400 lugares) através da mobilização de seu público.
No cenário minimalista assinado pelo premiado José Dias, onde se destaca um cadeira antiga e poucos objetos cênicos, a atriz assume a personalidade de Carpinejar na condução da narrativa, ao mesmo tempo em que mistura memórias próprias às do autor na elaboração da dramaturgia: “A obra me tocou muito porque trata da urgência da vida, dos laços que construímos”, resume Vânia, que fez um recorte abrangendo 20 das 65 páginas do livro.
Ao longo do espetáculo, lembranças evocadas desde a infância até a vida adulta revelam as idiossincrasias das relações parentais e prometem criar identificação com a plateia: “Mesmo com os detalhes específicos da história de cada um, muitas situações abordadas são comuns à vida de todos e vão despertar muitas lembranças no público”, aposta o diretor Delson Antunes, que conta com o desenho de luz do igualmente premiado Aurélio de Simoni para destacar as várias nuances do espetáculo.
Biografias
Vânia de Brito, idealização e atuação
Atriz, roteirista e diretora, Vânia nasceu em Aracaju (SE) e radicou-se no Rio de Janeiro aos 17 anos. Formada em Artes Cênicas, atuou no teatro, cinema e televisão. Seus trabalhos incluem produções da TV Globo, entre novelas e seriados, como Champagne (1983), Barriga de Aluguel (1990), Minha nada mole vida (2006), Duas Caras (2008), Supermax (2016) e Orgulho e Paixão (2018). No cinema, participou de Minha mãe é uma peça (2013) e O amor dá voltas (2017). No teatro, integrou produções como A Sereiazinha (1991) e A filha de Lúcifer, com Cleyde Yáconis (1993), ambos com direção de Miguel Falabella; e Morir (2015), sua primeira parceria com o diretor Delson Antunes.
Delson Antunes, direção
Diretor, ator, professor, dramaturgo e pesquisador de teatro, Delson Antunes é licenciado em Artes Cênicas pela Universidade de Brasília (UnB) e concluiu Mestrado em Teatro pela UniRio, especializando-se em História do Teatro Musical Brasileiro, em Em 2004, publicou pela Editora Funarte Fora do Sério – um Panorama do Teatro de Revista Brasileiro. Foi coordenador e professor de teatro no curso de interpretação do Senac-Rio (2000-2005) e atuou ainda como professor de teatro e TV, no curso de formação de atores da Escola Wolf Maya (2013/2022), no Rio de Janeiro. Como ator, diretor e dramaturgo participou de mais de 90 espetáculos teatrais, apresentados em Brasília, Rio de Janeiro e em diversas cidades brasileiras. Entre seus trabalhos em teatro, estão o roteiro e assistência de direção do espetáculo Sapatinhos Vermelhos, de Caio Fernando Abreu, dirigido por Camilla Amado, em 2006. No mesmo ano, dirigiu Entre Quatro Paredes, de Jean-Paul Sartre, apresentada no Teatro Villa-Lobos. Em 2007, roteirizou e dirigiu O Homem Vivo, de Bertold Brecht (indicação Prêmio Shell).
Ainda em 2007, dirigiu Anjo Malaquias, do poeta gaúcho Mário Quintana, adaptado por Affonso Drummond e Eloí Calage (indicação Prêmio Shell).
José Dias, cenografia
Nasceu no Rio de Janeiro, Diretor de Arte, Cenógrafo, Mestre e Doutor pela ECA–USP. Professor Titular da UFRJ e da UNIRIO, onde foi Vice-Reitor (2000-2004). Começou sua carreira no teatro em 1970, como assistente de Pernambuco Oliveira, desde então, já participou como Cenógrafo e Diretor de Arte de mais de 480 espetáculos teatrais no Brasil e no Exterior. Em mais de 50 anos de carreira, já foi premiado e laureado 32 vezes, tendo 55 indicações. Entre as principais, destacam-se: Molière, Mambembe, Shell, IBEU, Cultura Inglesa, Oscarito, Paschoalino, Cesgranrio e APTR. Na televisão, trabalhou na extinta TV Tupi (1972-1973) e na TV Globo (1974-1989) onde foi responsável pela cenografia de diversas novelas, casos especiais, linha de show e o seriado O Bem Amado, além de outros programas da emissora. No cinema foram mais de 25 filmes, entre longas, curtas e de publicidade. Além do trabalho no teatro, televisão e cinema, prestou assessoria técnica em projetos, reformas, construções e adaptações em mais de 100 teatros em todo o Brasil. Autor dos livros: Odorico Paraguaçú – O Bem Amado de Dias Gomes, lançado em 2009, e Teatros do Rio do Século XVIII ao Século XX, lançado em 2014. Membro Titular de 10 Associações e Sociedades, sendo Membro da Academia Brasileira de Educação, ocupando a cadeira de número 16. Em 2022 recebeu o Título Honorífico no Grau de Comendador Arquiepiscopal Imperial da Irmandade de Nossa Senhora das Dores e Grão Mestre de sua Ordem Honorífica. Recebeu em 2023 o Título de Professor Emérito da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Unirio.
Aurélio de Simoni, iluminação
Em 46 anos de carreira, recebeu mais de 20 prêmios e realizou trabalhos nas áreas de teatro, dança, shows, feiras, convenções, contabilizando mais de mil eventos. Na área teatral destacam-se as peças As lágrimas amargas de Petra von Kant, direção de Celso Nunes; Emilly, (Miguel Falabella); O carteiro e o poeta, direção (Aderbal Freire-Filho); O avarento (Amir Haddad); Master classe (Fábio Namatame); Longa jornada de um dia noite adentro (Naum Alves de Souza); Por um fio (Moacir Chaves); O ator e o lobo (Fernando Philbert); O baile (José Possi Neto), e O filho eterno (Daniel Herz), entre muitos outros. Fez ainda ópera como Tosca, As Bodas de Fígaro e Orfeu vive, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
FICHA TÉCNICA:
- Antes que seja tarde
- Idealização: Vânia de Brito
- Baseado no livro Cuide de seus pais antes que seja tarde, de Fabrício Carpinejar
- Adaptação: Antonio Januzelli e Rodolfo Amorim
- Direção: Delson Antunes
- Com: Vânia de Brito
- Cenário: José Dias
- Iluminação: Aurélio de Simoni
- Produção: Vânia de Brito
SERVIÇO:
- Temporada: até 26 de Abril
- Sessões: quintas e sextas, às 20h
- Ingressos: R$ 50,00 (meia entrada para estudantes e maiores de 65 anos) R$100 inteira.
- Vendas online: www.sympla.com.br
- Duração: 60 min
- Capacidade: 400 lugares
- Classificação indicativa: Livre
- Local: Teatro Vannucci – 3o piso
- Endereço: shopping da Gávea – Rua Marquês de São Vicente 52
- Bilheteria: 2122747246
- Informações: 21982624531
- Acesso para pessoas com necessidades especiais
- @pecacuideantesquesejatarde
“Contos para cultivar a alegria” leva a Arte Narrativa para os palcos do Sesc RJ
Idealizado por Camila Costa, o projeto apresenta contos de tradição oral que reafirmam a alegria como princípio fundamental à vida humana
A narradora e atriz Camila Costa, acompanhada pela musicista brincante Cacá Pitrez, apresenta “Contos para cultivar a alegria”, espetáculo inédito de 60 minutos, gratuito, com direção cênica de Ricardo Gadelha e realização do Sesc Rio. A atividade foi selecionada pelo Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar 2024.
Serão oito apresentações pelo interior do Estado do Rio:
- 14 Março Quinta às 15h – Sesc Três Rios
- 17 Março Domingo às 16h – Centro Cultural Sesc Quitandinha (CCSQ)
- 21 Março Quinta às 16h – Sesc Nova Iguaçu
- 23 Março Sábado às 19h – Sesc São Gonçalo
- 25 Abril Quinta às 19h – Sesc Barra Mansa
- 02 Maio Quinta às 15h – Sesc Duque de Caxias
- 24 Maio Sexta às 19h – Sesc Niterói
- 31 Maio Sexta às 19h30 – Sesc Teresópolis
“O espetáculo nasce do desejo de cultivar a alegria como enfrentamento à cultura do ódio, às mazelas e às precarizações que nos assolam enquanto sociedade”, explica Camila, criadora da Chama das Histórias, projeto focado no universo das tradições orais, atuando na criação e apresentação de espetáculos, promoção de ações formativas, pesquisa e publicação literária.
“Contos para cultivar a alegria” convoca a plateia a restaurar a alegria, o riso e a festa como forças fundamentais à vida humana. O espetáculo reúne histórias da tradição oral, cantos e ritmos percussivos propondo ao público uma experiência viva para cultivar coletivamente a alegria. São histórias que falam da alegria como alimento para alma, cultivando o viço, a vida saudável e as relações.
A parceria entre Camila e Ricardo no campo da arte narrativa vem sendo construída desde 2019 no projeto Chama das Histórias, no qual os dois assinam a Direção Artística. Neste novo trabalho os três artistas envolvidos lançam mão de suas vivências individuais nas áreas da narração de histórias, teatro, palhaçaria, cultura popular e música, para criar um espetáculo que traz como fundamento a alegria.
A direção de Ricardo Gadelha, aponta para um jogo lúdico e inventivo com o público, a partir de sua trajetória de 20 anos na palhaçaria, teatro de rua e folguedos populares. A bagagem percussiva musical de Cacá Pitrez reafirma nos ritmos populares brasileiros e no coro responsivo das toadas, a aliança entre palco e plateia.
Para realização da pesquisa teórica foi convidada a artista pesquisadora Juliana Franklin, especializada em tradições orais. Juntas, Camila e Juliana, selecionaram o repertório de contos e referências culturais sobre a alegria e o riso que darão sustentação à brincadeira.
“Trazer a alegria como força vital que fundamenta a existência humana, é se colocar em oposição à necropolítica tão disseminados atualmente. Relembrar o essencial, aquilo que nos une enquanto seres humanos, o riso, a festa, a alegria. Esses são princípios presentes em diversas culturas e as histórias de tradição oral guardam esses saberes. Por isso, em tempos como esse que vivemos, em que a alegria, por vezes, se esvai por entre os dedos, é às histórias que devemos recorrer”, reforça a idealizadora do espetáculo.
Ingressos Gratuitos
Classificação Etária: LIVRE
Duração: 60 minutos
Ficha Técnica:
- Concepção e Atuação – Camila Costa
- Direção Cênica – Ricardo Gadelha
- Direção de Arte e Figurino – Liza Machado
- Musicista – Cacá Pitrez
- Orientação de Pesquisa – Juliana Franklin
- Direção de Produção – Camila Costa
- Produção Executiva – Gadelha Arte Multilinguagem
- Coordenação Administrativa – Utópica Produções e Arte
- Parceria – Centro Cultural Municipal Laurinda Santos Lobo / Prefeitura do Rio de Janeiro
- Realização – Sesc RJ, Chama das Histórias e Gadelha Arte Multilinguagem
Espetáculo Cartas da Prisão, que retrata a troca de cartas amorosas entre uma mulher e um serial killer, ganha nova temporada no interior de São Paulo
Até o dia 05 de abril, as cidades de Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Limeira, São Carlos, Campinas, Jacareí e São José dos Campos, regiões que ocupam o ranking de casos de violência contra a mulher, recebem apresentações únicas e gratuitas da quarta temporada do espetáculo Cartas da Prisão. Com texto de Nanna de Castro, direção de Bruno Kott, e atuação de Chica Portugal, o espetáculo será promovido com apoio ProAC (Programa de Ação Cultural) e da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, em celebração ao Mês da Mulher.
Numa espécie de documentário cênico, Chica Portugal dá vida a uma atriz-performer chamada Rita, que realiza um espetáculo a partir de suas pesquisas sobre relacionamentos abusivos. O fio condutor da peça da personagem são 250 cartas que foram encontradas debaixo do colchão numa penitenciária de São Paulo. Trata-se da correspondência amorosa entre uma dona de casa que assina como “M” e um psicopata conhecido como “o maníaco da flor”, condenado por matar e esquartejar mais de 40 mulheres.
Após dezenas de entrevistas, gravações, e-mails e chamadas telefônicas com mais de 100 mulheres, Chica Portugal e Nanna de Castro constroem esse espetáculo que nos mostra a relação direta entre violência, virilidade, medo, patriarcado e dependência de mulheres que tentaram salvar homens violentos com amor. O trabalho também destaca a complexidade das histórias envolvendo criminosos e suas vítimas, ressaltando que muitas delas estavam apaixonadas por seus agressores.
E fica a pergunta: a paixão já te fez perder o controle e confiar mais do que devia em alguém?
O solo estreou durante a pandemia, em 2020, em uma versão online. Em 2022, teve sua estreia presencial no Sesc Santo André (SP). No ano seguinte, realizou o circuito das Fábricas de Cultura, na capital paulistana; participou do evento Março-Mulher em Guaratinguetá (SP), além de realizar apresentações durante a II Semana de Reflexão e Combate à Violência contra a Mulher no Teatro Feluma e na Virada Cultural em Belo Horizonte, ambos em Minas Gerais. “Usamos a pesquisadora [Rita] como metalinguagem para que a atriz [Chica Portugal] se relacione diretamente com o público, quebrando, assim, a quarta parede, num misto de contação de história e palestra ficcional. Ao contrário da versão em vídeo, teremos a caixa preta, símbolo referencial do teatro, como um potente meio para que o espectador co-crie junto da obra, imaginando desde a ambientação dos espaços até as situações emocionais descritas nas cartas das três personagens interpretadas pela protagonista”, revela o diretor Bruno Kott sobre a encenação
A respeito de uma de suas motivações para montar o solo, a atriz Chica Portugal, que também é idealizadora da montagem, menciona: “Incrivelmente não há uma mulher que eu converse sobre o assunto que não tenha passado por algum tipo de relacionamento abusivo. A maioria deles é velado, sutil – acabam sendo os mais difíceis de se notar, porque há uma tendência de normalização desse abuso quando não há agressão física. A maioria das mulheres deixa passar”. Já a dramaturgia de Nanna de Castro rompe propositalmente o limite entre realidade e ficção ao transitar entre depoimentos verdadeiros e fictícios, entre o noticiário e o poético. Obras como “Mulheres que Amam Demais”, de Robin Norwood, e “Loucas de Amor”, de Gilmar Mendes, são referências importantes. “Dentre as facetas das relações abusivas, sempre me intrigou as mulheres que se correspondem com criminosos sexuais confessos na prisão. É comum que assassinos recebam centenas de cartas de amor de mulheres que os conhecem apenas pelo noticiário. É como se o abuso fosse não apenas aceito, perdoado, mas acolhido. Não quero e não posso julgar estas mulheres, apenas convidar o público a partir desta situação extrema e refletir sobre nossa convivência com a violência e o desrespeito não apenas no nível pessoal, mas social”, acrescenta a dramaturga
O número de casos de feminicídio aumentou 34% no primeiro semestre de 2023 no estado de São Paulo em comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme dados da Secretaria de Segurança do Estado (SSP). Em 2022, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada dois dias no estado de São Paulo, totalizando 187 mortes. Depois da Região Metropolitana de São Paulo, o Vale do Paraíba, segue como a região mais violenta do interior de São Paulo
Por este motivo, quatro das oito apresentações do espetáculo ocorrerão em cidades do Vale do Paraíba: Guaratinguetá, Pindamonhangaba, Jacareí e São José dos Campos. Em terceiro lugar está Campinas, que abrange a Região Administrativa e a Região Metropolitana de Campinas, incluindo os municípios de Campinas e Limeira. A cidade de São José do Rio Preto ocupa o 7º lugar nas estatísticas de violência. Por fim, na Região Administrativa Central do estado, o município de São Carlos ocupa o 11º lugar entre as cidades mais violentas do Estado de São Paulo
Oficina de autodireção teatral: apropriação da obra artística:
Com o propósito de explorar tecnicamente e artisticamente um processo criativo, o diretor e ator Bruno Kott ministrará uma oficina nos dias 19, 20 e 21 de março, das 14h00 às 18h00, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo. A atividade incluirá exercícios de atuação, análise de textos, exploração de imagens e desenvolvimento de repertório criativo. O objetivo é capacitar atores, diretores e autores a mergulharem em processos autorais, com foco em se tornarem mais independentes e aptos a expressar suas criações de forma eficaz
Destinado ao público geral a partir de 18 anos, os interessados devem redigir um e-mail (cartasdaprisao@gmail܂com, com o assunto “Seleção para Oficina com Bruno Kott”) incluindo sua experiência pessoal e, se aplicável, profissional. É essencial explicar por que desejam participar desse processo.
Serviço – 4ª temporada do “Cartas da Prisão”
Guaratinguetá
- 09 de março, às 20h00
- Local: Auditório Frei Galvão
- Endereço: Praça Conselheiro Rodrigues Alves,48 1ª Andar – Centro Guaratinguetá /SP
- | Gratuito |
Limeira
- 13 de março, às 20h00
- Local: Teatro Vitória
- Endereço: Praça Toledo de Barros, s/n – Centro, Limeira/SP
- | Gratuito |
São Carlos
- 15 de março, às 19h00
- Local: CEMAC – Centro Municipal de Artes e Cultura
- Endereço: R. São Paulo, 745 – Centro – São Carlos/SP
- | Gratuito |
Campinas
- 26 de março, às 20h00
- Local: Centro de Eventos da SME Campinas
- Endereço: R. Antônio Nunes dos Santos, 121 – Jardim do Vovô, Campinas /SP
- | Gratuito | Com intérprete de libras
Jacareí
- 27 de março, às 20h00
- Local: Sala Mário Lago
- Endereço: R. Barão de Jacareí, 122 – Centro, Jacareí/SP
- | Gratuito |
São José dos Campos
- 05 de abril, às 20h00
- Local: Cine Teatro Benedito Alves da Silva,
- Endereço: Rua Rui Dória, 935 – Centro – São José dos Campos/SP
- | Gratuito |
Sinopse:
Em cena, Chica Portugal dá vida a uma atriz-performer chamada Rita, que realiza um espetáculo a partir de suas pesquisas sobre relacionamentos abusivos. O fio condutor da peça da personagem são cartas que foram encontradas debaixo do colchão de um presidiário em uma penitenciária de São Paulo. Trata-se da correspondência amorosa entre uma mulher que assina como “M” e um psicopata conhecido como “o maníaco da flor”, condenado por matar e esquartejar mais de 40 mulheres. A partir das cartas, Rita revela o relacionamento abusivo que viu a própria mãe viver com seu pai, o que fez a protagonista sair de casa muito jovem
O público acompanha a evolução do relacionamento entre “M” e o “maníaco da flor” e o desgaste da relação entre Rita e sua mãe – incapaz de deixar o relacionamento abusivo. E as histórias destas mulheres vão se tornando cada vez mais parecidas. Rita também traz para a cena depoimentos reais de outras mulheres que viveram experiências amorosas com abusadores, além de materiais diversos de pesquisa sobre o tema. Na colcha de retalhos que vai se formando entre todas as histórias, ela questiona a si mesma e o público sobre nossas possíveis e inimagináveis relações com o abuso como indivíduos e como sociedade.
FICHA TÉCNICA CARTAS DA PRISÃO
- PROAC – CIRCULAÇÃO
- Pesquisa e Atuação: Chica Portugal
- Texto: Nanna de Castro
- Direção: Bruno Kott
- Cenário e Figurino: Kleber Montanheiro
- Iluminação: Marisa Bentivegna
- Desenho de Som: Juliana R.
- Caracterização: Beto França
- Preparação Corporal: Bruna Magnes
- Preparação Vocal: Marilene Grama
- Assistente de Figurino e Cenário: Marcos Valadão
- Cenotécnico: Evas Carretero
- Operação de som: Leandro Goulart e Juh Vieira
- Operação de luz: Giovanna Clara
- Voz Off poema: Nany di Lima
- Música: Cálice Intérprete: Paula Mirhan, Composição de Chico Buarque e Gilberto Gil
- Fotos de Divulgação: Rafael Salvador e Lyvia Gamerc
- Assessoria de Imprensa: Tangerina Conteúdo
- Designer: Milton Galvani
- Redes Sociais: Ellen da Plot Comunica
- Direção de Produção: Chica Portugal
- Produtora Assistente: Bia Cordeiro
- Realização: Programa de Ação Cultural – ProAC
- Administração: Michelle Gabriel
- Produção: Coletivo À Meia Luz
- Redes Sociais: cartasdaprisao e ameialuz܂projeto