As águas serão o fio condutor de encontros artísticos, aprendizado e conhecimento na nova edição do FASA – Festival de Artes e Saberes das Águas. No próximo dia 5 de outubro, domingo, o MAM Rio – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e seus arredores receberão a programação intensa da primeira etapa do evento que, ao longo de um dia inteiro, vai trazer atividades como caminhada performática, palestra, feiras, oficinas criativas e apresentações de artistas como Tambores de Olokum, Canarinhos de Petrópolis e Leo Gandelman Quarteto. Toda a programação é gratuita.
Idealizado e com direção artística de Pablo Castellar, em sua segunda edição, o FASA se consolida como um espaço de diálogo entre arte, educação e sustentabilidade, sempre tendo as águas como principal inspiração. A edição 2025 do festival contará também com duas etapas em novembro, realizadas em Mangaratiba e Paraty, promovendo ações culturais e a valorização das artes e saberes das águas de suas comunidades locais.
O projeto conta com patrocínio da Repsol Sinopec, por meio da Lei Rouanet – Incentivo à Projetos Culturais e realização de Artemundi Produções Culturais, Ministério da Cultura e Governo Federal – Do Lado do Povo Brasileiro. Além disso, neste ano, o FASA recebeu o endosso oficial da Organização das Nações Unidas (ONU), em reconhecimento à sua contribuição para os objetivos globais da Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. Essa chancela reforça o compromisso do festival em sensibilizar o público através do valor cultural, ambiental e social das águas em prol da proteção desse elemento vital.
“O FASA nasce do encontro entre a poética das águas e os saberes coletivos que elas guardam. É um festival que reconhece a água como fonte de inspiração e como espelho da nossa identidade cultural. Rios, cachoeiras, lagos e mares se encontram na memória dos povos e desaguam em experiências artísticas compartilhadas”, afirma Castellar.
Abertura contará com intensa programação gratuita no MAM e arredores
Um laboratório de escuta e criação, no qual o público é convidado a refletir sobre o papel das águas na vida das cidades e das comunidades, por meio de experiências únicas compartilhadas. O FASA 2025 começa no dia 5 de outubro, às 9h, com o “Passeio FASA”, uma vivência no coração da paisagem carioca, que integra o território com arte e aprendizado sobre as águas da região.
Abrindo o dia, às 9h, uma caminhada performática irá unir natureza, arte e história ao percorrer os arredores do MAM e do Aterro do Flamengo, sob a orientação do arquiteto paisagista Eduardo Barra. Durante o trajeto, Eduardo realizará uma contextualização histórica e abordará o paisagismo de Roberto Burle Marx, destacando sua profunda conexão com as águas como fonte de inspiração criativa. Ao longo do percurso, serão realizadas apresentações artísticas de música e dança, criando uma experiência sensorial e simbólica. Dos espelhos d’água do MAM, o passeio segue ao Aterro do Flamengo, mostrando como Burle Marx integrou arte, natureza e urbanismo, criando um marco do modernismo paisagístico.
A partir das 11h, no Bloco Escola do MAM, é a vez dos pequenos se divertirem com o grupo Costurando Histórias, que vai encantar as famílias com histórias que têm o mar, os rios e a força feminina das águas como protagonistas. O grupo é formado por mulheres que bordam e narram histórias reais e fictícias em tecidos, criando verdadeiras obras de arte têxtil que ganham vida em apresentações delicadas e emocionantes. A atividade faz parte das ações do FASA da Casa, um espaço no festival para que artistas locais possam apresentar trabalhos que tenham a temática das águas.
Das 12h às 19h, acontecerão duas feiras nos Jardins do MAM. A primeira é a Junta Local, com comidinhas de pequenos produtores, também embaladas pelo tema do evento. E o FASA promoverá ainda a Feira de Artesanato e Saberes das Águas, com trabalhos de artesãos convidados de Paraty, apresentando cestarias, biojoias feitas a partir de escamas de peixes e outros itens inspirados no universo das águas.
“O FASA é um gesto de escuta e pertencimento. Mais do que inspiração artística, desejamos que a água seja compreendida como patrimônio comum da humanidade — herança que recebemos e que nos permite construir laços, raízes e afetos”, afirma Pablo Castellar.
Das 13h30 às 15h, do Aterro até o MAM, é a vez do cortejo dos Gigantes de Mangaratiba levantar o astral com dança, teatro, circo e performance. O coletivo cultural da região da Costa Verde utiliza a arte da perna de pau para promover a valorização das tradições populares e fortalecer a identidade local.
Logo após, às 15h, nos Jardins do MAM, começa mais uma atividade do “FASA da Casa”, com a apresentação do Tambores de Olokum, grupo carioca que celebra a tradição afrobrasileira por meio de ritmos envolventes de maracatu e percussão, inspirados nos orixás das águas e nas histórias que eles carregam. A apresentação é uma imersão sensorial, com ancestralidade e movimento.
Em um palco montado no Pilotis do MAM, a partir das 16h, começam os shows dos “Concertos FASA”, que, claro, também terão as águas como tema central do repertório. O primeiro concerto será com os Canarinhos de Petrópolis e regência do maestro Marco Aurélio Lischt. O grupo vai apresentar “Água de Mani” (Liduíno Pitombeira), “Chuá, Chuá” (Pedro de Sá Pereira), “É doce morrer no mar” (Dorival Caymmi), entre outras obras.
Depois, às 18h, Leo Gandelman Quarteto irá estrear “O Saber das Águas” (Leo Gandelman e Eduardo Farias), música composta especialmente para o festival. Além disso, obras como “Castelo de Areia” (Leo Gandelman), “Ilhas do Reggae” (Leo Gandelman e Frederico Heliodoro) e “Solar” (Leo Gandelman e William Magalhães) compõem o programa da apresentação.
A água como inspiração para conversas e oficinas artísticas
Ainda integram a programação ações formativas que pretendem compartilhar os saberes das águas no “FASA Reflexões”. Das 11h às 12h30, na Sala da Cinemateca do MAM, haverá a palestra: “As artes como forma de despertar a consciência ambiental”, com Leo Gandelman, saxofonista e compositor, referência na cena instrumental brasileira e em projetos que dialogam com a natureza e a ancestralidade, e o arquiteto e paisagista Eduardo Barra. A mediação é de Pablo Castellar, diretor artístico e idealizador do FASA.
Ainda serão promovidas duas oficinas com artesãos de Paraty, no sábado, das 13h às 15h15, no Bloco Escola do MAM. As atividades têm como objetivo valorizar saberes tradicionais e promover a troca de conhecimentos manuais e sustentáveis.
A primeira oficina será de cestaria, conduzida por Sueli Martins, artesã do Quilombo do Campinho da Independência, fundado no século XIX por três mulheres negras e a primeira comunidade quilombola titulada do Rio de Janeiro. Ela irá compartilhar técnicas tradicionais dessa arte rústica e sustentável (de 13h às 14h). A segunda será a oficina de confecção de adereços com escamas de tainha, das 14h15, às 15h15, oferecida pela artesã Andréa Garrido, de Paraty, que há 18 anos usa o material na prática que alia criatividade e tradição das águas, possibilitando aos participantes aprenderem a montar adereços com itens sustentáveis.
Por fim, às 17h, é a vez da oficina de danças populares, com o Tambores de Olokum, que vai abordar ritmos brasileiros.
As inscrições para as oficinas devem ser feitas previamente. As informações completas sobre inscrições serão divulgadas no site oficial www.fasa.art.br e nas redes sociais do evento.
FASA Digital: a experiência no mundo virtual
Para além das atividades presenciais, o FASA também levará os saberes das águas para o universo on-line com o “FASA Digital”, permitindo que pessoas de qualquer lugar tenham acesso às atividades e reflexões propostas pelo festival.
No site www.fasa.art.br e no canal do YouTube do Festival – www.youtube.com/@festivalfasa -, já é possível acessar o conteúdo de shows e atividades de edições anteriores do evento. E a partir de dezembro, estarão disponíveis mais conteúdos: os “Concertos FASA” em alta resolução; a websérie “Água na Boca”, que antecipa os concertos e aprofunda o entendimento sobre as escolhas musicais de cada apresentação; a série “Caminho das Águas”, que apresenta as riquezas hidrográficas das cidades que compõem o circuito do projeto, bem como a cultura dos saberes e fazeres da população local que vive nesses espaços; e o podcast “Água com História”, que explora a riqueza da nossa relação com as águas.
Travessia pelo estado
Após a abertura no Rio, o festival segue viagem pelo litoral do Rio de Janeiro, investigando os saberes das águas de Mangaratiba (01/11) e Paraty (07 e 08/11). Nessas cidades, as atividades terão caráter comunitário e educativo, com destaque para concertos didáticos em escolas, feiras de artesanato, apresentações de grupos locais e debates sobre memória e meio ambiente.
“Nosso desejo é transformar cada espaço em território de diálogo — o museu, a rua, a praça, a escola. O FASA não se limita a um palco: ele se espalha como a água, irrigando a vida cotidiana das cidades”, conclui Castellar.
SERVIÇO:
FASA – Festival de Artes e Saberes das Águas 2025
- Data: 05 de outubro de 2025 (domingo)
- Local: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio)
- Horário: a partir das 9h
- Todas as atividades são gratuitas. Livre para todos os públicos.
- Oficinas, palestra e caminhada performática necessitam de inscrição prévia. As inscrições serão divulgadas nas redes sociais e site do Festival.
PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
9h – Caminhada performática (Nos arredores do MAM);
11h – Contação de histórias com o Costurando Histórias (Bloco Escola)
11h às 12h30 – Palestra (Cinemateca do MAM)
Tema: As artes como forma de despertar a consciência ambiental
Com: Leo Gandelman e Eduardo Barra, mediação de Pablo Castellar
12h às 19h – Junta Local (Jardim do MAM)
12h às 17h – Feira de Artesanato e Saberes das Águas (Jardim do MAM)
13h30 às 15h – Cortejo Gigantes de Mangaratiba (Aterro até o MAM)
13h às 14h – Oficina de cestaria com Sueli Martins (Bloco Escola)
14h15 às 15h15 – Oficina de confecção de adereços com escamas de tainha, com Andréa Garrido (Bloco Escola)
15h às 16h – Tambores de Olokum (Jardim do MAM)
16h às 16h40 – Canarinhos de Petrópolis (Palco no Pilotis)
17h às 18h – Oficina de danças populares com Tambores de Olokum (Jardim do MAM)
18h às 19h – Leo Gandelman Quarteto (Palco no Pilotis)
SFASA: Nascido em 2024, idealizado e com direção artística de Pablo Castellar, o FASA busca levar, de forma lúdica e multissensorial, as artes e os saberes das águas a diferentes regiões e públicos, promovendo a conscientização sobre sua importância vital. Por meio de ações que valorizam costumes, tradições e práticas culturais, o festival propõe caminhos para estimular o sentimento de preservação e responsabilidade ambiental, destacando a água como um recurso fluido, moderno, sustentável e essencial para todas as gerações. Essa é a segunda edição do Festival, que em sua primeira jornada, realizou um circuito por 6 (seis) municípios do interior do Estado de São Paulo. Além das atividades presenciais, o FASA ainda leva um conteúdo diversificado sobre as águas para o universo on-line com o “FASA Digital”, em que pessoas de qualquer lugar podem assistir aos “Concertos FASA” em alta resolução, além de conteúdos como a websérie “Água na Boca”; a série “Caminho das Águas”; e o podcast “Água com História”.