Se todo grande sonho começa com um primeiro passo, o brasileiro Gerson Rocha já está trilhando o caminho rumo à sua consagração profissional: tornar-se um ator com reconhecimento mundial. Atualmente morando na Austrália, ele já participou de algumas produções do cinema americano, dividindo o set com nomes como Mark Wahlberg, em Balls Up, Chris Hemsworth, em Subversion, Phoebe Tonkin, em Two Years Later e inclusive com o também brasileiro Rodrigo Santoro.
“Durante as filmagens de Runner, conversamos em português, e ele, surpreso, perguntou: ‘Brasileiro?’ — quando confirmei, Rodrigo quis saber o que eu fazia ali. Respondi que era parte do grupo de atores de apoio. Foi um papo simples, mas simbólico. Ver um conterrâneo naquele patamar, atuando em Hollywood, me deu ainda mais motivação para seguir em busca do meu sonho”, recorda.
Representado por uma agência australiana, o ator ainda possui no currículo a superprodução Godzilla x Kong: Supernova, cujo lançamento está previsto para 2027. Rocha interpreta um segurança e divide a cena com Delroy Lindo. “O fato de estar em um estúdio, observar e atuar em uma superprodução cinematográfica já é algo surreal. A estrutura de um set de Hollywood é impressionante — o número de pessoas envolvidas, o investimento, o cuidado com cada detalhe. É uma verdadeira aula prática sobre profissionalismo”, entusiasma-se.
Entre as suas inspirações, está o americano Denzel Washington, a quem ele admira pela intensidade com que se entrega a cada papel. Além disso, faz questão de citar os brasileiros Lázaro Ramos e Wagner Moura, que construiu uma trajetória consolidada internacionalmente. “Ambos são artistas extremamente completos. O estilo deles, a entrega e a versatilidade são grandes referências para mim”, declara.
Desbravar o mundo, sem esquecer do Brasil
Ao mesmo tempo em que trabalha para romper fronteiras, Rocha se mantém fiel às suas raízes. No auge do cinema brasileiro — o bom momento é impulsionado pelo Oscar de Melhor Filme Internacional para Ainda Estou Aqui e a repercussão positiva de O Agente Secreto em festivais mundo afora — Rocha não esconde o desejo de atuar pela primeira vez em uma produção nacional.
Enquanto a oportunidade não chega, ele se mantém em movimento. Disposto a aprimorar suas habilidades, é cliente do renomado coach de atores Christopher Sommers, que já contracenou com o veterano Russell Crowe. Paralelamente, pratica o estudo de voz e dicção em inglês, que o ajuda a pronunciar as palavras com mais clareza e contribui para a valorização de seu trabalho no mercado australiano.
Em uma de suas recentes visitas anuais ao Brasil, aproveitou para frequentar um curso de teatro. Ao revisitar sua trajetória, Rocha se lembra com carinho de sua participação em Beach Commander, um filme independente no qual, pela primeira vez até então, ele teve falas.
“Precisei improvisar alguns trechos do diálogo porque o texto original não fazia muito sentido para o ator principal — e o diretor gostou bastante da minha naturalidade. Depois recebi um e-mail dele me convidando para as próximas filmagens: há planos para criar um personagem fixo para mim, já que estão desenvolvendo um seriado com perfil semelhante para a Netflix”, antecipa Rocha, que percebeu sua vocação para a arte enquanto assistia a Sessão da Tarde: sua diversão era imitar gestos e trejeitos das personagens dos longas exibidos na televisão.
Ator completo, que também empreende
Disciplinado, Rocha reconhece que um bom ator precisa dominar corpo e voz — para ele, estas são as duas ferramentas mais poderosas de interpretação. Alinhado ao seu objetivo de se tornar um ator completo, também decidiu frequentar um curso de formação de dublês, profissionais essenciais nas cenas de ação e adrenalina.
“É um treinamento puxado, que requer esforço corporal. Aprendemos a cair, rolar, simular lutas, manipular armas e até direção defensiva. A primeira parte é toda feita em ambiente indoor, e depois avançamos para atividades externas. É intenso, e sim, já saí com alguns hematomas (risos). Saí todo quebrado, mas faz parte do processo. O maior desafio é vencer o medo — especialmente de altura e colisões”, confessa Rocha, que também pretende retomar as aulas de jiu-jitsu para manter a boa forma.
Paralelamente à carreira artística, ele atua como empreendedor há mais de 14 anos. Atualmente, está com a atenção voltada para projetos de tecnologia e marketing com inteligência artificial, ao mesmo tempo que desenvolve startups no setor de mobilidade e viagens. Para o próximo ano, planeja lançar o livro Breaking the Illusion, além de ministrar um curso em que detalha momentos da sua jornada empreendedora.
“Mesmo quando a vida me levou para o empreendedorismo, minha vocação artística nunca deixou de existir. Estou vivendo uma fase de muita criação e renovação, e quero usar tudo o que aprendi para inspirar, impactar e transformar histórias — tanto no cinema quanto na vida real”, finaliza.
Gerson Rocha nas redes:
https://www.instagram.com/