A Orquestra Sinfônica Brasileira leva espetáculo da Série Mundo ao palco da Sala Cecília Meireles nos dias 29 e 30 de novembro, desta vez com uma homenagem à Argentina. O maestro Claudio Cruz rege os concertos, que contam com a spalla da OSB Gabriela Queiroz como solista. No repertório, obras dos argentinos Alberto Williams e Astor Piazzolla.
Formado em Paris e discípulo de César Franck, o portenho Alberto Williams (1862–1952), não só trouxe para seu país de origem o rigor da escola europeia, mas soube integrá-lo de modo singular às raízes musicais do pampa. A Primeira Suíte Argentina, que abre este programa, foi escrita em sua maturidade estilística e é exemplo perfeito desse consórcio: nela, danças e cantos regionais ganham roupagem orquestral e harmonias cheias de frescor, mas sem perder seus traços fundantes.
O segundo compositor do programa, Astor Piazzolla, nasceu em Mar del Plata, mas passou grande parte de sua infância e adolescência em Nova York, para onde se mudou com sua família em 1925. Lá, ganhou do pai um bandoneon, presente que mudaria significativamente o seu destino: ao retornar ao seu país em 1937, já era um bandoneonista respeitado e passou a atuar em diversos grupos. Em 1954, ganha uma bolsa de estudos em Paris com Nadia Boulanger, que o encorajou a abraçar o tango como forma de expressão, o que ele fez de forma significativa ao longo de toda sua carreira, como se percebe nas duas obras que integram estes concertos.
As Quatro Estações Portenhas foram escritas de forma avulsa ao longo da década de 1960. Nelas, a riqueza das paisagens musicais em cada movimento não apenas traduz a mudança de estações na Argentina, mas também revela o manejo múltiplo e precioso com que Piazzolla abordava o gênero tango. Originalmente concebida para a formação de bandoneón e conjunto de câmara, a obra será ouvida nestes espetáculos em versão para violino e orquestra de cordas, que projeta o solista e, ao mesmo tempo, estabelece diálogos mais incisivos com a música de Vivaldi. Também da década de 1960 é o Tangazo, que encerra o programa. Nessa obra orquestral, a faceta sinfônica do compositor se torna mais evidente, colocando em destaque seu talento enquanto orquestrador.
PROGRAMA:
ALBERTO WILLIAMS – Primeira Suíte Argentina
I. Hueya
II. Milonga (Santos Vega bajo un sauce llorón)
III. Vidalita
IV. Gato
ASTOR PIAZZOLLA – 4 Estações Portenhas (Versão de Cordas)
I. Primavera Portenha
II. Verão Portenho
III. Outono Portenho
IV. Inverno Portenho
ASTOR PIAZZOLLA – Tangazo
SERVIÇO:
Série Mundo Argentina
Dia 29 de novembro (sábado), às 17h
Dia 30 de novembro (domingo), às 11h
Local: Sala Cecília Meireles (Rua da Lapa, 47 – Centro – Rio de Janeiro)
Ingressos:
29/11: R$40,00 (inteira) / R$20,00 (meia)
30/11: R$20,00 (inteira) / R$10,00 (meia)
ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:
Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 85 anos de trajetória ininterrupta, a OSB é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.
Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos e apresentações especiais, além de um amplo projeto de educação musical e democratização de acesso à cultura.
Para viabilizar suas atividades, a Fundação OSB conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o Instituto Cultural Vale, Shell, Itaú, NTS – Nova Transportadora do Sudeste, Bermudes Advogados, Brookfield e CYMI como patrocinadores, Bradesco e Safra como patrocinadores de série, além de um conjunto de apoiadores culturais e institucionais, como a Brookfield Properties com a exposição fotográfica itinerante gratuita “Orquestra Sinfônica Brasileira: é a música que nos rege”, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
