Poesia, slam, samba, teatro e arte circense foram algumas das manifestações artísticas do Sarau Literário da rede pública estadual do Rio de Janeiro. Mais de mil pessoas acompanharam as apresentações de estudantes que, de forma crítica, levaram ao palco suas leituras e interpretações dos livros trabalhados ao longo do ano letivo, em um palco montado em frente ao mar, no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, um dos principais cartões-postais do país.
Essa foi a última de 13 edições realizadas em todo o estado do Rio de Janeiro, que reuniram mais de 5 mil participantes. A iniciativa integra o Programa Educação do Amanhã, da Seeduc-RJ, voltado à recomposição das aprendizagens. Além de estudantes e professores das regionais Metropolitana III e IV, a iniciativa envolveu também turmas de outras regionais que se destacaram em outros saraus.
Entre os estudantes que se apresentaram esteve Mateus Barreto Ramires, do Colégio Estadual Pedro Álvares Cabral, em Copacabana. Ele interpretou a canção “Ser diferente é normal”, do Lenine, escolhida para representar o livro “Com quantas asas se faz um cachorro?”, abordando o tema da diversidade. “Todo mundo pode ser da forma que quiser. Ser diferente é algo bom, porque permite que cada pessoa se mostre como é e sinta que está no lugar certo”, afirmou.
Já o estudante João Miguel da Silva, veio de Nova Friburgo para apresentar a história do primeiro palhaço negro do Brasil, Benjamin de Oliveira. “A peça representa a história de um homem negro que foi escravizado, sofreu, mas venceu na vida. Minha professora de arte que trouxe a ideia e acredito que precisamos contar isso às pessoas. É uma honra enorme ter sido escolhido para me apresentar aqui e representar a minha cidade”, disse.
Balanço
“Ao longo deste ano estivemos em diversos municípios do estado, levando cultura e arte para as praças. Encerrar o circuito aqui, na praia de Ipanema, é fechar com chave de ouro — muitos dos jovens presentes nunca tiveram a oportunidade de conhecer esse ponto turístico mundial. Esta edição já nasce com gosto de saudade, na expectativa de que 2026 chegue logo para seguirmos espalhando conhecimento, literatura e leitura e promovendo o crescimento dos estudantes da educação pública do Rio de Janeiro”, destacou a subsecretária de Gestão de Ensino da Seeduc-RJ, Joilza Rangel Abreu.
O Sarau Literário foi realizado em todas as Diretorias Regionais da Seeduc-RJ, com eventos em Niterói (Baixadas Litorâneas), Volta Redonda (Sul Fluminense), Natividade (Noroeste Fluminense), Campos dos Goytacazes (Norte Fluminense), Vassouras (Centro-Sul), Nova Friburgo (Serrana II), Duque de Caxias (Metropolitana V), Petrópolis (Serrana I), São Gonçalo (Metropolitana II), Nova Iguaçu (Metropolitana I), Bangu (Metropolitana IV) e Mesquita (Metropolitana VII).
De acordo com a superintendente pedagógica da Seeduc-RJ, Flavia Costa, a iniciativa já se consolidou como um importante incentivo à leitura e à escrita na rede estadual, impulsionando novos projetos. “Além do sarau, lançamos um projeto de escrita porque já podemos afirmar que nossos estudantes estão lendo. A rede foi muito enriquecida ao trazer os alunos para vivenciarem a leitura de outras formas e aprendemos que eles podem experimentar a literatura de maneiras que nos surpreendem e fortalecem seu processo de aprendizagem”, comemora.
Coleção
Neste ano letivo, os estudantes do Ensino Médio receberam a coleção Literatura a Vapor, do Grupo Eureka, composta por cinco obras que contribuem diretamente para o desenvolvimento das competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). “O Sarau Literário é o fio condutor de todo o trabalho realizado ao longo do ano. É o momento em que os alunos mostram o que aprenderam e exercem o protagonismo do próprio processo de aprendizagem”, explica a diretora regional da Metropolitana IV, Ericka Cunha.
O professor Marco Saliba, do Grupo Eureka, também enalteceu o protagonismo dos estudantes. “O sarau de hoje elevou à última potência a força da escola pública. Estivemos na Praça Garota de Ipanema, um ponto de trânsito mundial, onde o mundo inteiro pôde ver nossos alunos apresentarem suas releituras das obras do projeto Educação do Amanhã. Depois de uma jornada por 13 cidades, encerramos essa festa literária diante do mar. Tenho certeza de que o trabalho de toda comunidade escolar foi reconhecido e celebrado em todo o Estado do Rio de Janeiro — e além dele”, enfatizou.
