Foto; Weverson Costa

Trupe desembarca em Niterói com montagem não realista de Hamlet

Espetáculo “Ser ou não Ser Hamlet”, da trupe Os Trágicos da Cidade, fica em cartaz no Theatro Municipal de Niterói de 31 de março a 2 de abril

por Redação

“Tudo é possível através da imaginação”. É com este espírito que a trupe Os Trágicos da Cidade chega ao Theatro Municipal de Niterói, com seu espetáculo de estreia, “Ser ou Não Ser Hamlet”, que fica em cartaz de 31 de março a 2 de abril. Misturando música, teatro e muita brincadeira, o grupo reconta uma das tragédias mais famosas da história da humanidade: Hamlet, de William Shakespeare.

A encenação parte dos princípios da linguagem não realista, tendo em Shakespeare o grande condutor do processo, em que tudo é possível através da imaginação. “A criatividade é inerente ao brincante, e foi o bardo que principiou a brincadeira, escrevendo sobre lugares que jamais conheceu. O teatro shakespeareano propicia a metáfora e provoca nos atores e no público o exercício de romper as fronteiras entre realidade e fantasia”, conta a diretora da trupe e do espetáculo, Flávia Lopes.

Em “Ser ou Não Ser Hamlet”, 18 atores trazem à cena o espelhamento proposto por Shakespeare, por meio do jogo e da brincadeira, dividindo o mesmo personagem e utilizando muitas vozes para compor um único quadro. O público verá coros de composições simultâneas de Hamlets, Ofélias, Gertrudes e Cláudios, provocados pelo não realismo shakespeareano, que muitas vezes pode remeter à realidade e provocar a identificação nas pessoas com muita força.

“A relevância de Shakespeare está na sua paixão pela humanidade. Talvez, por isso, seja conhecido como aquele que atravessa séculos, classes, gêneros, credos e culturas. Através de seus personagens, bons, maus, alegres, tristes, invejosos, loucos, cegos, ciumentos, cruéis, amáveis ou sofridos, podemos ver refletida a condição humana, que é impassível de ser uma coisa só”, reflete Flávia.

Sinopse

“Ser ou Não Ser Hamlet” é um espetáculo em que a tragédia hamletiana é contada e cantada por uma trupe de atores sonhadores. A inspiração em Shakespeare, grande mestre, ator, poeta, dramaturgo, diretor, produtor e artista, levou a trupe a priorizar o teatro da alteridade, onde tudo vem do outro. Por isso, a investigação cênica mergulha no terreno fértil da palhaçaria, do teatro de feira, da commedia dell’arte, dos trovadores, da música e do brincante.

Baseado na tragédia Hamlet, uma das mais celebradas do bardo inglês, o espetáculo conta a história de um príncipe que, atormentado pelo fantasma de seu pai, arquiteta um plano para a sua vingança. No enredo, há a presença de diversas questões, como a loucura, o amor, a filosofia, relação de poder, além de uma grande reflexão sobre a questão humana.

Em um jogo aberto entre os atores e o público, “Os Trágicos da Cidade” se divertem entre “ser ou não ser”, e à vista de todos, se desdobram entre personagens, narradores, servidores de cena e músicos.

Sobre a trupe “Os Trágicos da Cidade”

“São os trágicos da cidade. Aqueles com que o senhor se divertia tanto”. É desta citação, contida em Hamlet, que tem origem o nome da trupe “Os Trágicos da Cidade”, do Rio de Janeiro. O grupo nasceu em maio de 2022, depois que 18 artistas-brincantes se reuniram para aprofundar uma pesquisa iniciada nos cursos de licenciatura e bacharelado em teatro da Faculdade Cesgranrio.

Em dezembro de 2021, a trupe apresentou o espetáculo “Ser ou Não Ser Hamlet”, como um exercício cênico da disciplina Atuação em Drama Não Realista. O processo em sala foi tão enriquecedor que, juntos da professora e diretora Flávia Lopes, decidiram se aprofundar no universo de Shakespeare e do não realismo.

Desde então, o que começou como uma atividade acadêmica, acabou se transformando em um lindo espetáculo. Em uma Dinamarca imaginária, o grupo busca romper fronteiras e dialogar com a cultura brasileira, através de nossas memórias da musicalidade, da festa e do teatro de rua.

Em pouco mais de um ano de constituição, o grupo já acumula algumas conquistas importantes. Uma delas foi a participação na homenagem ao Dia do Ator, organizada pelo Santuário do Cristo Redentor em 21 de agosto de 2022. Dessa forma, a trupe tornou-se, assim, o primeiro grupo de teatro a fazer uma apresentação em um dos pontos turísticos mais famosos do Brasil e do mundo.

Dois meses depois, em outubro, outra conquista celebrada foi o convite para participar do Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória, realizado pela Rá-tim-bum Produções. A apresentação lotou o Palácio da Cultura Sônia Cabral, no centro da capital do Espírito Santo, registrando o maior público da 18ª edição do evento.

A temporada em Niterói é de grande importância para o grupo, já que um dos principais desafios dos coletivos de teatro com trabalho continuado é garantir a manutenção das suas investigações. No município, o grupo vai seguir sua política de democratização do acesso ao teatro, firmando parceria com escolas municipais e projetos sociais para garantir gratuidade em ingressos.

“Entendo a arte como intrínseca à educação. Nesse caminho, o trabalho da trupe tem como terreno fértil o universo fantástico e poético, do jogo do faz de conta e da imaginação. Seguindo os passos do Mestre Shakespeare, criamos Ser ou Não Ser Hamlet, um espetáculo popular, que fala a todos”, finaliza Flávia Lopes.

Serviço:

Espetáculo “Ser ou Não Ser Hamlet”

Quando: 31 de março a 2 de abril (sexta a domingo)

Onde: Theatro Municipal de Niterói, na rua 15 de novembro, nro 35, Centro (Niterói/RJ)

Horários: 31/3 (sexta), às 20h; 1/4 (sábado), às 19h; 2/4 (domingo), às 18h

Ingressos: R$ 20 (meia entrada) | R$ 40 (inteira), à venda pela Sympla, no link https://bileto.sympla.com.br/event/80841 | R$ 15 (lote promocional disponível na Sympla até 26/03)

Classificação: 14 anos

FICHA TÉCNICA

Adaptação e Direção: Flávia Lopes

Preparação Vocal: Adriana Micarelli

Preparação Musical: Agnes Moço

Elenco: Aline Marosa, Ísis Botelho, Larissa Benassi, Lays Mattos, Luma Cardoso, Milena Paiva, Miriã Brasil, Monica Ferreira, Paula Lucena, Alê Becker, André Caldas, Daniel Duarte, Danni Marinho, Gustavo Guimarães, Jaderson Fialho Ferreira, Rodrygo Herrmann, Tadeu Fernandes e Thiago  Emanuel.

Produção: Trupe Os Trágicos da Cidade

Assistente de produção: Daniele Saboia

Figurinos: Aline Marosa

Adereços: Fernanda Klayn

Assistente de Maquiagem: Daniel Duarte

Assistente de Direção: Milena Paiva

Assistente Técnico: Gustavo Guimarães

Iluminação: Thaisa Santoth

Apoio: Teatro Gonzaguinha, Secretaria Municipal de Cultura do Rio, Fundação Cesgranrio e Lá Pa Gráfica Rápida

Realização: Secretaria Municipal de Cultura de Niterói, Fundação de Arte de Niterói, Theatro Municipal de Niterói e Trupe Teatral Os Trágicos da Cidade

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