Junho laranja é a campanha realizada com o objetivo de alertar a população sobre a importância do diagnóstico de anemia e leucemia. A anemia é causada pela falha na produção dos glóbulos vermelhos, por uma maior taxa de destruição deles ou por perda sanguínea. De acordo com dados de exames laboratoriais da Pesquisa Nacional de Saúde, a prevalência de anemia entre adultos e idosos brasileiros foi de 9,9%. Um grupo fortemente atingido pela doença são os idosos. Segundo o LILACS (Literatura Latino-Americana em ciências da saúde), cerca de 10% dos indivíduos com mais de 65 anos desenvolvem a doença e, em indivíduos com mais de 80 anos, esse índice ultrapassa de 30%.
A geriatra e pós graduada em medicina preventiva, Márcia Umbelino explica as principais causas da anemia no idoso: “Carências nutricionais, doenças crônicas, maior dificuldade de absorção de vitaminas, má alimentação, baixa absorção de ferro, uso de medicação, e infecção por enteroparasitos”. A médica ressalta que a doença costuma ser negligenciada, pois os sintomas costumam ser associados ao natural processo de envelhecimento do corpo.
“A doença pode causar fraqueza, cansaço, esquecimento, dificuldade na respiração, tontura, palpitação, cefaléia, palidez de pele e mucosas, enfraquecimento dos cabelos e unhas. As pessoas acham que são sinais normais que surgem com o avanço da idade. Mas precisamos entender que não é normal, e o idoso não deve se acostumar a sentir-se mal”, destaca Márcia Umbelino.
Existem vários tipos de anemia, a geriatra aponta as que têm maior incidência em idosos. As mais comuns são a anemia provocada pela deficiência de ferro; e a causada por doenças (crônicas, infecciosas, autoimunes ou câncer). A especialista alerta, ainda, que alguns casos podem ser assintomáticos, por isso, o acompanhamento com o médico e a realização de exames, como o hemograma, são importantes para um diagnóstico preciso. E, quando a anemia não é diagnosticada pela falta de nutrientes, é preciso realizar exames de colonoscopia e endoscopia.
A especialista cita outros grupos mais passíveis de desenvolver: “Pacientes com bariátrica, veganos e vegetarianos, também são mais suscetíveis à doença. Após a cirurgia de redução, o organismo tem maior dificuldade de absorver vitaminas. E os pacientes que deixam de comer carne, muitas vezes, não repõem os nutrientes da forma correta”.
A médica pontua que algumas anemias são mais simples de tratar que outras e que nem sempre o paciente precisa de transfusões de sangue. “A reposição de ferro, ácido fólico e vitamina B12, são opções de tratamento. Além disso, a soroterapia também oferece a desinflamação e reposição de vitaminas de forma mais rápida e eficaz”, acrescenta Márcia, ressaltando que muitas vezes ajustes na alimentação podem ser suficientes para curar a doença, melhorar a qualidade de vida do paciente e evitar maiores complicações.