“Disney Princesa, o espetáculo” chega a São Paulo

Montagem inédita tem elenco brasileiro, com direção de Diego Morais, roteiro de Pedro Henrique Lopes e produção da Aventurinha, vertente da Aventura destinada a projetos infantis

por Walter Leiras
Disney Princesa, o espetáculo

‘Disney Princesa, o espetáculo’ é uma produção inédita que pretende trazer toda a magia dos contos de fada da Disney para os palcos brasileiros. Ao longo de mais de 20 números musicais, a montagem vai relembrar sucessos cinematográficos (‘Frozen’, ‘Moana’, ‘Rapunzel’, ‘A Pequena Sereia’, ‘Mulan’) em uma experiência que promete mexer com a memória afetiva da plateia. O espetáculo chega a São Paulo no dia 7 de fevereiro, no Teatro Bradesco, sob a apresentação do Ministério da Cultura e Bradesco Seguros, com o patrocínio da Riachuelo e B3 e apoio do Beyond The Club.

Com roteiro adaptado por Pedro Henrique Lopes, direção de Diego Morais e direção musical de Laura Visconti, o show conta com a participação de três cantoras, uma maestrina e um cantor, que interpretam, ao vivo, um roteiro repleto de canções icônicas, parte de trilhas sonoras que marcaram diversas gerações.

Durante o concerto, as imagens dos filmes serão projetadas em um telão e complementadas por efeitos especiais e diversos recursos de iluminação. O espetáculo celebra ainda doze princesas da Disney, incluindo também Frozen, e tem como principal destaque a força feminina.

A memória afetiva das canções foi fundamental também para o trabalho da equipe criativa do espetáculo: ‘Minha mãe costumava me acordar cantando a música da Cinderela e para sempre essa música vai ser uma das mais especiais para mim. Quando ouvimos uma música que faz parte da nossa identidade, acionamos memórias e as emoções associadas a elas. Esse é um dos poderes que a música tem. Quando falamos em Disney, essas memórias vêm carregadas das mais lindas emoções e dos mais nobres sentimentos. Isso é mágico. Fazer a direção musical e estar no palco em um projeto como esse é viver em um mundo de sonhos’, celebra a diretora musical Laura Visconti, em um sentimento compartilhado com a figurinista Helô Rocha: ‘Foi um sonho realizado assinar esse figurino e poder dar vida as princesas da minha imaginação’, vibra Helô.

Após o sucesso de “Pixar in Concert”, em 2022, e a estreia de ‘Disney Princesa’ em 2023, a Aventurinha (a vertente da Aventura dedicada a projetos infantis) continua a oferecer experiências inesquecíveis ao público brasileiro. A Aventura é a empresa responsável por espetáculos musicais de trajetória marcante nos últimos anos, como ‘Elis, A Musical’, ‘A Noviça Rebelde’, ‘Mamma Mia!’, ‘O Jovem Frankenstein’, além de fazer a gestão do Teatro Riachuelo Rio, Teatro Adolpho Bloch (RJ), Arena B3 (SP) e Ecovilla Ri Happy (RJ).

SERVIÇO DISNEY PRINCESA, O ESPETÁCULO

De 7 a 16 de fevereiro no Teatro Bradesco SP

Sextas, às 19h. Sábados e domingos, às 15h e 19h.

Ingressos e vendas em https://uhuu.com/evento/sp/sao-paulo/disney-princesa-o-espetaculo-13853

Ficha técnica:

  • Elenco: Jullie, Pâmela Rossini, Suzana Santana, Jéssica Ferreira e Thales Cesar
  • Roteiro adaptado: Pedro Henrique Lopes
  • Direção: Diego Morais
  • Diretora musical / Maestra Madrinha / Pianista: Laura Visconti
  • Coreógrafa / Assistente de direção / Diretora Residente: Natacha Travassos
  • Figurino: Helô Rocha
  • Visagismo: Luísa Galvão
  • Desenho de Som: Gabriel D’angelo
  • Desenho de Luz: Felício Mafra
  • Direção de Produção: Bianca Caruso
  • Direção Artística e Produção Geral: Aniela Jordan
  • Direção de Negócios e Marketing: Luiz Calainho

Inédito, Miró: Estudo N°2 estreia no SESC Copacabana em curtíssima temporada

Criação do grupo de teatro Magiluth, de Recife, montagem reflete a vida e a obra do poeta nordestino Miró da Muribeca, apresentando o estudo da construção de um personagem utilizando o poeta como a figura central.

Foto Jorge Farias - Miro EN2

Foto Jorge Farias – Miro EN2

Levar o nome de Miró da Muribeca, homem negro periférico e um dos mais importantes poetas pernambucanos da contemporaneidade, com uma escrita dedicada à temática da periferia de Recife e ao cotidiano da população subalternizada, para além do Nordeste, era um grande desejo do grupo Magiluth. A partir do dia 06 de fevereiro o público carioca terá a oportunidade de mergulhar no universo do poeta no Sesc Copacabana – Mezanino, com a estreia do espetáculo “Miró: Estudo N°2”, que segue numa curtíssima temporada até o dia 16 de fevereiro, de quinta-feira a domingo, sempre às 20h30.

Com direção e dramaturgia assinadas pelo grupo Magiluth – formado pelos atores Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira e Giordano Castro – “Miró: Estudo N°2” faz parte do segundo trabalho de uma trilogia onde se estuda os poetas de Recife. Em 2022, o grupo estreou o “Estudo n°1: Morte e vida” um trabalho com base na obra do escritor e poeta João Cabral de Melo Neto que explicitava os caminhos possíveis para a construção de um espetáculo teatral a partir do texto “Morte e vida Severina”.

Ainda envolvido com essa pesquisa, o coletivo resolve dar continuidade a essa investigação com o trabalho que chega à cidade, onde o jogo proposto é a indagação sobre como fazer um personagem, onde a experiência usa o processo de criação para resgatar a obra do poeta. “Em ‘Miró – Estudo N°2’ a gente aborda como se faz para construir um personagem, utilizando o Miró como figura central. Quais as permissões temos para isso? Vamos mesclando toda essa discussão com a poesia dele e com o fazer teatral”, explica Bruno Parmera.

Embora o universo desta obra tenha começado sua idealização em 2015, apenas com a instalação do grupo no edifício Texas, um espaço que funcionou praticamente como um centro cultural no coração do bairro da Boa Vista, no centro do Recife, proporcionou ao Magiluth um intenso fluxo de intercâmbio com vários artistas, de diversas linguagens, favorecendo sua realização. Dentre esses encontros, aconteceu a aproximação com o poeta Miró da Muribeca.

E dos encontros frequentes com aquele homem em estado de ebulição poética é que começou a nascer a vontade de se aproximar ainda mais da sua obra e da sua biografia. “Miró é uma poesia muito forte, de rua, uma figura ímpar, tenho certeza que o público vai se identificar. Em nossas últimas peças temos flertado muito com o audiovisual, mesclando teatro e cinema, fazendo muito uso da tecnologia. Manipulamos tudo em cena, a luz, o vídeo, a câmera, o microfone, isso virou uma linguagem do grupo” conclui Giordano Castro.

SINOPSE:

Personagem é qualquer ser atuante de uma história ou obra. Normalmente é uma pessoa, mas pode ser um animal, um ser fictício ou um objeto. Uma locação, como o Castelo da Disney, pode ser um personagem também. Personagens podem ter nomes ou não, reais ou fictícios, tudo pode ser um personagem. Isso é o que diz o Wikipedia, mas o que dirá o Estudo N°2? Que comece o jogo!

SOBRE O GRUPO MAGILUTH

Fundado em 2004 na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), o Grupo Magiluth desenvolve um trabalho continuado de pesquisa e experimentação, tendo sido apontado pela crítica e pela imprensa como um dos mais relevantes grupos teatrais do país. Com nova sede no coração da capital pernambucana, realiza colaborativamente diversas ações nos eixos de pesquisa, criação e formação artística, em constante diálogo com o território em que está inserido. Possui em seu histórico 11 espetáculos, fundamentados em princípios da criação teatral independente, de realização contínua e com intenso aprofundamento na busca pela qualidade estética.

SERVIÇO:

“MIRÓ: ESTUDO N°2”

  • Temporada: 06 a 16 de fevereiro de 2025
  • Horário: Quinta-feira a domingo, 20h30
  • Ingressos: R$ 8 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira)
  • Local: Sesc Copacabana – Mezanino
  • EndereçoRua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana
  • Bilheteria – Horário de funcionamento: Terça a sexta-feira – de 9h às 20h; Sábados, domingos e feriados – das 14h às 20h
  • Tel.: (21) 3180-5226
  • Duração: 75 minutos
  • Classificação Indicativa: 16 anos
  • Instagram: @magiluth

FICHA TÉCNICA:

  • Direção: Grupo Magiluth
  • Dramaturgia: Grupo Magiluth
  • Atores: Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira e Giordano Castro
  • Stand in: Mário Sergio Cabral e Lucas Torres
  • Fotografia: Ashlley Melo  
  • Design Gráfico: Bruno Parmera
  • Design de Luz: Wagner Antônio
  • Assistência Luz: Dimi Luppi
  • Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Comunicação
  • Colaboração: Anna Carolina Nogueira, Giovana Soar, Grace Passô, Kenia Dias, Luiz Fernando Marques, Miguel Mendes
  • Realização: Grupo Magiluth

Na trilogia Grito de Mulher, a atriz e diretora Ester Laccava agora temas recorrentes em suas criações

A mostra reúne os solos Curtume, a Ávore seca e Ossada

Ester Laccava em Curtume - Foto de João Caldas

Ester Laccava em Curtume – Foto de João Caldas

Trilogia formada pelas peças Curtume – Dias Secos Inundados de Acácia,A Árvore Seca e OssadaGRITO DE MULHER é uma mostra de solos da atriz e diretora ESTER LACCAVA.  Em comum as obras abordam temas recorrentes no trabalho da artista, assuntos ligados à luta da mulher – abuso, misoginia, preconceito, machismo, assédio, incesto e pedofilia, entre outras questões. Com duração de três meses e circulação por São Paulo, o projeto – realizado com apoio da Lei Rouanet – Governo Federal – abre com Curtume – Dias Secos Inundados de Acácia, em temporada de 14 de fevereiro a 9 de março, sexta a sábado, às 21h, e domingos, às 19h, no Teatro Cacilda Becker.

Cada espetáculo fará temporada de um mês, com doze apresentações de sexta adomingo na cidade de São Paulo, totalizando trinta e seis sessões. Cada uma das peças apresentará um ensaio aberto, uma sessão com tradução em Libras e um debate com a presença dos criadores e da plateia para discutir os temas da peça em questão.  As temporadas serão realizadas em teatros com acessibilidade e fácil acesso.

“Na minha área, ainda sofro de misoginia, machismo, minha independência e tantas questões sobre ser mulher, ainda bem que estou formada porque assim fico firme. GRITO DE MULHER é um grito meu. Vou existir no que escolhi. Vou berrar para a sociedade que tenho coisas importantes para falar, questões que nos afogam como mulher. O meu trabalho é integrar a formação pessoal com a profissional e a maturidade”, completa Ester.

OUTRAS PALAVRAS DA DIRETORA

Mais do que nunca, nesses últimos dois anos, fui submetida a um questionamento profundo sobre fazer arte/ teatro nesse momento de urgências complexas que acometem a humanidade e o planeta. Questões de guerra, da fome, da extinção, do racismo estrutural, das questões identitárias. Qual a relevância do meu trabalho agora? Para quê? O que tenho de tão importante para mostrar? Ao receber desse jovem autor o texto “Curtume – Dias inundados de acácia”, avistei um destino grandioso. O texto épico do Denizart é uma identificação imediata, poética e trágica da vida desigual que vivemos no nosso país. Salta nas nossas entranhas, projeta com rigor o abismo dos excluídos, que quando testados, mostram-se heróis com musculatura e conhecedores dessa causa vergonhosa: a sobrevivência.

Ao sonhar com esse projeto, esse texto na minha imaginação artística, escuto o eco dos deuses preenchendo um espaço cênico capaz de encantar esse marco histórico, uma humanidade que necessita urgentemente de mudança. Como as grandes obras, Curtume traz a universalidade que carrega e inunda nossa existência poética versus uma realidade injusta. Como criadora, atriz e diretora me vejo capaz, envolvida, raptada para realizar essa montagem e contar a história dessa mulher que trabalhou no curtume para criar seus filhos.

As Hécubas encarnadas num Brasil difícil, lutando para salvar suas crias, honrando a vida, até quando ela se mostra terrível. O teatro nessa altura da minha vida, ele não me cura, eu me cuido, fico atenta, de prontidão, venho curada, inteira, para servi-lo. Me curo no dia a dia, vivendo intensamente para me comunicar com os outros, e assim, no palco, ter todas as referências, experiências capazes de DESCONCERTAR artisticamente os lugares mais rígidos da nossa sociedade. Eu entendo agora que minha entrega de mais de 40 anos servindo no palco, é para COMUNICAR. “Hei, você sentado aí, já pensou desse outro jeito? Hei você aí sentado, quer ir um pouco mais longe, mais fundo? Quer repensar esse tema?” Para realizar essa tarefa, conto com vocês e uma equipe de profissionais muito leais ao risco que corremos de quando se entrega TUDO para o teatro. ESTER LACCAVA

FICHA TÉCNICA

Autor: Denizart Fazio. Direção e Atuação: Ester Laccava. Direção de Produção: Emerson Mostacco. Ambientes Imersivos de luz e imagens: Mirella Brandi. Cenário: Ester Laccava. Cenotécnico: Marcelo Andrade. Marcenaria: Renato Caldas. Figurinos: Emerson Mostacco. Costureira: Judite Lima. Adereço de cabeça: Marcela Donato. Trilha Sonora: Ester Laccava com músicas originais de Mueptemo. Artista Plástica: Carla Venusa. Assistente de Direção: Giulia Lacava. Assistente de Luz: Sibila. Operador de Luz: Pablo Perosa. Assistentes de produção: Marcela Donato. Operadores de som: Giulia Lacava. Estúdio Off: Frederico Pacheco – Estúdio O&O. Projeção: Matheus Lacava. Tradutor em Libras: Ricieri Palha. Assessoria de Imprensa: Arteplural Comunicação. Gestão de Performance e Redes Sociais: Lead Performance. Fotos: João Caldas Fº. Identidade visual: Giulia Lacava. Produção: Lacava Produções Artísticas / Mostacco Produções. Um projeto da Cia. Indomável.

SERVIÇO

CURTUME- Dias secos inundados de acácia

  • Temporada: de 14 de fevereiro a 09 de março de 2025.
  • Sexta a sábado, às 21h e domingos às 19h. Gratuito.
  • Teatro Cacilda Becker. Rua Tito, 295 – Lapa, São Paulo – SP. Não tem estacionamento.
  • Capacidade: 198 lugares. Duração:60 min. Ingressos: Entrada gratuita.Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 14 anos.
  • Sessão com acessibilidade em Libras: dia 23 de fevereiro.

Mimulus Cia de Dança apresenta “Pretérito Imperfeito” no Grande Teatro do Palácio das Artes 

A Mimulus celebra os 10 anos da montagem com uma única apresentação no próximo dia 14 de fevereiro, integrando a programação da 50ª Campanha de Popularização do Teatro e da Dança.

Pretérito Imperfeito

Pretérito Imperfeito

“Pretérito Imperfeito” faz alusão ao tempo verbal enfatizando a ideia de que as lembranças do passado se reverberam no presente. A Mimulus utiliza-se do espetáculo para apresentar uma série de memórias e lembranças que fazem parte da história da companhia, ressaltando os marcos de sua trajetória.

O público participa e alimenta o espetáculo compartilhando o que jamais irá esquecer: em pequenos pedaços de papel, bilhetinhos vão sendo incorporados à cena, impactando na performance dos artistas.

O espetáculo teve como primeira inspiração a leitura do livro “Pequeno Tratado das Grandes Virtudes”, do filósofo francês Andre Comte-Sponville. Em seguida, caminhou pela mitologia grega, na qual a Dança se apresenta como filha da Memória. Laboratórios de poesia e de música erudita brasileira contribuíram para que o diretor artístico Jomar Mesquita harmonizasse a trilha sonora, a fala, o cenário e a luz às pesquisas corporais desenvolvidas em conjunto pelos bailarinos. A trilha sonora é composta por músicas instrumentais brasileiras, incluindo peças do erudito e do popular. A montagem é vencedora dos prêmios Copasa/Sinparc 2015 de Melhor Cenário e Melhor Figurino.

Pretérito imperfeito é um tempo verbal que indica uma ação que ocorreu no passado, mas que ainda não foi concluída. “Se o que nunca vamos esquecer se faz presente em nós o tempo todo, o passado não chegou perfeitamente ao seu final. Somos feitos pelas memórias, pelos pretéritos não concluídos, pelas lembranças que, como janelas, se abrem, iluminam e modificam a realidade.”, destaca Jomar Mesquita.

E sobre essa urdidura tênue de lembranças e vestígios, o espetáculo se constrói. Presentifica de tal forma as pequenas e grandes memórias, que ele próprio se modifica em cada uma de suas apresentações. Pela presença do corpo de cada um dos bailarinos, pelas lembranças dos espectadores registradas no cenário, faz-se a história da própria Mimulus.

Lembrar-se do que nunca foi esquecido é matéria e consistência do ser humano, que produz em cada geração a repetição e a elaboração das mesmas experiências. Então, a qual desesquecimento amarra-se um laço no dedo?

“Ao revisitar sua trajetória, a Mimulus traz à cena uma de suas principais contribuições à dança contemporânea brasileira: reorganizar as informações da dança de salão em diferentes contextos, com a ajuda das muitas possibilidades e técnicas que a linguagem da dança oferece, incluindo do clássico às habilidades do jogo circense.” – Carlinhos Santos – jornalista cultural e crítico de dança.

Serviço:

Mimulus Cia de Dança apresenta espetáculo “Pretérito Imperfeito”

Espetáculo A Cobradora, da Zózima Trupe traz histórias do ônibus para palcos de São Paulo e do ABC

“Quando você abre a porta do ônibus é igual uma porta de uma igreja, qualquer um entra: o preto, o branco, o pobre, o rico, o ladrão, o estuprador, ou seja, você vê de tudo um pouco.”  Maria das Dores, cobradora

A Cobradora

A Cobradora

Após 18 anos tendo o ônibus e a cidade como mote para suas investidas e pesquisas cênicas, o grupo paulistano Zózima Trupe retoma seu espetáculo “A Cobradora”, para uma circulação com entrada gratuita, de 7 de fevereiro a 23 de março, em São Caetano do Sul, Mauá e São Paulo. A peça traz no palco a atriz Maria Alencar Rosa, sob direção de Anderson Maurício, a partir da dramaturgia de Cláudia Barral. A Zózima Trupe é um coletivo teatral paulistano reconhecido desde 2007 pela pesquisa que faz sobre o ônibus urbano como espaço cênico, um lugar democrático e descentralizado do fazer teatral. Dessa percepção, somada às muitas histórias ouvidas das cobradoras do Terminal Parque Dom Pedro, nasceu o espetáculo, o primeiro da companhia a ser realizado em um palco italiano.

 Em cena, a personagem Maria das Dores, que se renomeia Dolores por não gostar de seu nome. E ela segue sendo Dolores, um nome que traz em si a dor das mulheres que ela representa, encerra em si todas as Marias e outras mulheres que circulam por uma cidade árida, composta por empregos destinados a homens e outros a mulheres. Subverter é a ordem do dia.

A dramaturgia de Claudia Barral traz para o palco todas essas “Marias” das histórias reais, trançadas umas às outras, permeadas pela violência, por mortes, pela sobrevivência diária em busca do sustento, da dignidade, vidas que se emaranham no amor, amizade, luta, tristeza, solidão, revolta, presentes em todas as mulheres. Cada narrativa tinha sua particularidade, mas em cada uma delas algo a ligava a outra mulher, com outra história, com semelhanças na dor, ou nos receios, ou nas expectativas. Únicas, mas ligadas por sentimentos comuns.

A pesquisa em A Cobradora vai além da trabalhadora das catracas, explorando a mulher que cobra direitos, percebe injustiças e exige igualdade, evocando a figura de “Lilith”, símbolo da insubmissão feminina e da luta contra opressões históricas. Paralelamente, surge a “Eva”, carregando a culpa atribuída pela destruição do Paraíso. Contudo, no mundo contemporâneo, é a violência masculina, refletida nas crescentes estatísticas de feminicídio, que destroi o paraíso — as casas, famílias e vidas de mulheres e filhos. Se há paraíso, é o homem quem o arrasa repetidamente.

Acessibilidade

As apresentações contarão com ações que contemplem e engajem a participação de pessoas com deficiência. Serão realizadas cinco apresentações com intérpretes de libras e narrações de audiodescrição ao vivo, além de legendas em todo material audiovisual. Também será realizada divulgação em espaços de acolhimento a pessoas com deficiência, como residências inclusivas e institutos assistenciais, além do mapeamento e divulgação de rotas acessíveis para os teatros a partir de pontos estratégicos e outras ações de acessibilidade e inclusão.

 Sinopse
O espetáculo traz ao palco histórias narradas de muitas mulheres, representando desde figuras arquetípicas do universo feminino (como Eva ou Lilith), a figuras representativas do cotidiano urbano, construídas através de histórias orais de cobradoras de ônibus. A trabalhadora das catracas, que cobra o seu espaço numa sociedade patriarcal. Essa personagem cobra de si e do mundo os múltiplos desejos-sonhos que lhe foram roubados. Em cena, a mulher cobradora – a trabalhadora, mas também a insubmissa, que cobra seu direito pela dignidade, igualdade e justiça. Quais os espaços que a mulher pode ocupar?

 Trajetória da Zózima Trupe

Durante sua trajetória, a Trupe desenvolveu diversos projetos que culminaram na criação e realização dos espetáculos “Cordel do amor sem fim” (2007) – de Cláudia Barral, apresentado mais de 650 vezes em vários estados brasileiros e também encenado no continente europeu, “Valsa Nº 6” (2009) – de Nelson Rodrigues, “O Poeta e o Cavaleiro” (2010) – livre inspiração na obra literária de Pedro Bandeira e contemplado com o Prêmio Myriam Muniz da Fundação Nacional das Artes (FUNARTE), “Dentro é Lugar Longe” (2013) – de Rudinei Borges e “Os Minutos que se vão com o Tempo” (2016), com dramaturgia em processo compartilhado com Cláudia Barral e o primeiro espetáculo encenado em ônibus de linha; “Iracema via Iracema”, em parceria com o Agrupamento Andar7 (2017), “Desterro” (2018) e “A Cobradora” (2019), ambos com dramaturgia de Cláudia Barral. 

A companhia também esteve nos projetos: 1ª Mostra de Teatro no Ônibus (2009) e Plantar no Ferro Frio do Ônibus o Ninho – Residência artística por um teatro do encontro sem fronteiras (2012/2013) – contemplado pela 20ª edição do Programa de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo e “Os Minutos que se vão com o tempo: da imobilidade urbana ao direito à poesia, à cidade e à vida”, contemplado pela 24a Edição da Lei de Fomento. 

A Trupe foi um dos grupos selecionados para representar o Brasil no I Mercado de Indústrias Culturais dos Países do Sul (Micsul), em maio de 2014 e da 15ª Edição – PLATEA Santiago A Mil, em 2015. A Zózima Trupe foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro na categoria Inovação pela pesquisa contínua e ampliação do público para o teatro, em 2019.]

Trajetória do espetáculo “A Cobradora”

Na construção do espetáculo, A Cobradora mostrou, em 2017, um fragmento na “Mostra de Teatro no Ônibus”, no Terminal Parque Dom Pedro ll e na Casa de Cultura São Mateus. Em 2018, no formato palco, como abertura de processo, esteve no Sesc São Caetano do Sul. Ainda em 2018, dentro do projeto Zózima Visita, foi apresentada na rua, na Praça da Liberdade (pelo Sesc Carmo).

Em 2019, o espetáculo estreou no Sesc Vila Mariana com uma temporada de setembro a outubro, retornando aos palcos em março de 2020 no Sesc Jundiaí, pouco antes do início da pandemia e do fechamento dos espaços culturais em São Paulo. Durante o período de isolamento, migrou para o formato online, participando do Em Casa com Sesc e do projeto Cobradoras e Porteiros, o Contágio Começa na Invisibilidade, pelo Prêmio Zé Renato (maio e junho/2021), além de uma exibição no canal da Biblioteca Mário de Andrade (2021). Em 2022, retomou as apresentações presenciais no Sesc Guarulhos e, em 2023, esteve nos Sescs São Caetano e Itaquera. Em 2024, integrou a programação do Itaú Cultural, com sessões no Sesc Campinas e novamente no Sesc Itaquera.

Ficha técnica:
Atriz criadora: Maria Alencar Rosa
Encenação: Anderson Maurício
Dramaturgia: Cláudia Barral
Vídeo mapping: Leonardo Souzza
Preparação corporal e movimento: Natalia Yukie
Preparação Vocal: Marilene Grama
Trilha sonora original: Rodrigo Florentino
Iluminação: Tomate Saraiva, Otávio Rodrigues e Junior Docini
Operadora de luz: Junior Docini
Operadora de som: Pero Manzé
Cenografia: Anderson Maurício e Nathalia Campos
Construtor Cênico: Alício Silva
Figurino: Tatiana Nunes Muniz
Adereços cenográficos: Nathalia Campos
Conteúdo de vídeo: Leonardo Souzza
Orientação de vídeo mapping: Ana Beraldo e Ihon Yadoya
Produção geral: Tatiane Lustoza
Assistente de produção: Iara Nazario, Samyra Keller, Kauã Ferreira e Maytê Costa
Fotografia: Leonardo Souzza
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Marina Franco
 Serviço
A Cobradora
Duração: 65 minutos | Classificação indicativa: 16 anos
Retirada de ingressos: Telefone e Whatsapp 11- 94872-5023

As sessões de 15, 23 e 27/02, 20 e 23/03, terão interpretação em libras para pessoas com deficiência auditiva,  audiodescrição e visita tátil para pessoas com deficiência visual (antes do início de cada sessão, para imersão do público na ambientação do espetáculo – palco e cenografia).


FEVEREIRO

  • 7/2, sexta, às 20h e 8/2, sábado, às 11h
    Fundação das Artes – R. Visc. de Inhaúma, 730 – Oswaldo Cruz, São Caetano do Sul – SP
  • 14/2 e 15/2 – sexta e sábado, às 20h
    Teatro de Mauá – R. Gabriel Marques, 353 – Vila Noemia, Mauá – SP
  • 21 e 22/2 – sexta e sábado, às 20h, 23/2, domingo às 19h
    Teatro Flávio Império – R. Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaíba, São Paulo – SP
  • 26 e 27/2 – quarta e quinta, às 20h
    Teatro Alfredo Mesquita – Av. Santos Dumont, 1770 – Santana, São Paulo – SP


MARÇO

  • 13 e 20/3 – quintas, às 20h30
    SP Escola de Teatro – Praça Franklin Roosevelt, 210 – Bela Vista, São Paulo – SP
  • 22 e 23/3 – sábado, às 20h e domingo, às 19h
    Centro Cultural Santo Amaro – Av. João Dias, 822 – Santo Amaro, São Paulo -SP

 

Você também pode gostar

Mantenha contato

Não perca a oportunidade de estar sempre conectado ao que importa! Mantenha contato com a gente e receba conteúdos exclusivos, dicas imperdíveis e as últimas novidades. Fique ligado e junte-se a nós para não perder nada!

Get in touch

[contact-form-7 id='564' title='Contact']

Copyright @2024 – Todos os direitos reservados!

Compartilhe
Send this to a friend