“Claustrofobia”, com Márcio Vito, reestreia no Teatro Firjan SESI Centro

Monólogo tem direção de Cesar Augusto e texto de Rogério Corrêa - Espetáculo está indicado aos prêmios APTR e Shell

por Redação
Claustrofobia - Foto: Nil Caniné

Depois de uma temporada de sucesso no início de 2024, o monólogo “Claustrofobia” volta ao circuito carioca, agora no Teatro FIRJAN Sesi Centro, entre 24 de março e 29 de abril. Um ascensorista, uma executiva ambiciosa e um porteiro que sonha em ser policial. Pressionados pelo sistema, os três personagens se cruzam dentro de um prédio empresarial no centro de uma metrópole brasileira. Com 35 anos de carreira, o ator Márcio Vito interpreta este trio no solo “Claustrofobia”, estabelecendo um jogo cênico dinâmico que transita entre a estranheza e o humor. Idealizado e escrito por Rogério Corrêa, a montagem tem direção de Cesar Augusto.

O espetáculo concorre ao Prêmio APTR em três categorias: ator (Márcio Vito), direção (Cesar Augusto) e iluminação (Adriana Ortiz). A peça também está indicada ao Prêmio Shell nas categorias ator em papel protagonista (Márcio Vito) e cenário (Beli Araújo e Cesar Augusto).

Através de três vidas que se entrelaçam, uma peça expõe o isolamento e a alienação da vida urbana atual. O prédio onde se passa a história é um microcosmo das relações trabalhistas, humanas e sociais do país. O espetáculo parte de uma circunstância em que essas questões não são apenas a base das relações interpessoais, mas até definitivos para como os personagens enxergam si próprios e julgam o outro.

“O texto propõe uma lupa nos pensamentos e preconceitos que separam as personagens em classes às quais eles julgam pertencer, que realmente são diferentes entre si, mas eles apenas se imaginam mais distantes uns dos outros do que de fato estão”, diz Márcio Vito.

Desdobrando-se entre os três personagens, o ator ilustra a realidade com um humor ácido, característico da dramaturgia de Rogério Corrêa. O trio está comprimido entre o elevador e a portaria de um prédio de escritórios. Imigrante do interior do Brasil, Marcelino é tímido, introvertido e trabalha como ascensorista para mandar dinheiro para casa. Ele passa seus dias enclausurado, descendo e subindo, dentro de uma caixa metálica. Stella é uma executiva ambiciosa, uma espécie de coach de si mesma, que está começando em um novo emprego. O porteiro Webberson controla tudo da portaria, até mesmo a música que toca no elevador. Ele sonha em ser policial e tem em mãos uma arma que lhe traga poder.

“Esses três personagens se esbarram num mesmo contexto interessante, que é um prédio típico de centro empresarial. Se nos aprofundarmos um pouco mais, as situações que acontecem em torno do ascensorista, que está dentro do elevador. São representações de um sistema traduzido pela arquitetura de um prédio. A partir daí vamos entender as humanidades”, diz Cesar Augusto.

Claustrofobia

Idealizador do projeto, o autor Rogério Corrêa faz sua estreia no Rio de Janeiro como dramaturgo em espetáculo presencial. Radicado em Londres há 30 anos, já teve seus textos encenados no formato on-line, em São Paulo e na Inglaterra. Afeito aos temas políticos e polêmicos, ele teve a ideia de escrever “Claustrofobia” em 2009, durante uma temporada no Rio. “Neste período no Brasil, percebi como ainda tem muito ascensorista trabalhando. Descobri que, para mim, aquele trabalho era uma metáfora da alienação do capitalismo, do trabalho contemporâneo”, diz Rogério.

Rogério Corrêa – Com uma longa carreira nas artes dramáticas no Brasil e no Reino Unido, é roteirista, pela Universidade Goldsmiths, em Londres. Entre 2009 e 2012, trabalhou na coordenação do Núcleo de Roteiro e Dramaturgia da CAL. Entre as suas pec ̧ as mais recentes, estão: “Renoir – A Beleza Permanece” (direção de Isaac Bernat, 2022), “Entre Homens” (direção de Cesar Augusto, 2021), “De Bar em Bar” (direção de Isaac Bernat, 2020), “The Spinning House” (Prémio Player Playwrights 2018, categoria de Melhor Pec ̧ a), “Bunker Theatre” (2017), “Connected” (Theatre503 em Londres, como parte do evento Red Like Embers – Contemporary Voices of Brazil), “Mona & I” (Teatro Cervantes em Londres – 2017, tendo ficado em segundo lugar na categoria de Melhor Comédia pelo grupo de dramaturgia Players Playwrights e indicado como Melhor Espetáculo) e “Sex Between Men in the 21st Century (Londres, 2019). Indicado na categoria de Melhor Produtor pelo Brazilian Press Awards UK, em 2017. Finalista duas vezes do Prêmio Brasil em Cena da Petrobras, com os textos “Na Real” e “Sexo Entre Homens no Século XXI”. Em 2018, foi curado e produzido, com Márcia Zanelatto o espetáculo “Brasil Diversidade” (Theatre503 – Londres). A peça ganhou o Prêmio Imprensa Brasileira 2018 na categoria de Melhor Projeto.

César Augusto – Integra a Cia dos Atores desde a sua formação como ator, diretor e, eventualmente, como cenógrafo há 35 anos, e mantém há 15 anos, com seus parceiros, a Sede da Cia dos Atores, localizada na Lapa – Escadaria Selaron, onde atua como diretor artístico. Dirige o TEMPO_FESTIVAL há 10 anos. Foi diretor artístico da ocupação CÂMBIO, no Teatro Gláucio Gill e Teatro Café Pequeno, ambos indicados ao Prêmio APTR RJ de 2011 e 2012. Idealizador da residência HOBRA – Holanda/Brasil, esteve à frente, como curador da área de artes cênicas, do Instituto Galpão Gamboa, sendo indicado aos principais atributos da cidade do Rio de Janeiro. Em 2016, recebeu o prêmio APTR na categoria Especial, pela multiplicidade de ações artísticas. Atuou em espetáculos como “Melodrama”, “Ensaio.Hamlet”, “Insetos” e “Conselho de Classe” – sendo este indicado aos prêmios Shell e APTR e tendo circulado pelo país e em diversos festivais internacionais na América Latina, América do Norte e Europa. Atualmente, participe do espetáculo “Júlio César – Vidas Paralelas”. Como diretor, esteve à frente de coleções produções teatrais, como “Cerca Viva” e “LA CODISTA_BR”, entre 2022 e 2023; e “A Tropa”, que segue em circulação há sete anos. Durante a pandemia, realizou e atuou em diversos trabalhos que receberam o prêmio APTR, entre eles, “Entre Homens”, “Kabaré Online”, “FIGO” e “Processo Júlio César”. Entre 2022 e 2023, possivelmente dois espetáculos no Centro Cultural Oi Futuro: a obra teatral multimídia “BU!” e o infantil “Meus 2 Pais”.

Márcio Vito – Foi premiado no FIC Brasília por sua atuação em “No meu Lugar” de Eduardo Valente; e em Paulínia por “5x Favela” (ambos exibidos no Festival de Cannes). Está no elenco dos filmes “Um Animal Amarelo”, “A Vida Invisível”, “Deslembro”, “Campo Grande” e “Pendular”, entre outros. Na TV, estreou a minissérie “Amazônia”, de Glória Perez. Foi do elenco fixo do programa de humor “Tá no Ar”. No teatro, atuoso e coescreveu como as peças “Antes que Tudo Acabe” (NAI + National Theatre of Scotland), dirigida por Renato Rocha, e “O que eu Gostaria de Dizer” (companhia brasileira), dirigida por Márcio Abreu. Destacam-se também suas atuações na peça “Incêndios”, com Marieta Severo, dirigida por Aderbal Freire-Filho, e em “Duas Rosas para Ricardo III”, coprodução da BufoMecânica com a Royal Shakespeare Company, com direção de Fábio Ferreira e Cláudio Baltar No cinema em 2023, participou de “Nosso Sonho”, cinebiografia de Claudinho e Buchecha”, de Eduardo Albergaria, e “Minha Irmã e Eu”, com a Ingrid Guimarães e Tatá Werneck, direção de Susana Garcia Em 2024, estreou os filmes “Malu”, de Pedro Freire e “A Festa de Léo”, de Luciana. Bezerra, primeiro longa de Nós do Morro. teatro, fez “Dois contra o mundo”, de Domingos Oliveira. Por esta montagem, Márcio está indicado ao Prêmio APTR na categoria Melhor Ator. Na TV, esteve na novela “Família é Tudo” (TV Globo). Em 2025, estará em “Guerreiros do Sol” (GloboPlay), série que integra as comemorações dos 60 anos da Rede Globo, 30 anos dos Estúdios Globo e 100 anos do grupo O Globo.

Ficha técnica

  • Texto: Rogério Corrêa
  • Direção: Cesar Augusto
  • Ator: Márcio Vito
  • Cenário e estatueta: Cesar Augusto e Beli Araujo
  • Iluminação: Adriana Ortiz
  • Trilha sonora original: André Poyart
  • Assistente de direção: João Gofman
  • Direção de movimento: Andrea Maciel
  • Assistente de iluminação: Jandir Ferrari
  • Assessoria de imprensa: Paula Catunda e Catharina Rocha
  • Fotografia: Nil Caniné
  • Redes sociais: Rafael Texeira
  • Designer gráfico: Rita Ariani
  • Produção: Malu Costa
  • Assistente de produção: Rômulo Chindelar
  • Controladora: Cristiane Cavalcante
  • Contabilidade: Mauro de Santana
  • Realização: Treco Produções

SERVIÇO

Espetáculo: “Claustrofobia”

  • Temporada: 24/03 a 29/04 de 2025
  • Dias e horários: segundas e terças, às 19h.
  • Local: Teatro Firjan SESI Centro (Av. Graça Aranha, 1 – Centro)
  • Classificação indicativa: 16 anos
  • Duração: 60 minutos
  • Valores: R$ 40 (inteiro) | R$ 20 (meia)
  • Ingressos: https://bit.ly/Claustrofobia_Sympla
  • Nas redes sociais @claustrofobia.teatro

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