Rodrigo Schröder
A geração Z não transa mais. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Karolinska, de 2002 para 2022, a abstinência sexual entre jovens de 18 a 14 anos dobrou e hoje representa mais de 31%. Não por acaso, também é a geração mais estressada e deprimida, segundo levantamento da Vittude. Apesar da abstinência não ser uma causa única, pode ser uma das responsáveis.
De acordo com o médico e comunicador Rodrigo Schröder, especialista nos 7 pilares da saúde , em que o sexo constitui um deles, o desequilíbrio pode ser bem mais danoso do que apenas reduzir o prazer e a reprodução.
“O sexo não é apenas uma questão de prazer ou continuidade da espécie; ele tem um papel central no equilíbrio hormonal, na saúde mental e no desenvolvimento social. A falta de contato íntimo pode levar a um isolamento progressivo. O ser humano evoluiu para formar vínculos por meio do toque, do olhar, da troca emocional. Quando isso se perde, aumenta a sensação de solidão e desconexão”, afirma o médico.
As causas do “apagão sexual”, de acordo com o médico, incluem vários fatores. “Nunca antes os jovens tiveram tantas formas de entretenimento que obtiveram prazer imediato sem esforço algum. Pornografia, vídeos curtos, jogos – tudo isso está moldando um comportamento de busca por gratificação instantânea, tornando interações humanas, que desativam vulnerabilidade e esforço, menos atrativas.”
O profissional também destaca que os jovens estão cada vez mais inseguros , justamente devido aos altos níveis de ansiedade, tornando tudo um grande círculo vicioso. “O medo da coleta e da exposição ao julgamento alheio nas redes sociais faz com que muitos evitem o contato íntimo.”
Já a pornografia se tornou uma das fontes da abstinência quando se tornou banal. “O problema da pornografia não é um fato de existência, mas na forma como tem sido consumido. Nunca antes na história os jovens tiveram acesso ilimitado a estímulos sexuais tão intensos e variados. Isso tem um impacto direto no cérebro e no corpo.”
“Quando um jovem consome pornografia de forma constante, seu cérebro se condiciona a obter prazer de uma forma artificial, o que pode levar à dessensibilização e até disfunção sexual na vida real ”, explica Rodrigo.
“O sexo não se resume a uma atividade prazerosa, mas também uma ferramenta biológica poderosa para regulação emocional . Durante o sexo, o corpo libera hormônios como oxitocina e endorfinas, que controlam o estresse e promovem o bem-estar. Quando essa experiência está ausente, a tendência é que os níveis de ansiedade e depressão aumentem .
E o problema pode chegar até mesmo no bolso. Schröder afirma que pessoas que não têm uma vida sexual ativa tendem a ter menos sucesso no trabalho. “Um indivíduo que está constantemente privado de experiências sexuais pode experimentar queda de motivação, menor resiliência ao estresse e até menor capacidade de liderança.”
“A prosperidade não se restringe ao dinheiro, mas a um estado de plenitude e alinhamento. Quando alguém está fisicamente, emocionalmente e mentalmente equilibrado, as oportunidades surgem com mais facilidade. O sexo contribui para esse equilíbrio porque regula as emoções, fortalece conexões e potencializa a vitalidade.”
Para finalizar, o médico destacado que transfere a forma saudável deve ser uma rotina. “O sexo melhora a qualidade do sono, reduz o estresse e fortalece o sistema imunológico. Pessoas com uma vida sexual ativa tendem a ter menos problemas cardíacos, melhor pressão arterial e menor risco de depressão. O que isso significa? Que uma vida sexual saudável não é um luxo, mas uma necessidade biológica para quem quer ter alto desempenho físico, mental e profissional.
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