Idealizada por Letícia Leão, que também assina a dramaturgia, e dirigida por Juliana França e Letícia, a peça infantil TEM BASTANTE ESPAÇO AQUI desafia, com sensibilidade e leveza, as expectativas sobre uma família. O espetáculo convida o público a refletir sobre o que significa ser família nos dias de hoje, em um mundo onde diferentes formas de afeto e convivência se entrelaçam. Estará em cartaz de 3 a 25 de maio, no centro cultural Futuros – Arte e Tecnologia, no Flamengo, Rio de Janeiro, com entrada franca.
Joana (Juliane Cruz), uma menina de 7 anos, vive com suas duas mães, Isabel (Monique Vaillé) e Beatriz (Carolina Godinho), em uma casa rodeada pela natureza. Durante uma aula online de ciências, ela descobre que os bebês são gerados em úteros e fica com uma grande dúvida: de qual barriga ela nasceu? Será que pode nascer de duas? Movida por sua curiosidade, e com uma câmera na mão, Joana inicia uma jornada para descobrir a sua origem.
“Acreditamos que o teatro infantil é um veículo poderoso de experimentação, de descobertas de novas ideias e conceitos. Temos como missão, por meio da arte, estimular o olhar crítico e construtivo. Com ‘Tem Bastante Espaço Aqui’, o Futuros – Arte e Tecnologia recebe um espetáculo que proporciona, de maneira lúdica, reflexões sobre temas essenciais nas vidas das crianças, como acolhimento, inclusão e o respeito ao próximo” , destaca Carla Uller, gerente executiva de Programas, Projetos e Comunicação do Oi Futuro.
Peça nasce a partir de filme premiado
TEM BASTANTE ESPAÇO AQUI é um desdobramento do filme independente “O Fundo dos Nossos Corações”, de Letícia Leão, rodado em 2021, que estreou no Festival do Rio e percorreu festivais por três anos, e recebeu prêmios dentro e fora do Brasil, incluindo o de Melhor Curta-Metragem Carioca no Rio LGBTQIA+ 2023. Cineasta, designer e roteirista, Letícia estuda Estética e Teoria Teatral na UNIRIO, o que faz essa peça ter uma grande importância para sua carreira.
” No cinema, fiz uma homenagem ao teatro, e quando ele começou a ser exibido em festivais, muitas pessoas me incentivaram a adaptá-lo para os palcos. Conversei com Monique e Carol, que estão no elenco do filme, e elas toparam embarcar comigo nesse novo formato. Depois chegaram a Juliana França para somar na direção e o restante dessa equipe maravilhosa” , conta Letícia.
Cria de Japeri, na Baixada Fluminense, Juliana atua como diretora, atriz, dramaturga e professora. Para ela, a peça diz “que o amor, o cuidado, as dúvidas e a diversão podem estar presentes em famílias de todos os jeitos, formadas por avós e netos, por dois pais e seus filhos, por tios e seus sobrinhos, amigos que se juntaram para educar e amar uma criança ou por duas mulheres que perceberam que havia bastante espaço em seus corações e que puderam ampliar a família”.
Uma mistura de linguagens artísticas
E assim como o teatro foi realizado no cinema, agora é hora de homenagear o cinema no teatro. A peça se apropria da linguagem cinematográfica dentro da cena teatral, utilizando projeções e uma câmera ao vivo para criar novas camadas de significado. Como se fosse o olhar do protagonista em seu cotidiano, a câmera captura detalhes de sua experiência, ampliando emoções, pequenos gestos e descobertas, enquanto as projeções transformam o palco em uma tela em movimento. Entre teatro e cinema, a encenação brinca com diferentes perspectivas e conduz o espectador por um universo sensível e poético.
“Adaptar o filme para o teatro foi uma experiência muito prazerosa, pois me permitiu revisitar minha criança interior. Mergulhei em pesquisas, reli textos de peças que adoro e passei a frequentar mais o teatro infantojuvenil. Nesse processo, percebi o quanto tenho vontade de trabalhar metáforas e subjetividades originais para as crianças e essa mistura de cinema e teatro” , assinala Letícia.
Maternidade sob nova perspectiva
A maternidade é um assunto que vem sendo pensado pela sociedade sob novas perspectivas. Aos 29 anos, Letícia diz que encontrou o mote de sua narrativa num exame de rotina, assim que completou 25. Ela já sabia que queria falar da naturalização de um casal homoafetivo, especificamente duas mulheres, e, de preferência, inserir a temática escolar, pois já pesquisava esse universo para outro projeto.
“Até que, numa consulta médica, fui questionada se gostaria de ser mãe. Fiquei reflexiva e respondi que descobri que sim, mas que não tinha certeza se gostaria de engravidar. Voltei para casa com esse pensamento e, ao abrir o laptop, conectei os pontos: ‘Vai ser a história de uma menina que descobre na escola como os bebês nascem. Mas, como ela tem duas mães, começa a se perguntar como veio de duas barrigas. No final, as mães criam uma narrativa própria para explicar como Joana chegou em suas vidas. e as três formaram uma família como qualquer outra” , conta Letícia Leão.
Equipe diversa dá vida a novas narrativas
Nos bastidores e em cena, a diversidade se faz presente: com uma equipe majoritariamente LGBTQIAPN+, TEM BASTANTE ESPAÇO AQUI traz um olhar plural. A protagonista ganha vida através da atriz Juliane Cruz, dramaturga, artista visual e performer, uma das criadoras do espetáculo multilinguagem Amor de Baile, indicada em duas categorias do Prêmio Shell 2024 e vencedora em direção musical.
No time criativo, o espetáculo conta com Camila Rocha na direção de movimento, Clara Acioli na direção de imagem e Dani Nega na direção musical. A cenografia é assinada por Alice Cruz, a iluminação por Lara Cunha, a estatueta por Carla Ferraz e o visagismo e maquiagem por Diego Nardes.
O projeto é contemplado pelo edital Pró-Carioca, programa de fomento à cultura carioca, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura, com apoio do Espaço Partisan e da Funarte Aberta.
Sinopse : Joana (Juliane Cruz), uma menina de 7 anos, vive com suas duas mães, Isabel (Monique Vaillé) e Beatriz (Carolina Godinho), em uma casa rodeada pela natureza. Durante uma aula online de ciências, ela descobre que os bebês são gerados em úteros e fica com uma grande dúvida: de qual barriga ela nasceu? Será que pode nascer de duas? Movida por sua curiosidade, e com uma câmera na mão, Joana inicia uma jornada para descobrir a sua origem.
Serviço:
TEM BASTANTE ESPAÇO AQUI
Temporada: de 3 a 25 de maio de 2025
Dias e horários:
3 e 4 de maio (sábado e domingo): sessões às 11h30 e 15h
9, 10 e 11 de maio (sexta, sábado e domingo): sessões às 11h30 e 15h
16, 17 e 18 de maio (sexta, sábado e domingo): sessões às 11h30 e 15h
24 e 25 de maio (sábado e domingo): sessão única, às 15h
**Apresentações com medidas de acessibilidade (libras e audiodescrição): dias 4, 11, 18 e 25/05 (domingos), às 15h; dia 9/05 (sexta), às 11h30; dia 16/05 (sexta), às 11h30 e às 15h.
A produção aceita agendamento para grupos e escolas através do e-mail: [email protected]
Duração: 50 minutos
Classificação: Livre
Ingressos: Gratuitos via Sympla (link em breve)
Local: Futuros – Arte e Tecnologia – Teatro
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo, Rio de Janeiro (RJ)
Ficha Técnica :
- Idealização e Dramaturgia: Letícia Leão
- Direção artística: Juliana França e Letícia Leão
- Elenco: Carolina Godinho, Juliane Cruz e Monique Vaillé
- Direção de Movimento: Camila Rocha
- Direção Musical: Dani Nega
- Direção de Imagem: Clara Acioli
- Cenografia: Alice Cruz
- Assistente de Cenografia: Lara Aline
- Iluminadora: Lara Cunha
- Figurino: Carla Ferraz
- Visagismo e Maquiagem: Diego Nardes
- Assistente de Visagismo: Lucas Tetteo e Nata Di Paula
- Direção de Produção: Monique Vaillé
- Produção Executiva: Nely Coelho
- Assistente de Produção: Thiago Miyamoto
- Produção da Logística do Projeto: Fabíola Godoi
- Produção de Acessibilidade: Gaby Krüger
- Operação de Luz: Giulia Sant’ana e Lara Cunha
- Operação de Som: Erica Super Nova
- Operação de Vídeo: Igor Borges
- Administração Financeira: Delas Cultural
- Prestação de Contas: Marejar Produções e Delas Culturais
- Assessoria de Imprensa: Mônica Ramalho e Mário Camelo
- Programação Visual: Fernanda Varella e Pablo Meijueiro
- Mídias Sociais: Sofia Paiva
- Intérprete de Libras: JDL Traduções
- Audiodescrição: Riovox Serviços e Organizações de Eventos
- Fotos: Monica Ramalho
- Registro em vídeo: Bem Medeiros e Rodrigo Menezes
- Apoio: Espaço Partisan e Programa Funarte Aberta
- Realização: Marejar Produções e Delas Culturais
- Co-realização: Futuros Arte e Tecnologia
- Imagens de videochamada retiradas do filme “O Fundo dos Nossos Corações”
