“Vida Bandida” e “Crioulos” abrem show gratuito no Teatro Arthur Azevedo com repertório que leva a periferia negra ao centro do palc

Apresentações acontecem de 30 de abril a 18 de maio, como parte da Mostra de Repertório do coletivo paulistano

por Redação
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Vida Bandida por Felipe Gabriel (1)

O coletivo teatral Projeto CRIOULOS , formado por artistas negros e negras da cidade de São Paulo, começa, a partir do dia 30 de abril , à “Mostra de Repertório Projeto CRIOULOS” , com apresentações gratuitas no Teatro Arthur Azevedo .

A temporada reúne dois espetáculos do grupo — o musical “Vida Bandida” (30/04 a 04/05) e a peça “CRIOULOS” (14 a 18/05) — que colocam no centro do palco narrativas pretas forjadas sob processos de exclusão social nas periferias dos grandes centros urbanos.

Ambas as montagens do espetáculo integram a trilogia “Antologia Tropikal” , projeto contemplado pelo Fomento ao Teatro de São Paulo , que será concluído em outubro com a estreia inédita de “Mitologia Tropikal”. Nesta etapa, o grupo revisita seu repertório com dois espetáculos que abordam, de maneira complementar, a exclusão urbana de corpos negros — na forma do musical “Vida Bandida” — e a construção do imaginário de resistência do povo preto, sob a ironia da tragicomédia “CRIOULOS” .

Projeto CRIOULOS é um grupo de teatro negro que completa 04 anos de trajetória em 2025. O grupo surgiu a partir de ocupações artísticas em espaços públicos como o Centro de Culturas Negras do Jabaquara, a Funarte e a Oswald de Andrade, além de contar com o apoio de coletivos como Estelar de Teatro , Teatro do Incêndio e Teatro de Contêiner Mungunzá, que sediam seus.

Sob a liderança de Caio D’Aguilar , que dirige e atua nas montagens, e produção de Taynã Marquezone , que também integra o elenco dos espetáculos, o grupo tem marcado sua atuação pela articulação entre criação cênica, formação e mobilização comunitária. Em sua trajetória, realizou ensaios abertos, workshops, debates e temporadas descentralizadas por CEUs e cidades do litoral paulista, além de projetos híbridos como a curta ” Cenas Pretas ” (Sesc Interlagos, 2021) .

MOSTRA DE REPERTÓRIO

VIDA BANDIDA | 30 de abril a 04 de maio

Com texto de Ângelo Lopes e direção de Caio D’Aguilar, “ Vida Bandida” acompanha os conflitos vívidos por Lita, catadora de papelão, sua filha Antônia e um grupo de ocupadores de rua, atravessados por perseguição religiosa, filantropia midiática e repressão policial. A dramaturgia se apresenta com lirismo e crueldade ao expor os efeitos da eugenização urbana e da gentrificação violenta nos grandes centros.

A montagem combina teatro, dança, percussão ao vivo e projeções audiovisuais, construindo uma narrativa sensível e politizada sobre os corpos que historicamente ocupam os espaços de exclusão social. Com referências que vão de Carolina Maria de Jesus a Victor Hugo, passando por Portinari, o cordel nordestino e os Racionais MCs, o espetáculo tensiona a linha entre denúncia e poesia.

“É um musical feito a partir da rua, para falar da rua. E a rua, em São Paulo, tem cor” , afirma Caio D’Aguilar . A trilha sonora original é assinada por Marcos Trakinas e pelo próprio D’Aguilar.

Sinopse (Vida Bandida)

Ambientado no fictício Beco da Vergonha, o musical Vida Bandida acompanha uma catadora de papelão, sua filha e um grupo de ocupadores de rua que enfrentam repressão policial, filantropia televisiva e perseguição religiosa. Com lirismo e crítica social, o espetáculo reflete sobre os efeitos da eugenização urbana e da exclusão racial, destacando a realidade da população preta em situação de rua.

FICHA TÉCNICA (VIDA BANDIDA)
Texto : Angelo Lopes
Direção e adaptação : Caio D’Aguilar
Elenco : Júlia Brandão, Ilunga Malanda, Fernando Pessiquelli, André Rosa, Taynã Marquezone, Marisa Mainarte, Edelsioela Denecir, Priscilla Rosa, Caio D’Aguilar, Tomás Nunes, Vitor Vaz
Produção : Taynã Marquezone e Caio D’Aguilar
Música : Denis Lisboa
Figurino : Maiwsi Ayana
Cenografia : Diego Machado
Concepção musical : Marcos Trakinas e Caio D’Aguilar
Som : Arthur Maia
Desenho de luz e concepção de vídeo: Junior Docini
O perador de luz e projeção : Renato Banti
Arte e design : Genilson Junior
Fotografia (divulgação) : Felipe Gabriel
Assessoria de Imprensa : Pedro Madeira e Rafael Ferro
Técnica de Palco Cenográfica : Edelsioela Denecir

SERVIÇO (VIDA BANDIDA)
Temporada: de 30 de abril a 04 de maio de 2024
Horários: quarta a sexta-feira às 20h; sessão dupla no sábado, às 18h e 20h; domingo às 18h
Local: Teatro Arthur Azevedo – Av. Paes de Barros, 955 – Mooca, São Paulo – SP
Entrada gratuita (retirada de ingressos na bilheteria com 1h de antecedência)
Duração: 90 minutos | Classificação indicativa: 12 anos

CRIOULOS | 14 a 18 de maio

Também sob direção de Caio D’Aguilar, a tragicomédia “CRIOULOS” parte da história de um jovem negro que perde o pai — ativista político — assassinado por policiais milicianos. A partir desse trauma, o protagonista atravessa memórias, fabulações e provocações sobre raça, história e identidade em uma dramaturgia que mistura crítica social, humor ácido e imagens simbólicas da diáspora negra.

Inspirado por autores como James Baldwin, Angela Davis, Conceição Evaristo, e por artistas como Jordan Peele, Basquiat e Tyler, The Creator, o espetáculo combina oralidade, performance e projeção em um cenário encruzilhado entre rural e urbano. Telões, trilha sonora marcada por samba, soul e ruídos de tiros evocam figuras como Grande Otelo e casos como o Ônibus 174, compondo uma reflexão direta sobre o genocídio da juventude preta e periférica.

Sinopse (CRIOULOS)

Tragicomédia que atravessa ficção e realidade para contar a história de um jovem negro em luto pelo pai, ativista político assassinado por policiais. A partir desse ponto, CRIOULOS revisita fantasmas da Ku Klux Klan, figuras do candomblé e ícones da cultura preta em um mergulho nas contradições raciais do Brasil e dos Estados Unidos, com humor ácido, lirismo e crítica histórica.

FICHA TÉCNICA (CRIOULOS)
Texto e direção : Caio D’Aguilar
Elenco : Ilunga Malanda, Caio D’aguilar, Júlia Brandão, Kenan Bernardes, Carlos de Niggro, Tomás Nunes, Leandro Flores e Vitor Vaz
Produção : Taynã Marquezone e André Rosa
Estatuetas : Adélia Well e Maiwsi Ayana
Cenografia : Diego Machado
Preparação de interpretação : Eduardo Silva
Preparação corporal : Boogaloo Begins
Luz e projeção : Junior Docini
Som : Marcos Felinto
Arte e design : Luciano Angelotti e Genilson Junior
Fotografia (divulgação) : Vitor Pickersgill
Assessoria de Imprensa : Pedro Madeira e Rafael Ferro
Técnica de Palco Cenográfica : Edelsioela Denecir

SERVIÇO (CRIOULOS)
Temporada: de 14 a 18 de maio de 2024
Horários: quarta a sexta-feira às 20h; sessão dupla no sábado, às 18h e 20h; domingo às 18h
Local: Teatro Arthur Azevedo – Av. Paes de Barros, 955 – Mooca, São Paulo – SP
Entrada gratuita (retirada de ingressos na bilheteria com 1h de antecedência)
Duração: 90 minutos | Classificação indicativa: 12 anos

ESSE PROJETO FOI REALIZADO COM APOIO DO PROGRAMA MUNICIPAL DE FOMENTO AO TEATRO PARA A CIDADE DE SÃO PAULO – SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA

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