Ícone da cultura brasileira, com trajetória marcante tanto no cinema como no teatro e na televisão, a atriz Ítala Nandi, de 82 anos, estreia em maio, no Teatro Poeirinha, em Botafogo, o solo performático “Paixão Viva”, com o qual dá início às comemorações dos seus 65 anos de carreira. Escrito a quatro mãos por Ítala e o cineasta Evaldo Mocarzel, que também a dirige, o monólogo revisita importantes momentos da história pessoal e profissional da premiada artista gaúcha.
Principal figura feminina no início do Teatro Oficina, Ítala esteve na primeira e antológica montagem de “O Rei da Vela” e foi musa do cinema nacional por quase duas décadas, protagonista do primeiro nu de uma mulher no teatro brasileiro — no espetáculo “Na Selva das Cidades”, em 1969 — e intérprete de memoráveis personagens no palco e na TV. Coleciona grandes momentos em longas emblemáticos das filmografias de Joaquim Pedro de Andrade (“O Homem do Pau Brasil”), Ruy Guerra (“Os Deuses e os Mortos”), Anna Muylaert (“O Clube das Mulheres de Negócios”) e Arnaldo Jabor (“Pindorama”), entre outros.
“Fico nua para defender minhas ideias. Sou uma mulher livre. Vivo de arte desde que me entendo por gente. Sejamos realistas, queiramos o impossível. Esse é meu lema. Nunca tive preconceitos, sou fiel a mim e tenho o coração voltado para o amor”, diz a atriz e escritora.
Concebida inicialmente para uma apresentação on-line durante a pandemia, via Sesc SP, “Paixão Viva” cresceu, tomou corpo, e também pode ser chamado de documentário cênico. A produção é da Dobbs Scarpa. “Ítala revisita personagens, cria diálogos imaginários com pessoas que influenciaram profundamente sua vida e arte, sem fronteiras definidas. Nesta narrativa, ela transita entre passado, presente e futuro. Em seu corpo cenas são projetadas e também, em primeiro plano, um diálogo com o espectador”, conta Evaldo Mocarzel.
SOBRE ÍTALA NANDI
Nascida em Caxias do Sul (RS), em 1942, a atriz, que possui Notório Saber em Artes Cênicas pela UFRJ, completa em 2025 65 anos de carreira e já atuou em mais de 20 filmes, 20 telenovelas e 30 peças de teatro nas últimas seis décadas. Junto com Zé Celso Martinez Corrêa e Renato Borghi, foi um dos nomes fundamentais do Teatro Oficina, na década de 1960. Juntos estrelaram as antológicas montagens de “O Rei da Vela” e “Na Selva das Cidades”. É vencedora do Troféu Redentor de Melhor Atriz do Festival do Rio, por sua atuação no filme “Domingo” (2017), disponível no streaming. Já venceu o Prêmio Molière de Teatro, entre outros, e também foi indicada ao Urso de Prata em Berlim, pelo filme “Sagarana”, em 1974, e à Palma de Ouro em Cannes, por “Pindorama” (1973). Em 1975, foi eleita melhor atriz no Prêmio Air France pelo desempenho no longa “Guerra Conjugal”. Também é uma das responsáveis pela criação do Festival de Cinema do Paraná. Ainda no cinema, trabalhou com alguns dos maiores cineastas brasileiros, como Joaquim Pedro de Andrade, Arnaldo Jabor e Ruy Guerra. Participou de três grandes novelas da TV brasileira: “O Direito de Amar”, “Que Rei Sou Eu?” e “Pantanal”. Já lançou quatro livros, entre eles, os celebrados “Teatro Oficina, Onde a Arte Não Dormia” (Ed.Nova Fronteira) e “Milagres” (Ed. Pimenta Malagueta), de contos. Incansável, é diretora do Espaço Nandi, escola de formação de atores no RJ.
FICHA TÉCNICA
- Texto: Ítala Nandi e Evaldo Mocarzel
- Interpretação: Ítala Nandi
- Direção: Evaldo Mocarzel
- Direção de Arte: Guilherme Scarpa
- Figurino: Anna Ruckert
- Assistente de direção: Guilherme Scarpa
- Luz: Gabriel Lagoas
- Produção: Dobbs Scarpa
- Projeções e edição de imagens ao vivo: Mauricio Souza
- Fotos: Felipe O’Neill
- Realização: Evaldo Mocarzel, Ítala Nandi, Fábio Dobbs e Guilherme Scarpa
- Assessoria de imprensa: Dobbs Scarpa
SERVIÇO
Ítala Nandi em “Paixão Viva”.
Teatro Poeirinha. Rua São João Baptista 104, Botafogo.
Temporada de 1º de maio a 29 de junho.
Quinta a sábado, às 20h. Dom, às 19h.
90 min. 14 anos. R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia).
Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/104466?share_id=1-copiarlink
Projeto Crioulos
“VIDA BANDIDA” E “CRIOULOS” ABREM MOSTRA GRATUITA NO TEATRO ARTHUR AZEVEDO
Apresentações acontecem de 30 de abril a 18 de maio, como parte da Mostra de Repertório do coletivo paulistano

Crioulos
O coletivo teatral Projeto CRIOULOS, formado por artistas negros e negras da cidade de São Paulo, dá início, a partir do dia 30 de abril, à “Mostra de Repertório Projeto CRIOULOS”, com apresentações gratuitas no Teatro Arthur Azevedo.
A temporada reúne dois espetáculos do grupo — o musical “Vida Bandida” (30/04 a 04/05) e a peça “CRIOULOS” (14 a 18/05) — que colocam no centro do palco narrativas pretas forjadas sob processos de exclusão social nas periferias dos grandes centros urbanos.
Ambas as montagens da mostra integram a trilogia “Antologia Tropikal”, projeto contemplado pelo Fomento ao Teatro de São Paulo, que será concluído em outubro com a estreia inédita de “Mitologia Tropikal”. Nesta etapa, o grupo revisita seu repertório com dois espetáculos que abordam, de maneira complementar, a exclusão urbana de corpos negros — na forma do musical “Vida Bandida” — e a construção do imaginário de resistência do povo preto, sob a ironia da tragicomédia “CRIOULOS”.
Projeto CRIOULOS é um grupo de teatro negro que completa 04 anos de trajetória em 2025. O grupo surgiu a partir de ocupações artísticas em espaços públicos como o Centro de Culturas Negras do Jabaquara, a Funarte e a Oswald de Andrade, além de contar com apoio de coletivos como Estelar de Teatro, Teatro do Incêndio e Teatro de Contêiner Mungunzá, que sediam seus espaços.
Sob a liderança de Caio D’Aguilar, que dirige e atua nas montagens, e produção de Taynã Marquezone, que também integra o elenco dos espetáculos, o grupo tem marcado sua atuação pela articulação entre criação cênica, formação e mobilização comunitária. Em sua trajetória, realizou ensaios abertos, oficinas, debates e temporadas descentralizadas por CEUs e cidades do litoral paulista, além de projetos híbridos como o curta “Cenas Pretas” (Sesc Interlagos, 2021).
MOSTRA DE REPERTÓRIO
VIDA BANDIDA | 30 de abril a 04 de maio
Com texto de Ângelo Lopes e direção de Caio D’Aguilar, “Vida Bandida” acompanha os conflitos vividos por Lita, catadora de papelão, sua filha Antônia e um grupo de ocupadores de rua, atravessados por perseguição religiosa, filantropia midiática e repressão policial. A dramaturgia se apresenta com lirismo e crueza ao expor os efeitos da eugenização urbana e da gentrificação violenta nos grandes centros.
A montagem combina teatro, dança, percussão ao vivo e projeções audiovisuais, construindo uma narrativa sensível e politizada sobre os corpos que historicamente ocupam os espaços de exclusão social. Com referências que vão de Carolina Maria de Jesus a Victor Hugo, passando por Portinari, o cordel nordestino e os Racionais MCs, o espetáculo tensiona a linha entre denúncia e poesia.
“É um musical feito a partir da rua, para falar da rua. E a rua, em São Paulo, tem cor”, afirma Caio D’Aguilar. A trilha sonora original é assinada por Marcos Trakinas e pelo próprio D’Aguilar.
Sinopse (Vida Bandida)
Ambientado no fictício Beco da Vergonha, o musical Vida Bandida acompanha uma catadora de papelão, sua filha e um grupo de ocupadores de rua que enfrentam repressão policial, filantropia televisiva e perseguição religiosa. Com lirismo e crítica social, o espetáculo reflete sobre os efeitos da eugenização urbana e da exclusão racial, destacando a realidade da população preta em situação de rua.
FICHA TÉCNICA (VIDA BANDIDA)
- Texto: Angelo Lopes
- Direção e adaptação: Caio D’Aguilar
- Elenco: Júlia Brandão, Ilunga Malanda, Fernando Pessiquelli, André Rosa, Taynã Marquezone, Marisa Mainarte, Edelsioela Denecir, Priscilla Rosa, Caio D’Aguilar, Tomás Nunes, Vitor Vaz
- Produção: Taynã Marquezone e Caio D’Aguilar
- Músico: Denis Lisboa
- Figurino: Maiwsi Ayana
- Cenografia: Diego Machado
- Concepção musical: Marcos Trakinas e Caio D’Aguilar
- Som: Arthur Maia
- Desenho de luz e concepção de vídeo: Junior Docini
- Operador de luz e projeção: Renato Banti
- Arte e design: Genilson Junior
- Fotografia (divulgação): Felipe Gabriel
- Assessoria de Imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro
- Técnica de Palco Cenográfica: Edelsioela Denecir
SERVIÇO (VIDA BANDIDA)
- Temporada: de 30 de abril a 04 de maio de 2024
- Horários: quarta a sexta-feira às 20h; sessão dupla no sábado, às 18h e 20h; domingo às 18h
- Local: Teatro Arthur Azevedo – Av. Paes de Barros, 955 – Mooca, São Paulo – SP
- Entrada gratuita (retirada de ingressos na bilheteria com 1h de antecedência)
- Duração: 90 minutos | Classificação indicativa: 12 anos
CRIOULOS | 14 a 18 de maio
Também sob direção de Caio D’Aguilar, a tragicomédia “CRIOULOS” parte da história de um jovem negro que perde o pai — ativista político — assassinado por policiais milicianos. A partir desse trauma, o protagonista atravessa memórias, fabulações e provocações sobre raça, história e identidade em uma dramaturgia que mistura crítica social, humor ácido e imagens simbólicas da diáspora negra.
Inspirado por autores como James Baldwin, Angela Davis, Conceição Evaristo, e por artistas como Jordan Peele, Basquiat e Tyler, The Creator, o espetáculo combina oralidade, performance e projeção em um cenário encruzilhado entre rural e urbano. Telões, trilha sonora marcada por samba, soul e ruídos de tiros evocam figuras como Grande Otelo e casos como o Ônibus 174, compondo uma reflexão direta sobre o genocídio da juventude preta e periférica.
Sinopse (CRIOULOS)
Tragicomédia que atravessa ficção e realidade para contar a história de um jovem negro em luto pelo pai, ativista político assassinado por policiais. A partir desse ponto, CRIOULOS revisita fantasmas da Ku Klux Klan, figuras do candomblé e ícones da cultura preta em um mergulho nas contradições raciais do Brasil e dos Estados Unidos, com humor ácido, lirismo e crítica histórica.
FICHA TÉCNICA (CRIOULOS)
- Texto e direção: Caio D’Aguilar
- Elenco: Ilunga Malanda, Caio D’aguilar, Júlia Brandão, Kenan Bernardes, Carlos de Niggro, Tomás Nunes, Leandro Flores e Vitor Vaz
- Produção: Taynã Marquezone e André Rosa
- Figurino: Adélia Well e Maiwsi Ayana
- Cenografia: Diego Machado
- Preparação de interpretação: Eduardo Silva
- Preparação corporal: Boogaloo Begins
- Luz e projeção: Junior Docini
- Som: Marcos Felinto
- Arte e design: Luciano Angelotti e Genilson Junior
- Fotografia (divulgação): Vitor Pickersgill
- Assessoria de Imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro
- Técnica de Palco Cenográfica: Edelsioela Denecir
SERVIÇO (CRIOULOS)
- Temporada: de 14 a 18 de maio de 2024
- Horários: quarta a sexta-feira às 20h; sessão dupla no sábado, às 18h e 20h; domingo às 18h
- Local: Teatro Arthur Azevedo – Av. Paes de Barros, 955 – Mooca, São Paulo – SP
- Entrada gratuita (retirada de ingressos na bilheteria com 1h de antecedência)
- Duração: 90 minutos | Classificação indicativa: 12 anos
Controle pode ser visto somente neste domingo no Teatro Cândido Mendes, em Ipanema
Depois de uma temporada de sucesso, durante um ano em São Paulo e região, a peça o controle faz última apresentação, neste domingo, 27, no Rio de Janeiro – Teatro Cândido Mendes

O Controle – Foto: Foto de Sal Ricardo
O texto inédito de Guilherme Fiuza faz uma reflexão sobre a liberdade individual em tempos de ascensão dos mecanismos de controle coletivo, interpretado pelo consagrado ator Reynaldo Gonzaga, que atua sob a direção de Ricardo Peixoto. “O Controle” se passa em um futuro não muito distante. Um homem está preso sem ter noção do porquê. Ele se considerava um cidadão exemplar. Cumpridor abnegado de todas as medidas governamentais garantidoras da ética coletiva. Tinha orgulho da sua elevada pontuação no esquema de crédito social – e estava quase alcançando uma faixa de pontuação cidadã que lhe permitiria morar numa área mais nobre. Separado do seu iPhone, não tem mais acesso à sua posição social – ou seja, não consegue saber nem quanto tempo vai ficar preso. Vai dividindo sua perplexidade com o companheiro de cela, que se mantém em silêncio até que o Inesperado o alcance, em seus pertences o protagonista encontrará as pistas para o motivo da sua prisão. O espetáculo “O Controle” é uma reflexão sobre a liberdade individual em tempos de ascensão dos mecanismos de controle coletivo. Onde está a fronteira entre o aperfeiçoamento das regras civilizatórias e as tentações totalitárias de controle central. A super conexão entre indivíduos de todo planeta por meio da tecnologia digital pode ser libertadora ou aprisionadora. Estaríamos caminhando para uma espécie de “unificação das mentes”?
SERVIÇO “O CONTROLE”
Últmo dia hoje – às 18h
Teatro Cândido Mendes
- Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema/RJ
- Indicação: 14 anos
- Os ingressos R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia entrada)
- Site: www.sympla.com.br
- Classificação: 14 anos
Ficha Técnica
- Autor: Guilherme Fiuza
- Direção: Ricardo Peixoto
- Com: Reynaldo Gonzaga
- Música Original e Trilha Sonora: Ricardo Severo
- Operadora de Som: Barbara Frazão
- Idealização, Criação de Projeção e Arte Visual: N2M Criação
- Fotografia: Sal Ricardo
- Idealização e realização: Ricardo Peixoto Produções
- VISITE: www.ocontrole.art.br
Flor do Lácio

Flor de Lácio – Foto de Roberto Setton
A Cia Teatral As Tias comemora 10 anos em 2025 com a montagem FLOR DO LÁCIO, contemplada pelo 44º Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo que viabiliza a continuidade de sua pesquisa dramatúrgica ancorada em poesias. O grupo é uma criação das atrizes Maria do Carmo Soares e Salete Fracarolli. Desde a primeira montagem e fazendo parte da trupe estão: Jô Rodrigues, Cibele Rodrigues, Tato Fischer e Marcos Thadeus. FLOR DO LÁCIO comemora os 500 anos do nascimento de Camões, que, com sua obra Os Lusíadas, marca o nascimento da Língua Portuguesa. Com todas as transformações no decorrer de todos esses séculos, sua obra ainda é necessária e mantém vivo o desejo de ler, ouvir ou ver sua obra.
Assim como Os Lusíadas, a montagem tem quatro momentos que percorrem sua dramaturgia ancorada em poesias de Camões e outros poetas de Língua Portuguesa, como: Bocage, Fernando Pessoa, Césario Verde, Sá de Miranda, Florbela Espanca e outros. Abordando temas como a fundação da língua portuguesa, a viagem, a vida e a morte. A dramaturgia é ancorada na poética de autores lusófonos em uma costura que permeia a palavra e os sentimentos abordados nas obras que foram selecionadas a partir de uma pesquisa entre elenco e direção da montagem. Com humor e sutilezas, alguns poemas foram musicados passando por ritmos do fado ao rap, outros interpretados e declamados pelas quatro atrizes da melhor idade, que tiveram a maior parte de suas vidas dedicadas ao ofício do teatro, acompanhadas ao vivo por um músico ao piano.
Maria do Carmo conta que a ideia de fazer Camões surgiu em 2019, quando As Tias estavam em temporada com o espetáculo Ismália, na Biblioteca Mário de Andrade. “Saímos Salete, Marcos e eu para jantar e lá contei que quando tinha 13 anos a primeira poesia que declamei na Escola lá no Paraná foi Camões… ‘Alma minha gentil, que te partiste…’. E aí, pensei, vamos fazer Camões. E topamos iniciar a empreitada….”, relembra. Marcos Thadeus estudou Letras na faculdade e buscou aprofundar a pesquisa sobre a Língua Portuguesa e trouxe a história de sua origem na região do Lácio. “Por isso, a Língua Portuguesa é conhecida como a última Flor do Lácio. Inclusive, é um trecho de uma poesia do Bilac que fazíamos em Ismália. E assim batizamos de Flor do Lácio”, conta o ator.
O poeta e a Língua Portuguesa
Maria do Carmo ressalta que a importância de fazer Camões hoje em dia é ele ser o primeiro da Língua Portuguesa, “ele foi o primeiro a dar uma roupagem a nossa língua. Não só pelos 500 anos. Mas se conseguirmos lançar a semente de conhecerem outros poetas, além de Pessoa e Florbela Espanca…. e quem sabe as pessoas descobrem a beleza dessas poesias e sobretudo a de Camões, que fala tão bonito sobre o amor. As vezes sinto até que o amor do Camões, quase todos foram platônicos, um amor idealizado. E que as pessoas se interessem por esses sonetos extraordinários que falam do amor, da morte e da vida”.
“A ideia é plantar uma sementinha em quem nunca teve contato com Camões — talvez já tenha ouvido falar, mas nunca leu suas poesias. Quem sabe conseguimos despertar uma curiosidade, e a pessoa pense: “amor é fogo que arde sem se ver…” Ah, já ouvi isso em algum lugar… deixa eu procurar, ler na íntegra, entender melhor’”, observa Marcos Thadeus.
Salete Fracarolli esclarece que, no espetáculo, são utilizadas poesias que cantam as grandes aventuras e descobertas, exaltam o espírito lusitano, mas também exploram o lado mais íntimo de Camões — seus amores, suas paixões. “Ele era um amante inveterado, teve muitos romances… ou, no mínimo, celebrou muitas mulheres em seus versos”, relata Salete. “Queremos quebrar essa ideia de que Camões é algo inatingível, difícil de entender. À medida que você lê, vai se apaixonando pelo canto — e quando digo ‘canto’, me refiro aos versos. Ele canta o seu país com poesia, e isso é belíssimo”, diz.
Segundo Maria do Carmo, os 500 anos de Camões são um marco importante para que as pessoas voltem a ler, a estudar, a olhar de novo para a nossa língua. “É sobre o amor e a vida — e isso dá vontade de passar o dia inteiro lendo, porque é maravilhoso, acalma o coração. Cada vez que leio, descubro algo novo: uma figura de linguagem, uma semente que a gente tenta plantar — e, às vezes, elas dão fruto. Tudo isso reverbera. Até mesmo na questão da xenofobia. Esse projeto aproxima a gente. Essa poesia aproxima. Temos a mesma linguagem, uma mesma língua que nos une desde o Lácio”, conclui a atriz.
Serviço
FLOR DO LÁCIO – Teatro Itália
Av. Ipiranga, 344 – República – SP
Estreia dia 1 de maio às 20 h – Quinta-feira. Temporada até 706/2025.
Quintas e Sextas às 20 h – Sábados e Domingos 16 h. Ingressos disponíveis no site Sympla: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia).
Sessões Acessíveis. Libras nos dias: 15, 16, 17, 18, 22, 23, 24, 25, 29 e 30/05. Audiodescrição nos dias: 24, 25, 29, 30 e 31/05.
No dia 7 de junho, haverá duas, às 16h e às 19h.
Haverá distribuição gratuita de 30 ingressos por sessão para pessoas 60+ na bilheteria com 1 h de antecedência de cada apresentação.
Classificação indicativa: 12 anos
Ficha técnica
Direção: Fernando Cardoso. Pesquisa e Seleção de textos: As Tias e Fernando Cardoso. Textos adicionais: Fernando Cardoso. Dramaturgia: Fernando Cardoso com a colaboração de Ciça Côrrea e As Tias. Direção e Composição Musical: Tato Fischer. Direção de Movimento: Ciro Barcelos. Direção de Produção: Marcos Thadeus. Elenco As Tias: Cibele Troyano, Jô Rodrigues, Maria Do Carmosoares, Salete Fracarolli e Tato Fischer. Figurinista: Guilherme Rodrigues. Cenografia: Marcos Thadeus. Iluminação: Sarah Salgado E Luana Della Crist. Produção Executiva: Nayara Rocha. Fotografias: Roberto Setton. Designer Gráfico: Rodolfo Rezende / Estúdio.

Sou formada em jornalismo pela Universidade Gama Filho, apaixonada por
eventos culturais, em especial o teatro, que nos faz viajar, pensar, sonhar,
sorrir, chorar e amar.