Festival Caleidoscópio celebra 10ª edição neste fim de semana com cultura, música e justiça climática na Baixada Fluminense

por Redação
BATALHA DE MCS - CALEIDOSCOPIO 2023 (HIGORDÃO) 02

Nos próximos dias três (03) e quatro (04) de maio, sábado e domingo respectivamente, o Festival Caleidoscópio chega à 10ª edição reafirmando seu compromisso com a formação cultural e a potência criativa das periferias. Realizado no Quilombo Enraizados, em Morro Agudo (Nova Iguaçu), o festival ocupa o território com 24 horas de programação multicultural — 12 horas por dia, das 10h às 22h — reunindo arte, debate, formação e muita troca.

A programação do primeiro dia (sábado) conta com diversos talentos como: Nick Dias (PA), Spike MC, DREE Beatmaker, Rico Mesquita, Enjoy, R. Diop, Pharrá, Lekke DJ, Suave Preta e DJ Teaga Silva. Já no domingo, o som fica por conta dos artistas: Lucas Fernandes, Dayô, Laizz, Jéz, Gabé, Dionisio Bxdeus, MoonJay, Rodrigo Caê e DosAnjo. Que o line up oficial dos residentes do Festival é a ”menina dos olhos” do público já não é nenhuma novidade, a boa nova mais recente e queridinha da galera é o ”Palco de Cria” – espaço com microfone aberto destinado aos artistas que quiserem se apresentar pela primeira vez.

Para além das atrações musicais durante os dois dias, o público poderá aproveitar a Feira Criativa com expositores locais, o ‘CaleidoKids’, um espaço lúdico para crianças; Gastronomia das Ruas com comidas típicas e sabores periféricos, o Café com Livros (lojinha com produtos do Enraizados), a intervenção artística do Sarau Poetas Compulsivos (tradicional momento de poesia falada), a Batalha de MCs e Slam Morro Agudo, o Projeto Teatro Nômade (com apresentação da trupe local) e a Exposição imersiva/colaborativa “Vidas em Suspenso”, que reúne fotos e vídeos de enchentes, queimadas e ausência de água, retratando as emergências climáticas vividas nas periferias brasileiras – em especial, na Baixada Fluminense.

Outro destaque do Festival são as duas masterclasses que acontecem na parte da manhã, dos dias 03 (sáb) e 04 (dom), abordando temas como racismo ambiental e ansiedade climática. As aulas são parte da campanha Vidas em Suspenso, que visa estimular a criação de narrativas periféricas sobre as crises climáticas que já impactam nosso cotidiano. O Caleidoscópio é, também, o resultado prático do CPPEC – Curso Prático de Produção de Eventos Culturais, onde alunos aprendem e executam todas as etapas de um evento cultural de médio porte: da concepção à curadoria, da visita técnica à gestão de equipe.

O idealizador do Instituto Enraizados, o rapper e pesquisador Dudu de Morro Agudo, traça um paralelo com o cenário de hoje, diante do contexto em que o Festival foi criado, ressaltando a importância de realizar o encontro. ”O Festival Caleidoscópio nasceu como resposta à ausência de políticas públicas consistentes para a juventude da Baixada Fluminense e ao estigma histórico de que essa região não produz nada além de violência. O festival é um espelho do que a gente acredita: que é possível produzir arte de qualidade, formar novos produtores culturais, gerar renda no território e ampliar as possibilidades para nossa gente. Por isso, mais do que nunca, ele precisa continuar existindo”.

Flávio Eduardo da Silva Assis, mais conhecido como Dudu de Morro Agudo, é uma figura influente na intersecção entre hip hop, educação e empreendedorismo social. Nascido e criado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, aos 45 anos, Dudu é rapper, educador popular, documentarista e pesquisador. Sua trajetória de mais de 30 anos no hip hop o levou a se destacar não apenas como um artista, mas também como um intelectual engajado e um empreendedor dedicado à transformação com impacto social. É fundador e diretor do Instituto Enraizados, uma organização que atua como um espaço de desenvolvimento criativo e cultural para jovens das periferias urbanas desde 1999. O instituto oferece formação para jovens artistas, promovendo oficinas, shows, eventos culturais e atividades educativas, com o objetivo de empoderar e emancipar a juventude negra e periférica.

Paralelamente à carreira artística, Dudu de Morro Agudo investiu na sua formação acadêmica. Dudu é doutor em educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), na linha de pesquisa Estudos do Cotidiano da Educação Popular. Suas pesquisas acadêmicas são uma extensão de sua atuação no hip hop: Dudu explora como a música, em especial o rap, pode ser usada como atividade pedagógica e de formação política para jovens da periferia.

Com mais de 100 artistas confirmados, entre cantores, poetas, DJs, performers e educadores, o Festival Caleidoscópio é uma verdadeira vitrine do que a Baixada Fluminense tem de mais potente.

O Festival Caleidoscópio é uma iniciativa do CPPEC – Curso Prático de Produção de Eventos Culturais, com organização da Hulle Brasil e realização do Instituto Enraizados e patrocínio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e do Governo do Estado do Rio de Janeiro.

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