Um quarto escuro, uma mulher à beira da morte e um médico cheio de segredos. Estes são os elementos centrais de Katharine – O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde, espetáculo que estreia no Teatro Laura Alvim, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, em 9 de maio, sexta-feira, a partir das 20 horas. As entradas custam R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia) e podem ser adquiridas por meio do site da Funarj. Quem tiver interesse pode efetuar a compra dos ingresso pelo segunte link: https://funarj.eleventickets.com/#!/apresentacao/1a433b183bb586f9e071c4d5c32cdc321add86e6.
Com texto de Conrado Paladini e direção de Helena Coutinho, a peça tem inspiração na obra “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevenson. O espetáculo explora dilemas do ser humano, a hipocrisia social e a busca pela redenção. Com isso, por meio da história de Katharine, a trama propõe ao espectador a reflezão sobre temas atemporais que até hoje causam debate, como a cultura do cancelamento, padrões de comportamento impostos pela sociedade e a necessidade de aceitação provocada pela busca da imagem social do que seria perfeita.
O espetáculo marca o retorno da atriz Laís Pinho aos palcos, com uma atuação profunda e marcante. Já Nicole Dutra faz sua estreia como atriz, assumindo o papel de alternante na pele de Katharine. O autor, Conrado Paladini, dá vida aos desafiadores personagens Dr. Jekyll e Sr. Hyde, trazendo ao palco uma performance densa e cheia de nuances.
Com cenografia realista, efeitos como chuva em cena e iluminação expressiva, “Katharine” promete uma imersão sensorial e emocional, onde o público é convidado não apenas a assistir, mas a refletir e também a se reconhecer.
Diretora da peça, Helena Coutinho chama a atenção que, apesar das constantes transformações na sociedade, existem, ao mesmo tempo, instrumentos para a criação de padrões diferentes da realidade.
“Apesar das transformações tecnológicas e sociais, os dilemas humanos permanecem os mesmos. A hipocrisia, a manipulação e a busca por aceitação são temas que atravessam gerações. A peça propõe debater tudo isso e como as ferramentas tecnológicas integram esse processo”, afirma a diretora Helena Coutinho.
O elenco
Laís PInho
Ganhou notoriedade nacional ao integrar o elenco da novela Malhação – Casa Cheia (TV Globo, 2013/2014), onde interpretou Micaela, personagem de destaque que lhe rendeu visibilidade entre o público jovem. Desde então, participou de diversas produções de peso na televisão, como Alto Astral, Rock Story, Império, além das produções da Record TV Milagres de Jesus, Jezabel e Apocalipse.
Esteve presente em produções como a minissérie internacional SuperMax: O Inferno em Suas Mentes, a série da Rede Globo Dupla Identidade.
No teatro, Laís sempre demonstrou sua força de interpretação e domínio técnico nos palcos. Esteve em cena em montagens como o clássico A Serpente, de Nelson Rodrigues, o musical Grease – Tempos de Brilhar, a comédia juvenil Ladrões de Estrelas, e agora retorna aos palcos em grande estilo com a estreia de “Katharine – O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde” (2025), onde interpreta a protagonista que dá nome ao espetáculo.
Nicole Dutra
Versátil, empática e em pleno processo de expansão, Nicole Dutra representa uma geração que compreende a arte e a comunicação como caminhos de expressão, transformação e conexão profunda com o público. . Com forte presença nas redes sociais, há mais de quatro anos, mergulha em uma formação artística consistente, que envolve estudos de teatro, corpo, voz e aprofundamento emocional.
O protagonismo em “Katharine – O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde” marca a estreia da influenciadora no teatro. Ela vai dar vida à protagonista nas apresentações dos dias 23, 24 e 25 de maio.
Nicole enfrenta o desafio de dar vida a uma personagem complexa, marcada por delicadeza, resistência e densos conflitos humanos. A estreia dela promete revelar ao público uma intérprete sensível e corajosa, capaz de transitar entre a presença expressiva e a vulnerabilidade com autenticidade.
Conrado Paladini
Felipe Curvo, que assina artisticamente como Conrado Paladini, é um criador multifacetado que transita com excelência entre o teatro, a literatura e o audiovisual. Atuando como autor, diretor, romancista e roteirista, ele construiu uma trajetória marcada por intensidade emocional, olhar crítico e um profundo domínio narrativo.
Com uma escrita provocadora e densa, Paladini é conhecido por desenvolver personagens complexos, universos sombrios e tramas que expõem as contradições humanas. Suas obras frequentemente exploram temas como identidade, moralidade, espiritualidade, dualidade e os limites do ser — sempre com sofisticação estética e estrutura dramatúrgica sólida.
SERVIÇO
Espetáculo: Katharine – O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde
- Estreia: De 9 de maio de 2025 a 1 de Junho de 2025
- Gênero: Drama Gótico Contemporâneo
- Duração: 90 minutos
- Classificação Indicativa:
- Local: Teatro Laura alvim Ipanema/RJ
- Ingressos: R$60,00 (inteira)
- Site para a compra: https://funarj.eleventickets.com/#!/apresentacao/1a433b183bb586f9e071c4d5c32cdc321add86e6
- Instagram: @katharine_jekyllandhyde
- Site: www.coutinhopaladini.com
FICHA TÉCNICA
- Texto: Conrado Paladini
- Direção Geral: Helena Coutinho
- Direção e Produção: Coutinho & Paladini
- Assistência de Direção: Rafael Gualandi e Fernanda Zau
- Assistente de Produção: Caio Julianeli
- Elenco: Laís Pinho, Nicole Dutra (alternante) e Conrado Paladini
- Cenografia e Direção Técnica: Riiko Coutinho
- Iluminação: Ricardo Passos
- Contrarregem: Arthur de Lima
- Assistência de Figurino e Produção de Camarim: Gaya Coutinho
- Fotografia: Camila Mendes
- Caracterização de maquiagem: Karen Mua[email protected]
Ana Beatriz Nogueira estreia o solo “Tudo que eu queria te dizer — 15 anos depois”, em que revisita o texto de sucesso de Martha Medeiros
Espetáculo leva a direção de Victor Garcia Peralta e chega ao palco do Teatro PRIO, no Jockey, dia 9 de maio, para curtíssima temporada

Ana Beatriz Nogueira
Levado aos palcos com sucesso, pela primeira vez em 2010, no Centro Cultural Correios, no Rio, o espetáculo “Tudo que Eu Queria Te Dizer” — adaptação do livro homônimo de Martha Medeiros — teve uma carreira longa na década anterior, e retorna agora aos palcos, exatos 15 anos depois de sua estreia original, com Ana Beatriz Nogueira. A novíssima temporada, que começa no dia 9 de maio, no Teatro PRIO, marca também o retorno da atriz aos palcos, após a superpremiada peça “Sra. Klein”, de Nicholas Wright, pela qual venceu o Prêmio APTR de Melhor Atriz em 2024.
Produção da Trocadilhos 1000, da artista, o solo dirigido por Victor Garcia Peralta revisita as cartas femininas que compõem o best-seller da autora gaúcha acerca de temas como o amor, a rejeição, a saudade, a ética e o desejo. No palco, Ana Beatriz se desdobra na pele de seis mulheres de universos completamente distintos. Sua performance no solo, à época da primeira temporada, encantou os críticos teatrais, sobretudo Barbara Heliodora, de O GLOBO: “Ana é uma intérprete única, faz um belo trabalho, sem exageros, com muita riqueza emocional e leitura sensível e clara.”
Nesta nova adaptação da peça, a primeira desde uma versão digital durante a pandemia, Ana ressalta o elemento de ligação entre todas as tramas: “A proposta da peça sempre foi um belo exercício, despojado de cenário e figurinos. Todas essas mulheres que interpreto estão vivendo momentos-limite de desabafo, de mudanças em suas vidas”, explica a atriz, feliz em retornar a este trabalho. “Será um novo olhar meu sobre a peça”, diz.
FICHA TÉCNICA
- Texto original: Martha Medeiros
- Direção: Victor Garcia Peralta
- Elenco: Ana Beatriz Nogueira
- Luz: Paulo César Medeiros
- Figurino e cenário: Victor Garcia Peralta e Ana Beatriz Nogueira
- Produção: Trocadilhos 1000 Prod Art Ltda
- Realização: Ana Beatriz Nogueira
- Assessoria de Imprensa: Dobbs Scarpa
SERVIÇO
- Teatro PRIO. Jockey Club Brasileiro – Av. Bartolomeu Mitre, 1110 – Lagoa, Rio de Janeiro – RJ, 22431-004.
- Temporada: 9 de maio a 1º de junho.
- Sex e sáb, às 20h. Dom, às 19h.
- 14 anos. 50 min. R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)
Ao vivo [Dentro da cabeça de alguém]’ apresenta a nova criação e montagem da Companhia Brasileira de Teatro ao lado de Renata Sorrah no palco do Teatro Carlos Gome

Renata Sorrah – Foto de Nana Moraes
Com texto original e direção geral de Marcio Abreu, que parte da pesquisa e questionamentos atuais da companhia relativos à memória, sonho e tempo, o espetáculo traz aos palcos os artistas Renata Sorrah, Rodrigo Bolzan, Rafael Bacelar, Bárbara Arakaki e Bixarte. A obra é, também, uma ficção sobre uma suposta biografia de alguém, de uma artista. A peça convida o público a entrar dentro da cabeça dessa pessoa e conhecer suas memórias, sonhos e imaginário, projeções de futuros, percorrendo imagens recentes da história do Brasil e do mundo com um olhar para as histórias singulares e coletivas da sociedade brasileira.
AO VIVO [dentro da cabeça de alguém] estreou em agosto de 2024, no Teatro do Sesi-SP, na Avenida Paulista, e passou por Curitiba (PR) no Teatro da Reitoria dentro da programação do Festival de Teatro da cidade, Belo Horizonte (MG), em duas apresentações no Teatro SESIMINAS em abril, dentro do projeto Sesi em Cena, e uma pequena circulação pelas unidades do Sesc SP por cidades do interior paulista. A peça, criada pela companhia brasileira de teatro num gesto coletivo com os artistas Renata Sorrah, Rodrigo Bolzan, Rafael Bacelar, Bárbara Arakaki e Bixarte, chega agora ao Rio de Janeiro, no dia 02 de maio, para uma temporada de um mês (quinta e sexta, às 19h | sábado e domingo, às 18h), no Teatro Carlos Gomes. O texto e direção geral são de Marcio Abreu e a pesquisa e criação é assinada por ele ao lado de seus parceiros e núcleo criativo da companhia, os artistas Nadja Naira, Cássia Damasceno e José Maria.
AO VIVO [dentro da cabeça de alguém] dialoga com a obra de Anton Tchekhov, especialmente com seu texto seminal A Gaivota e dá sequência a uma das linhas de pesquisa da companhia brasileira de teatro, que reflete os tempos atuais a partir de diálogos inventivos com os clássicos. Durante o processo de criação, a partir da obra do autor russo, algumas indagações foram feitas para a constituição da dramaturgia, como: quais questões levantadas por Tchekhov atravessam o tempo e chegam até nós, hoje? E de que modo? Como expandir essas questões? E que formas são possíveis, hoje? Há formas novas, futuros possíveis?
Também foram tema de debate o valor da arte, para quem se produz e com quem, os tipos de espaços para se ocupar e construir, a forma como os jovens artistas encontram a própria voz na atualidade, e como se perceber artista na coletividade, com e para o público, em uma experiência viva, focada no agora.
A narrativa de AO VIVO [dentro da cabeça de alguém] é formada por diferentes elementos de diversos campos de memória dos artistas que o compõem. “O público é convidado a percorrer uma lógica de sonho ou de memória, não exatamente no sentido onírico, mas como a gente formula o pensamento, como a memória não tem só a ver com o passado, mas como é um campo ativo de produção de sentidos e também de projeção para possíveis futuros”, explica Marcio Abreu.
A cena que abre o espetáculo, por exemplo, foi inspirada em uma experiência da atriz Renata Sorrah, na década de 1970, quando estava indo para o ensaio da célebre montagem de A Gaivota, que participou no Rio de Janeiro. Em outro estado de consciência, ela revê personagens de sua vida e de sua arte, atravessando o tempo e ressignificando suas existências, ao vivo, hoje.
A própria peça de Tchekhov também está presente de várias maneiras, seja de forma conceitual e reflexiva sobre as temáticas abordadas nela, seja com os próprios trechos reescritos. Nesta conjunção de memórias, o espetáculo se passa dentro da cabeça de uma artista. Da Renata, da Nina, da Bianca, da Bárbara, do Bolzan, do Rafael, de todos que criaram esse trabalho. Como se pudessem perceber outras consciências, outras subjetividades, coisas que são, e de repente já não são mais. Coisas que se revelam e desaparecem, algo que se vê e, de repente, já não está mais ou já não o é.
“Quando entramos na cabeça de alguém, no campo dinâmico de produção de memória, percebemos que a vida de um único sujeito não é formada apenas por uma individualidade, mas por uma multidão de possibilidades de ser”, afirma o diretor. “É uma peça sobre estar vivo agora. É uma espécie de ensaio sobre vivências no tempo, sobre como colocar tempos múltiplos em relação, no presente. Os tempos – histórico, subjetivo, futuro e da memória – estão todos em convivência.”
Com uma equipe diversa de multiartistas e parceiros colaboradores da companhia em outros trabalhos, AO VIVO [dentro da cabeça de alguém] conta com instalação cenográfica e vídeos criados pelo premiado cineasta, artista visual e diretor Batman Zavereze; figurinos do estilista e criador Luís Cláudio Silva e seu Apartamento 03; música original do multiinstrumentista e diretor musical Felipe Storino; direção de movimento e colaboração criativa da diretora, coreógrafa e bailarina Cristina Moura; fotografias e documentação sensível do projeto da artista Nana Moraes; e a assistência de direção e colaboração criativa do ator, bailarino e pesquisador Fábio Osório Monteiro.
AO VIVO [Dentro da Cabeça de alguém] traz duas alegrias: a companhia brasileira de teatro junto à atriz Renata Sorrah. A primeira destacamos pela trajetória de repertório brilhante e sua importância na pesquisa e construção da cena contemporânea brasileira atual. Com um histórico de espetáculos impecáveis, tanto na estética como na contundência dos temas tratados. Na segunda, saudamos, com honra, a presença de Renata neste elenco – o sexto trabalho da atriz com a companhia e sétimo com o diretor Marcio Abreu –, uma artista emblemática desde o seu reconhecimento na teledramaturgia, como na sua potência em cena, algo que precisa ser visto e admirado. Neste encontro de potência e excelência, o espetáculo se encontra com o texto de Anton Tchekhov para a criar uma realidade ficcional, sensível, que convida a uma imersão ao universo interno do ser e ao espaço coletivo social.
Ficha Técnica
- Texto e Direção geral: Marcio Abreu
- Pesquisa e Criação: Marcio Abreu, Nadja Naira, Cássia Damasceno e José Maria
- Elenco: Renata Sorrah, Rodrigo Bolzan, Rafael Bacelar, Bárbara Arakaki e Bixarte
- Direção de produção e administração: José Maria e Cássia Damasceno
- Iluminação e assistência de direção: Nadja Naira
- Direção Musical e Trilha Sonora Original: Felipe Storino
- Direção de Movimento e colaboração criativa: Cristina Moura
- Assistência de direção e colaboração criativa: Fábio Osório Monteiro
- Figurinos: Luís Cláudio Silva | Apartamento 03
- Direção videográfica: Batman Zavareze
- Cenografia: Batman Zavareze, João Boni, José Maria, Nadja Naira e Marcio Abreu
- Assistente de Arte: Gabriel Silveira
- Edição de vídeo: João Oliveira
- Captação das imagens para vídeos: Cacá Bernardes | Bruta Flor Filmes
- Design de som: Chico Santarosa
- Assistência de Cenografia: Kauê Mar
- Técnica de vídeo, luz e programação videomapping: Michelle Bezerra, Ricardo Barbosa e Denis Kageyama
- Técnica de som: Dafne Rufino
- Cenotécnica: Sasso Campanaro, Tinho Viana, Alexander Peixoto, Douglas Caldas
- Maquinista: Sasso Campanaro e Bruno Oliveira
- Fotos: Nana Moraes
- Programação visual: Pablito Kucarz e Miriam Fontoura
- Produção Original: Sesi SP
- Criação e produção: companhia brasileira de teatro
- https://www.companhiabrasileira.art.br/
Serviço
- Local: Teatro Carlos Gomes – Praça Tiradentes s/nº (Rua Pedro I, 4) – Centro
- Informações: 21 2035-0247
- Temporada: de 02 de maio a 31 de maio
- Horário: quinta a sábado, às 19h | domingo, às 18h
- Capacidade: 685 lugares
- Duração: 100 minutos
- Classificação: 16 anos
- Ingresso: R$80,00 (inteira) | R$40,00 (meia-entrada)
- Bilheteria: quarta, das 14h às 19h | quinta e sexta, das 16h às 20h | sábado e domingo, das 14h às 18h
- Ingressos online: https://riocultura.eleventickets.com/
Labirinto Ruído – Uma quase jornada de um meio herói e Todo mês sangra, do Grupo TEAF, estreiam em São Paulo

Todo mês sangra
Há quase quatro décadas produzindo arte na cidade de Alta Floresta, localizada no extremo norte do estado do Mato Grosso, na área conhecida Território Portal da Amazônia, o TEAF – Teatro Experimental de Alta Floresta volta a São Paulo para apresentar dois espetáculos. A peça “LABIRINTO RUÍDO – Uma quase jornada de um meio herói” é encenada nos dias 09, 10 e 11 de maio, sexta e sábado, às 20h e domingo, às 18h no Teatro Arthur Azevedo (Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca). Já a dança-teatro “Todo Mês Sangra” tem sessões em 16 e 17 de maio, às 19h, no Centro de Referência da Dança (Galeria Formosa – Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo).
As ações integram o projeto Mato Adentro, Mato Afora, viabilizado através da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso. “Foram pouquíssimas as circulações que conseguimos fazer ao longo da nossa trajetória. Então, quisemos aproveitar a oportunidade para mostrar que o teatro é muito mais do que aquilo que é produzido no eixo Rio-São Paulo”, conta Elenor Junior, um dos produtores do TEAF.
“O TEAF mantém uma pesquisa contínua desde 1988. Somos o grupo mais longevo do Mato Grosso e organizamos outras importantes atividades, como o Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense e o Seminário de Cultura. Queremos contribuir na formação de público para o teatro e na troca de experiências entre os profissionais e os interessados na área”, declara Angélica Müller, presidenta do Grupo.
Para isso, o grupo escolheu apresentar duas obras muito importantes para a sua história. “LABIRINTO RUÍDO – Uma quase jornada de um meio herói” é o último trabalho do Grupo. Já “Todo Mês Sangra” é um espetáculo que integra o seu repertório desde 2017.
Labirinto Ruído
Com direção de Ronaldo Adriano, dramaturgia de Ana Flávia Garcia e atuação de Cassiane Leite, Fernando Zilio, Matheus Marins e Ronaldo Adriano, “Labirinto Ruído” foi construído a partir das memórias do elenco.
“O processo partiu das lembranças dos integrantes do grupo provocadas por objetos pessoais dos envolvidos na montagem. Quisemos discutir sobre quais memórias e imagens são ativadas em cada um de nós ao nos depararmos com determinados objetos, sejam nossos ou de outras pessoas. Quais recordações são reavivadas quando pegamos um caderno antigo na gaveta, por exemplo?”, comenta Ronaldo Adriano.
Realidade e ficção se entrecruzam na narrativa, gerando reflexões sobre sexualidade, medos, traumas, relações de gênero e legados. Nessas histórias, também é possível identificar críticas a respeito da ocupação da Amazônia. “Cidades como Alta Floresta surgiram com uma proposta bem desenvolvimentista. Muitas famílias se mudaram para lá com a promessa de ganhar muito dinheiro”, afirma Junior.
O cenário de Ronaldo Adriano emula um labirinto fluido e móvel que, ao mesmo tempo, aprisiona, mostra saídas e serve de habitat para as figuras que interagem com o personagem central. Para aumentar a imersão do público, também acontecem projeções de paisagens amazônicas e das materializações cênicas das memórias suscitadas no processo de montagem.
Já a trilha sonora original de Bruno Bazílio foi concebida a partir de improvisações sonoras de vários instrumentos, provocando na plateia as mais diversas sensações, como as de calmaria, festejo e turbulência.
Sinopse: O trabalho conta a história de um homem comum que, motivado por uma questão íntima perturbadora, inicia sua trajetória de enfrentamento pessoal com diversos personagens, obstáculos, memórias, objetos e desafios na busca de algum tipo de informação que o possa transformar.
Todo Mês Sangra
O espetáculo “Todo Mês Sangra” foi a primeira experiência do TEAF com dança e teatro. Por meio do gestual, a companhia quis discutir a violência contra a mulher nas suas mais diversas formas: tanto as agressões físicas quanto as violências psicológica, moral, sexual e patrimonial.
Uma única bailarina-intérprete está em cena, Cassiane Leite. O ponto de partida da concepção da obra, conforme explica a atriz, são suas próprias vivências e memórias, decupadas no processo de pesquisa e concepção, realizados por Clodoaldo Arruda, que também é diretor do espetáculo.
“A partir de elementos cênicos, fatos, comportamentos e conflitos, a bailarina-intérprete leva o público a refletir sobre as tantas dores e julgamentos que as mulheres são submetidas diária e historicamente, com objetivo de ressignificar essa condição e as suas trajetórias, e conquistando sua autonomia e liberdade”, enfatiza Cassiane. Clodoaldo explica então, que, “Ao longo da encenação, ela percorre oito momentos: o corpo extensivo associado ao pecado; a busca do novo, o rompimento das regras introjetadas no particular e as forças contrárias a uma possível libertação; o impulso acontece, o próprio corpo a detém; o acionar lembranças, cenicamente voltar para as visualizações de como tudo pode acontecer, o avanço, tirar o laço dos próprios olhos; recomeços; o leve, o próprio corpo e o respeito sobre ele; o corpo agredido precisa de cura; e a convocação para unir forças”.
Conforme descreve a atriz, é um espetáculo que busca conduzir o público, tanto homens quanto mulheres, à uma profunda reflexão sobre a condição das mulheres nos mais diversos espaços, na tentativa de possibilitar a superação de todos os tipos de violência que a estrutura social impõe às mulheres.
Sinopse: Uma protagonista, num momento de recortes, colagens e lembranças, questiona e ressignifica sua vida na contemporaneidade. A poesia está em ser mulher e ser respeitada por isso. Por meio da dança, o trabalho aborda a violência enfrentada por essa população, tanto as agressões físicas quanto as silenciosas.
FICHAS TÉCNICAS
Labirinto Ruído – Uma Quase Jornada de um Meio Herói
Direção e encenação: Ronaldo Adriano Texto e dramaturgia: Ana Flávia Garcia Elenco: Cassiane Leite, Matheus Marins, Ronaldo Adriano e Fernando Zilio Trilha sonora original: Bruno Bazilio Cenário: Ronaldo Adriano Marceneiro: Valdecir Marceneiro Produção e confecção de adereços: Cassiane Leite e Maria Eduarda Marques Lima Pintura e cenário e elementos de cena: Jane de Paula Pesquisa e concepção de figurino: Ronaldo Adriano e Angélica Muller Produção de figurino: Míriam Marques da Paz Lima Costureira: Terezinha Freitas Maciel Iluminação: Fernando Zilio Operação de luz: Fernando Zilio e Cassiane Leite Operação de som e projeção: João Lucas da Silva Intérprete de Libras: Fabiano Campos Produção de material fotográfico e vídeo: Mequiel Zacarias Ferreira e Wyllon de Oliveira Comunicação: Mequiel Zacarias Ferreira Produção: Elenor Cecon Júnior
Todo Mês Sangra
Direção e concepção: Clodoaldo Arruda Coreografia em Processo colaborativo: Clodoaldo Arruda Ensaiador: Ronaldo Adriano Bailarina-intérprete: Cassiane Leite Pesquisa Musical: Clodoaldo Arruda Cenografia e figurino: Clodoaldo Arruda Operação de som e luz: Fernando Zilio Produção: Elenor Cecon Júnior Comunicação: Mequiel Zacarias Ferreira
SERVIÇO:
LABIRINTO RUÍDO – uma quase jornada de um meio herói
Data: 9 a 11 de maio, sexta e sábado, às 20h e domingo às 18h
Teatro Arthur Azevedo – Anexo
Endereço: Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
Ingressos gratuitos: retirados na bilheteria ou através do Sympla (clique aqui)
Telefone: (11) 2604-5558 Duração: 70 minutos Classificação: Livre
Dias 09 e 10/05 as sessões terão interpretação em Libras.
Todo Mês Sangra
Data: 16 e 17 de maio, sexta e sábado, às 19h
Centro de Referência da Dança (CRD)
Endereço: Galeria Formosa – Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo – Centro Histórico de São Paulo, São Paulo
Ingressos gratuitos: distribuídos com uma hora de antecedência na bilheteria do CRD
Telefone: (11) 3214-3249 Duração: 40 minutos Classificação: 12 anos

Sou formada em jornalismo pela Universidade Gama Filho, apaixonada por
eventos culturais, em especial o teatro, que nos faz viajar, pensar, sonhar,
sorrir, chorar e amar.