O drama de um casal em crise é retratado no espetáculo FINLÂNDIA, que chega ao Rio de Janeiro após temporadas de sucesso em São Paulo. Com direção de Pedro Granato, estão em cena o casal (também na vida real) Jiddu Pinheiro e Paula Cohen (recentemente na TV como a vilã Miriam da novela “Elas Por Elas”, e vencedora do Prêmio APCA 2021 de Melhor Atriz de Televisão pela sua atuação em “Nos tempos do Imperador”).
FINLÂNDIA nos transporta a um quarto de hotel na fria Helsinque, onde o casal de atores Paula e Jiddu (por recomendação do autor, os atores usam seus próprios nomes na montagem), em processo de separação, tenta estabelecer um diálogo sobre o futuro de seu relacionamento. A peça joga luz sobre temas urgentes como maternidade e paternidade, as questões de gênero, os feminismos contemporâneos, a velha e nociva masculinidade, as relações abusivas, o conceito de amor.
Nesse duelo entre dois mundos aparentemente inconciliáveis, os conflitos deste casal refletem o momento atual, em que uma estrutura de padrões opressivos está ruindo para dar vez a um mundo que aponta novos caminhos.
“Eu acho que o texto traz muito essa nova onda feminista para dentro das relações em que os pais estão mais presentes, compartilham as tarefas do lar e cuidados com os filhos e não terceirizam os cuidados. E aqui há também uma certa inversão de papéis em alguns momentos, uma desconstrução, uma visão mais crítica dessas estruturas de poder dos homens, do que é violência e do que é respeito. O texto traz muito a filha para o centro da questão”, comenta o diretor Pedro Gra
nato.
Já para a atriz Paula Cohen, a obra explora a dualidade entre o modo como as pessoas foram criadas para reproduzir velhos padrões e a tentativa de rompê-los a partir da mudança de tempos, olhares e valores. “Acho que a peça explora essas contradições colocando em perspectiva esses questionamentos, de maneira muito humana na boca dessas personagens. Esse casal passa por muitos assuntos que estão em pauta na sociedade e, por isso, encontra ressonância em muitas casas, em muitos lares, em outros países”, comenta.
Sobre essa atualização no olhar para os relacionamentos, o ator Jiddu Pinheiro completa: “O debate sobre opressores e oprimidos no ambiente público e privado, o embate político-ideológico nos mais diversos fóruns, as lutas por igualdade de direitos de gêneros e representatividade feminina, a forma como a estrutura patriarcal moldou e molda subjetividades de homens e mulheres são pautas de primeira ordem neste momento.”.
A primeira montagem de FINLÂNDIA estreou em 2022 em Madri, na Espanha, e, desde então, ganhou outras versões de sucesso em Paris (França), Montevidéu (Uruguai), Cidade do México (México) e Santo Domingo (República Dominicana).
SINOPSE
Confinados num quarto de hotel em Helsinque, o casal de atores Paula e Jiddu está em processo de separação e tenta estabelecer um diálogo sobre o futuro de seu relacionamento. Enfrentando as complexidades e desafios dos novos papeis da mulher e do homem, precisam encontrar um termo para a criação e guarda da filha pequena.
A MONTAGEM
A encenação explora o aspecto claustrofóbico do quarto de hotel em que a história se passa. “Deixamos a encenação diagonal, o que diminui o espaço do quarto e permite essa relação mais cinematográfica como se o espectador visse quase que um plano-contraplano. E, assim, rompe-se um pouco com aquela ação mais frontal ou da quarta parede. Temos um caminho de usar elementos de forma mais minimalista para que se sobressaiam os atores e o texto”, explica o diretor Pedro Granato.
Para criar essa encenação, o diretor buscou inspirações no cinema, como a série “Cenas de um Casamento” (2021, HBO) e o original de Ingmar Bergman; “Closer”, peça de Patrick Marber adaptada ao cinema; e o filme “História de um Casamento” (2019), de Noah Baumbach.
Serviço
ESTREIA: dia 11 de julho (6ªf), às 20h30
ONDE: Teatro Municipal Domingos de Oliveira / Planetário da Gávea
. Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea, RJ – Tel: (21) 2274-7722 (estacionamento no local)
HORÁRIOS: 6ª e sab, às 20h30; dom às 19h / INGRESSOS: R$50 e R$25 (meia) em https://tickets.oneboxtds.com/riocultura/events ou na bilheteria de 3ª a dom das 15h ao início do espetáculo / CAPACIDADE: 87 espectadores / DURAÇÃO: 90 min / GÊNERO: drama / CLASSIFICAÇÃO: 16 anos / ACESSIBILIDADE: sim / TEMPORADA: até 27 de julho
FICHA TÉCNICA
- Texto: Pascal Rambert
- Direção: Pedro Granato
- Tradução e Elenco: Paula Cohen e Jiddu Pinheiro
- Participação Especial: Turí
- Iluminação e Cenário: Marisa Bentivegna
- Figurino: Iara Wisnik
- Direção de Imagens: Karina Ades
- Direção de Produção: Paula Cohen e Erika Horn
- Produção RJ: Luciana Fávero
- Gestão de Projeto e Difusão: Dulcinéia Produções Artísticas e Horn Produções Artísticas
- Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
PASCAL RAMBERT – autor
Nasceu em Nice, França, em 1962. É autor de teatro, diretor e coreógrafo. Atualmente, é considerado um dos mais aclamados dramaturgos do continente europeu e sua obra foi traduzida para vários idiomas (inglês, russo, italiano, alemão, japonês, chinês, holandês e outros). Foi contemplado com inúmeros prêmios importantes, entre eles o Prêmio Émile Augier de Literatura y Filosofía, por sua obra “Ensayo”, em 2015, e o Prêmio de Teatro da Academia Francesa, pelo conjunto de sua obra, em 2016. Recentemente estreou “Une Vie” na Comédie-Française. Além disso, dirigiu uma série de curtas-metragens, alguns deles premiados nos festivais de Pantin, Locarno e Paris. Em 2007, transformou o Théâtre de Gennevilliers «T2G» em um centro nacional de criação contemporânea. Desde janeiro de 2017 é artista residente do Théâtre des Bouffes du Nord em Paris, fundado por Peter Brook. Sua peça “Clôture de l’Amour”, que estreou no Festival d’Avignon, em 2011, se tornou um sucesso mundial.
PEDRO GRANATO – diretor
Pedro Granato é diretor, dramaturgo e professor de teatro formado em Cinema e Vídeo pela ECA-USP. Selecionado para o Directors LAB no Lincoln Center em Nova Iorque em 2014. Dirigiu e escreveu peças premiadas, apresentadas em mais de 10 países. Entre suas direções teatrais, destacam-se “Veraneio” (2023), “Pousada Refúgio” (2018) e “Navalha na Carne” (2008), e as coproduções internacionais “Babylon Beyond Broders (2019), “País Clandestino” (2017) e “Weapon is a part of my body” (2021). É fundador do teatro Pequeno Ato, ganhador duas vezes do Prêmio APCA. Foi Coordenador de Centros Culturais e Teatros e Coordenador de Formação na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.
PAULA COHEN – atriz
Paula Cohen ganhou o Prêmio APCA 2021 de Melhor Atriz de Televisão pela sua atuação em “Nos tempos do Imperador”. Formada pela Escola de Arte Dramática – USP, é uma das atrizes mais atuantes do teatro paulistano. Seus mais recentes espetáculos foram o premiado solo “Carne de Mulher”, de Franca Rame e Dario Fo, direção de Georgette Fadel e “As lágrimas quentes de amor que só meu secador sabe enxugar”, solo de sua autoria em parceria com o diretor Pedro Granato.
No teatro trabalhou com diretores consagrados, como o búlgaro Dimiter Gotscheft, na montagem internacional de “Hamlet Mchine”, e Cibele Forjaz em “Arena conta Danton”.
No cinema destacou-se nos filmes “Serial Kelly”, de Rene Guerra; “Dentes”, de
Pedro Arantes e Julio Taubkin,;”Uma espécie de Família”, do argentino Diego Lerman; “O Silêncio do Céu”, de Marco Dutra. Seus mais recentes trabalhos na televisão foram nas novelas “Elas por Elas”, “Nos tempos do Imperador” (pela qual ganhou o Prêmio APCA de Melhor Atriz de Televisão de 2021) e “I Love Paraisópolis” (Globo), e nas séries “Um contra todos”, “Eu a Vó e a Boi” (Globoplay) e “13 dias longe do sol” (Globo).
JIDDU PINHEIRO – ator
Jiddu Pinheiro é ator profissional desde 1994, formado pelo Teatro Escola Célia Helena e CPT (Centro de Pesquisa Teatral) do diretor Antunes Filho. Em teatro atuou nas peças “Vestido de Noiva” direção Helena Ignez; “Os Sete Afluentes do Rio Ota”, dir. de Monique Gardenberg; “Mãe Coragem”, dir. de Sérgio Ferrara; “Ricardo III”, dir. de Jô Soares; “Dois Irmãos”, dir. Roberto Lage, entre outras.
Em cinema, atuou nos longas-metragens “Falsa Loura” (2007), de Carlos Reichenbach; “Hotel Atlântico” (2008), de Suzana Amaral; “Uma História de Amor e Fúria” (2013), animação de Luiz Bolognesi; “O Roubo da Taça” (2016), de Caito Ortiz; “O Animal Cordial” (2017), de Gabriela Amaral Almeida, entre outros. Em 2016, estreou como roteirista e codiretor no longa-metragem “La Vingança”, premiado em Festivais como Brooklin Film Festival (2017), nos EUA, e Agenda Brasil (2017), na Itália. Em séries de TV, atuou em “Vale dos Esquecidos” (HBO), “Passionais” (Multishow); “13 Dias Longe do Sol” (Globo); PSI (HBO) e “A Vida Secreta dos Casais” (HBO). Atuou também em telenovelas, entre elas “Pecado Capital” (Globo) e “Vende-se um Véu de Noiva” (SBT).
