Bete Esteves apresenta “elataquidentro” no Solar Grandjean de Montigny /PUC-Rio

Em cartaz até 14/9, mostra apresenta um conjunto de obras que transitam entre escultura, instalação, vídeo, performance e desenho

por Redação
Bete Esteves - Foto: Mario Grisolli

“elataquidentro”, no trabalho da artista Bete Esteves, vem chamando a atenção de quem passa pelo Solar Grandjean de Montigny, na PUC-Rio. Com curadoria de Bia Petrus, a mostra apresenta um conjunto de obras que transita entre escultura, instalação, vídeo, performance e desenho — revelando a potência da linguagem plural que caracteriza a trajetória da artista.  O público poderá visitar a exposição até 14 de setembro, e conhecer seus diferentes percursos e ritmos, em uma travessia sensível pelos andares do histórico palacete. A entrada é gratuita.

A palavra-título, “elataquidentro”, é um neologismo poético que emerge do corpo da obra e ecoa a memória de “Yoyo”, uma das peças nucleares da exposição. A partir da evocação da demência e da linguagem fragmentada, a exposição se constrói como uma literação sensível daquilo que a memória toca, mas não consegue reter.

Percurso poético-arquitetônico

Instalada no Solar Grandjean de Montigny, a exposição não se limita ao edifício: dialoga com sua arquitetura, respira por suas frestas, sobe e desce suas escadas, escorre por suas calhas e desafia suas estruturas. Em cada ambiente, fragmentos como telhas, carrinhos, cacos, espelhos, sementes, tubos e dispositivos constroem narrativas não-lineares. A proposta da artista é colocar o espectador entre o cair e o voar, entre a ruína e o impulso. Obras como “Valsalenta”, “Obelisk e Obelith” e “Boceja” criam atmosferas de suspensão, ameaça e reconfiguração.

-Os trabalhos que compõem a exposição elataquidentro formam uma legião de seres animados orgânicos e inorgânicos que trabalham ativando memórias e sensibilidades. – explica Bete.

Entre os trabalhos, destacam-se:

  • “Ainda somos seis”: instalação na área externa do Solar com telhas de faiança invertidas, canaletas e sementes que esperam a chuva para germinar desenhos.

  • “Vasa”: criatura mitológica feita de barro que, na fabulação da artista, emergiu de mapas medievais e seres do submundo.

  • “Falhantes”: megafones-telhas que sussurram e balbuciam o que não se diz.

  • “Bafo”: estação de inalação, que do subsolo do solar, emana um odor vindo da terra

A artista Bete Esteves

Artista e pesquisadora multidisciplinar, Bete Esteves, cruza diferentes meios, com destaque para processos de escultura, performance e instalações. Vive e trabalha entre o Brasil e Portugal.  Em seus projetos mais recentes, a artista tem investigado dispositivos de instabilidade, gravidade e escuta, buscando deslocar tanto o olhar do espectador quanto os próprios suportes da arte contemporânea.

A curadora Bia Petrus

Bia Petrus é artista visual, curadora e investigadora em arte contemporânea com foco em práticas estético-afetivo-políticas, feminismo e ecologia. Desenvolve curadorias em diálogo com os processos sensíveis dos artistas, promovendo experiências expositivas que dilatam o espaço e o tempo da fruição.

Carlos Eduardo Felix da Costa

Carlos Eduardo Felix da Costa , o Cadu, é artista e professor adjunto da PUC-Rio no Departamento de Artes e Design. É diretor do Museu Universitário Solar Grandjean de Montigny e compõe a equipe curatorial e pedagógica da Casa Brasil.

Serviço

Exposição: “elataquidentro”

Artista: Bete Esteves

Curadoria: Bia Petrus

Local: Solar Grandjean de Montigny – PUC-Rio

Endereço: R. Marquês de São Vicente, 225 – Gávea, Rio de Janeiro

Encerramento: 14 de setembro.

De segunda à sexta das 10 às 17hs.

Durante a semana da Art-Rio o Solar funcionará extraordinariamente sábado e domingo das 10 às 17hs.

Visitação: entrada gratuita

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