Buscando inserir conhecimentos de robótica e arte no dia a dia de alunos da rede pública de várias cidades brasileiras, o Engenhoka, realizado pelo Instituto Burburinho Cultural, do Rio de Janeiro, inaugura nesta quinta-feira (21), das 14h às 17h, mais uma unidade, desta vez no Centro do Rio, na E. M. Orlando Villas Boas. O Projeto já conta, neste semestre, com uma unidade em um colégio de Copacabana e em outros municípios do estado, como Duque de Caxias, Barra do Piraí e Macaé.
O projeto deve mobilizar aproximadamente 420 alunos da rede pública de ensino do estado do Rio, além do Paraná e do Rio Grande do Sul, que vão receber uma unidade cada. Entre agosto e dezembro, vai oferecer o curso exclusivo de 40 horas, com imersão em robótica educacional e arte em um estúdio maker. O Instituto Burburinho Cultural planeja multiplicar o Engenhoka em instituições da rede pública de ensino pelo Brasil.
“O Engenhoka nasce da urgência de reconectar escola e juventude. Em um mundo de telas, solidão e desinteresse, propomos arte e tecnologia como caminhos criativos para reacender o desejo de aprender e expressar”. É o que pontua Priscila Seixas, presidente do Instituto Burburinho Cultural.
A diretora da Escola Municipal Orlando Villas Boas, Cristina Stellitano, destaca: “a chegada do Projeto Engenhoka representa uma transformação na forma de ensinar e aprender. Minha expectativa é que os estudantes se sintam motivados e encantados ao participar dessa iniciativa, despertando sua autoestima, curiosidade e vontade de criar. Para muitos estudantes, especialmente da Orlando Villas Boas, é também uma grande oportunidade inédita de acesso à tecnologia de ponta, o que amplia horizontes, fortalece a autoestima, forma alunos mais confiantes, críticos e preparados para os desafios do mundo em que vivem”.
O Engenhoka é um projeto multidisciplinar no qual os alunos aprendem por meio de oficinas regulares, explorando técnicas de artes visuais em conexão com robótica educacional em um estúdio maker que conta com impressoras 3D, tablets, mobiliário, boxes de livros e material pedagógico. Toda estrutura será doada à instituição ao fim do projeto, 5.400 livros distribuídos como continuação do Engenhoka e mais de 8.000 alunos que recebem o legado dos estúdios nas escolas. Criatividade, capacidade de raciocínio lógico e concentração são temas difundidos nas oficinas.
Aluno do 9° ano escolar do Orlando Villas e morador de São Cristovão, Rafael Pereira Brito de Araújo Costa, conta sobre suas expectativas para o Engenhoka: “Eu vejo a robótica como uma área que junta criatividade, ciência e inovação. Quero explorar novas ideias, aprender a resolver problemas de forma prática e descobrir até onde a tecnologia pode chegar. É um campo que sempre está em evolução, e poder acompanhar isso de perto me motiva bastante. Gosto de desafios, de resolver problemas e de entender os processos por trás das coisas”.
Além de retomar o ensino de artes nas escolas da rede pública, o mote do Engenhoka é diluir as fronteiras entre artes e ciências, demonstrando que é possível desenvolver robôs com componentes artísticos, como no universo da escultura, e que também é possível enxergar arte nos robôs. “Afinal, eles também são esculturas recheadas de design, que também é uma linguagem cultural. O projeto é revolucionário justamente por conta disso: desconstrói lugares comuns que colocaram em nossas cabeças, como a ideia de que se você é bom em matemática e ciências, não leva jeito para as artes… isso é uma falácia”, afirma Thiago Ramires, idealizador do projeto e cofundador do Instituto Burburinho Cultural.
Método do Engenhoka
Raciocínio lógico, imersão em momentos da História da Arte dentro de um estúdio maker, muito conhecimento e prática. Em cada instituição, um professor e monitores desenvolvem com os estudantes o ciclo. Cinco módulos compõem o método, que é apresentado num box maker para cada aluno. A pedagogia em robótica educacional foi desenvolvida pela Picodec Edtechc (https://picode.com.br), especializada em cultura maker para utilização pedagógica. Ela realizou a linha do tempo e a base pedagógica que conduzem as aulas, que interliga aspectos da robótica a trabalhos de artistas visuais que mudaram paradigmas entre o século XIX e o século XX.
Sediado no Rio de Janeiro, o Instituto conta com colaboradores por todo o país e fora do Brasil. Além do Engenhoka, realiza projetos como o Criar Jogos, Proje7o Arco-Íris, Arena Viva, Futuro Queer e Pescando Tradições. O Engenhoka é viabilizado através da Lei Rouanet e aprovado na Lei de Incentivo à Cultura, a iniciativa conta com patrocínio do Grupo Boticário, Trident Energy, ExxonMobil Brasil, Google Brasil, Wilson Sons, NTS (Nova Transportadora do Sudeste S/A), ONS e SQ Química, e é realizado pela Burburinho Cultural e Ministério da Cultura, Governo Federal – União e Reconstrução.
Escolas contempladas no RJ:
1) Rio de Janeiro/RJ – Centro – E.M. ORLANDO VILLAS BOAS (Endereço: R. André Cavalcanti, 103-109 – CENTRO, Rio de Janeiro – RJ, 20231-000)
2) Rio de Janeiro/RJ – Copacabana – E.M. DOUTOR COCIO BARCELLOS
3) Duque de Caxias/RJ – E.M. INTERCULTURAL MÉXICO – PROFª NILCELINA DOS SANTOS FERREIRA.
4) Barra do Piraí/RJ – CIEP 428 MARIANA COELHO
6) Macaé/RJ – C.M. Professora Maria Leticia Santos Carvalho
Outras:
1) Rio Grande/RS – E.E.E.F. SALDANHA DA GAMA
2) Curitiba/PR – CE EF M PROF. HOMERO B. DE BARROS