A incorporação de práticas holísticas ao tratamento psicológico ganha cada vez mais espaço nas clínicas e consultórios. Para a psicóloga clínica Valeria Motta, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Psicologia Positiva, atuando na clínica desde 2010, a união entre abordagens tradicionais e técnicas complementares amplia recursos terapêuticos e favorece resultados mais concretos para o dia a dia dos pacientes.
Valeria conta que “conheci as práticas terapêuticas como usuário, posteriormente fazendo cursos e com o tempo pude aplicar na minha prática clínica, algumas ferramentas, como a respiração e relaxamento.” Hoje ela costuma integrar essas técnicas a seus atendimentos, ensinando estratégias que o paciente pode levar para além do consultório.
O que as terapias holísticas acrescentam
Segundo a psicóloga, há uma aplicação prática e direta: “Ensinar o cliente a ter uma respiração consciente e tornar essa experiência uma constante na vida dele. Com a prática no ambiente do consultório, estimulamos o cliente a criar o bom hábito de relaxar e respirar conscientemente e tirar um momento no seu dia para se desconectar, mesmo por poucos minutos do burburinho e compromissos do dia a dia.” Esse tipo de recurso oferece autorregulação imediata em momentos de tensão.
Valeria relata que os resultados são “muito positivos”: com a prática, o paciente passa a dispor de uma ferramenta para enfrentar momentos de ansiedade e para lidar com decisões difíceis. “Principalmente, a perceber que com a prática constante, ele construirá um caminho, uma reserva emocional a ser utilizada nesses momentos, tornando, muitas vezes a situação muito mais fácil de resolver.”
Complementaridade entre psicológicas, psicanálise e holística
Especialistas apontam que a psicologia científica (por exemplo TCC e Psicologia Positiva) traz protocolos e evidências para sintomas e comportamentos; a psicanálise aprofunda a compreensão do inconsciente, das narrativas e dos conflitos intrapsíquicos; e as terapias holísticas — com ênfase no corpo, respiração e estados de consciência — fornecem técnicas imediatas de autorregulação. Juntas, essas abordagens permitem intervenções que vão do manejo sintomático ao trabalho de fundo sobre sentidos e história pessoal, além de promover recursos práticos para o cotidiano.
Para Valeria, um ponto forte das técnicas holísticas que ela utiliza é a versatilidade: “O diferencial é a possibilidade e a facilidade em utilizar a técnica em qualquer lugar. Dentro de um metro cheio, num parque arborizado, no seu quarto ou num momento de estresse entre outros e pode ser para qualquer idade sem contraindicação.” Essa aplicabilidade amplia a autonomia do paciente e a eficácia das intervenções psicológicas.
A integração deve ser feita por profissionais habilitados e com ética, respeitando limites clínicos e o quadro de cada paciente. As técnicas complementares podem potencializar tratamentos psicológicos e psicanalíticos, mas não substituem intervenções médicas quando necessárias. Na experiência de Valeria, o caminho é ensinar e treinar o uso cotidiano dessas ferramentas até que se tornem um recurso automático nas crises.
A prática profissional de Valeria Motta ilustra como abordagens diversas podem dialogar de forma produtiva: aliando o olhar clínico e as estruturas teóricas da psicologia e da psicanálise com técnicas holísticas simples — como respiração e relaxamento — é possível promover mudanças imediatas e sustentáveis na experiência emocional dos pacientes. Pequenas práticas diárias, orientadas por um profissional, constroem ao longo do tempo uma “reserva emocional” que ajuda a enfrentar os desafios do cotidiano.
Graça Duarte, 57 anos, Brasileira, Jornalista, Escritora, Psicanalista e Parapsicóloga. 32 anos de atuação nas áreas de comunicação, empreendedorismo e bem-estar. Abordagem integrativa e humanizada.