A mítica da pombagira e a força da mulher são temas de espetáculo no Rio

Bia Laere é a idealizadora, diretora e atriz de “Encruzilhadas” - foto: Renato Cavaleiro

Histórias inéditas e novos elenco e figurino se somam ao espetáculo “Encruzilhadas” da atriz e diretora Bia Laere. Após o sucesso da primeira temporada nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba, a peça passou por renovação para a segunda turnê. Na próxima quinta-feira (19/12), o espetáculo será apresentado no Teatro Henriqueta Brieba, no Tijuca Tênis Clube.

No palco, ao lado de Bia, estão Rhaissa Xavier, Alexandre Gonçalves e a musicista Vanessa Xavier, que faz participação ao vivo. Há novidades também na equipe de produção e na atualização visual. “Temos novas histórias para contar, além das que o público já conhece e ama. Nossos cenário e figurino também foram totalmente reformulados, dando espaço para criações espetaculares”, celebra a diretora.

Mesclando presente, passado e futuro, a peça narra a jornada de sete mulheres que se tornaram ‘entidades pombagiras’ – personagem mítica das religiões de matrizes africanas. Com um texto poético, vigoroso e performances envolventes, as atrizes abordam também um tema muito discutido nos dias de hoje: o feminicídio e outras formas de violência contra a mulher. O contexto das religiões de matrizes afro-brasileiras, frequentemente alvo de preconceito, oferece um pano de fundo significativo para a narrativa.

Idealizada e escrita por Bia Laere, “Encruzilhadas” é um espetáculo independente. “Esse processo de reformulação está sendo maravilhoso, mas envolve um investimento alto. O que me move é a fé na importância desse trabalho que fala das pombagiras, figuras tão demonizadas na nossa sociedade, mas que no fundo são apenas mulheres. Suas histórias são lindas, fortes, inspiradoras e merecem ser contadas”, diz.

Trajetória na cultura

Com formação em História e pós-graduação em Psicanálise, Bia Laere trilhou um caminho singular que combinou sua paixão pela arte com seus estudos acadêmicos. Sua incursão no mundo artístico teve início aos 19 anos, quando ingressou no Teatro Miguel Falabella, um ambiente que viria se tornar palco de suas futuras performances profissionais. Mais tarde, aprimorou suas habilidades estudando Teatro e Performance na renomada Universidade de Edimburgo, na Escócia, explorando também o teatro físico e o de máscaras sob a orientação do Grupo Teatral Moitara, além de obter uma pós-graduação em Artes Performáticas.

Apesar do currículo fortemente artístico, inicialmente Bia não imaginava seguir o caminho das artes. “Sempre fui quieta, tímida e esquisita, mas profundamente artística. Cresci dizendo que a única coisa que jamais faria era ser atriz!”, conta. Ela lembra que tudo mudou quando assistiu a um espetáculo onde sua irmã atuava. “Naquele momento, me apaixonei profundamente pelo teatro. Foi o início da descoberta da minha paixão e propósito de vida. O teatro é o sangue que corre nas minhas veias e o que me mantém viva.”

SERVIÇO:
Data: 19 de dezembro
Horário: quinta-feira, às 20h
Local: Teatro Henriqueta Brieba – Rua Conde de Bonfim, 451 – Tijuca (RJ)
Preço: R$ 100,00 (inteira) R$ 50,00 (meia)

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