A Pequena África é delas

O coletivo sambista “Mulheres da Pequena África” se apresenta na quarta, 04 de setembro, às 18h, no Bafo da Prainha. E o melhor: gratuito! 

Componentes da roda de samba Mulheres da Pequena África
Componentes da roda de samba Mulheres da Pequena África - Foto de Michelle Beff
Já tem data e horário marcados para mais uma edição do samba que aumenta o movimento feminino no Bafo da Prainha. A roda “Mulheres da Pequena África” se apresenta no dia 04 de setembro, quarta-feira, a partir das 18h, gratuitamente. Criada e acontecida neste verdadeiro nascedouro do samba brasileiro, na zona portuária carioca, as “Mulheres da Pequena África” batem ponto por lá, para exercerem, da forma mais prazerosa, o que gostam de fazer: tocar, cantar e consumir samba de qualidade. União remete à fortaleza e é isso que é observado quando se está na plateia delas. 

 

A roda de samba “Mulheres da Pequena África” é comandada por Thais Villela, do Rio de Janeiro, e Dora Rosa, de Cuiabá. O grupo foi criado a partir do coletivo “Mulheres do Samba Notícias” – também obra da dupla. Elas são cantoras e radialistas. São mais de 250 mulheres pelo Brasil. Este foi o ponto de partida para a criação da roda e, hoje em dia, é um informativo que abrange todo o país com foco na ideia de dar visibilidade, espaço, capacitação, respeito e notoriedade às centenas de mulheres pelo país que são exímias sambistas, tendo em vista o universo predominantemente masculino e machista onde os sambas acontecem.

“Mulheres da Pequena África” vem nessa vertente de abrir portas para as cantoras que já existem e as que chegam, a cada apresentação, para que elas tenham o protagonismo de também contar a sua história. As vivências e as culturas trazidas por mulheres pretas, brancas e indígenas, por exemplo, e que fazem parte do grupo, tem espaço nas apresentações. A roda recebe convidadas de todo o Brasil, que podem ali, ter esse espaço para tocar no berço do samba no Rio de Janeiro, a Pedra do Sal. É considerada uma roda muito animada, potente e promissora, por mostrar o trabalho dessas mulheres. No caso de Dora, que tem ascendência indígena, ali a sonoridade se mistura ao ancestral. “Quando falamos de ancestralidade, acredito que a indígena caminha junto com a afro”, Dora Rosa.

No repertório das “Mulheres da Pequena África”, estão canções autorais e releituras de letras históricas e machistas. “Fazemos muito do Riachão, como “Vá Morar Com o Diabo”, que voltamos dando a visão feminina disso. E “Nega Manhosa”, do Herivelto Martins. Refizemos a música, que tem letra extremamente machista”. Dora aproveita para destacar o repertório autoral como “Com Licença” e “Na Ribeira”. “Oxóssi” e “Pra Matar Preconceito” são composições que falam de temas necessários e abordam o passado, o presente e o futuro. Uma música que não pode faltar no set delas é “Identidade”, composta por Jorge Aragão. 

O projeto faz parte do edital municipal Ações Locais. Ele tem como diretriz fomentar propostas que atuam com públicos prioritários, tais como: pessoas negras (autodeclaradas pretas ou pardas), pessoas indígenas, pessoas com deficiência, mulheres, população LGBTI+, pessoas em situação de pobreza; vítimas de violência; em situação de rua; em situação de restrição e privação de liberdade/população carcerária; em sofrimento psíquico; crianças, jovens, idosos; povos e comunidades tradicionais. O Ações Locais tem como objetivo também colaborar na descentralização do fomento à cultura na cidade.

Serviço: 

Mulheres da Pequena África

Roda de Samba

  • Local: Bafo da Prainha 
  • Quarta, 04 de setembro, a partir das 18h
  • Musicistas: Thais Villela e Dora Rosa e grande elenco feminino
  • Classificação: Livre
  • Entrada Gratuita