“A Sala Branca”, peça de Josep Maria Miró, volta em cartaz de 06 a 29 de junho no Teatro do CCJF, no centro do Rio

A Sala Branca chega no CCJF em junho

O que aconteceria se você encontrasse casualmente aquela professora da sua infância que lhe ensinou a ler e a escrever? Quais memórias viriam à tona? O que diriam um ao outro? Este é o ponto de partida do espetáculo “A Sala Branca”, do autor catalão Josep Maria Miró. Com direção de Gustavo Wabner, a peça volta em cartaz a partir de 6 de junho no Teatro do CCJF – Centro Cultural da Justiça Federal, no centro do Rio, pelo Festival Identidade em Cena, depois de temporadas de sucesso em Copacabana e Niterói em 2024. Inédita no Brasil, a obra foi traduzida por Daniel Dias da Silva, que também integra o elenco ao lado de Angela Rebello, Isabel Cavalcanti e Sávio Moll.

Autor de outras peças montadas no Brasil, como “O Princípio de Arquimedes” e “Nerium Park” (ambas também com tradução de Daniel Dias da Silva), o premiado Josep Maria Miró apresenta em “A Sala Branca”, uma obra intimista que combina drama, humor, ternura e reflexão. Construída a partir de uma narrativa fragmentada – na qual vozes, tempos e locais se misturam – o espetáculo conduz o público a uma viagem nostálgica, revisitando as paisagens íntimas e emocionais da infância.

Em cena, Carlos (Sávio Moll), Laia (Isabel Cavalcanti) e Manuel (Daniel Dias da Silva) reencontram Senhorita Mercedes (Angela Rebello), a professora que os ensinou a ler e escrever quando pequenos. Eles não se veem há 40 anos e agora são adultos, com vidas que seguiram por caminhos diferentes. A reunião aparentemente casual com a Senhorita Mercedes será perturbadora para cada um deles, fazendo surgir questionamentos profundos e também velhas feridas. O papel de Senhorita Mercedes rendeu à atriz Angela Rebello a indicação ao Prêmio APTR 2025 de Melhor Atriz.

Idealizador da montagem, o ator Daniel Dias da Silva tem uma relação antiga com a obra de Josep Maria Miró, sendo a “A Sala Branca” o quinto texto que ele traduz para o português. “É interessante essa familiaridade com a obra do autor, você acaba reconhecendo seu estilo, suas referências, suas ideias. Sempre me impressiono com o domínio que ele tem de sua dramaturgia, com a forma como constrói os diálogos, permeados por silêncios e vazios que, muitas vezes, dizem mais que as palavras, compondo um quebra-cabeças que tira o espectador ou leitor de uma posição passiva”, diz.

Com relação ao enredo de “A Sala Branca”, Daniel avalia um olhar do autor sobre o passado como forma de entender o presente. “Acho que, nesta peça, Miró propõe uma viagem mais nostálgica, pessoal e intimista à infância, um período frequentemente visto de forma romantizada, mas que também pode ser cruel, esconder dores e mágoas. É uma fase determinante na construção do ser humano e ele busca compreender como nos tornamos quem somos hoje e, ao mesmo tempo, faz uma reverência aos mestres que nos formaram e nos guiaram no início dessa jornada”, completa.

O diretor Gustavo Wabner conta que a infância dos três personagens é revisitada de uma forma contundente e sem romantismos. “Cada um deles possui uma trajetória e características próprias, com fluxos e embocaduras diferentes. O autor nos desafia com personagens complexos em suas trajetórias e composições”, adianta. Sobre a dramaturgia, Wabner a considera especial por vários motivos. Primeiro pela premissa e pela temática, mas também pela sua estrutura e carpintaria. “É um texto muito inteligente, cheio de sutilezas e nuances, que convida o espectador a montar, ou melhor, a desenredar a trama que se apresenta. A estrutura não linear torna a história mais dinâmica, potencializa os fatos e mantém a plateia atenta”, acredita.

Recebida com entusiasmo pela crítica e com sessões lotadas na sua temporada de estreia em Copacabana e nas apresentações de Niterói, “A Sala Branca” chega a partir do dia 6 de junho ao centro do Rio no Teatro do Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF) na Cinelândia, de sexta a domingo, sempre às 19h. A peça integra a programação do Festival Identidade em Cena, que comemora o Mês do Orgulho LGBTQIA+. Ingressos via Sympla ou na bilheteria do teatro.

Sinopse:

Carlos, Laia e Manuel reencontram Dona Mercedes, a professora que os alfabetizou na infância. Agora adultos, suas vidas tomaram rumos diversos. Esse encontro inesperado com a antiga mestra os levará a confrontar suas próprias escolhas e antigas feridas, revelando como o passado continua a influenciar suas vidas.

Ficha técnica

  • Texto: Josep Maria Miró
  • Direção: Gustavo Wabner
  • Elenco: Angela Rebello, Isabel Cavalcanti, Sávio Moll e Daniel Dias da Silva
  • Cenografia: Sergio Marimba
  • Figurinos: Victor Guedes
  • Iluminação: Vilmar Olos
  • Visagismo: Fernando Ocazione
  • Fotos e Programação visual: Vitor Hugo Ceccato
  • Fotos de Cena: Wesley Sabino
  • Trilha sonora: Gustavo Wabner
  • Assistente de Figurino: Carol London
  • Produção Executiva: Bruno Jahu, Rafael Barcelos e Vitor Almeida
  • Operação de Som: Bruno Jahu
  • Operação de Luz: Rafael Maia
  • Direção de Cena: Cleiton Belmiro
  • Assessoria Contábil: Sesan
  • Assessoria de Imprensa: Rodolfo Abreu | Interativa Doc
  • Direção de Produção: Daniel Dias da Silva e Cacau Gondomar
  • Coprodução: CLG – Canteiro de Ideias
  • Um espetáculo da Territórios Produções Artísticas
  • e Lunática Companhia de Teatro
  • Apoio Institucional: Centro Cultural da Justiça Federal (CCJF)

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