A quarta-feira, 28 de junho, marca oficialmente o Dia do Orgulho, com desfiles e outros eventos comemorativos em cidades de todo o mundo. É claro que todo o mês de junho já é comumente conhecido como “Mês do Orgulho”, quando as pessoas podem comemorar as conquistas da comunidade LGBTQIAP+, tanto individual quanto coletivamente. No entanto, à medida que a visibilidade e a voz da comunidade LGBTQ+ continuam a crescer, também cresce o fenômeno do “Pinkwashing”, em que as empresas tentam se beneficiar da imagem de inclusão que o Mês do Orgulho promove, enquanto fazem muito pouco para realmente apoiar as causas mais importantes para a comunidade LGBTQIAP+.
Isso levou os especialistas em comunicação e relações públicas a apoiar e auxiliar empresas e organizações que buscam evitar o pinkwashing e, em vez disso, promover e celebrar a comunidade LGBTQ+ por meio de políticas e ações claras, mensuráveis e transformadoras.
“Como uma empresa de RP orgulhosamente diversificada e inclusiva, vemos o Mês do Orgulho como a oportunidade perfeita para aumentar a conscientização sobre os perigos do ‘Pinkwashing’ para as empresas e os valores que todos nós devemos celebrar com ações, não apenas com palavras”, comenta Claudia Daré, fundadora da Latam Intersect PR, uma agência de Relações Públicas líder na América Latina.
Para Carolina Proaño, diretora de Comunicação de DEI & Environment na agência, é essencial promover a diversidade e a igualdade todos os dias do ano e em toda a estrutura da empresa, não apenas na superfície.
“Educar os funcionários de uma empresa sobre a comunidade LGBTQIAP+ é uma parte fundamental da criação de um ambiente de trabalho mais inclusivo e menos preconceituoso”, diz ele. “A promoção da diversidade e da igualdade requer ações concretas e um compromisso contínuo da organização. Por meio de políticas claras, programas de conscientização, recursos educacionais e parcerias externas, é possível promover a educação e a conscientização como parte de um aspecto contínuo e integral da missão da empresa.”
De acordo com a pesquisa da Deloitte de 2022 sobre a inclusão de LGBTQIAP+ no trabalho, 70% dos funcionários LGBTQIAP+ entrevistados disseram que a abordagem positiva dos empregadores em relação à inclusão os tornou mais propensos a permanecer em seus empregos. Um novo estudo publicado pela Forbes também mostra que as empresas com políticas favoráveis à comunidade LGBTQIAP+ tendem a ter maior lucratividade e maior valorização no mercado de ações.
Carolina forneceu oito pontos-chave de ação que as empresas podem seguir para garantir que estão fornecendo a ajuda e o apoio corretos à comunidade LGBTQIAP+, tanto dentro quanto fora de sua organização, evitando assim o Pinkwashing:
- Estabelecer políticas e diretrizes claras que proíbam a discriminação e o assédio com base na orientação sexual e na identidade de gênero. As empresas devem comunicar efetivamente essas políticas a todos os funcionários para que eles entendam suas responsabilidades com relação às pessoas LGBTQIAP+ no local de trabalho.
Promulgar programas de treinamento para aumentar a compreensão e a empatia, na forma de workshops, seminários ou outras atividades. Os locais de trabalho também devem oferecer espaço para diálogo e reflexão, onde os funcionários possam expressar suas dúvidas e perguntas enquanto aprendem mais sobre as experiências das pessoas LGBTQIAP+.
- Forneça recursos e materiais educacionais. Ajudar os funcionários a aprofundar seus conhecimentos fornecendo livros, revistas e vídeos como material complementar também pode permitir que cada membro da equipe aprenda em seu próprio ritmo.
- Criar grupos inclusivos para funcionários LGBTQIAP+ e seus aliados. Ao criar grupos dentro da empresa, as empresas podem oferecer um espaço para apoio, diálogo e networking, bem como programas de orientação que conectam funcionários LGBTQIAP+ com líderes da empresa, fornecendo orientação e apoio valiosos para seu desenvolvimento profissional e pessoal.
- Manter uma comunicação aberta e frequente. As empresas devem destacar a importância da diversidade e da igualdade em todos os níveis da organização, comunicando as histórias e as conquistas dos funcionários LGBTQ+, permitindo que eles sirvam de modelo para os outros e aumentando sua visibilidade dentro da empresa e como parte integrante da identidade e da missão da empresa.
- Realizar avaliações e pesquisas relevantes. A realização de avaliações regulares e pesquisas com funcionários sobre a inclusão de LGBTQIAP+ no local de trabalho permite que as empresas identifiquem áreas de melhoria e ajustem as políticas e os programas existentes.
- Formar parcerias na comunidade. A parceria com organizações LGBTQIAP+ e a participação em eventos e atividades relacionadas demonstram o compromisso da empresa com a igualdade e a inclusão.
- Revise os processos de recrutamento, promoção e benefícios para garantir que sejam inclusivos e equitativos para todos os funcionários, independentemente da orientação sexual ou identidade de gênero. A revisão desses processos pode ajudar a eliminar qualquer preconceito inconsciente e garantir oportunidades iguais para todos.
“Em vez de recorrer ao pinkwashing, as marcas devem se concentrar em ações genuínas e significativas que apoiem a igualdade e os direitos LGBTQIAP+”, conclui Carolina. “Isso demonstra um compromisso real e de longo prazo, tanto no ambiente interno da empresa quanto em seu relacionamento com os clientes e a sociedade em geral. Ao promover a inclusão e a diversidade em todas as áreas de seus negócios, incluindo a publicidade e o apoio a organizações LGBTQIAP+, as empresas e marcas podem construir uma reputação autêntica e positiva e contribuir para o progresso social de forma significativa.”