Carregada de empoderamento e reforçando o prazer feminino, a cantora e compositora Ally Dyla, uma das apostas da nova cena da música brasileira, estreia seu novo single de trabalho, a faixa “Leoa da Madrugada”. Com uma sonoridade pop e muita representatividade e protagonismo lésbico, o novo som se encontra disponível em todas as plataformas digitais.
“Leoa da Madrugada” é uma música autoral da artista e que busca exaltar a mulher fugindo da objetificação comum. Ally escancara no novo trabalho, como o prazer feminino está ligado única e exclusivamente à mulher. Dessa forma, traz uma narrativa de um encontro sexual entre duas pessoas do sexo feminino, em que elas não performam um ato sexual hétero padrão, quebrando os estereótipos de “passivo e ativo”.
A canção em momento algum objetifica a mulher sob um viés masculino, já que o sexo entre duas figuras femininas é sempre alvo disso e é tratado por muitos como fetiche. Pelo contrário, a música empodera tudo isso e mostra que todas merecem sentir prazer e que pra isso acontecer, a pessoa que for dividir aquele momento não pode ser uma “gatinha assustada”, mas sim uma “leoa da madrugada”.
A música carrega essas diferentes analogias, sendo a principal delas a comparação com uma leoa. “Sabemos que no mundo animal as leoas caçam, protegem, fazem basicamente tudo, enquanto o macho serve apenas para reprodução. Então, já que a parte sexual de um ser humano é provavelmente o momento em que mais nos conectamos à nossa parte animal, achei que faria total sentido usar referências ao momento da caça de uma leoa por sua presa, colocando a mulher na posição de predadora e presa ao mesmo tempo, quebrando o ciclo de estereótipo, onde não existe um papel específico designado por gênero, já que são duas mulheres trocando e ocupando todas as posições”, explica Ally.
A representatividade lésbica
Além de chegar na música trazendo questionamentos e temáticas importantes, transcendendo a ideia de “música por entretenimento”, a artista também tem o objetivo de representar sua comunidade e quebrar tabus e pensamentos preconceituosos.
“Eu particularmente tenho muito orgulho de ser como sou e sempre fiquei muito brava porque aqui no Brasil nunca tive uma grande referência na música que fosse lésbica e tivesse orgulho disso, sabe? De levantar bandeira e de fazer músicas que trazem essa identificação e o sentimento de se orgulhar de ser quem você é. Para mim, é realizar um sonho e tenho certeza que tem muitas mulheres por aí, assim como eu, que buscam por alguém para se espelhar ou usar de referência”, conta Ally.
Reforçando a importância da naturalidade lésbica, ela tenta quebrar a ideia estigmatizada do sexo entre mulheres e mostrar que essa relação não se baseia em padrões heteronormativos como as pessoas ‘curiosas’ tendem a pensar ou como é vendido no ‘mercado adulto’.
“Além de tudo, quero empoderar o prazer feminino, porque o tempo inteiro é mostrado como se fosse algo muito mais para os homens e como se o indivíduo masculino fosse indispensável para o prazer feminino. Essa música mostra que sexo é sobre prazer e não sobre alguma prática específica. E tentei mostrar que as mulheres se entendem muito bem quando o assunto é se dar prazer”, finaliza a artista.
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