Após o imenso sucesso e muitos pedidos, Vozes Negras voltará aos palcos a partir de 4 de setembro no Teatro Adolpho Bloch (RJ) e, em novembro, segue para São Paulo

por Waleria de Carvalho
Vozes Negra

O projeto de ‘Vozes Negras’ foi idealizado e dirigido por Gustavo Gasparani com produção da Aventura, de Aniela Jordan e Luiz Calainho. O espetáculo conta com a realização do Ministério da Cultura, com patrocínio da Alelo, B3 e Bradesco Seguros e apoio da Novelis, White Martins e Estácio, via Lei de Incentivo à Cultura.

A proposta é justamente usar o conceito de uma série televisiva, mas no teatro. A cada semana, canções, texto e direção se renovam a partir do contexto de cada homenageada. Todos os espetáculos da série funcionam de forma independente e não é necessário assistir em ordem cronológica. Cada sessão vai abrir espaço para uma conversa com a presença de uma debatedora convidada e a participação da plateia, sobre temas como o racismo e o feminismo negro nos dias de hoje.

Gustavo Gasparani, que assinou musicais que exaltam a cultura popular, como “SamBRA”, “Otelo da Mangueira”, “Bem Sertanejo” e “Samba Futebol Clube”, convidou o jornalista e realizador cultural Rodrigo França, um dos responsáveis por expressivas produções pensadas no público negro, como “Oboró – Masculinidades Negras” e “Contos Negreiros do Brasil”, para escrever a dramaturgia dos espetáculos ao seu lado. A supervisão e consultoria de representações raciais e de gênero é de Deborah Medeiros.

Os seis espetáculos:

04 a 07 de setembro| ESPETÁCULO 1 – ‘A Era de Ouro do Rádio’

Artistas homenageadas: Carmen Costa & Elizeth Cardoso

Sinopse: O primeiro espetáculo da série musical Vozes Negras – A Força do Canto Feminino exaltará a Era do Rádio, homenageando duas de suas maiores estrelas: Carmen Costa e Elizeth Cardoso. As duas nasceram no mesmo ano 1920. Ambas eram de origem humilde, e com talento e determinação, superaram as barreiras do preconceito e escreveram seus nomes na história sem negarem suas raízes. O que não era fácil numa época tão cheia de convenções e referências hollywoodianas. Foram pioneiras ao levar a nossa canção pelo mundo afora, alcançando o mais alto degrau da glória. No repertório musical, grandes sucessos de Carmen e Elizeth.

11 a 14 de setembro | ESPETÁCULO 2 – ‘Samba, Terreiro e Ancestralidade’

Artistas homenageadas: Clementina de Jesus & D. Ivone Lara

Sinopse: O segundo espetáculo da série musical Vozes negras – A Força do Canto Feminino exaltará o samba – seus terreiros e sua ancestralidade – homenageando duas de suas maiores damas: Clementina de Jesus e Dona Ivone Lara. Sem esquecer das “tias” baianas que se fixaram no centro do Rio de Janeiro no fim do século XIX, numa região chamada Pequena África; e o famoso quintal da Tia Ciata, por onde passaram grandes nomes do samba. No repertório musical, grandes sucessos de Clementina e Dona Ivone.

18 a 21 de setembro | ESPETÁCULO 3 – ‘Samba-canção e Bossa-nova’

Artistas homenageadas: Dolores Duran & Alaíde Costa

Sinopse: O terceiro espetáculo da série musical Vozes Negras – A Força do Canto Feminino exaltará o Samba-Canção e a Bossa Nova, homenageando duas de suas maiores estrelas Dolores Duran Alaíde Costa. Duas mulheres negras, de origem pobre, fizeram história na música brasileira. Desde cedo aprenderam que para vencer na vida, precisam batalhar e lutar contra as adversidades do sistema. No meio de muito revés, Dolores Duran e Alaíde Costa nunca deixaram de sonhar e cantar. No repertório musical, grandes sucessos de Dolores e Alaíde. 

25 a 28 de setembro | ESPETÁCULO 4 – ‘Do Samba ao Jazz, sem limites’

Artistas homenageadas: Alcione & Elza Soares

Sinopse: No quarto espetáculo da série musical Vozes Negras – A Força do Canto Feminino, exaltaremos duas divas da nossa canção: Alcione e Elza Soares. As gravadoras bem que tentaram enquadrá-las somente dentro do rótulo de sambistas. Mas sem negar o ritmo que as popularizou, deram a volta no mercado fonográfico e no preconceito, provando que poderiam ir muito além do papel ‘escolhido’ para elas. Criaram uma sonoridade própria, extrapolaram os limites de qualquer rótulo, alcançando uma enorme popularidade. Duas vozes personalíssimas, reconhecidas internacionalmente. No repertório musical, grandes sucessos de Alcione e Elza. 

02 a 05 de outubro | ESPETÁCULO 5 – ‘Do Soul ao Afropop’

Artistas homenageadas: Margareth Menezes & Sandra de Sá

Sinopse: O quinto espetáculo da série musical Vozes Negras – A Força do Canto Feminino, exaltará duas cantoras da pesada que botaram o país inteiro pra dançar: Sandra de Sá Margareth Menezes. E nessa semana memorável, vai ter festa de clube e de rua! Sandra é considerada uma evolução natural do movimento Black Rio que, pela primeira vez, tinha uma representante feminina. Margareth, é a nossa rainha do afropop baiano. É pra dançar! No repertório musical, grandes sucessos de Sandra e Margareth.  

09 a 12 de outubro | ESPETÁCULO 6 – ‘Novas Gerações’

Artistas homenageadas: Tati Quebra Barraco, Iza e Ludmilla

Sinopse: O sexto espetáculo da série musical Vozes Negras – A Força do Canto Feminino, exaltará a nova geração de cantoras, homenageando três de nossas maiores estrelas: Tati Quebra BarracoIza e Ludmilla. Três mulheres do Rio de Janeiro, nascidas na Cidade de Deus, em Olaria e em Duque de Caxias. Três mulheres diferentes, mas que se igualam na coragem de cantar exaltando e enaltecendo a liberdade da mulher. No repertório musical, grandes sucessos de Tati, Ludmilla e Iza.   

VOZES NEGRAS – A FORÇA DO CANTO FEMININO

Idealização e Direção Geral: Gustavo Gasparani
Dramaturgia e Roteiro Musical: Gustavo Gasparani e Rodrigo França
Direção Musical e Arranjos: Cláudia Elizeu e Wladimir Pinheiro

Com Analu Pimenta, Maria Vitória Rodrigues, Roberta Ribeiro, Vanessa Brown, Taty Aleixo, Chelle, Lu Vieira e Maria Ceiça.

E as Candaces (coro): Maria Antônia Ibraim, Amanda Rocha, Carolina Carsi, Daniela Dejesus, Jessica Santos, Nanda Santos e Neñega Bharbosa.

Pesquisa Histórica e Musical: Rodrigo Faour
Consultoria de Representações Raciais e de Gênero: Deborah Medeiros
Coreografia: Junior Scapin
Cenário: Mina Quental
Figurino: Wanderley Gomes
Desenho de Luz: Ana Luzia de Simoni
Desenho de Som: Gabriel D’Angelo e Joyce Santiago
Visagismo: Mary Santos
Diretores Assistentes: Marluce Medeiros, Menelick de Carvalho e Sueli Guerra
Produção de Elenco: Elenco Negro Casting por Mônica Nega e Gabriel Bortolini
Direção de Produção: Bianca Caruso
Direção Artística e Produção Geral: Aniela Jordan
Direção de Negócios e Marketing: Luiz Calainho

Serviço:

Teatro Adolpho Bloch (Rua do Russel, 804 – Glória).

SESSÕES COM ACESSIBILIDADE

LIBRAS

  • 05/09 (Sexta-feira) às 20h
  • 14/09 (Domingo) às 19h
  • 19/09 (Sexta-feira) às 20h
  • 28/09 (Domingo) às 19h
  • 03/10 (Sexta-feira) às 20h
  • 12/10 (Domingo) às 19h

AUDIODESCRIÇÃO

  • 07/09 (Domingo) às 19h
  • 12/09 (Sexta-feira) às 20h
  • 21/09 (Domingo) às 19h
  • 26/09 (Sexta-feira) às 20h
  • 05/10 (Domingo) às 19h
  • 10/10 (Sexta-feira) às 20h

Diego Estevam se apresenta em agosto na 4ª edição do Negras Melodias Show no Teatro de Contêiner, com participação especial de Obi Orin

Diego Estevam

Diego Estevam

O jazz periférico de Diego Estevam é a próxima atração da quarta edição do projeto Negras Melodias Show. A apresentação, que ainda conta com participação especial de Obi Orin, acontece na quinta-feira, dia 21 de agosto, às 20h, no Teatro de Contêiner, com direito a interpretação em Libras. A iniciativa celebra as múltiplas vertentes da música negra atual com shows e entrevistas intimistas com grandes artistas pretos e pretas do cenário musical paulistano.

Músico, compositor e arranjador Diego Estevam, nasceu em São Caetano do Sul e foi criado no Jardim Zaira, em Mauá, ambas cidades do ABC Paulista. Em janeiro de 2024, lançou seu primeiro álbum solo, intitulado “Lúcido” , que está disponível nas plataformas digitais e também em vinil.

Além da sua carreira solo, é membro da banda dos músicos Obi Orin e Atila Silva. Ele também já tocou em diversos palcos como Sesc São Caetano, JazzB, Sesc 24 de Maio, Bourbon Street, Sesc Tijuca (RJ), Instrumental Sesc Brasil, entre outros.

Na apresentação, Diego une canções de seu álbum de estreia com novas composições, transitando entre as texturas do jazz periférico, com arranjos originais que refletem a vitalidade e a beleza da música preta instrumental.

Criado em 2021, ainda durante a pandemia de Covid-19, o Negras Melodias Show tem a missão de conectar o Teatro de Contêiner à linguagem musical, oferecendo ao público uma curadoria que explora diversas vertentes da música negra, sempre com um enfoque autoral. A ideia é registrar as sonoridades contemporâneas e mapear esse diálogo entre o passado, presente e futuro da música afro-brasileira, promovendo a valorização e visibilidade desses artistas.

A iniciativa é uma parceria do Universo AfroMusic com o Teatro de Contêiner e conta com curadoria e idealização do músico, compositor, produtor e articulador cultural Hever Alvz. Já a apresentação do evento e as entrevistas com os artistas são comandadas pelo jornalista, produtor e articulador Márcio Lázaro.

As próximas atrações confirmadas da programação são Alysson, com participação Elisa de Sena (11/9); Hever Alvz, com participação de Gêde Lima (16/10); Afrojam-SP, com participação de Andarilho Cha & Oda (18/12).

Hever Alvz – curadoria e idealização 

Músico, compositor, produtor e articulador cultural, Hever Alvz ingressa, em 2007, no Conservatório Musical Ricardo Breim e cria seu projeto autoral. Em 2011, cursa Musicoterapia (FMU). Com seu projeto autoral, intitulado “Hever e o Sacigroove”, apresenta-se em SESCs, centros culturais e casas independentes de SP. E, em paralelo, produz as festas WassaWassa e Fumê, evento temático de música afro contemporânea africana, latina e brasileira. 

Em 2017, idealiza e produz o Festival AFROMUSIC-SP. Em 2018, faz turnê musical pela Europa. Em 2019, de volta ao Brasil, idealiza a AFROJAM-SP,  atividade que ganhou notoriedade por destacar expoentes da cena musical preta contemporânea. Também realiza e media o projeto “Indústria Musical Preta – Música Tem Cor”,  projeto de rodas de conversa que convida artistas, produtores, comunicadores, pesquisadores e técnicos da produção musical para debaterem temas pertinentes à cadeia musical preta. Em 2020, realizou a segunda edição do projeto Festival AFROMUSIC contemplada pelo PROAC LAB Express, realizada em 2021. 

Márcio Lázaro – apresentação e entrevistas

Jornalista, produtor e articulador, Márcio Lázaro atuou nessas três esferas desde 2006 tentando trazer um olhar sempre voltado para a cultura dialogando com o subjetivo dentro das pautas, temas e projetos que são pensados e elaborados dentro da ideia daquele planejamento. Produções de shows, exposições, eventos futebolísticos e esportivos, debates sobre cinema, música, gastronomia e turismo, atividades e projetos digitais, estão dentro desse leque de ações já desenvolvidas e realizadas.

Entre eles, está o projeto “Outras Noites em 2011”, que teve apoio da TV Cultura e foi uma turnê de bandas independentes que fizeram shows/tributos aos grandes artistas da era dos festivais como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo, Jorge Ben e Elis Regina. Outras iniciativas realizadas por ele são o Fut-Encontro, Cine-Encontro, Música-Encontro, Cozinha-Encontro e Trip-Encontro, que são debates públicos com a participação de personagens simbólicos para cada um desses temas, como Ana Cañas, Marina Person, Ríncon Sapiência, Carica (Sensação), Raul Lemos, Edgard Picoli, Fernando Porto, Cláudio Zoli, entre outros.

Serviço

Negras Melodias Show – 4ª Edição

Confira a seguir a programação dos próximos eventos:

  • 11 de setembro – Alysson, participação Elisa de Sena
  • 16 de outubro – Hever Alvz, com participação Gêde Lima
  • 18 de dezembro – Afrojam-SP, com participação Andarilho Cha & Oda

Espetáculo paranaense Doce² estreia no Rio com curta temporada no Teatro Cacilda Becker

Doce²

Doce²

A premiada Cia KÀ de Teatro, de Curitiba, chega pela primeira vez ao Rio de Janeiro com a estreia do espetáculo “DOCE²”, no dia 20 de agosto, no Teatro Cacilda Becker. Em cena, Caio Frankiu interpreta múltiplas camadas da psique humana em uma performance intensa, sob direção de Kelvin Millarch. A temporada vai até 31 de agosto, com sessões de quarta a sábado às 19h e domingos às 18h. Sextas e sábados contam com legenda descritiva.

Combinando dança, teatro e performance, “DOCE²” se debruça sobre o descontrole emocional e os labirintos da mente em estado de colapso. A montagem nasceu a partir do curta “DOCE (desilusão)”, criado por Caio e Kelvin em 2020, e desde então se expandiu para uma obra cênica mais profunda e sensorial. A proposta é atravessar a instabilidade psíquica sem seguir uma narrativa tradicional, mas por meio de imagens, movimentos e atmosferas que evocam a tênue linha entre delírio e realidade.

Durante a curta temporada, a companhia promove ainda uma série de atividades formativas gratuitas, como oficinas e encontros com o público. Os bate-papos acontecem nos dias 22, 23 e 29 de agosto, logo após as sessões. Já as oficinas acontecem nos dias 20, 29, 30 e 31/8 e abordam temas como iluminação cênica (com Ike Rocha) e imersão em dança-teatro (com Caio Frankiu).

No palco, Caio Frankiu dá vida a quatro personagens simbólicos — A Escuridão, A Primavera, A Euforia e A Tempestade — além de um psicólogo que se conecta com sua infância e a figura de Logun Edé. Máscaras confeccionadas pelo próprio ator ajudam a construir esses universos, que se entrelaçam com cartas reais recebidas por um “amigo secreto”, elemento central na dramaturgia.

O espetáculo recebeu reconhecimento em importantes festivais do Paraná, como Melhor Espetáculo e Melhor Técnica no Festival de Teatro de Pinhais, além de abrir o Festival de Teatro de Paranaguá. “DOCE²” foi selecionado pelo programa Funarte Aberta 2025.

SERVIÇO

DOCE² – Cia KÀ de Teatro (Curitiba – PR)

  •  Teatro Cacilda Becker – Rua do Catete, 338 – Rio de Janeiro
  •  Temporada: 20 a 31 de agosto de 2025
  •  Quarta a sábado, 19h | Domingo, 18h
  •  Ingressos: R$ 50 (inteira) | R$ 25 (meia)

 Sessões de sexta e sábado com legenda descritiva

  •  Duração: 55 min | Classificação: 14 anos
  • Bate-papo com o público
  •  22, 23 e 29 de agosto

Oficinas gratuitas

  •  Criação de iluminação para teatro, com Ike Rocha
  •  20/8 – 10h às 18h

 Imersão em dança-teatro, com Caio Frankiu

  •  29/8 (9h às 13h), 30 e 31/8 (10h às 14h)

FICHA TÉCNICA

  • Direção e dramaturgia: Kelvin Millarch
  • Performance e criação: Caio Frankiu
  • Iluminação: Ike Rocha e Beatriz Marçal
  • Direção de arte gráfica: Caio Frankiu
  • Produção: Lumen Audiovisual
  • Patrocínio: FACOP
  • Agradecimentos:
  • Guaia Knoll, Beatriz Marçal

Espetáculo Adulto estreia no Sesc Ipiranga e desconstrói a ideia do amor romântico

Adulto

Adulto – Foto de Julieta Bacchin

A revelação de um segredo dispara uma série de conflitos silenciados por muito tempo em um casal: esse é o ponto de partida do espetáculo ADULTO, escrito por Fran Ferraretto, indicada ao prêmio APCA em 2024 pela dramaturgia do seu infanto-juvenil “Valentim Valentinho”, que faz sua temporada de estreia no Teatro do Sesc Ipiranga entre os dias 29 de agosto e 12 de outubro, às sextas e sábados, às 20h e, aos domingos, às 18h, exceto dia 7 de setembro.

Dirigido por Lavínia Pannunzio, o trabalho explora uma crise conjugal contando a história de dois casais de amigos com vivências e valores bem diferentes. A peça pretende desconstruir a ideia de amor romântico, mostrando que não existe um formato único para todos os relacionamentos.

Iuri Saraiva e Fran Ferraretto interpretam João e Sara. Ela quer se tornar uma dramaturga, está escrevendo sua primeira peça, mas trabalha como revisora de textos em um agência literária. No meio dessa criação, que acontece durante a encenação, uma confissão faz com que os dois precisem enfrentar de uma vez por todas uma série de dilemas.

A situação se intensifica com a proximidade de Sidney Santiago Kuanza e Jennifer Souza, que dão vida a Vitor e Paula. “Eles não são um casal perfeito, mas por seus dramas e urgências serem outros, eles têm outra postura diante dos desafios. E, justamente pelo fato deles estarem em um momento de ascensão em suas carreiras e lidarem de outra maneira com o amor, isso também afeta o outro casal”, conta Fran.

Temas como traição, saúde mental, monogamia, machismo, maternidade, libido, individualidade, liberdade e dinheiro ganham destaque na montagem. “Eu entendo a obra como a concretização da emancipação de uma mulher. E isso é muito importante, porque ainda vejo muitas de nós presas em relações ou mesmo em lógicas de trabalho que não fazem mais sentido”, completa a dramaturga.

A encenação

Mesmo discutindo assuntos sérios, ADULTO tem momentos de leveza e humor, até porque existe uma intimidade muito grande entre aquelas pessoas, mesmo quando surgem alguns sentimentos complexos, como as inevitáveis comparações. “Há também uma certa competitividade e inveja entre esses amigos, enquanto cada um luta com frustrações, traumas e angústias particulares, sentimentos bastante comuns e que farão a plateia se identificar”, afirma Ferraretto.

Coube à Lavínia dar a materialidade para todos esses elementos. “O texto está muito bem colocado na boca dos personagens, o que me deu licença para pensar exclusivamente no jogo teatral. Isso porque a Fran raciocina muito bem os pensamentos das personagens da peça, sejam elas mulheres, cada qual com suas questões, sejam elas homens, cada qual com suas questões, o que facilitou muito o trabalho de toda a equipe. Me interessa transitar por essa região ‘entre dois mundos’ proposta pela Fran, onde se abrem fendas temporais e absolutamente tudo pode acontecer”, comenta a diretora.

O cenário, assinado por Mira Andrade, remete a uma casa e a um palco de maneira não óbvia. Um dos elementos centrais é uma mesa que assume diversas funções ao longo da narrativa.

A trilha sonora de Rafael Thomazini contribui para a consolidação desses espaços. São os ruídos cotidianos, como o de uma máquina de lavar quase quebrando, e de músicas brasileiras, que transportam o público para diversos lugares.

Sinopse

O espetáculo explora duas realidades ao mesmo tempo: a construção da ficção enquanto uma das personagens escreve a peça; e a história em si, que narra a crise conjugal do casal João e Sara, causada pela revelação de um segredo, e que desencadeia muitos conflitos silenciados entre eles. Tudo se intensifica ainda mais quando um casal de amigos, Vitor e Paula, surge com reflexões provocativas sobre a ideia do amor romântico. No contraste dos formatos opostos em que os relacionamentos acontecem, assuntos como traição, trabalho, saúde mental, dinheiro, maternidade, monogamia, machismo, entre tantos outros são inevitáveis na vida adulta.

Ficha Técnica
Texto e idealização: Fran Ferraretto
Direção: Lavínia Pannunzio
Elenco: Iuri Saraiva (João), Sidney Santiago Kuanza (Vitor), Fran Ferraretto (Sara) e Jennifer Souza (Paula)
Desenho de luz: Gabriele Souza
Trilha sonora e operação de som: Rafael Thomazini
Cenário: Mira Andrade
Figurino: Anne Cerutti
Design gráfico: Murilo Thaveira
Fotos: Julieta Bacchin
Visagismo: Louise Helène
Operação de luz: Carol Dourado
Técnico de montagem: Diego França
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Marcia Marques, Daniele Valério e Carina Bordalo
Estratégia Digital & Social Media: Alexandre Ammano
Gestão de mídias: Enzo Salomão
Direção de produção: Paula Malfatti
Coordenação de produção: FATTO Realizações
Gestão administrativa: Mava Produções
Assessoria jurídica: José Otávio V. de S. Ferreira S.I. Advocacia
Apoio: Oficina de Atores Nilton Travesso, LIVO e Salão Pier A

Serviço

ADULTO
Data: 29/8 a 12/10, às sextas e sábados, às 20h e, aos domingos, às 18h. Exceto dia 7/9. 
*Sessão com Libras no dia 19/9, às 20h.
*Apresentação para grupos: 02/10 quinta às 20h.
Local: Teatro do Sesc Ipiranga – R. Bom Pastor, 822 – Ipiranga.
Ingresso: R$60 (inteira), R$30 (meia-entrada) e R$18 (credencial plena)
Classificação: 14 anos
Duração: 90 minutos
Instagram: @adultoapeca

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