Pedro Goifman volta ao cinema em grande estilo e em dose dupla. Depois do sucesso na televisão com Garota do Momento (Globo), o ator desembarca na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, um dos maiores e mais importantes festivais de cinema do país, entre 16 e 30 de outubro, com dois longas: Eclipse, de Djin Sganzerla, e Um Espaço Que Se Move, de Cristiano Burlan.
“Estar na Mostra é um reconhecimento artístico enorme. É um dos eventos mais importantes do cinema nacional e esses dois projetos são muito especiais na minha carreira”, afirma.
Um retrato incômodo da masculinidade
Em Eclipse, Goifman vive Felipe, personagem que o ator descreve como “uma pessoa horrível” por suas atitudes. O filme, dirigido por Djin Sganzerla, filha do icônico cineasta Rogério Sganzerla e da atriz Helena Ignez, que também está no elenco, conta ainda com Gilda Nomacce, Lian Gaia e Sérgio Guizé.
“Não é exatamente vilão, porque não sei se essa métrica se aplica no cinema como se aplica em novela. Mas é um personagem que reflete coisas horríveis da masculinidade. Ele representa uma cultura muito ruim, uma masculinidade extremamente desprezível”, diz o ator.
O enredo acompanha Cleo (Djin Sganzerla), uma astrônoma de 43 anos, grávida e emocionalmente abalada, cuja rotina solitária é interrompida pela visita inesperada de Nalu (Lian Gaia), sua meia-irmã de origem indígena. O encontro desperta memórias fragmentadas e segredos de família, conduzindo as duas mulheres a uma jornada de confronto com o passado e de reconexão com suas origens. A figura mítica da onça atravessa o filme como metáfora de resistência e dignidade diante de um mundo patriarcal e hostil.
O longa será exibido no dia 19 de outubro às 17h20, no CINESESC e no dia 22 de outubro, às 15h10, na Reserva Cultural, sala 2.
Um Espaço Que Se Move – Um laboratório em movimento
No outro longa, Um Espaço Que Se Move, dirigido por Cristiano Burlan, Pedro mergulha em um processo completamente livre. O filme, descrito por ele como “um filme de atores, um filme sobre atuação”, foi construído sem personagens fixos e sem roteiro tradicional.
“Era um processo vivo. A gente podia fazer qualquer cena, qualquer coisa. Eu levei cenas minhas, levei coisas de circo. Foram vários atores fazendo o que quisessem fazer”, explica. “Nós, atores, nem sabemos como o filme vai ser, nem sei o que entrou no corte final. Mas acho que essa é a graça. Era como se estivéssemos fazendo um teste para o próprio filme.”
Burlan, conhecido por obras como “Mataram meu irmão”, “Elegia de um crime” e “Nosferatu”, que também estará na mostra, criou um ambiente aberto à improvisação. “Ele falou: ‘estou chamando vocês, mas pode ser que vocês não estejam no corte final’. Então isso deu ao processo esse caráter de teste. Uma loucura.”
Sinopse: Por meio de improvisações, ensaios e testes de elenco, atores revelam-se através do embate entre identidade e performance, presença e desaparecimento. Com seus rostos, gestos e silêncios, os intérpretes se lançam ao desafio de existir sob o olhar impassível da lente, num espaço onde realidade e ficção se confundem.
O longa será exibido no dia 19 de outubro às 17h, na Reserva Cultural, sala 1 e no dia 28 de outubro, às 14h, na Cinemateca, sala Grande Otelo.
A Mostra, que acontece entre 16 e 30 de outubro de 2025, exibindo mais de 300 filmes de 70 países, marca o reencontro de Goifman com o cinema independente. Além dos dois longas, ele também finalizou recentemente a gravação de A Professora de Francês, de Ricardo Alves Jr., está prestes a retornar para os sets no longa Não Nasci Para Esta Cidade, de Gabriel Di Giacomo e se prepara para o lançamento da série Tarã, do Disney+, ao lado de Xuxa e Angélica. Como diretor, está no processo de finalização do curta “Adrenalina”, ainda sem data para lançamento.
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