AquaRio apoia nova frente de conservação marinha com foco em tubarões e raias na costa do Rio

Projeto integra levantamento internacional de áreas prioritárias para espécies ameaçadas e prevê banco de dados e aplicativo para registro de avistamentos no litoral fluminense

por Jorge Rodrigues

O litoral do Rio de Janeiro acaba de ser reconhecido como uma das novas ‘Áreas Importantes para Tubarões e Raias’ -Important Shark and Ray Areas (ISRA), por sua relevância na conservação desses animais marinhos. A classificação faz parte de uma iniciativa internacional que mapeou 81 áreas prioritárias ao longo da costa atlântica da América do Sul, tendo as duas áreas sido propostas em parceria com o Laboratório de Biologia e Tecnologia Pesqueira (BioTecPesca/UFRJ) e a Fiocruz, com base em critérios como presença de espécies ameaçadas, locais de reprodução e a grande biodiversidade.

A área mapeada vai da entrada da Baía de Guanabara até a região do Recreio e Itaipú, em Niterói, incluindo os arquipélagos das Cagarras e Tijucas, além de unidades de conservação como o Monumento Natural das Ilhas Cagarras e a Reserva Extrativista Marinha de Itaipu. A região abriga 25 espécies de tubarões e raias, algumas em risco de extinção, como a raia-viola (Pseudobatos horkelii), o cação-anjo (Squatina guggenheim) e a raia-viola-de-nariz-curto (Zapteryx brevirostris).

Com o reconhecimento, os esforços agora se voltam para ações locais de proteção — e o AquaRio terá papel central nesse processo. O aquário está à frente de um projeto inédito que vai reunir, pela primeira vez, dados sobre avistamentos de tubarões e raias no litoral fluminense, com participação ativa da sociedade civil.

O projeto “Tubarões e Raias Cariocas” prevê a criação de um banco de dados hospedado em nuvem, sob responsabilidade da parceria laboratório BioTecPesca/UFRJ, EUceano.org e AquaRio, com registros enviados por pesquisadores, mergulhadores, pescadores, esportistas e banhistas. Um aplicativo será desenvolvido para facilitar o envio das informações e o acesso a dados sobre os animais avistados.

“A ideia é estimular o engajamento da população através da ciência-cidadã e transformar o público em aliado no monitoramento da fauna marinha”, afirma Rafael Franco, Gerente Técnico do AquaRio.

As informações coletadas devem subsidiar ações de preservação e a formulação de políticas públicas. O projeto está em fase de estruturação, e o AquaRio busca novas parcerias para viabilizar a iniciativa.

Há também planos para a realização de um evento voltado ao tema, reunindo cientistas, gestores públicos e representantes da sociedade civil. O objetivo é ampliar a visibilidade da causa e fortalecer as estratégias de conservação em uma das regiões costeiras mais simbólicas do país.

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