Valorizando as histórias e as diferentes narrativas, independentemente da plataforma, mas sem perder de vista o livro como estrela para a formação de uma nação leitora, a 21ª Bienal do Livro Rio, maior festival de literatura, cultura e entretenimento do país – agora Patrimônio Cultural, abriu caminho em sua edição comemorativa de 40 anos para o Artists Alley, um espaço envolvente que celebra a fusão entre literatura e arte, e permite a interação por completo entre leitores e seus ilustradores e quadrinistas preferidos, desde seus processos criativos à habilidade de criação em primeira mão. Com cerca de 30 estandes de autores independentes, o Artists Alley tem agitado a rua Z do Pavilhão Verde, onde está localizado.
Pela primeira vez na Bienal do Livro Rio, como visitante e autor convidado, o cartunista gaúcho Rafael Fritzen, criador das tirinhas ‘Ângulo de Vista’, se surpreendeu com sua participação no Artists Alley já nos primeiros dias. “Eu não esperava que fosse ter fila de gente para comprar meus livros, conversar, pegar um autógrafo. É muito legal viver essa experiência!”, afirma. Fritzen considera a interação com os leitores a parte mais importante do espaço, sem contar as vendas – que, segundo ele, estão de vento em popa. “Eu trouxe uns 500 livros e já foi praticamente metade em três dias. Está no nível da CCXP, que é o maior evento de quadrinhos do Brasil.”, garante ele – que nesta quarta-feira, 6 de setembro, vai participar da mesa “Por trás do traço: bate-papo com artistas do mundo independente”, no Estação Plural, às 14h.
Para o ilustrador Anderson Awyas participar de um evento da proporção da Bienal é um fôlego para a cena carioca dos HQs que, segundo ele, tem tido poucas oportunidades. “Estar inserido num evento de tamanha visibilidade privilegia os artistas independentes, ideal para dar acesso a quem quer produzir e consumir coisas novas. Além disso, facilita a vida do público, que passa a encontrar os quadrinistas todos em um mesmo lugar. A experiência tem sido intensa e incrível”, afirma. Fãs do trabalho de Gustavo Borges, autor de “Morte Crens” e “Cebolinha: Recuperação”, as amigas Julia Maia e Juliana Simão tiveram a oportunidade de conhecê-lo no Artists Alley.
Elas aprovaram a nova área da Bienal e já esperam que continue crescendo nas próximas edições. “Eu achei a ideia muito legal, porque dá oportunidade pros autores independentes, que não costumam ter muito espaço”, elogiou Juliana. “E também pude conhecer o Gustavo. Ele me explicou um pouco do projeto dele, que ‘Morte Crens’ foi seu primeiro livro. É uma troca que a gente só tem aqui”, destaca. Além do Artists Alley, alguns dos expoentes da nona arte estão por todo lado na Bienal do Livro. A procura por quadrinhos está em alta. No Pavilhão Verde, a Comix BookShop tem tido boa movimentação desde os primeiros dias do evento. Os mangás são os mais procurados no estande, especialmente pelos leitores mais jovens. Títulos como “One Piece”, “Demon Slayer” e “Jojo’s Bizarre Adventure” estão na listados mais vendidos.
No Pavilhão Azul, a Companhia das Letras – que recentemente adquiriu a JBC (Japan Brazil Communication), editora referência em mangás no mercado editorial brasileiro – tem percepção igual. A Panini, no mesmo pavilhão, também registrou grande procura por mangás como “One Piece”, “Blue Lock” e“Chainsaw Man”. Mas, apesar da febre dos quadrinhos japoneses, o pódio das vendas na editora — ao menos nos primeiros quatro dias de festival — foi 100% da Turma da Mônica, que completa 60 anos em2023. O quadrinho mais vendido no estande da editora é o “Cebolinha: 1973”, uma edição com as primeiras tirinhas do personagem de Mauricio de Sousa.
A lista completa dos expositores está disponível no Instagram da Bienal: https://www.instagram.com/p/Cwvp-lsJP4F/?img_index=1 Programaçãogeek – Com sessões pensadas para explorar a transversalidade dos livros, a Bienal do Livro Rio terá, nesta quarta-feira, 6 de setembro, um dia de programação dedicado ao universo dos mangás, à jornada dos quadrinistas e aos artistas do mundo independente.
Confira os destaques:
12h – Estação Plural – O NOVO MANGÁ: SUNNY SUNNY ANN!, DE MIKI YAMAMOTO Leandro Gon, Daniela Mazur e Isabela Alcântara
13h – Estação Plural – DESDOBRANDO CULTURAS: O IMPACTO DOS MANGÁS NO BRASIL Guto Barbosa, Tio Bruce, Tio San e Fred Animes
14h – Estação Plural – POR TRÁS DO TRAÇO: BATE-PAPO COM ARTISTAS DO MUNDO INDEPENDENTE Mariza Scheid, Carlos Ruas, Guilherme Infante e Rafael Fritzen
15h – Palavra-Chave – DO CONCEITO À PUBLICAÇÃO: A JORNADA DOS QUADRINISTAS Mariza Scheid, Felipe Cagno, Rapha Pinheiro e Sidney Gusman, jornalista especializado.
15h – Palavra-Chave – ENALDINHO: A LENDA DA INTERNET Conhecido por criar conteúdos cheios de diversão e aventura, Enaldinho se tornou um dos maiores youtubers do Brasil, com mais de 26 milhões de inscritos.
16h – Estação Plural – MERGULHANDO NO UNIVERSO DOS BOARD GAMES: UM GUIA ALÉM DOS CLÁSSICOS Rafael Studart, Jack Explicador, Thiago Queiroz e Yuri 16h -Infantil – MESA DO AUTOR – GUILHERME KARSTEN, ESCRITOR E ILUSTRADOR
17h – Estação Plural – DO LIVRO A LIVE: DESCOBRINDO LITERATURA NA ERA DOS STREAMERS Olhaogab, Andrea Bistafa, Livre senhas e Victor Almeida
18h – Estação Plural – CONEXÕES VIRTUAIS: COMO A COMUNIDADE GAMER UNE MUNDOS Marychi, Coelho no Japão, Pedro Savino e Mariza Scheid