ArtRio realiza debate sobre A Influência do Carnaval e do Funk nas Artes Visuais

A ArtRio realiza no dia 22 de novembro, a partir das 19h, a terceira edição do projeto ArtRio Convida. Com o tema A Influência do Carnaval e do Funk nas Artes Visuais, a conversa terá as participações de Márcia Falcão, Leandro Vieira, Allan Weber, Renan Valle e Marcelo Campos. A transmissão é ao vivo no Instagram da ArtRio.

ArtRioO ArtRio Convida é realizado ao longo do ano pela ArtRio, sempre com um tema ligado ao mercado da arte e com a participação de importantes profissionais do segmento. A primeira edição do projeto teve como tema “Colecionismo e suas relações com causas sociais” e a segunda teve uma conversa sobre o Prêmio FOCO, as residências artísticas e seu impacto na trajetória de artistas em diferentes fases de carreira.

Realizar esses encontros do ArtRio Convida é um estímulo ao debate e reflexão sobre toda a cadeia do mercado de arte e a atuação de profissionais em diferentes frentes. É uma possibilidade de reforçar o impacto e a presença da arte em múltiplos momentos, extrapolando os espaços de museus e galerias e cada vez mais presente no cotidiano da sociedade”, indica Brenda Valansi, presidente da ArtRio.

ArtRio Convida

  • A Influência do Carnaval e do Funk nas Artes Visuais 
  • Data e horário: 22 de novembro, às 19h
  • Transmissão ao vivo no instagram da ArtRio

MARCELO CAMPOS

Marcelo Campos é carioca e vive e trabalha no Rio de Janeiro. É curador-chefe do Museu de Arte do Rio (MAR), diretor do Departamento Cultural da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e membro dos conselhos do Museu do Paço Imperial e do Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea. Desde 2004, foi curador de importantes exposições como À Nordeste (SESC 24 de Maio, 2019); O Rio do Samba (Museu de Arte do Rio, 2018); Orixás (Casa França Brasil, 2016) e Bispo do Rosário, um Canto, Dois Sertões (Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea, 2015).

É doutor em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor do Departamento de Teoria e História da Arte do Instituto de Artes da UERJ e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. 

LEANDRO VIEIRA

Artista plástico formado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, o carioca Leandro Vieira atua na cena carnavalesca desde 2015. À frente dos projetos artísticos da Estação Primeira de Mangueira, conquistou dois campeonatos: em 2016, com “Maria Bethânia – A menina dos olhos de Oyá”; em 2019, com “História pra ninar gente grande”. Nos últimos anos, tem desenvolvido propostas conceituais que ultrapassam os contornos dos desfiles para a avenida.

Em 2017, sua produção debruçada sobre a religiosidade popular, base do enredo da Mangueira naquele ano, foi documentada pelo IPHAN na publicação “Arte e Patrimônio no carnaval da Mangueira” e levada ao Paço Imperial do Rio de Janeiro em exposição individual batizada de “Bastidores da Criação – Arte aplicada ao Carnaval”.

Em 2018, criou a instalação interativa “Carnaval: grito de quê?”, desenvolvida em parceria com o artista Ernesto Neto, para a exposição “O Rio de samba: resistência e reinvenção”, que ocupou o Museu de Arte do Rio. Em 2023, Leandro trouxe para a Imperatriz Leopoldinense o enredo “O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má querença e o santíssimo não deu guarida” e a escola foi a vencedora do carnaval.

 MÁRCIA FALCÃO

Pintando com gestos marcados e tinta espessa, Márcia Falcão articula relações entre o corpo feminino e a matéria pictórica. A artista tem como motivo o subúrbio carioca, onde nasceu, vive e trabalha. A paleta pautada por marrons, vermelhos e tons de pele, busca, com diferentes materiais, uma representação carnuda do corpo. A agressividade das telas de Márcia Falcão incide principalmente sobre as figuras femininas que as povoam. Aqui, a carne é perfurada, talhada, lacerada e queimada numa reencenação da violência sistemática que ameaça a vida de mulheres, principalmente negras e periféricas, no Brasil. Em outras telas, por outro lado, há cenas igualmente viscerais de êxtase, instaurando a polaridade extenuante entre gozo e dor.  A excitação sensorial da pintura de Falcão deriva da urgência de seus assuntos tanto quanto da vivência da artista na periferia do Rio de Janeiro. 

Suas exposições individuais incluem Pai Contra Mãe, no Instituto Inclusartiz (RJ), Márcia Falcão, Galeria Fortes D’Aloia & Gabriel (SP); e Para Além do corpo: nudez semântica, na Galeria Aymoré (RJ). Dentre suas exposições coletivas destacam-se Crônicas Cariocas, MAR – Museu de Arte do Rio (RJ); Engraved into the Body, Tanya Bonakdar Gallery,e Ainda fazemos as coisas em grupo, Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica (R. É representada pela galeria Fortes D’Aloia & Gabriel. Participa da coletiva “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade”, em cartaz no Museu de Arte do Rio, 2023.

ALLAN WEBER

Allan Weber nasceu e vive na comunidade das 5 Bocas em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Entre as experiências que despertaram seu interesse pela arte estão o seu contato com a pixação e com a fotografia, esta última pela via do skate. Desde então, aprofunda e desenvolve a sua pesquisa no campo da fotografia e da produção de objetos e instalações. Em 2021, realizou o curso Formação e Deformação da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e abriu a galeria 5 Bocas, localizada no bairro onde mora.

Weber aborda, por meio de diferentes linguagens, o dia a dia em uma comunidade do Rio de Janeiro. Ao fazê-lo, não se posiciona simplesmente como um observador: esta realidade que compartilha com o público é a sua e a de todos que o circundam. Por meio do título de sua primeira exposição individual, o artista nos diz “Existe uma vida inteira que tu não conhece” (2020) – e, desse modo, evidencia o seu interesse em convocar e mobilizar o olhar do outro em direção ao desconhecido.

Em maio de 2020, a série fotográfica “Tamo junto não é gorjeta”, feita durante a pandemia, quando trabalhou como motoboy de aplicativo, foi capa da revista Zum #20, editada pelo Instituto Moreira Salles. Nessas imagens, é explicitado o abismo entre a vivência dos seus colegas de trabalho e aquela dos clientes dos deliveries. No mesmo ano, publicou em edição independente o fotolivro “Existe uma vida inteira que tu não conhece”.

Desde então, desenvolveu as séries Dia de baile (2021-2022) e Traficando arte (2021-2022), que se desdobraram em Lona (2023), Régua (2023) e Viajei o mundo inteiro dentro do Rio de Janeiro (2023). Nelas, o artista se apropria de elementos ligados à cultura e à realidade das comunidades periféricas do Rio de Janeiro, como as lonas dos bailes funk ou as armas do crime organizado, e os ressignifica ao criar objetos, colagens e composições de grande apuro estético que remontam à tradição construtiva na arte brasileira.

Entre as principais exposições que participou, estão: Brasil Futuro: as Formas da Democracia, Museu Nacional da República, 2023; Histórias brasileiras, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, 2022; Ecologias do Bem Viver, Galpão Bela Maré, Rio de Janeiro, 2022; A gente precisa se ver pra acreditar que é possível, 5bocas, Rio de Janeiro, 2021; Rebu, Parque Lage, Rio de Janeiro, 2021; Existe uma vida inteira que tu não conhece, Dízimo A Noiva, Rio de Janeiro, 2020. E agora “FUNK: Um grito de ousadia e liberdade”, no Museu de Arte do Rio, 2023.

RENAN VALE

Residente Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, Renan Valle é DJ, compositor, produtor musical e produtor cultural brasileiro. Atua como DJ nas comunidades cariocas desde seus 13 anos de idade. Influenciado por diversos gêneros musicais, Funk 150bpm, Funk Consciente, Favela Trap, Hip Hop, Afrobeat – Sua música pode ser reduzida como uma bela mistura de Funk, Trap, Forro, Axé e R&B. Diferenças sociais e culturais que perturbaram sua vida como a Criminalização do Funk um gênero, raiz (afro), que vive sofrendo perseguições por sair dentro das comunidades. Mas também moldaram quem ele é hoje!