As histórias de @evamariageni

‘As histórias de @evamariageni’ reflete a presença das mulheres a partir da interação com a tecnologia

Espetáculo, que mescla dança e performance, é inspirado em obra de Chimamanda Ngozi Adichie, com direção e concepção de Ivani Santana

por Redação

Como seria se as perspectivas das mulheres e seus mulherismos se encontrassem em suas potências múltiplas e plurais? Contemplado pelo Prêmio de Dança da FUNARJ, o espetáculo “As histórias de @evamariageni” mescla dança e performance, propondo um entrelaçamento entre “corpas”, movimentos, imagens e sonoridades por meio das poéticas tecnológicas digitais. A obra, inspirada no livro “O Perigo De Uma História Única” (2018), da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, terá mais uma apresentação gratuita este ano: no Teatro Armando Gonzaga (Marechal Hermes), no dia 27.

A direção e concepção é da bailarina e pesquisadora em dança Ivani Santana. Ela coordena o Grupo de Pesquisa Poéticas Tecnológicas: corpoaudiovisual, atualmente vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. O convite para conduzir o processo veio da também bailarina e pesquisadora da dança Aline Bernardi, diretora do selo artístico Celeiro Moebius, proponente de “As histórias de @evamariageni”.

O espetáculo aborda os mitos de Eva, os imaginários sobre Maria, as perspectivas da personagem Geni na música de Chico Buarque, assim como os paradoxos que se desdobram a partir dessas concepções. Convoca um olhar atento sobre as questões contemporâneas do “ser mulher”, dos seus limiares, seus conflitos e seus anseios. As diversas narrativas feministas e suas lutas num mundo ainda desigual são expostas.

São quatro artistas criadoras em cena –  Ágatha Oliveira, Aline Bernardi, Bianca Andreoli e Lígia Tourinho (e colaboração artística de Gabriela Luiz). Além delas, outras sete artistas mulheres de diferentes lugares do Brasil e da América Latina colaboram com vídeo-performances. São elas: Ana Milena Navarro, Brenda Urbina, Marcela Trevisan, Marlúcia Ferreira, Mary Vaz, Nina Caetano e Sarah Marques.

A tecnologia é um elemento essencial no processo criativo. A presença dessas mulheres é pensada e repensada a partir de suas interações com dispositivos e ferramentas digitais, como realidade aumentada – antes da estreia, o processo já se desdobra em sua página na internet, e também pelo Instagram. Um palco que contará com mulheres biológicas, mulheres digitais e mulheres cibernéticas. Subjetividades replicadas e refletidas através de ações do corpo e interações com a tecnologia, fortemente tensionadas durante esses dois anos de pandemia e que agora são colocadas como pauta artística e poética. Essas mulheres são muitas e não podem ser reduzidas a uma única história.

“Há um entranhamento das mídias no nosso fazer. Nossas identificações, no mundo de hoje, estão atravessadas pelo @ na frente dos nossos nomes. Nosso processo criativo é orientado por um blog, que é nosso diário de bordo. Além, claro, de toda a interação nas redes sociais que temos à mão. Estamos lidando com o que está em jogo nesse mundo contemporâneo: seja como facilitador ou não. Essa interação nos faz perceber o lugar da outra e as relações de privilégio, ou não privilégio, que temos na sociedade. Somos mulheres distintas, e o que nos une é a dança. Estamos juntas para contar essa história e construir comunidade”, avalia Ivani.

Sobre o Celeiro Moebius

Celeiro Moebius é um selo artístico que vem realizando diferentes ações artísticas e pedagógicas, desde instalações performativas, publicações de livros e espetáculos de dança e teatro. No site e no perfil do Instagram, é possível conferir as diversas atividades realizadas pelo coletivo. “As histórias de @EvaMariaGeni é a mais nova realização deste selo. Um celeiro entre artistas que abraçam ações a partir do como a superfície topológica relacional da Fita de Moebius pode articular encontros.

“O Celeiro Moebius vem sendo um espaço coletivo de encontros de artistas que criam a partir das perspectivas de fronteiras móveis, trânsitos múltiplos de fluxos, sensações e imagens, entre convergências híbridas e plurais na via da arte relacional.  Para esta realização de ‘As histórias de @evamariageni’ temos artistas que integram o núcleo permanente do selo, e outras artistas convidadas, como Ivani Santana, que assina a concepção a direção deste espetáculo, trazendo sua força de criação das poéticas tecnológicas”, comenta Aline.

Serviço

“AS HISTÓRIAS DE @EVAMARIAGENI”, no Rio de Janeiro

27/12 (terça-feira), às 20h, no Teatro Armando Gonzaga (Av. Gen. Osvaldo Cordeiro de Farias, 511 – Mal. Hermes, Rio de Janeiro – RJ – Tel.: (21) 2332-1040.

Ingressos a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia entrada)

Vendas nas bilheterias dos teatros e na plataforma Eleven Tickets

Acompanhe mais desdobramentos do processo:

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