Assucena lança “Lusco-Fusco”, primeiro álbum da carreira solo, nesta sexta, 29 de setembro

Capa álbum Lusco-Fusco- Assucena - Arte Coletivo Oitentaedois -Foto Natalia Mitie

Inspirada pelas paisagens coloridas que pintam o céu durante o lusco-fusco e pela diversidade de gêneros e estéticas que compõem a música popular brasileira, a cantora e compositora Assucena lança, no próximo dia 29 de setembro, sexta, seu primeiro álbum solo, o “Lusco-Fusco”. O álbum, distribuído digitalmente pela Altafonte Brasil, conta com a produção musical de Pupillo e Rafael Acerbi e direção artística da própria Assucena, ao lado da cantora Céu.

Composto por dez faixas autorais, “Lusco-Fusco” foi construído narrativamente a partir do degradê de cores, luzes, emoções e temáticas que marcam as transições do dia para a noite e da noite para o dia. Ou, como recita Assucena na vinheta “Meeira”, do “breu para a luz/ da luz para o breu”. A partir das transformações que permeiam sua história pessoal e seu universo particular, Assucena canta a diversidade de brasis e provoca reflexões sobre amor, afetividades e política. “A ideia foi falar sobre os mais diversos processos de transição: no amor, na vida, no que se refere às identidades de gênero, às descobertas do mundo, aos ciclos da vida”, conta ela.

“Lusco-Fusco” é um disco colorido, que passeia pela música popular brasileira em toda sua diversidade. As faixas têm participações especiais como a percussão e o cavaquinho de Pretinho da Serrinha (“Menino Pele Cor de Jambo”); os teclados e sintetizadores de Hervé Salters (“Nu”); o piano de Rafael Montorfano, conhecido como Chicão (“Quase da cor dos seus olhos” e “Reluzente”) e o acordeón de Lulinha Alencar (“Enluarada”).

A cantora Céu divide a direção artística com Assucena das faixas “Menino Pele Cor de Jambo”“Nu““A última quem sabe” e “Manhoso demais”. E, dentre as dez composições autorais, Assucena divide a parceria de uma delas, “Ad Aeternum”, com o cantor pernambucano Paulo Netto.

“Meu primeiro álbum autoral trará uma reflexão sobre o Brasil contemporâneo e sobre o meu corpo como território político nessa mátria que tem a brasa como radical de seu nome. Tem como princípio discutir as TRANSições, as TRANSformações, as TRANSmutacões: a brasa tanto como o momento da ascensão quanto de extinção do fogo. Nasce de minhas necessidades de comunicar existências, afetos, desilusões e demandas de pessoas trans e travestis”, revela Assucena.

Sobre o processo de construção desse primeiro álbum solo, ela explica que, “ao questionar e desnaturalizar o que a cultura determinou como natureza, proponho, de maneira provocativa, novas linguagens, discursos e estéticas para falar de amor, comportamento e política”. Neste sentido, Assucena explora um caminho estético sonoro que conversa com nossa tradição e nossa contemporaneidade para apontar a TRANSformação dos espaços, dos tempos e das ideias. Por isso, cruza barreiras musicais e se constrói como uma metáfora sonora em TRANSE, entre o samba e o rock, entre o blues e o baião, entre o pop contemporâneo e o arrocha. Lusco-Fusco nasce do degradê de cores, sonoridades e narrativas, desse colorido de expressões da minha verdade e da minha identidade. Representa, ainda, a transição e a aurora de uma nova fase artística. Que venha nossa TRANScendência!”, deseja Assucena.

A artista iniciou o processo de lançamento de seu álbum com o single “Menino Pele Cor de Jambo”, em novembro de 2022. O segundo single, “Nu”, foi lançado na primeira semana de março de 2023; e o terceiro, “A última, quem sabe”, no início de setembro.

Depois de seis anos de muitas conquistas como uma das idealizadoras da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, incluindo dois Prêmios da Música Brasileira e duas indicações ao Grammy Latino, Assucena iniciou sua carreira solo em 2021 com “Rio e também posso chorar”, show-homenagem à Gal Costa que se transformou em um tributo à artista que mais influenciou sua formação artística. Em paralelo ao processo de produção de seu primeiro álbum autoral solo, a artista também estreou no teatro com a peça “Mata teu pai, Ópera-balada”, com texto de Grace Passô e direção de Inez Viana, e com a qual foi indicada ao Prêmio Shell de Teatro 2023 como melhor atriz.

E antes das músicas desse álbum, Assucena lançou em 2022 os primeiros singles da carreira solo: a canção autoral inédita “Parti do Alto” e uma releitura-homenagem de “Ela”, gravada por Elis Regina há 50 anos.

Faixa a Faixa

01 – Menino Pele Cor de Jambo: canção que nasce do sol, a estrela mãe de toda cor. É daí que vem a cor desse menino. É um samba-rock com uma pegada de samba-reggae.

02 – Fluorescente: uma saída do armário para viver a vida. Entre o samba, o rock, o eletrônico e o funk. Tudo se mistura.

03 – Nu: canção progressiva que traz o funk de forma minimalista entre beats e guitarras. É um lusco-fusco artificial e privado, enquanto dois corpos se reconhecem à meia luz do abajur.

04 – Quase da Cor dos seus Olhos: um duo de piano e voz a compartilhar uma dúvida cruel, um pensamento alto: “Seus olhos verdes quase teimam me fazer amar”. Um drama interno com a questão: quem nunca teve o medo de amar novamente?

05 – Reluzente: vem de um sonho, de um amor que renasce dos escombros; da morte pra vida, como uma fênix. Um blues romântico, mas também filosófico, cheio de luz.

06 – Meeira: uma vinheta gravada à capela. Ela traz o conceito do disco como questão. O lusco-fusco é um meio, uma transição assim como os crepúsculos.

07 – A Última, Quem Sabe: uma seresta, um arrocha, um bolero. Às vezes um ultimato é importante: “eu só sei é que eu quero é que você seja sincero”. Um pedido de sinceridade. Essa canção vem de Brasis profundos.

08 – Manhoso Demais: depois de uma madrugada ardente vem o gato ronronando entre a mania e o afeto. A declaração de amor, a mar, a bossa dedilhada pela violação a voz e a apoteose do sexo.

09 – Ad Aeternum – uma reflexão acerca da circularidade da vida. O sol tomando sua centralidade no sistema solar; e essa circularidade se espelha no cotidiano da vida. O pop vem como a cereja do bolo desse arranjo.

10 – Enluarada: – é uma festa; é uma convocação. É o baião com uma sanfona vindo anunciar um Brasil machucado, mas cheio de esperança. A festa de quem nunca viu, acontecerá.

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