“Barulhinho” realiza três únicas apresentações no Rio de Janeiro

Há 15 anos, Amora Pêra, Isadora Medella e Paula Leal se viram diante de uma mudança em sua trajetória profissional a partir da gravidez de gêmeos de Nanan Gonzaga. As integrantes do grupo musical “Chicas” se propuseram, então, a criar um novo projeto a partir dessa ausência de Nanan por alguns meses, dando início ao show “Ensaio Chicas – Trabalho de Parto”, um exercício-homenagem que já trazia um trecho de canções para miúdos. Estava plantada a semente de “Barulinho” (escrito sem o ‘H’, mesmo, numa licença-poética das multiartistas), um show teatral para crianças e famílias a partir da memória musical das Chicas, feito para a alegria das crianças que elas foram – e para as que chegaram. As apresentações acontecem nos dias 02 e 03 de dezembro na Caixa Cultural, no Centro.

Com título que reafirma o nome dado ao primeiro e premiado disco da banda “Quem vai comprar nosso barulho?”, “Barulinho” fez sua estreia em julho de 2008 no Espaço Sérgio Porto. Desde então, passou por muitos palcos brasileiros ao longo desses anos entre temporadas e breves estadas, chegando a percorrer o interior do Ceará em cima de um caminhão-palco. Os integrantes paravam nas praças de cada cidade, faziam seu barulho e depois convidavam as crianças para uma brincadeira musical. O som de “Barulinho” mantém as características do grupo, um som autoral que, sem pudores, mistura metalofone com sanfona, zabumba com piano, baixo com triângulo…

“E ainda a participação de apitos, panelas, berrantes, tudo muito brincado. A brincadeira foi a premissa desde o início. Pensávamos: as crianças devem sair do show querendo brincar de música e, os pais, com as memórias revisitadas! Neste sentido, o mais legal é que o trabalho não faz nenhuma concessão facilitadora. Não pensamos em arranjos para criança. Pensamos em música, apenas, entendendo que elas perceberiam claramente nossas intenções. E elas adoram! Pulam, extravasam”, adianta Amora

O roteiro imprevisível foi sendo definido a partir das memórias da infância de cada Chica. “Nossa viagem começa em uma praça qualquer do interior do Brasil, avança pelas cidades, descansa no quarto de criança, lugar dos sonhos e transformações, e acaba no mundo da Lua, que é pra onde todos vão quando deixam a imaginação fluir. ‘ABC do Sertão’, de Zé Dantas e Luiz Gonzaga, entra como saudade; ‘Ciranda do Mosquito’, do musical ‘O Sonho de Alice’, de Roberto Carlos e Tanah Corrêa, entra como lembrança. ‘Lindo Balão Azul’, de Guilherme Arantes, vem quase como memória corporal de uma geração. E o espetáculo ainda traz no repertório ‘Se Enamora’, ‘Comer, comer’, ‘Quem quer pão?’, dentre outras. Ao mesmo tempo, o roteiro passou por transformações e adaptações para o hoje”, sintetiza Paula

Os tempos são novos, as crianças estão grandes e as Chicas também. Dentre as novidades deste novo momento está o poeta e músico Pedro Rocha, que se junta a elas no palco novamente, assim como Raphael PiPa, ator e músico. Cenário e figurinos foram recriados por Sol Azulay, a luz recriada por Ana Kutner e a direção se mantém com o ator e diretor Claudio Mendes. “Além das mudanças que chegaram com a estreia do músico Raphael Pippa e a recriação do cenário e dos figurinos, ambos pela Sol, existem mudanças mais sutis, porém não menos importantes, nas letras de algumas canções, por terem sido compostas em outro tempo e que não estavam atentas às pautas antirracistas, por exemplo”, salienta Paula Leal. “E tem a nossa maturidade. Éramos mais pilhadas, hoje tocamos melhor. Fazemos tudo com mais calma, damos mais espaço pra teatralidade construída em parceria com o Claudinho Mendes”, complementa Isadora Medella.

Assim como o projeto, Sofia e Joaquim, os filhos gêmeos de Nanan, hoje tem 15 anos. Retornar aos palcos passado tanto tempo remete a comemorações mais que merecidas. “Demos as boas-vindas à Benjamin, filho de Paula Leal e Sol Azulay, cuja chegada trouxe, além de muitas emoções, um desejo enorme de mostrar a ele o tal quarto da bagunça e sons que as outras crianças puderam experienciar”, pontua Nanan. Entregues sem pudores à música como brinquedo, os brincantes se revezam entre todos os instrumentos e trecos, que perdem seus donos e passam a ser de quem se aventurar. O único objetivo é que as crianças saiam do show querendo brincar de música – e acreditando que podem.

SERVIÇO:

BARULINHO

Apresentações:

02 de dezembro (sábado) – 15h e 17h
03 de dezembro (domingo)  –  17h – Sessão com acessibilidade

  • Local: Teatro Nelson Rodrigues / Caixa Cultural
  • Endereço: Av. República do Paraguai, 230 – Centro / Rio de Janeiro
  • Informações: (21) 3509-9600
  • Ingressos: R$ 30(inteira) e R$ 15 (meia-entrada)
  • Link para compra de ingressos: https://bilheteriacultural.com
  • Classificação Indicativa: Livre
  • Duração: 60 minutos

FICHA TÉCNICA:

  • Idealização / Direção Musical / Artista: Chicas – Amora Pêra, Isadora Medella, Nanan Gonzaga e Paula Leal
  • Criação Coletiva e Arranjos: Amora Pêra, Nanan Gonzaga, Isadora Medella, Paula Leal, Carlos Bernardo e Pedro Rocha
  • Raphael Pippa
  • Roteiro: Claudio Mendes e Chicas
  • Direção Cênica: Claudio Mendes
  • Cenário e Figurino: Sol Azulay
  • Iluminação: Ana Kutner
  • Artistas/Músicos Convidados: Pedro Rocha e Raphael Pippa
  • Programação Visual: Isadora Medella
  • Fotos: André Baptista
  • Programa: Amora Pêra e Pedro Rocha
  • Direção de Cena: Roberto Prado
  • Boi: Alexandre Guimarães
  • Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Comunicação
  • Produção: Clodoaldo Costa – Banalíssima Arte

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