Bienal do Livro Rio receberá 130 mil estudantes das redes pública e privada

Investimento recorde de R$ 16 milhões vai garantir que alunos de escolas municipais e estaduais levem livros para casa; Professores e profissionais de escolas municipais do Rio também terão o benefício, assim como bibliotecas comunitárias estaduais

por Redação
Divulgação Bienal do Livro Rio / Filmart

Eles vêm de diferentes bairros e municípios. Quando chegam, é uma festa. A emoção e a ansiedade tomam conta dos estudantes que, em sua maioria, terão na Bienal do Livro Rio a sua primeira experiência leitora. Durante toda a semana, são esses alunos que movimentam os pavilhões do maior festival de literatura, cultura e entretenimento do país. Neste ano tão especial, em que a cidade do Rio é a Capital Mundial do Livro, o evento recebe público recorde de 130 mil crianças, adolescentes e jovens da rede pública e privada.

Nesta edição, há ainda um investimento de R$ 16 milhões – 15% a mais que em 2023 – feito pelas secretarias municipais de Educação do Rio de Janeiro, de Angra dos Reis e de Queimados, além da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, para a aquisição de livros para estudantes, profissionais das redes municipais de ensino, além das bibliotecas estaduais – uma novidade nesta edição com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa . Os vouchers para compra de livros variam entre R$ 25 a R$ 200 para os alunos e os profissionais da educação, de R$ 100 a R$ 1 mil, para compra de livros.

O programa Visitação Escolar, abraçado pela organização do festival desde 2000, continua sendo um dos pilares sociais do evento. Desde então, há um complexo planejamento logístico por parte da GL events Exhibitions, empresa que organiza o festival junto com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), para receber as crianças e adolescentes em dezenas de ônibus, que têm estacionamento próprio para que os alunos possam ter acesso por entrada exclusiva, além de monitores acompanhando as visitas.

“A Bienal vem incentivando cada vez mais a formação de nova geração de leitores e esse projeto é muito especial e relevante nesse sentido”, contou Dante Cid, presidente do SNEL. “A iniciativa tem como objetivo aproximar crianças e jovens da literatura, promovendo a capacidade de sonhar, dando asas à criatividade e estimulando a consciência crítica”, explicou ele.

A rede municipal também terá reforço no acervo literário. Escolas receberão vouchers entre R$ 1.000 e R$ 1.400 para aquisição de livros e materiais pedagógicos. “A Bienal acontece em um momento muito especial para a nossa cidade. Nos tornamos a Capital Mundial do Livro e vamos aproveitar essa oportunidade para seguir com o nosso objetivo de fazer com que os nossos alunos fiquem mais com o livro na mão e menos com a tela, menos com o celular. A literatura é porta e janela de um mundo de descobertas, de um mundo de possibilidades”, diz o secretário Renan Ferreirinha.

Para a secretária de Estado de Educação do Rio de Janeiro, Roberta Barreto, a visitação escolar é uma oportunidade ímpar para jovens e educadores da rede. “E estamos fazendo o dever de casa, ao distribuir 35 mil vales-livros para alunos e professores da rede estadual de ensino. No ano passado, entregamos mais de 4 milhões de livros paradidáticos às escolas e estamos implantando 200 salas de leitura móvel em todo o estado. Todas essas iniciativas contribuem para a formação de novos leitores”, afirma a secretária.

A Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECECRJ) está aportando R$ 10 mil para renovar o acervo de bibliotecas cadastradas no Sistema Estadual de Bibliotecas (SEB). Os recursos deverão ser utilizados exclusivamente na compra de livros na Bienal. Ao todo, 67 municípios serão contemplados. “O título de Capital Mundial do Livro é um reconhecimento internacional da força criativa e literária do Rio. E no Governo do Estado, nós temos atuado para ampliar o acesso à cultura de forma democrática, chegando a todos os territórios, não só na capital, mas também no interior. É um prazer poder contribuir com o evento, neste ano, através da nossa Lei Estadual de Incentivo à Cultura”, declarou a secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros.

Aluna da Escola Municipal Cacique Cunhambebe, de Angra dos Reis, Rebeca Santos, de 10 anos, disse que comprou dois livros em sua primeira visita à Bienal. A escola trouxe pelo menos três turmas, saindo da região da Costa Verde às 7h30. Depois de três horas de viagem, a menina e seus amigos estavam animados. “Estou achando tudo muito legal! Não sabia nem o que comprar, com tanta opção! Tirei foto com a capivara, quero brincar nos estandes também. Já sabia que era grande, mas me surpreendi com esse tamanho todo”, diz a menina, que gosta de ler poesias.

Já Daniel Pitanga, de 11 anos, aluno do 6° ano do Colégio Estadual Marechal Zenóbio da Costa, em Nilópolis, disse que usou seu voucher para comprar um livro da Disney. “O voucher ajuda para que os alunos tenham essa experiência de comprar livros”.

Crianças do Instituto Benjamin Constant fazem visita guiada à Bienal

Referência nacional na educação de pessoas com deficiência visual, o Instituto Benjamin Constant (IBC) realizou uma visita especial: alunos do 1º ao 7º ano do Ensino Fundamental exploraram estandes com propostas de interatividade sensorial e também puderam conhecer a Biblioteca Fantástica, um dos principais espaços de imersão da edição deste ano, além de terem tido a oportunidade de manusear livros em braile no espaço do próprio IBC.

Aluna da instituição há dois anos, Gisele Santos, de 16 anos, está lendo Dom Quixote e veio para a Bienal na expectativa de encontrar algum livro de aventura. “Eu prefiro história de fantasia, com guerreiros de armadura. Quero ler mais livros porque é bom para estimular a criatividade”, disse a adolescente.

A adaptação de espaços e livros permite que as crianças desenvolvam a criatividade e deem significado às palavras. É o que explica a professora do quarto ano no IBC, Valdiléia Coutinho. “A partir de estímulos sensoriais, as crianças desenvolvem a capacidade de reconhecimento, o que facilita o processo de aprendizagem. A criança cega precisa experimentar o mundo ao seu redor: é por meio do toque, do cheiro e de outros sentidos que ela compreende melhor os objetos e atribui significado a eles”, explica a educadora.

Na terça-feira (17), será a vez dos alunos do 8º e 9º ano do IBC visitarem a Bienal. A programação da instituição inclui ainda a participação dos funcionários, que farão sua visita na quarta-feira (18).

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