Bob Esponja, o musical: sucesso da Broadway ganha montagem brasileira

Mateus Ribeiro (Bob Esponja), Davi Sá (Patrick Estrela), Analu Pimenta (Sandy) e Tauã Delmiro (Plankton). - Foto: Leo Aversa

“Você pode ser o que você quiser se tiver imaginação”. Bob Esponja e seu otimismo incorrigível conquistou gerações de fãs em todo o mundo, há mais de 20 anos, e ganhou os palcos da Broadway, transformando-se em um musical de grande sucesso, com canções originais de nomes como David Bowie, Cindy Lauper, John Legend, Steven Tyler e Joe Perry (do Aerosmith), Panic!At the Disco, The Flaming Lips e Sara Bareilles, entre outros. E finalmente chegou a hora da montagem brasileira de ‘Bob Esponja, o musical’, que terá estreia nacional no dia 12 de maio, no Rio de Janeiro, na Cidade das Artes. No palco, os famosos personagens da Nickelodeon tentarão salvar a Fenda do Biquíni da extinção. Após curta temporada carioca, o espetáculo segue para São Paulo, com estreia no dia 27 de julho, no Teatro Sergio Cardoso.

‘Bob Esponja, o musical’ tem produção da Touché Entretenimento, com direção geral de Renata Borges, direção artística de Gustavo Barchilon, direção musical de Laura Visconti e versão brasileira de Anna Toledo. A ficha técnica da montagem brasileira traz ainda grandes nomes como Fabio Namatame (figurinos), Maneco Quinderé (desenho de luz), Alonso Barros (coreografia), Natália Lana (cenografia) e Feliciano Sanroman (visagismo), entre outros.

Totalmente selecionado por testes, o elenco traz no papel título um dos mais importantes e premiados atores de musicais do país, Mateus Ribeiro (que interpretou o protagonista de espetáculos como ‘Peter pan, o musical’ e ‘Chaves, um tributo musical’). Ele estará acompanhado por Davi Sá (Patrick Estrela), Analu Pimenta (Sandy), Ruben Gabira  (Lula Molusco), Tauã Delmiro (Plankton), Naice (Sr. Sirigueijo), Suzana Santana (Pérola), Luísa Vianna (Karen, O Computador), Will Anderson (Patchy, O Pirata), Ana Luiza Ferreira (Senhora Puff / cover Pérola), Cristiana Pompeo (Prefeita), Diego Campagnolli (Perch Perkins), John Seabra (Larry, A Lagosta/ Ensemble), André Ximenes (Skates Elétricos/Ensemble), Thadeu Torres (Buster Bluetang/Skates Elétricos/Ensemble/Cover Plankton), Gabi Camisotti (Skates Elétricos/Ensemble/Cover Karen), Letícia Nascimento (Sardinha/Ensemble), Tecca Maria (Swing), Léo Rommano (Velho Jenkins/Cover Patrick), Lucas Bocalon (Ensemble/Cover Bob Esponja), Pamella Machado (Ensemble/Cover Sandy e Prefeita), Rhuan Santos (Ensemble/Cover Lula Molusco), Vicenthe Oliveira (Ensemble) e Eddy Norole (Ensemble).

O musical é baseado na animação original da Nickelodeon mundialmente conhecida: Bob Esponja, Calça Quadrada. A Fenda do Biquíni, lugar onde Bob Esponja e seus amigos vivem, está sob ameaça de um vulcão. A história retrata os habitantes da região superando as adversidades, mostrando que a população unida e, principalmente, que os sentimentos verdadeiros conseguem salvar o mundo.

‘Bob Esponja, O musical’ estreou na Broadway em 2017, fazendo grande sucesso, com libreto de Kyle Jarrow e direção de Tina Landau. Recebeu 12 indicações ao Tony Awards de 2018, incluindo: Melhor Musical, Melhor Ator em Musical, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Direção de Musical, Melhor Coreografia, Melhor Cenário de Musical e Melhor Figurino de Musical. Também em 2018, venceram seis categorias do Drama Desk Award, incluindo: Melhor Musical, Melhor Ator em Musical, Melhor Caracterização de Ator em Musical e Melhor Diretor de Musical.

Uma das principais missões da Nickelodeon é possibilitar que as crianças conheçam seus ídolos pessoalmente”, afirma Victor Fonseca, vice-presidente de Licenciamento da Paramount América Latina. “Bob Esponja é um personagem amado por diversas gerações e poder trazer esse aclamado musical para o Brasil nos dá a certeza de estarmos no caminho certo. A gente espera que todos se divirtam muito com essa aventura”, finaliza. O Brasil se junta ao Reino Unido como os primeiros territórios internacionais onde a peça será montada em 2023.

A montagem brasileira

‘Bob Esponja, o musical’ terá uma montagem original no Brasil, tendo a base da versão da Broadway, mas com total liberdade criativa. “Procuramos realizar algo que a Touché sempre faz: produções próprias, seguindo o que a bíblia do musical manda, mas com uma concepção original e direção autoral”, explica Renata Borges, produtora e diretora geral do musical.

Um dos desafios da montagem é não apenas dialogar com a versão original sem ser réplica, mas também respeitar as características da série animada, que tem uma legião de fãs apaixonados e exigentes. “Um dos principais desafios da minha direção é humanizar o cartoon, sem deixá-lo caricato. Não estamos fazendo um musical com espumas ou os atores vestidos dos bonecos. Estamos transformando a imagem do desenho, criando algo que seja real e emocionante, mas que o público possa se identificar com os personagens”, celebra o diretor artístico, Gustavo Barchilon.

A cenografia de Natália Lana é um dos elementos chave da montagem, com o desafio de transformar o palco na Fenda do Biquíni, local aonde vivem Bob Esponja e sua turma. A concepção conta com uma boca de cena e cortina de boca feitas em material furta-cor, formando um grande elemento escultórico. São 10 cenografias de grandes proporções, totalizando mais de 2500m2, que pesam mais de 4 toneladas. Serão usadas mais de 7000 bolinhas de piscina, 250 m2 de plotagem em tecido, 450m de plástico holográfico e 1,5km de tubos de ferro. Serão reaproveitados mais de 100 m2 de embalagens plásticas que iriam para o lixo.

Natália Lana buscou diversas fontes e referências para conceber a cenografia. “Minhas inspirações foram em instalações artísticas, esculturas e materiais que remetam ao fundo do mar sem a intenção de ser realista, brincando com o lado lúdico da visualidade”. A cenógrafa complementa: “mas existem elementos que fizemos a escolha em representar o mais próximo do desenho. Como fazer Bob Esponja sem ter o abacaxi, não é?”.

Gustavo Barchilon também buscou inspiração em uma curiosa teoria de uma rede de fãs, que acreditam que os principais personagens têm relação com os 7 pecados capitais, sendo Bob Esponja a luxúria, em sua busca incontrolável pelo prazer. “Qual é o prazer do Bob? diversão. Por isso, criamos um cenário que, além das tradicionais imagens, traz uma série de brinquedos com os quais os atores irão interagir, criando esse universo mais lúdico, de diversão infinita”, afirma. Renata Borges complementa: “o cenário é a alma do musical, juntamente com os atores”.

Os figurinos de Fabio Namatame referenciam o universo dos personagens, mas sem tentar fazer uma mera reprodução do desenho. “O figurino foi feito em cima do conceito dadaísta que implementei para a encenação. Cada ator do ensemble troca de roupa pelo menos 4 vezes, fora os números de sapateado e as trocas de perucas”, explica Barchilon. O visagismo de Feliciano Sanroman é também fundamental na construção dessa identidade cênica.

São cerca de 120 figurinos, além dos adereços e acessórios, com uma grande variedade de materiais: tecidos, plásticos telas, impressões digitais, espumas dubladas, borrachas e outros materiais bastante diferenciado, com cores muito fortes, para representar a variedade cromática dos seres do fundo do mar. “Foi um grande desafio transformar os desenhos do cartoon em figuras humanas reais. Busquei algumas formas mais icônicas para manter presente no figurino, como algumas texturas e estampas das figuras originais. Para o Bob, mantive as cores originais do desenho, transformando em estamparia. E modelagem para figuras humanas mantendo as características desses personagens tão divertidos e carismáticos”, explica Namatame.

A música será executada ao vivo, com uma orquestra composta por 10 integrantes e direção musical de Laura Visconti, que não esconde seu entusiasmo com o material. “Exatamente pelo fato de a trilha ser composta por vários grandes nomes da música pop e rock da atualidade, cada número musical se torna um grande hit pois foi ‘único’ para cada um dos compositores”. O repertório passeia por diferentes gêneros – pop, rock, country, gospel – com arranjos que respeitam as partituras originais. Laura destaca ainda a presença do coro e a formação da banda: “temos o coro em quase todos os números e alguns músicos tocam mais de um instrumento. No caso das guitarras, por exemplo, temos dois guitarristas, que tocam, além de guitarra e violão, banjo, ukulele, guitarra havaiana e bandolim”, explica.

A versão de Anna Toledo também é bem fiel ao original, com leves “transposições” para o universo brasileiro, como as expressões caipiras da personagem Sandy (uma esquila do interior do Texas), que ficaram mais próximas ao interior de São Paulo, bem como o lugar favorito do Patchy, o Pirata, que ficou sendo a 25 de março, famosa rua de compras na capital paulista.

Anna Toledo destaca que o texto alcança mesmo quem não conhece o desenho, com piadas e temas que são universais. “O mais interessante para mim é que o texto usa o universo surreal da Fenda do Biquíni para espelhar crises muito familiares a nossa realidade, como o racismo, o sensacionalismo da mídia, as fake news, a crise climática. Tudo isso com humor, sem cair no didatismo. É muito inteligente.”, exalta.

Renata Borges celebra ainda a parceria que possibilitou a realização dessa montagem:  Tenho muito orgulho dessa parceria com a Nickelodeon/ Paramount e Concord Theatricals. O Brasil é o primeiro país a receber a montagem depois da Broadway. Algo inédito. Os fãs de Bob Esponja irão amar e os adultos também porque o espetáculo é para toda família. E será inesquecível!”

‘Bob Esponja, O Musical’ é apresentado pelo Ministério da Cultura e BB Seguros, com patrocínio da Eurofarma, Drogarias Pacheco, Drogarias São Paulo e apoio da Panco. “O apoio à cultura é um dos pilares da nossa atuação e ficamos muito felizes de contribuir para que uma atração de tanto sucesso possa ser prestigiada pelo público brasileiro”, comenta Fabio Mourão, Superintendente Comercial e de Marketing da Brasilseg, uma empresa BB Seguros. “O espetáculo, aliás, é voltado a pessoas de todas as idades, e o cuidado em identificar projetos com essa característica também é um traço do trabalho que fazemos nessa esfera”, acrescenta o executivo.

“Vocês estão prontos? Estamos, capitão!”

A série animada Bob Esponja, Calça Quadrada

Desde o seu lançamento em 17 de julho de 1999, Bob Esponja, Calça Quadrada reinou como a série animada da Nickelodeon mais assistida por quase 20 anos consecutivos, gerando um universo de personagens amados, repleto de bordões, memes da cultura pop, lançamentos teatrais, produtos de consumo e uma base de fãs global. A animação é uma das propriedades mais amplamente distribuídas na história da Paramount International, vista em mais de 170 países, traduzida para mais de 29 idiomas e com uma média de mais de 100 milhões de espectadores totais a cada trimestre. Bob Esponja, Calça Quadrada foi criado por Stephen Hillenburg e produzido pela Nickelodeon em Burbank, Califórnia. O desenho animado narra as aventuras náuticas e às vezes absurdas de Bob Esponja, um otimista incurável e sincero e seus amigos submarinos.

SERVIÇO >> BOB ESPONJA, O MUSICAL

  • Estreia: 12 de maio
  • Local: Cidade das Artes – Grande Sala
  • Temporada: 12/5 a 16/7
  • Horários: Sextas às 15h e às 20h; Sábados 16h e às 20h; Domingos às 17h.
  • Duração:  2h30min (com intervalo de 15 min)
  • Classificação etária: LIVRE

Preços:

  • Plateia: Inteira – R$180,00; Meia-Entrada – R$ 90,00.
  • Frisa lateral: R$140,00 Meia-Entrada – R$70,00.
  • Camarote: Inteira – R$140,00 Meia-Entrada – R$70,00.
  • Galeria: Inteira – R$100,00 ; Meia-Entrada – R$50,00.
  • Ingresso popular: Inteira – R$50,00; Meia-Entrada – R$25,00.
  • Vendas: site Sympla.

 Ficha Técnica

  • Direção geral: Renata Borges
  • Direção artística: Gustavo Barchilon
  • Direção musical: Laura Visconti
  • Versão brasileira: Anna Toledo
  • Assistente de direção: Lucas Pimenta
  • Figurinos: Fabio Namatame
  • Desenho de luz: Maneco Quinderé
  • Coreografia: Alonso Barros
  • Cenografia: Natália Lana
  • Visagismo: Feliciano Sanroman
  • Desenho de som: Gabriel D´angelo
  • Assistente design de luz: Russinho
  • Produtora de elenco: Giselle Lima
  • Direção de arte: Luiz Pimenta e Eduardo Juffer
  • Direção de produção: Roberta Juricic e Alex Felippe
  • Coordenação de produção: André Gress

Longa jornada noite adentro, de Eugene  O’Neil estreia 12 de maio no Rio de janeiro

Longa Jornada noite Adentro – Foto de Priscila Prade

Uma das mais relevantes peças de teatro do século XX, “Longa Jornada Noite Adentro”, de Eugene O’Neill, é considerada responsável pelo surgimento do teatro moderno nos Estados Unidos. Após algumas montagens memoráveis também no Brasil,  peça vencedora do Prêmio Pulitzer em 1957 ganha nova montagem com Ana Lúcia Torre à frente do elenco, em um papel que coube a Katharine Hepburn no cinema — que lhe rendeu a Palma de Ouro em Cannes — e, nos palcos brasileiros, a grandes damas do nosso teatro, como Cacilda Becker, Nathália Timberg e Cleyde Yáconis. “É a primeira vez que faço um texto de O’Neill. Embarcar nessa personagem múltipla é de muita profundidade e responsabilidade. Afinal, atrizes deslumbrantes já representaram Mary Tyrone”, afirma a atriz.

Dirigida por Sérgio Módena, a peça é um depoimento autobiográfico que revela os dramas da família Tyrone. Entre eles, o de Mary, a matriarca vivida por Ana Lúcia, que usa de diferentes artifícios para esconder dos filhos seu vício em morfina. Retrato cruel da vida real e da alma humana, o texto transcende a época em que foi escrito, pois trata de experiências que, de uma maneira ou de outra, o espectador poderá se identificar. Em resumo, o espetáculo fala da maneira como as relações familiares são construídas e dos questionamentos existenciais dos personagens. Tragédia contemporânea, “Longa Jornada Noite Adentro”, está longe de ser um drama burguês.

A OBRA  

“Longa Jornada Noite Adentro” é um drama familiar que se passa em 1912 e em um único dia, como já sugere o título. A ação acontece na casa de veraneio dos Tyrone. O patriarca da família, James (Luciano  Chirolli) , é um homem idoso que há muito abandonou as aspirações de ser um grande ator,  escolhendo viajar e apresentar sempre a mesma peça, o que lhe rende um bom dinheiro. Frustrada, sua esposa, Mary, há muito desistiu dos sonhos de ser atriz ou freira, para acompanhar o marido nas turnês. Ela se tornou viciada em morfina, com pouco ou nenhum  contato com a realidade, desde o nascimento do filho mais novo Edmund (Bruno Sigrist).  Já o mais velho, Jamie (Gustavo Wabner) é um ator fracassado que foi  “forçado” a seguir os passos do pai e se tornou um alcoólatra, visto que não era capaz de se manter em nenhum outro emprego. 

Jamie tem inveja do talento de Edmund, um jovem que pretende se tornar escritor, mas pode ter sua carreira abreviada pela tuberculose. Influenciado pelo irmão mais velho, também se envereda pela bebida, pois se sente culpado pelo vício da mãe e não suporta vê-la em tal  estado. A criada da casa, Cathleen (Mariana Rosa), acompanha a ação e algumas vezes tenta  dar apoio a Mary, sem sucesso.

Enfrentamentos constantes acontecem durante esse dia e o texto vai expondo,  gradativamente, o passado turbulento da família. A jornada de um longo dia termina numa  noite infernal, na qual os três homens da família se embriagam enquanto Mary, tomada pelos  efeitos da morfina, fala como se ainda fosse jovem, absolutamente desconectada da  realidade. Do lado de fora da casa, a neblina se torna cada vez mais densa e intensa, sugerindo que as feridas da família Tyrone são incuráveis.  “Os personagens se acorrentam em um círculo vicioso. Se punem e são punidos, julgam e são  julgados, perdoam e são perdoados, tudo com o intuito de expurgar os próprios  ressentimentos e as marcas deixadas pelo outro”, explica o diretor e adaptador do texto,  Sergio Módena. Segundo ele, o realismo de O’Neill é permeado de fortes signos, metáforas e  simbologias. “É o que podemos chamar de realismo poético”, ressalta o diretor. Para Ana  Lúcia Torre, Mary Tyrone é um turbilhão e um enorme desafio. “Esse texto é o sonho de  qualquer atriz. A melhor coisa na vida e nessa profissão é ter desafios e aprender a superá-los. Posso dizer que estou vivendo num inferno com a Mary, e, ao mesmo tempo, nas nuvens.

A MONTAGEM  

A encenação de Sergio Módena pretende quebrar o realismo e construir, através da  cenografia de André Cortez, um espaço metafórico, onde acontece esse grande embate entre  os personagens. O figurino tem a assinatura de Fábio Namatame, com roupas que expressam  a ideia de atemporalidade, sem se prender a uma reconstituição histórica de determinado  período. A trilha sonora de Marco França segue a mesma linha, inspirada em estruturas  musicais de composições clássicas, mas com sutis e modernas sonoridades. 

A produção é da  Morente Forte Produções Teatrais, que considera “Longa Jornada Noite Adentro” um de seus mais relevantes projetos teatrais em seus 30 anos de produções. “Quando Sérgio Módena nos apresentou seu sonho, imediatamente, tornou-se um sonho também para nós. Realizar  Eugene O’Neil para Ana Lúcia Torre seria incrível por si só. E com o resultado da montagem,  a presença de tantos e tantas profissionais do mais alto gabarito na equipe, levar Longa  Jornada para o Rio de Janeiro é puro prazer”, conta Célia Forte, sócia de Selma Morente na produtora. 

FICHA TÉCNICA 

  • Texto EUGENE O´NEILL 
  • Idealização, Tradução e Direção SERGIO MÓDENA 
  • Música Original MARCO FRANÇA 

Com 

  • ANA LUCIA TORRE- Mary Tyrone 
  • LUCIANO CHIROLLI – James Tyrone 
  • GUSTAVO WABNER – Jamie Tyrone 
  • BRUNO SIGRIST – Edmund Tyrone 
  • MARIANA ROSA- Cathleen
  • Cenário ANDRE CORTEZ 
  • Figurino FÁBIO NAMATAME 
  • Iluminação ALINE SANTINI  
  • Diretor Assistente LURRYAN NASCIMENTO 
  • Assistente de Cenário MARISTELLA PINHEIRO 
  • Visagista DHIEGO DURSO 
  • Cenotécnico TIBÚRCIO PRODUÇÕES 
  • Coordenação de Comunicação BETH GALLO 
  • Assessoria de Imprensa – MORENTE FORTE
  • Programação Visual VICKA SUAREZ 
  • Fotos PRISCILA PRADE 
  • Filmagem JADY FORTE 
  • Redes Sociais e Textos ANA PAULA BARBULHO 
  • Coordenação Administrativa DANI ANGELOTTI 
  • Assistência Administrativa ALCENÍ BRAZ 
  • Assistente de Produção REBECCA MOMO 

Administradoras da temporada MAGALI MORENTE e ALCENÍ BRAZ Produção Executiva MARTHA LOZANO
Produtoras SELMA MORENTE e CÉLIA FORTE
Uma produção Morente Forte 
Realização Ministério da Cultura

SERVIÇO

  • LONGA JORNADA NOITE ADENTRO  
  • Local: Teatro PRUDENTIAL (359 lugares)
  • Endereço: Rua do Russel, 804 – Glória, Rio de Janeiro
  • Sexta e sábado: 20h  
  • Domingo: 17h
  • Temporada: até 28 de maio
  • Ingressos: Setor A – R$ 80 (inteira) / R$ 40 (meia)
  • Setor B – 72  lugares (20% da lotação -contrapartida social  ingresso popular ) R$ 39 (inteira) / R$ 19,50 (meia)
  • Duração: 110 minutos  
  • Classificação: 14 anos  
  • VENDAS: www.sympla.com.br                                        

História de mulheres no sertão sem fim

Sertão sem Fim – Foto de Keiny Andrade

Em 2018, a atriz Tertulina Alves retornou à Macaúbas, município localizado no interior da Bahia onde passou parte de sua infância, para dialogar com mulheres que vivem na região e experimentam de diferentes formas as condições do sertão nordestino. Os relatos foram unidos à história da própria Tertulina e se transformaram na peça Sertão Sem Fim, que inicia uma circulação por vários teatros da cidade de São Paulo até junho (confira a programação abaixo), depois de uma curta temporada em 2021, presencial e on-line. Vencedor duas vezes do Prêmio Zé Renato, o público poderá assistir a peça em maio nos Teatros Cacilda Becker (dias 12, 13 e 14) e Arthur Azevedo (dias 19, 20 e 21). A dramaturgia é de Rudinei Borges dos Santos e a direção é de Donizeti Mazonas.

Na peça, Tertulina interpreta Bastia, personagem que traz em seu corpo essas diferentes formas de se viver o sertão. As mulheres mais presentes na construção da personagem são a avó de Tertulina, Maria Tertulina, que nasceu  no sertão  Bahia, na região de Três Outeiros de Macaúbas e migrou para São Paulo, encontrada recém-nascida em um cesto de palha num curral; Maria Izabel, moradora da comunidade de Três Outeiros de Macaúbas e conhecida até hoje, com mais de 80 anos, como a Rainha das Cavalgadas; e da própria Tertulina Alves, cuja infância no sertão foi marcada por um período de forte seca.

A história de Bastia é marcada por uma imensa tragédia pessoal: seu marido, o vaqueiro Dão Sálvio, foi covardemente assassinado por fazendeiros da região. O motivo da morte de Dão Sálvio era a prosperidade do casal, que trabalhou duramente durante o período de estiagem e conseguiu adquirir um rebanho de sessenta cabeças de gado. Montada em um cavalo, ela percorre a cidade com o corpo morto do marido, em busca de justiça.

“No Sudeste ainda há um imaginário sobre o sertão que o remete quase sempre à seca. Em Sertão Sem Fim buscamos pensar em outras possibilidades de retratar esse espaço. A Maria Izabel, por exemplo, é uma mulher que foi arrimo de família desde os 10 anos, tendo de trabalhar longe de casa, em espaços onde chovia com mais frequência, para que pudesse trazer sustento para a família”, conta a atriz.

Tertulina teve ainda outras conversas marcantes com mulheres de idades e relações distintas com o espaço – incluindo uma jovem de 25 anos que deixou a cidade e mulheres de 45, 75 e 100 anos, sendo essa última a responsável por contar à Tertulina histórias sobre a sua avó, que a atriz perdeu quando era criança.

Os relatos foram transferidos para Rudinei, dramaturgo e poeta ficcionista que assina a dramaturgia do espetáculo. “As narrativas, os trajetos e a história oral de mulheres sertanejas que eu sequer conhecia foram um convite sobretudo ao exercício da escuta e da empatia. O que eu tinha em mãos era o registro de áudios, uma voz miúda, quase ao longe, que me contava uma trajetória de luta na terra e pela terra, fragmentos de memórias que testemunhavam a desigualdade social e as injustiças do Brasil profundo”, diz Rudinei.

O corpo tem um lugar fundamental no processo de criação de Sertão Sem Fim. Donizeti Mazonas, artista com ampla experiência em dança e teatro, foi convidado para assumir a direção da peça e sugeriu, desde o início, propostas que não caíssem em regionalismos ou visões estereotipadas sobre o Nordeste e o sertão.

“Nossa questão foi olhar para o universo dessa mulher, nas suas questões que incluíam a falta de chuva, as desigualdades, a dificuldade de construir seu espaço no mundo e as injustiças”, diz Donizeti, complementando que a peça traz o sertão pra dentro da personagem, como se ele fosse também seu corpo. “O texto vem de um espectro de narrativa muito poética, o que ajudou a pensarmos na Bastia como o próprio sertão, sendo ela uma tradução da chuva, da aridez e da natureza”.

Para confirmar essas escolhas, a peça tem poucos objetos cênicos, com ênfase a troncos de madeira criados pelo artista plástico Eliseu Weide que são manipulados por Bastia. “Os elementos são bastante sintéticos para se dar a vastidão e a multiplicidade do que pode ser o sertão”, diz o diretor.

O dramaturgo Rudinei Borges dos Santos conta também sobre outros aspectos que o apoiaram na criação do texto: “Passei dias ouvindo aquelas vozes, labutando para amalgamar os relatos de Tertulina e daquelas matriarcas tão parecidas com a minha mãe e a minha bisavó Eva e, talvez, tão parecidas comigo. Algo aconteceu quando comecei a ouvir os áudios ao mesmo tempo em que contemplava minuciosamente as fotografias de Araquém Alcântara, o maior fotógrafo deste país. É de causar emoção a delicadeza com que Araquém fotografa cada marca no rosto da gente sertaneja. Ali, naquele encontro entre palavra e imagem, nasceu Ser Tão Sem Fim, uma composição ficcional inspirada na vida e na residência de pessoas esquecidas num Brasil em frangalhos”.

Para Tertulina, a peça também estabelece um ponto de empatia com o público ao expor na cena a história de uma mulher que vai atrás de justiça. “Essa mulher passou anos construindo uma história com inúmeras dificuldades e esse algo foi ceifado. Esse corte injusto na sua vida por ser lido como as inúmeras dificuldades que nós temos enfrentado no Brasil de hoje”, ressalta.

O espetáculo ganhou o Prêmio Zé Renato para a Cidade de São Paulo no ano de 2020 e sua estreia aconteceu em fevereiro de 2021, no Teatro Sérgio Cardoso, com público reduzido devido à pandemia do COVID-19. Logo em seguida, o espetáculo foi contemplado com o ProAC LAB para gravação e transmissão on-line.

Em 2023, o projeto foi novamente contemplado com o Prêmio Zé Renato para uma circulação pelas regiões periféricas da cidade de São Paulo.

O crítico José Cetra, um dos jurados do prêmio APCA, incluiu Sertão sem Fim em sua lista de Melhores do ano de 2021, nas categorias Melhor Espetáculo e Melhor Atriz.

FICHA TÉCNICA

SERTÃO SEM FIM

  • Idealização, Pesquisa, Direção de Produção e Interpretação: Tertulina Alves 
  • Produção Executiva: Alessandro Hernandez
  • Dramaturgia: Rudinei Borges
  • Direção: Donizeti Mazonas 
  • Cenografia e Figurino: Eliseu Weide 

Desenho de Luz e Design Gráfico: Hernandes de Oliveira
Música: Gregory Slivar
Operador de Luz: Hernandes de Oliveira
Operador de Som: Viviane Barbosa
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto Comunicação | Márcia Marques

Serviço

SERTÃO SEM FIM

TEATRO CACILDA BECKER
12, 13 e 14 de maio, sexta e sábado, às 21h, e domingo, às 19h
Endereço: R. Tito, 295 – Lapa
Ingresso: gratuito – retirar na bilheteria uma hora antes do espetáculo

TEATRO ARTHUR AZEVEDO – Sala Multiuso
19, 20 e 21 de maio, sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 18h
Endereço: Av. Paes de Barros, 955 – Alto da Mooca
Ingresso: gratuito – retirar na bilheteria uma hora antes do espetáculo

Duração: 60 minutos | Classificação: Livre

“Lara e o Pássaro” volta as palcos com apresentações gratuitas no interior de São Paulo

Lara e o Pássaro – Foto de Vitória Eichenberger

A Alvorada Cultural embarca a partir de maio numa viagem pelo interior paulista para apresentar o espetáculo infantil “Lara e o Pássaro”. A primeira parada é em Ourinhos, a 375 km da capital, no dia 7 de maio, no Teatro Municipal Miguel Cury, às 17h. A peça irá passar, ao todo, por oito cidades, com dez apresentações. A mini-turnê marca o início de um novo momento para o espetáculo, que cessou as apresentações presenciais por causa da pandemia da Covid-19, provou a experiência de realizar a peça de forma virtual e agora retorna para o palco, ao vivo e com plateia.

Em cena, o público poderá conferir a história da menina Lara e a sua jornada para se reaproximar da irmã mais nova, Cora. A trama se desenvolve no quintal da casa das meninas, que se transforma num universo fantástico povoado de seres mágicos, entre eles a árvore, a brisa, a lagarta e o gato. A busca da personagem título do espetáculo é também pelo pássaro azul evocado pela caçula. Perpassam a trama temas como os dilemas do crescimento e passagem da infância para a adolescência, o conflito entre irmãs e os laços afetivos criados a partir da disposição de ser sensível e compreender o outro.

Além de Ourinhos, “Lara e o Pássaro” também será apresentado em Mauá (12 e 13/05), Sertãozinho (28/5), Barra Bonita (10 e 11/6), Guarujá (19/6), Caraguatatuba (25/6) e Botucatu (19/7). As apresentações são gratuitas. A iniciativa recebeu apoio financeiro do ProAC – Programa de Ação Cultural do governo do estado de São Paulo, por meio do edital 6/2022 voltado à circulação de espetáculos para o público infanto-juvenil. A duração do espetáculo é de 50 minutos e a classificação é livre.

Autoria e inspiração: influências do espetáculo vão do teatro simbolista do século 19 ao cinema japonês contemporâneo

O espetáculo “Lara e o Pássaro” nasceu da união do “O Pássaro Azul”, livro clássico do dramaturgo, poeta e ensaísta belga Maurice Maeterlinck com as obras do diretor de cinema de animação, o japonês Hayao Miyazaki. Ambos proeminentes em suas áreas, o europeu recebeu em 1911 o prêmio Nobel de literatura, enquanto o oriental, foi laureado com o Oscar de Melhor Filme de Animação em 2003, com “A viagem de Chihiro”.

A combinação de elementos, à primeira vista díspares, funcionou tão bem em cena graças à reunião dos talentos que assinam a obra. A ficha técnica do espetáculo conta com a dramaturgia de Sofia Fransolin, Luciana Mizutani e, na direção, Marcelo Onofri. Agora, em 2023, o espetáculo conta com a colaboração da bonequeira Júlia Barnabé.

Fransolin é mestre pela Unicamp e atualmente cursa o doutorado na mesma instituição, em artes da cena. Sua carreira como dramaturga está em ascensão, seus trabalhos mais recentes têm tido destaque na cena teatral paulista. Mizutani é mestre e doutora em artes da cena pela Unicamp. Ela tem também um longo e reconhecido trabalho como professora de teatro nas cidades de Campinas e Americana, em São Paulo.

Destaque ainda para Onofri, responsável pela trilha sonora do espetáculo, um dos pontos altos da peça. O diretor musical também emprestou seu talento e ao lado de Eduardo Okamoto pôde ser visto no espetáculo “Um jardim para educar as bestas”, que ficou em cartaz no SESC Vila Mariana em abril deste ano.

Ficha Técnica

  • Direção: Luciana Mizutani
  • Dramaturgia: Sofia Fransolin
  • Direção Musical: Marcelo Onofri
  • Elenco: Catarina Eichenberger, Gabriel Pangonis, Giovana Telles, Luan Assunção
  • Visualidades: Coletivo Animales, sob orientação de Helô Cardoso
  • Figurino: Beatriz Schwartz
  • Orientação: Eduardo Okamoto
  • Iluminação: Ana Fariña e Gabriel Pangonis
  • Operação de luz: Ana Fariña
  • Operação de som: Eva dos Santos
  • Produção: Alvorada Cultural
  • Direção de Produção: Luan Assunção
  • Produção Executiva: Gabriel Pangonis
  • Assistente de Produção: Juliano de Assis
  • Produtores Locais:
  • Coordenação de Comunicação: Paulo Xavier
  • Gestão de Redes Sociais: Felipe Bernardes
  • Assessoria de Imprensa: Com.tato
  • Fotos: Vitória Eichenberger
  • Audiovisual: Rafaela Bermond e equipe Bermond Produções
  • Classificação etária: Livre.
  • Duração: 50 minutos.

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