O setor de bares e restaurantes tem apresentado uma tendência de adesão cada vez maior de soluções de bots (softwares para automação de tarefas digitais – muitos utilizando, até, inteligência artificial generativa) e robôs (máquinas inteligentes que substituem funções humanas). Construção de cardápios, desenvolvimento de aplicativos de gestão, máquinas de atendimento que automatizam processos de cozinha… estas são algumas das ações realizadas pelos bots e robôs para facilitar a vida dos empreendedores do setor.
Em entrevista ao podcast O Café e a Conta, da revista Bares&Restaurantes, Matheus Mason, proprietário do Benedito Restaurante, em Campinas/SP, exemplifica como tem usado a tecnologia a seu favor. “Utilizo a IA – inteligência artificial – de diversas formas, desde a gestão até a parte pessoal. Se quero fazer um planejamento de marketing, por exemplo, eu consigo trazer a informação através da transcrição de áudios de entrevistas com colaboradores e clientes, e fazer com que essa informação se transforme em tópicos, com planejamento e sugestões”, diz.
Mas e a utilização de robôs no setor de alimentação?
Maior franquia de alimentação do mundo, o McDonald’s iniciou testes de seu primeiro restaurante automatizado no Texas, no fim de 2022. Nesta loja, os clientes fazem pedidos sem interação humana, utilizando telas e um drive-thru automático. A estratégia busca inovar para melhorar a experiência dos clientes, destacando o potencial transformador da automação no setor de alimentação para agilizar os atendimentos.
Além dos bots, as soluções que usam robôs também foram destaque na National Restaurant Association Show (NRA Show) deste ano, como, por exemplo, os robôs-garçons e máquinas de limpeza autônomas. Empresas também apresentaram soluções avançadas, como robôs que entregam refeições em quartos de hotel e lavadoras verticais inteligentes para superfícies de difícil acesso.
As tecnologias que foram apresentadas durante a feira revelam como os robôs podem assumir tarefas repetitivas, o que permitiria que os funcionários tivessem mais tempo para atividades complexas. Os robôs da Bear Robotics, equipados com sensores LiDar e câmeras de última geração, percorrem salões com agilidade e segurança, interagindo tanto com clientes quanto com funcionários. “A inteligência artificial generativa é o grande diferencial, pois os robôs já existem há algum tempo.
Embarcada, ela ajuda a melhorar a eficiência e potencializa a entrega. Tanto os bots, de software, quanto os robôs físicos têm se aproveitado do ganho de produtividade que a IA traz consigo”, explica José Eduardo Camargo, líder de conteúdo e inteligência da Abrasel, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes.
Os avanços tendem a ser acompanhados com reduções nos custos da operação dos bares e restaurantes, o que torna a tecnologia mais acessível aos estabelecimentos. Apesar dos claros benefícios, o uso dos robôs traz um debate sobre o impacto no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo que pode reduzir o número de funcionários no atendimento, o uso dessas tecnologias tendem a estimular o surgimento de novas vagas no desenvolvimento, manutenção e supervisão dos robôs que realizam a assistência no setor.
Ainda não se sabe se o exemplo do McDonald ‘s é o futuro dos bares e restaurantes. O fato é que o potencial de auxílio dos robôs no setor ainda está no começo de sua descoberta. Com o avanço da tecnologia, espera-se que os robôs não realizem apenas tarefas físicas, mas também um nível de interação com os clientes semelhante ao dos atendentes humanos. Tudo em prol da melhoria na experiência do cliente nos estabelecimentos.