Brasil vence o Japão no Tie-break e avança à final da Liga das Nações Feminina

A seleção brasileira feminina de vôlei conquistou uma vitória épica sobre o Japão por 3 sets a 2 na semifinal da Liga das Nações (VNL) 2025, com parciais de 23/25, 25/21, 25/18, 19/25 e 15/8. O confronto, disputado neste sábado (26) na Atlas Arena em Łódź, na Polônia, levou exatas duas horas para ser decidido e garantiu ao Brasil sua quarta final na história da competição.

Com este resultado, o Brasil enfrentará a Itália na grande final no domingo (27), às 15h (horário de Brasília), em busca do título inédito da Liga das Nações. As italianas, atuais campeãs olímpicas e da VNL, venceram a Polônia por 3 a 0 na outra semifinal e chegam à decisão invictas há 28 jogos.

Jogo de Intensa Dramaticidade

Primeiro Set: Japão Surpreende (23/25)

O Brasil começou nervoso e com dificuldades nobrisse vantagem logo no início. Com um saque forçado que desestabilizou o passe brasileiro, as japonesas dispararam para 15 a 8, forçando o técnico José Roberto Guimarães a substituir a levantadora Roberta por Macris.

A mudança surtiu efeito imediato, e com Macris distribuindo melhor o jogo, Gabi Guimarães liderou uma reação que levou ao empate em 19 a 19 e até mesmo à virada em 20 a 19. Porém, as japonesas retomaram a liderança e fecharam o set em 25 a 23 com ataque de Yukiko Wada.

Segundo Set: Reação Brasileira (25/21)

Zé Roberto manteve Macris no time e a estratégia funcionou perfeitamente. Após um início equilibrado, o Brasil foi abrindo vantagem gradualmente e chegou a 15-11 com erro de Wada. Gabi foi determinante, anotando o 21 a 15 em um belo contra-ataque e também fazendo o ponto que definiu o set em 25 a 21, empatando a partida.

Terceiro Set: Domínio Verde e Amarelo (25/18)

A terceira parcial começou disputada ponto a ponto até que dois bloqueios brasileiros, um de Rosamaria e outro de Diana, colocaram o Brasil em vantagem de 9 a 7. Sempre no comando das ações, a seleção brasileira seguiu à frente e fechou em 25 a 18, virando o placar para 2 sets a 1.

Quarto Set: Japão Força o Tie-break (19/25)

O Japão começou melhor o quarto set, tendo a central Ayaka Araki como destaque após não ter jogado nas três parciais anteriores. As asiáticas abriram 9-6 e com Ishikawa chegaram a 16-13. O Brasil ainda tentou reagir, mas as japonesas pararam Júlia Bergmann e mantiveram três pontos de vantagem. Com erros de passe brasileiros, o Japão marcou 25 a 19 e forçou o tie-break.

Quinto Set: Brasil Fulminante (15/8)

No tie-break decisivo, as japonesas começaram forçando o saque e marcaram o primeiro ponto, mas Júlia Bergmann respondeu com um ataque na antena. Um bloqueio de Júlia Kudiess e um contra-ataque de Gabi colocaram o Brasil na frente por 4 a 1.

Com bloqueio forte e uma defesa liderada pela líbero Marcelle, o Brasil foi abrindo vantagem consistentemente até fechar em 15 a 8, com ataque de Júlia Bergmann, confirmando a classificação para a final.

Destaques Individuais

Gabi Guimarães: A Líder em Quadra

Gabi foi a maior pontuadora do jogo com 25 pontos (24 de ataque e 1 de bloqueio), demonstrando por que é considerada uma das melhores ponteiras do mundo. A capitã brasileira foi fundamental nos momentos decisivos, especialmente na reação do segundo set e no tie-break.

Júlia Bergmann: Protagonismo Confirmado

A ponteira de 24 anos terminou como a segunda maior pontuadora com 23 pontos, confirmando seu protagonismo na nova geração do vôlei brasileiro. Bergmann foi determinante no terceiro set e fechou a partida com o ponto decisivo no tie-break.

Macris: A Mudança que Funcionou

A entrada de Macris no lugar de Roberta foi o ponto de virada da partida. A levantadora de 36 anos renovou a ideia do time e distribuiu bem o jogo, colocando a seleção de volta na disputa desde o primeiro set.

Centrais Decisivas

Júlia Kudiess (13 pontos) e Diana (12 pontos) foram fundamentais no sistema defensivo brasileiro, especialmente no bloqueio que neutralizou o ataque japonês em momentos cruciais.

Contexto Histórico e Significado da Vitória

Revanche de 2024

Esta semifinal teve gosto de revanche para o Brasil, que na temporada passada foi derrotado pelas japonesas na semifinal da Liga das Nações por 3 a 2. As japonesas perderam aquela final para a Itália, e agora será o Brasil que terá a chance de enfrentar as italianas na decisão.

Busca pelo Título Inédito

O Brasil busca seu primeiro título da VNL feminina após três vices consecutivos. A seleção já ficou com a medalha de prata nas edições de 2019, 2021 e 2022. Em 2022, as brasileiras perderam justamente para a Itália na final.

Histórico Recente Favorável

Nos últimos confrontos entre as seleções, o Brasil venceu oito dos últimos dez jogos contra o Japão. Na atual edição da VNL, as brasileiras já haviam derrotado as japonesas por 3 a 0 na fase classificatória, em Chiba.

A Final Contra a Itália

Adversário de Respeito

A Itália chega à final invicta com 14 vitórias em 14 jogos na competição. As italianas não perdem há 28 jogos consecutivos, uma sequência que começou após a derrota para o Brasil na fase classificatória da VNL do ano passado.

Reencontro Especial

Brasil e Itália se enfrentaram na primeira semana da Liga das Nações, no Rio de Janeiro, com vitória italiana por 3 a 0. A final será disputada no domingo (27), às 15h (horário de Brasília), na Atlas Arena, em Łódź.

Transmissão

A final terá transmissão pelo SporTV2 e pela VBTV (streaming da Volleyball World).

Retrospectiva da Campanha Brasileira

O Brasil chegou à semifinal como segunda colocada da fase preliminar com 11 vitórias e apenas uma derrota em 12 jogos. A única derrota foi justamente para a Itália. Nas quartas de final, a seleção dominou a Alemanha por 3 a 0 com parciais de 25/19, 26/24 e 25/14.

A equipe comandada por José Roberto Guimarães estava invicta há nove jogos antes da semifinal e agora tem a oportunidade histórica de conquistar o título que ainda falta em suas prateleiras.

Esta vitória representa mais um capítulo da rica história do vôlei brasileiro e mantém viva a esperança de quebrar o jejum na Liga das Nações, competição onde o Brasil sempre esteve entre os melhores, mas ainda busca seu primeiro título.

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