Bebida mais consumida no mundo depois da água, o café ganhou mostra inédita, totalmente dedicada a ele. “Café através dos sentidos” já foi visitada por mais de 2.000 pessoas, conduzidas em uma experiência sensorial e imersiva no Polo Cultural ItalianoRio. Despertando os cinco sentidos (olfato, audição, visão, tato e paladar), o evento pretende ampliar o alcance de público, além de abarcar todas as faixas etárias: programa atraente para as famílias, terá agenda de palestras gratuitas até 2025, sempre às 18h, enquanto estiver em cartaz. No dia 17 de dezembro, Rodolfo Teichner discorrerá sobre o tema “Torrefação de Café”, no dia 27 de janeiro, Jose Sette fala sobre “Café pelo Mundo”. E em fevereiro, no dia 20, João Candido Portinari aborda “Portinari e o Café”, esmiuçando a arte que celebra o trabalho e a cultura brasileira e italiana. Seu pai, Candido Portinari, tem um painel reproduzido em uma das paredes do espaço.
Produzida pela Artepadilla através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, “Café através dos sentidos” ocupa o andar térreo e o mezanino, contemplando temas abrangentes com a finalidade de proporcionar uma experimentação completa em vários níveis. A escolha do local, na Casa D’Italia, centro da cultura italiana no Rio, não poderia ser mais adequada, dando os devidos créditos à imigração italiana e sua contribuição ao desenvolvimento do café no Brasil, no ano da comemoração dos 150 anos da chegada da primeira leva de imigrantes italianos, recorrência homenageada pelo painel do grafiteiro Bruno Big, presente no espaço, com representações sobre o café. Com sua excelência na arte da inovação, foram empresários italianos os criadores do café expresso. Desde os primórdios, em 1883, até hoje, a tecnologia e design italianos vêm sempre se aprimorando para produzir os melhores maquinários para realizar a o “expresso” mundialmente consumido.
“O que se sente não se esquece”, enfatiza a curadora e idealizadora do projeto, Josefina Durini, com a expertise de quem cultiva café especial orgânico certificado em sua fazenda situada no Vale do Café fluminense, em Barra do Piraí.
“O Brasil foi, e ainda é, o maior produtor e exportador mundial do grão, por isso quisemos apresentá-lo de maneira nunca antes vista”, completa ela, que também é responsável pela concepção da mostra.
Ciclo de Palestras Gratuitas
Dia 17/12, às 18h – Rodolfo Teichner – Torrefação de Café
Palestra e torra do café ao vivo com mini torradora elétrica de última geração, sustentável e não poluente. Degustação de café após a palestra.
Dia 27/01, às 18h – Jose Sette – Café pelo Mundo
História, sabores e tradições que fazem do café uma paixão global.
Dia 20/02, às 18h – João Candido Portinari – Portinari e o Café
A arte que celebra o trabalho e a cultura brasileira e italiana
Capacidade: 50 pessoas por palestra
Inscrições através do link https://forms.gle/eXrRq3UuBiTYK3298https://forms.gle/eXrRq3UuBiTYK3298
Asseguram a acessibilidade da exposição uma placa com explicações em braille, a possibilidade de toque nos equipamentos e materiais, vídeos com legendas, além de um instrumento de acesso ao mezanino para cadeirantes. Durante o período expositivo, serão apresentadas palestras dentro da mesma temática, com degustação de cafés e visitas mediadas direcionadas a escolas.
Público vivencia experiências diversas: mais detalhes sobre o espaço expositivo
A viagem pelo mundo do café tem início no andar térreo, inserindo o visitante numa imersão sensorial, dentro de um cubo fechado, onde será exibido um vídeo com áudio com mensagem sobre biodiversidade e meio ambiente. No telão de LED, do lado de fora, é exibido um vídeo com a temática “café italiano” – dando ênfase especial ao café expresso.
Subindo ao mezanino e entrando na segunda parte da exposição, começa com o corredor dos sentidos, olfato e audição são despertados através de recursos sensoriais. Os visitantes podem tocar nos grãos de café, expostos em diferentes estágios do processo de fabricação; balas de cafés estão dispostas sobre um balcão para aguçar os paladares. Em um outro telão, um vídeo com um mapa mundi traça a rota do café pelos continentes, numa linha do tempo que abrange as áreas do cultivo e do consumo. Suas origens na Etiópia e posteriormente no Iêmen, a história de sua descoberta, a proibição da bebida e sua posterior reinvindicação, a difusão do café no mundo e sua chegada ao Brasil: serão muitos os assuntos abordados. Utensílios históricos, como um artefato original usado para a cerimônia do café na Etiópia, ferramentas e aparelhos de variados tipos estão expostos e podem ser tocados pelo público. Totens informativos traçam o percurso pelo universo do grão, em 15 temas que vão desde os métodos de extração e preparo a sustentabilidade e curiosidades. Ali, é possível ter acesso a uma seleção musical de compositores brasileiros, saber como o café foi fonte de inspiração para a criação literária e visualizar uma simulação da estocagem das sacas, por exemplo. O perrcurso termina com uma reprodução da pintura “Colheita de Café”, de Candido Portinari, realizada em 1958, que retrata uma cena de trabalho na cultura do café.
Os assuntos são segmentados entre Artes, Botânica, Café Expresso, Classificação e Características, Café Expresso, Consumo e Sociedade, Curiosidades e Proibições Históricas, Itália – Imigração e História, Literatura e Aforismos, – Métodos de Extração e Preparo, Música, O Brasil e a Economia Cafeeira Mundial, Produção, Saúde e Propriedades, Sustentabilidade, Torrefação.
Abaixo alguns trechos de textos dos totens
“No decorrer da história, o café assumiu um papel central em vários movimentos artísticos e intelectuais. Cafeterias e salões de café tornaram-se locais de encontro de mentes criativas, onde ideias revolucionárias foram discutidas e novos conceitos foram elaborados. Esse ambiente estimulante contribuiu significativamente para o avanço das artes e da cultura em geral” . (Artes)
“Das mais de 120 espécies selvagens de Coffea conhecidas, apenas duas são produzidas para consumo: Coffea Arabica e Coffea Canephora. Coffea canéfora é o nome científico da planta do café que produz grãos conhecidos como Robusta”. (Botânica)
“Uma das principais contribuições para a evolução do café italiano foi a invenção da máquina de café espresso. Angelo Moriondo, italiano de Turim, foi quem inventou a sua primeira versão. Posteriormente, Luigi Bezzera fez um equipamento rudimentar que continha dois imensos grupos operados a vapor gigante, cujo nome era Tipo Gigante. A partir de melhorias na máquina de Moriondo, introduz o porta filtro entre outras inovações” . (Café Expresso)
“Mais de 2 bilhões de xícaras de café são consumidas todos os dias no mundo inteiro. A cafeína, uma das substâncias presentes no café, é a droga psicoativa mais consumida em todo o planeta. Após a descoberta do café na Etiópia, passou-se a ingerir os grãos macerados, embora algumas histórias apontem também para o costume ancestral de fazer chá com as folhas dessa planta. Os primeiros registros escritos sobre os costumes cafeeiros vêm do Iêmen e datam do século 6 D.C.” (Consumo e Sociedade)
“O português é o único idioma em que a palavra café dá nome a uma das principais refeições do dia. Nos países mediterrâneos, o café substituiu o vinho como primeira refeição da manhã. Fanáticos religiosos em Constantinopla (atual Istambul), com ciúmes da crescente popularidade das cafeterias, afirmam que o café torrado é uma espécie de carvão, e o mufti decide que ele seja proibido por lei. Mais tarde, Amurath III ordena o fechamento de todas as cafeterias por motivos religiosos e coloca o café na mesma categoria que o vinho – proibido pelo Alcorão. A ordem não é rigorosamente observada, e o consumo de café continua por trás de portas fechadas e em casas particulares” . (Curiosidades Históricas)
“O café foi introduzido na Europa via Veneza no século 16, quando seu consumo foi relatado por vários viajantes do Oriente. Entre eles estava o botânico e médico veneziano Prospero Alpino, cujo livro De Plantis Aegypti continha uma ilustração da planta do café. Nele, descreve-se o hábito oriental de tomar ‘essa excelente bebida preta que tem um sabor semelhante ao da chicória’”. (Itália – Imigração e História)
“Diversos escritores brasileiros renomados incorporaram o café em suas obras, tornando-o parte integrante do enredo e da narrativa, entre eles Machado de Assis, Jorge Amado e Graciliano Ramos. Na poesia, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira também beberam dessa fonte. Jean-Paul Sartre escreveu suas obras literárias nas cafeterias de Paris, sobretudo o Café de Flore, em Saint Germain de Près. (Literatura e Aforismos)
“Há muito tempo que o café é fonte de inspiração para músicos e cantores. A Cantata do café, de Johann Sebastian Bach (1685-1750), conta, de maneira cômica, a história de um pai que briga com a filha para que ela pare de tomar tanto café. Composta em 1734 para ser apresentada na cafeteria Kaffeehaus Zimmermann, em Leipzig, na Alemanha, a música reflete a polêmica da época em torno do café, que havia sido introduzido há algumas décadas no país e dividia opiniões”. (Música)
Serviço
Exposição “Café através dos sentidos”
Curadoria e concepção: Josefina Durini
Produção e coordenação: Artepadilla
Visitação: até 22 de fevereiro de 2025
Funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 17h, e aos sábados (a partir de 16/11/2024), das 10h às 17h
Local: “Polo Cultural ItalianoRio – arte, design e inovação” – Casa d’Italia
Endereço: Av. Pres. Antônio Carlos, 40 – Centro, Rio de Janeiro
Classificação livre, com entrada gratuita
Informações à imprensa: BriefCom Assessoria de Comunicação/Bia Sampaio: (21) 98181-8351/biasampaio@briefcom.com.br/@briefcomcomunicacao
Design gráfico: Marcio Oliveira (graphix.com.br)
Cenografia: Susana Lacevitz (cenografia.net)
Produção de cenografia: Philippe Midani