CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta exposição “Citadela”, da artista visual para as infâncias Maria Ezou

Instalação interativa convida o público a adentrar uma cidade imaginária, com universos em miniatura que remetem ao tempo das infâncias, do encantamento e da integralidade com a natureza - Obras feitas a partir da silhueta da artista abrigam 15 universos fantásticos, com autômatos que dão vida à pequenos objetos imersos em cenário, iluminação, trilha sonora e dramaturgia próprias 

por Redação
CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta exposição "Citadela"

CAIXA Cultural Rio de Janeiro recebe até 03 de agosto, Cidadela, a exposição individual da artista visual Maria Ezou, que convida o público para uma experiência imersiva no universo das infâncias, suas sensações e subjetividades.

Cidadela é uma instalação interativa, que materializa uma cidade imaginária e biocêntrica, uma fortaleza onírica onde os seres humanos, seus corpos, as casas e o restante da natureza são partes de um mesmo sistema: harmônico e fantástico.

“As obras ritualizam o cotidiano e convocam o corpo da criança para o momento presente.

O público adentra um universo analógico, de delicadeza, encantamento e tempo expandido. Elementos sensoriais aguçam os sentidos e autômatos recriam o ritmo da natureza e das meninices. Aos adultos, o convite é experienciar a obra do ponto de vista da criança – em estatura, maravilhamento e curiosidade.” Maria Ezou

Ao chegar na exposição, o público se depara com a cidade formada por 15 “casas-corpos” – esculturas feitas a partir do molde do tronco da própria artista, com diminutas janelas e portas em seu ventre, que dão acesso a minimundos imaginários. No interior de cada “casa-corpo”, o olhar curioso se depara com uma dramaturgia particular, dialogando com um aspecto diferente da infância, interconectado com o fluxo dos corpos e suas distintas emoções, o cotidiano das casas e as dinâmicas da natureza. Para contar cada história, o cenário e objetos, em miniatura, são animados por autômatos mecânicos e eletrônicos, pela transição de luzes e pela trilha sonora individual de cada casa, além de estímulos auditivos como o som das águas, do vento, do pisar na terra e do crepitar do fogo. Cada “casa-corpo” recebe também uma audiodescrição, que promove a acessibilidade.

O fio condutor das obras são as artes têxteis, que Ezou intersecciona com o teatro de animação, a arte eletrônica, o audiovisual, a literatura, as musicalidades e os autômatos artesanais. Ela ainda emprega técnicas auxiliares como marcenaria, serralheria artesanal e colagem e, por fim, as conecta a saberes como mecânica do movimento, arquitetura vernacular, biologia e agroecologia. Assim, Maria tece o enredo que resulta na narrativa maior, o mundo sonhado da Cidadela.

Para proporcionar uma experiência plena às crianças, a expografia respeita as dimensões dos pequenos, e os minimundos são localizados na altura do olhar da criança. Para os adultos, o convite é para que experimentem a Cidadela a partir do ponto de vista dos pequenos.

A exposição pretende reafirmar o corpo como espaço de autonomia e alteridade e, por isso, cada espectador escolhe sua trilha de visitação, descobrindo, em cada Casa, um universo particular e a temática inerente à infância daquela obra. Compõem a Cidadela as Casas Gestar; Infância; Memória; Amor, Raiva; Empatia; Espera; Afeto; Alegria; Proteção; Desafio; Preguiça; Liberdade; Medo e Tristeza.

Em Cidadela, o corpo de Maria Ezou é o corpo do universo. Raízes, corpo, montanha. Mulher-natureza, guiada por mapas, casas e seus interiores – cartografias que apontam para a direção coletiva. Cartógrafa dos afetos, parte das espacialidades e mergulha nas infâncias como um ato político. Onde o caminhar coletivo é o único possível.

Hoje as obras de Ezou estão situadas no campo das artes visuais, da performance e da instalação, mas, nos primeiros anos de sua trajetória, produziu muitos trabalhos para o campo das artes cênicas e com teatros de grupo, assim aprendeu e aprimorou seu ofício na lógica da colaboração e coletividade. Em a Cidadela, essa dinâmica segue presente. As obras da exposição têm a concepção e realização individual de Maria Ezou, mas contam com a colaboração de outros artistas e mestres de diferentes ofícios, que, convidados por Maria, trouxeram sua especialidade para o processo de preparação das obras. Entre os 17 convidados estão André Mehmari (produtor e intérprete musical); Heloisa Pires Lima (dramaturgia do movimento); Juliana Notari (dramaturgia do movimento); Mônica Cardim (fotografia artística); Leonardo Martinelli (composição musical); Willian Oliveira (desenvolvimento dos sistemas eletrônicos); Cristina Souto (desenho de luz), entre outros.

A exposição, que está na CAIXA Cultural São Paulo até 04 de maio, e depois da temporada no Rio de Janeiro segue para Curitiba, integra o projeto homônimo, Cidadela, que, em diferentes formatos, já passou, desde 2019, por Minas Gerais, Brasília e São Paulo e Ceará, somando mais de 34.000 espectadores.

Mais informações sobre o Projeto Cidadelahttps://www.exposicaocidadela.art/

Maria Ezou – Artista Visual para as Infâncias

Premiada artista, performer e educadora, Maria Ezou é porta-voz do movimento das artes visuais para as infâncias e trabalha o universo onírico e fantástico contando histórias imersivas e sensoriais. Com Licenciatura em Educação Artística (UNESP), chegou a cursar parte do Bacharelado em Artes Plásticas (FAAP) e tem formação em Cenografia.

Em uma infância de liberdade, experimentação e integralidade com a natureza, Maria foi uma criança curiosa e apaixonada pelo funcionamento das coisas, dos corpos, dos fluxos e dos lugares. Encantamentos que se tornaram estruturantes em sua obra.

Filha de mãe arquiteta, entrou em contato com a arquitetura vernacular muito cedo e, ainda criança, viajou com a família pela América Latina, quando conheceu as cosmogonias Inca e Maia. O avô lhe transmitiu a paixão pelos autômatos, em seu “incrível quarto de invenções”. A cozinha de sua avó materna foi uma de suas primeiras inspirações para as manualidades artísticas e a máquina de costura, de sua outra avó, daria vida às suas primeiras criações têxteis.

Ficha técnica

Exposição Cidadela

  • Maria Ezou – Concepção e realização
  • Colaboradores convidados
  • Mônica Cardim – Fotografia casa Memória
  • Heloisa Pires Lima – Dramaturgia do movimento e textos do Site
  • Juliana Notari – Dramaturgia do movimento e textos do Site
  • Gabriela Zuquim – Consultoria ambiental
  • Leonardo Martinelli – Composição musical
  • André Mehmari – Produção e intérprete musical
  • Marina Quintanilha – Animação da Casa Memória
  • Eduardo Salzane – Consultoria de arte mecânica
  • Willian Oliveira – Desenvolvimento dos sistemas eletrônicos
  • Cristina Souto – Desenho De Luz
  • Fábio Luiz Souza Gomes e Joseane Natali Domingos – Serralheria
  • Rager Luan – Modelagem das peças em fibra de vidro
  • Alê Noguchi – Modelagem das peças em bambu
  • Rita De Cassia Martins – Confecção das roupas das Casas
  • Mônica Cristina Rocha – Confecção casulos
  • Joana Bertolini De Araújo – Estagiária assistente
  • Wanessa Costa – Estagiária assistente

Itinerância CAIXA Cultural

  • CAIXA – Realização
  • Maria Ezou – Idealização e Direção Artística
  • Débora Bruno – Produção Executiva
  • Nany Gottardi – Locomotiva Cultural – Assessoria de Imprensa
  • Mônica Cardim – Fotos de Divulgação
  • Ana Muriel – Artes Gráficas
  • Laura Corcuera – Assessoria de comunicação
  • Kelly Gonçalves – Studio Âmago Mkt– Assessoria de redes sociais
  • Bruno José – Ilustração site
  • Alves Tegam – Transportador

Serviço:

Exposição Cidadela

  • Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro
  • Endereço: R. do Passeio, 38 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
  • Data: Até 03 de agosto de 2025.
  • Funcionamento da exposição: Terça a sábado, 10h às 20h. Domingos das 11h às 18h
  • Classificação indicativa: livre
  • Entrada franca 
  • Agendamentos para grupos e escolas: [email protected]
  • Acessibilidade: A exposição conta com o recurso de audiodescrição e acesso para pessoa com deficiência
  • Programação Extra (sujeita à alteração):
  • Ciclo de Debates “Diálogos Transversais sobre Arte e Infância” – Dia 31 de julho, às 18h
  • Informações: acesse o site
  • Patrocínio: CAIXA e Governo Federal

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