Cantando a gente se entende encerra a 18ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

15ª Caminhada - Ivanir do Santos

Organizada pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), a Caminhada se consolidou, ao longo de 18 anos, como o maior ato inter-religioso do Brasil e uma referência internacional na defesa da diversidade, da democracia e do Estado laico. Desde sua criação, já reuniu mais de 1,8 milhão de pessoas, em um gesto coletivo de respeito e união entre diferentes tradições religiosas, mostrando que a convivência pacífica é possível e necessária.

E como todo grande ato merece um grande encerramento, a Caminhada culmina com o festival cultural inter-religioso “Cantando a Gente se Entende”. Um espaço único onde a música se torna ponte entre as religiões, reafirmando que a melhor forma de celebrar a diversidade é pela arte, pela cumplicidade dos sons e pelo respeito. O festival reúne nomes de peso da cena cultural e religiosa, que trazem suas vozes e ritmos para cantar a liberdade. O “Cantando a Gente se Entende” não é apenas um show, mas um ato político-cultural de resistência, que transforma a orla de Copacabana em palco da diversidade religiosa, do diálogo e da celebração da democracia.

É o encerramento da Caminhada da forma mais simbólica: pela música, a linguagem universal capaz de unir diferenças e ecoar liberdade. Será marcado por apresentações que traduzem, em vozes e ritmos, a essência da diversidade espiritual e cultural do Brasil.

Marquinhos de Oswaldo Cruz – Um dos maiores articuladores culturais do samba, Marquinhos de Oswaldo Cruz leva para o festival o projeto AGBO ATO, que une samba e tradições de matriz africana em um diálogo musical e espiritual. Marquinhos, conhecido por iniciativas como o Trem do Samba e pelo seu papel de guardião da memória cultural carioca, propõe com o AGBO ATO um encontro de tambores, cantos e ancestralidade, reafirmando o samba como herança viva das religiões afro-brasileiras.

Padre Lázaro – Cantor e sacerdote católico, Padre Lázaro traz para o palco uma música marcada pela espiritualidade, pela mensagem de paz e pela defesa do diálogo inter-religioso. Sua atuação rompe fronteiras tradicionais, aproximando a música sacra de diferentes públicos, sempre com repertório que valoriza a esperança, a solidariedade e o amor ao próximo. Sua presença no festival simboliza a abertura da Igreja Católica ao diálogo com outras tradições, reforçando a mensagem de que a fé é um caminho de encontro, não de divisão.

Pastor Kleber Lucas – Um dos nomes mais importantes da música gospel brasileira, Kleber Lucas tem uma carreira marcada por grandes sucessos, entre eles o clássico “Deus Cuida de Mim”, que atravessou gerações e se tornou hino de acolhimento e fé. Vencedor do Grammy Latino e de outros prêmios, o cantor também é pastor e reconhecido por seu engajamento em causas sociais, pela aproximação com terreiros de matriz africana e pelo trabalho ecumênico que constrói pontes entre comunidades religiosas historicamente discriminadas. Sua participação reafirma que o evangelho pode caminhar lado a lado com a diversidade e o respeito.

Awurê – O grupo é um verdadeiro mergulho na musicalidade afro-brasileira. Sua sonoridade transita entre ijexás, sambas de roda, maracatus, cirandas e cantos de terreiro, sempre com forte influência da percussão e das tradições orais herdadas da diáspora africana. No festival, o Awurê representa a batida do tambor que acolhe todas as crenças e lembra que a liberdade religiosa no Brasil tem raízes profundas nas tradições africanas.

Soul da Paz – 1ª banda inter-religiosa do mundo. Fundada em 2017 em São Paulo, a banda reúne músicos de diferentes religiões, inclusive sacerdotes que se apresentam com trajes de suas tradições para celebrar a diversidade. Considerada a primeira banda inter-religiosa do mundo, tem como missão promover a paz, o respeito e o diálogo inter-religioso. Com repertório autoral, o grupo aborda temas universais como fraternidade, tolerância e amor ao próximo. Seu álbum “Soul da Paz” traz oito faixas, produzido por Kiko Zambianchi e com participação de Bruno Gouveia (Biquini). Mais do que música, a banda é um exemplo de que a convivência entre diferentes crenças é possível e inspiradora.

O resultado é um mosaico musical único: do samba ancestral ao canto católico, do gospel premiado às batidas dos terreiros. “O Cantando a Gente Se Entende ecoa a certeza de que, quando diferentes vozes se unem em respeito, a diversidade se transforma na maior melodia da liberdade”, define o Babalawô Ivanir dos Santos – interlocutor da CCIR

Apoio: CCIR, CEDAE, Petrobras, Globo, Prefeitura do Rio, RioTur, Visit Rio. Realização: CEAP e Fundação Palmares | Ministério da Cultura
18ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa
Local: Orla de Copacabana Dia: 21 (domingo) de setembro
Das 10h às 17h
Logística Concentração no Posto 5, a partir das 10h Avenida Atlântica, pista de lazer, em frente aos números 3.628 e 3.604, esquina com a Rua Sá Ferreira.
Saída da Caminhada, a partir das 13h
Segue até Praça do Lido, finalizando às 17h

Cantando a Gente Se Entende
A partir das 16h
Aberto ao público
Praça do Lido

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