O local, que também é a sede do Projeto Albatroz na cidade, foi inaugurado em setembro do ano passado, com uma festa que reuniu mais de mil pessoas, shows, atividades culturais e de educação ambiental. Durante o passeio nos quatro pavilhões de exposição, os visitantes conhecem a história da instituição na conservação de albatrozes e petréis, aves ameaçadas de extinção; aprendem mais sobre a relação das aves com a pesca, o impacto do lixo no oceano, além de medidas simples que podem diminuir a captura incidental.
Além disso, também aprendem sobre a riqueza da fauna típica do manguezal, tão importante para a formação do oceano; e os grandes animais marinhos protegidos pela Rede Biomar, que é formada pelos projetos Albatroz, Baleia Jubarte, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Meros do Brasil, além da Petrobras. Nessa etapa da visita, é possível avistar esqueletos de albatrozes montados por técnicos do Projeto, uma réplica de casal de albatroz-de-sobrancelha-negra (Thalassarche melanophris) em tamanho real, além de um esqueleto de baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae).
Segundo o coordenador de educação ambiental do Projeto Albatroz, Paulo Salomão, a ideia de criar o dia de entrada gratuita vem ao encontro do desejo da instituição de envolver cada vez mais com os moradores e turistas da cidade. “Acreditamos que é preciso conhecer para conservar, por isso, queremos que todos tenham a oportunidade de ter um contato mais próximo com a cultura oceânica e com a mensagem da importância da conservação marinha”, explicou.
Para Daniele Rocha, coordenadora do Centro de Visitação do Projeto Albatroz, atividades gratuitas aproximam o público do espaço, se apropriando e fazendo parte dele. “Com a chegada de grandes feriados prolongados e também das férias de verão, queremos trazer atividades para os visitantes e inserir o nosso centro na rota turística da cidade, que é um dos principais destinos nessa época do ano”, analisou.
SProjeto Albatroz
Reduzir a captura incidental de albatrozes e petréis é a principal missão do Projeto Albatroz, que tem o patrocínio da Petrobras desde 2006. O Projeto, nascido em Santos (SP), no ano de 1990, é coordenado pelo Instituto Albatroz – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que trabalha em parceria com o poder público, instituições de ensino, empresas pesqueiras e pescadores, desenvolvendo pesquisas científicas para subsidiar políticas públicas e a promoção de ações de Educação Ambiental junto aos pescadores, jovens e às escolas. O resultado deste esforço tem se traduzido na formulação de medidas que protegem as aves, na sensibilização da sociedade quanto à importância da conservação dos albatrozes e petréis para o equilíbrio do meio ambiente marinho e no apoio dos pescadores ao uso de medidas para reduzir a captura dessas aves no Brasil.
Atualmente, o Projeto Albatroz mantém bases de pesquisa em quatro estados brasileiros e, em 2023, inaugurou seu primeiro Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha em Cabo Frio (RJ), com exposições, trilhas autoguiadas, ponto para observação de aves e realização de atividades de educação ambiental em uma das regiões com maior ocorrência de albatrozes e petréis da costa brasileira. O Instituto Albatroz, que realiza o Projeto Albatroz, também executa o Programa de Monitoramento de Praias (PMP) em um trecho de 54 km, em diversas praias das cidades de Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios, na Região dos Lagos.
O Projeto Albatroz estima que cerca de 300 mil aves marinhas sejam capturadas incidentalmente pela pesca de espinhel todos os anos no mundo, sendo 30 a 40 mil albatrozes e petréis. Para diminuir esse número, a instituição participa ativamente de órgãos e planos nacionais e internacionais como o Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), Plano Nacional de Conservação de Albatrozes e Petréis (PLANACAP), Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT), entre outros, compartilhando pesquisas e desenvolvendo estratégias de conservação.
Mais informações: www.projetoalbatroz.org.br