Choque Cultural celebra 22 anos de seu pioneirismo na arte urbana brasileira

Mariana Martins e Baixo Ribeiro, fundadores da Choque Cultural - Foto; Rui Mendes

Há 22 anos, surgia no cenário artístico paulistano a Choque Cultural, na pequena casa que sediou a galeria em Pinheiros. O espaço já funcionava como um ateliê coletivo de produção e reflexão artística. Fundada pelo casal Mariana Martins e Baixo Ribeiro, abriu suas portas ao público pela primeira vez em 2 de novembro de 2004, com a exposição coletiva Calaveras.

Para celebrar essa história, a galeria realiza neste sábado uma festa aberta e gratuita ao público, reunindo artistas, amigos e visitantes em um encontro que reflete o espírito coletivo e inovador fortemente presente desde sua fundação.

“A Choque sempre foi um espaço de encontro, de troca e de liberdade criativa. Essa celebração é uma forma de agradecer a todos que fazem parte dessa trajetória e continuam acreditando na força transformadora da arte”, afirma Baixo Ribeiro.

Como tudo começou

Logo na primeira exposição, a Choque propunha um desafio inédito: reunir 15 artistas vindos do universo da tatuagem e 15 do  grafite, convidando-os a apresentar suas interpretações da Fiesta de los Muertos — a versão mexicana das celebrações do Dia de Finados.

O convite tinha também um caráter crítico: refletir sobre a difusão do modelo de Halloween, que na época começava a ser amplamente propagandeado no Brasil. Com a conclusão de que o feriado de Finados vinha se esvaziando de sentido, a proposta era, em vez de importar uma festa estrangeira baseada no consumo, inspirar-se na tradição mexicana, que celebra com alegria e cor as lembranças vivas dos antepassados.

A exposição foi um grande sucesso de público e marcou o início de uma trajetória singular. Para os artistas participantes, representou uma oportunidade rara de discutir o papel da arte naquele contexto, tanto entre os tatuadores quanto entre os grafiteiros.

De lá pra cá, foram mais de 150 exposições individuais e coletivas, mais de 500 artistas apresentados pela Choque Cultural, como Alê Jordão e o Estúdio Bijari, além de inúmeros intercâmbios culturais e parcerias internacionais.

A Choque levou artistas brasileiros para fora do país e trouxe ao Brasil estrangeiros que aqui expuseram pela primeira vez, promovendo o encontro do público nacional com importantes cenas internacionais, como o lowbrow, o pop surrealismo, a arte urbana inglesa e argentina, e a arte pop contemporânea japonesa, entre outras.

Hoje, a Choque Cultural é reconhecida como uma das principais referências em arte urbana, grafite, artes gráficas e novas linguagens urbanas e digitais, respeitada tanto pelo mercado tradicional e pelos museus quanto por jovens artistas e experimentadores que seguem abrindo novos caminhos para a arte.

Serviço 

Choque 22 anos

Data: 1º de novembro de 2025, sábado

Horário: das 10:00 às 17:00

Local: Alameda Sarutaiá 206 – Jardim Paulista, São Paulo

Entrada: Gratuita

Related posts

Dinastia Sabah lança segunda edição da pesquisa “Os Bastidores do Hip Hop” e revela panorama da atuação profissional na cultura urbana brasileira

Festa com roda de samba e aula aberta de Luiz Antonio Simas celebra encerramento do Palavra Líquida

O maior outlet de varejo do Brasil chega ao Rio de Janeiro com sua primeira edição no Riocentro