Para comemorar duas décadas de trajetória, a Cia. Os Crespos deu início, em 09 de agosto, à turnê comemorativa que apresenta os espetáculos “Os Coloridos” e “Sonhos”, que percorre seis cidades do estado de São Paulo, até outubro, e neste final de semana chega à Praia Grande. Com sessões gratuitas, a programação percorre territórios periféricos da capital, interior e litoral paulista, passando por quilombos, ocupações e comunidades periféricas. (Veja serviço abaixo)
A circulação inclui também edições especiais do encontro “As Crespas”, promovendo intercâmbio com artistas locais e fortalecendo a cena artística negra em cada região. A iniciativa busca alcançar tanto o público jovem quanto o adulto, conjugando teatro e debates voltados à valorização de identidades negras e à difusão da produção artística periférica.
“O Teatro Negro hoje tenta discutir a nossa realidade marcada pelos impactos históricos da escravidão e do genocídio das populações negra e indígena percebidas desde a infância”, afirma a atriz, diretora e cofundadora da Cia. Os Crespos Lucelia Sergio, que complementa: “Portanto, é preciso investir em representações positivas e na construção da autoestima de adultos, jovens e crianças, estimulando seus sonhos e sua percepção sobre a realidade que os cerca”.
OS ESPETÁCULOS
“Os Coloridos” (2015) é o primeiro espetáculo da Cia Os Crespos destinado às infâncias, com recomendação etária de 04 à 10 anos. A peça apresenta ao público valores de respeito e de amizade entre as muitas diferenças nas coisas que há no mundo, construindo lógicas de igualdade e empatia de forma lúdica e divertida.
Já na intervenção “Sonhos” (2023) as lutas por direitos, protagonizada por mulheres negras, se transformam em alegorias. Elas olham para questões como o genocídio da população negra, a construção da identidade de gênero e ideias sobre moradia e liberdade, tentando imaginar uma sociedade mais justa e igualitária. Recomendado para maiores de 14 anos.
“As Crespas” são encontros de artistas negros para mostra de performances e debates nas mais diversas linguagens: teatro, dança, música, artes visuais e literatura. Nesta edição especial realizaremos o evento com a participação de artistas locais para debater sobre arte negra e a relação com a cidade.
“Os Coloridos”
Para entender uma cultura é preciso entender que todas as filosofias, das diferentes sociedades humanas, partem de uma cosmovisão singular e como o conhecimento sobre ideologias e mitologias africanas e nativas das américas é deficitário no Brasil, faz-se importante difundir suas histórias e refletir sobre a diversidade cultural de nosso país.
O Teatro Negro para infância permite a criação de imagens múltiplas e positivas dos seres humanos, alimentando o desenvolvimento crítico das crianças, seus conceitos de igualdade e respeito, além de alimentar suas possibilidades criativas e sua erudição.
“Os Coloridos” é um espetáculo que estreou em 2015 e já circulou por muitas cidades de São Paulo, tendo sido assistida por milhares de pessoas. Um espetáculo emocionante que cativa todas as idades. A maquiagem e o colorido dos figurinos encantam os olhos dos pequenos com a riqueza de seus detalhes.
As músicas compostas prendem a atenção de todos, embalando o público através de ritmos como a capoeira, o samba, a embolada e a canção. Ao final do espetáculo o público é convidado para colorir o mundo com as personagens, fazendo uma festa de pó colorido. Um momento inesquecível que já marcou uma geração de seguidores da Cia.
Cena do espetáculo “Os Coloridos” | Crédito: Vanderlei Yui
Ficha Técnica
“Os Coloridos”
Direção: Lucelia Sergio
Texto: Cidinha da Silva
Dramaturgia: Os Crespos e Cidinha da Silva
Atuação: Ella Nascimento, Liliam Regina e Venício Toledo
Músicos: Nunna Oliveira ou Bárbara Magalhanis e Ramon Zago
Músicas Compostas: Belize Pombal
Criação Musical: Belize Pombal, William Simplício e Ramon Zago
Maquiagem: Tairone Porto
Figurinos e Bonecos: Cleydson Catarina
Cenário: Lucelia Sergio e Wanderley Wagner
Operação de luz: Felipe Tchaça
Operação de som: Mau Caetano ou Marcelo Martché
Atores criadores: Joyce Barbosa, Janette Santiago e William Simplicio
Preparação musical: Alysson Bruno e Lia Aroeira
Produção: Rafael Ferro e Ramon Zago
Assessoria de Imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro
Redes Sociais: Gustavo Nascimento
Realização: Os Crespos
“Sonhos”
Em espaço não convencional, intervindo no cotidiano do público, “Sonhos” propõe refletir sobre direito à moradia, à auto identificação, à liberdade de manifestação cultural e o direito à vida, contra o genocídio da população jovem negra, convidando as pessoas a sonhar uma sociedade mais justa e igualitária.
Lutas sociais protagonizadas por mulheres negras viram alegorias e é através de perguntas simples como “Você tem sonhado com o quê ultimamente”, que o público é convidado a refletir sobre seus sonhos e sobre sonhos coletivos, participando de forma lúdica de um jogo de partilha, onde sonhar é necessário. Vivemos em uma sociedade acelerada, que tem nos adoecido e frustrado nossas expectativas de vida. o espetáculo fala sobre resiliência, mas também sobre esperança como verbo.
É um trabalho no qual sonhar é uma tarefa urgente e coletiva, capaz de efetuar mudanças não só no campo do imaginário, não só individualmente, mas redescobrindo o papel do “eu” na dimensão do “nós”.
Ficha Técnica
“Sonhos”
Dramaturgia e Direção: Lucelia Sergio
Atrizes: Darilia Ferreira, Mônica Augusto, Tricka Carvalho e Lucelia Sergio
Trilha sonora: Dani Nega, Decoff e Ramon Zago
Figurino: Guilherme Santti e Lucelia Sergio
Operação de som: Ramon Zago ou Mau Caetano
Operação de luz: Felipe Tchaça
Produção: Rafael Ferro e Ramon Zago
Assessoria de Imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro
Redes Sociais: Gustavo Nascimento
Realização: Cia Os Crespos
“As Crespas”
As Crespas são encontros de artistas negros do teatro, da dança, da literatura, do cinema e da performance, para formação de público e construção de material crítico sobre os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos por esses artistas.
Criado em 2017, o projeto faz parte de um movimento nacional de fortalecimento da cena negra, e foi indicado ao Prêmio Aplauso Brasil “Categoria Destaque” em 2018, e recebeu o Prêmio Arcanjo de Cultura em 2020. O que demonstra sua importância e impacto na promoção de intercâmbio entre artistas negros de diferentes linguagens para discutir temas caros à sua criação artística.
Para essa circulação o tema escolhido é a arte negra e sua relação e território. Pensando em discutir como os artistas e coletivos locais estão pensando sua região e como veem os reflexos de suas obras na cidade onde moram.
A proposta visa aprofundar assuntos que discutam autoria, referências estéticas, novos temas de pesquisa e as relações com a cultura negra e as questões raciais. A programação conta com mostras curtas de cenas e performances, leitura de textos teatrais, reflexão dos artistas convidados sobre os trabalhos e bate-papo com o público sobre os temas discutidos em cada encontro.
Ficha Técnica
“As Crespas”
Realização: Cia Os Crespos
Coordenação e Curadoria: Lucelia Sergio
Apresentação: Lucelia Sergio e Rafael Ferro
Produção: Rafael Ferro e Ramon Zago
Assessoria de Imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro
Operação de Som: Ramon Zago ou Mau Caetano
Operação de vídeo e luz: Ramon Zago
Operação de Luz: Felipe Tchaça ou Ramon Zag
Redes Sociais: Gustavo Nascimento
SERVIÇOS
“SONHOS COLORIDOS” – DATAS E ESPAÇOS – PROGRAMAÇÃO GRATUITA – NÃO É NECESSÁRIO A RETIRADA DE INGRESSOS.
Sexta-feira, 29 de Agosto (Praia Grande)
11h – Os Coloridos – Teatro Serafim Gonzales (Palácio das Artes)
19h – Sonhos – Praça Zumbi dos Palmares
Teatro Serafim Gonzales
Av. Pres. Costa e Silva, 1600 – Boqueirão, Praia Grande – SP
Praça Zumbi Dos Palmares
R. Paulino Borrelli – Maracanã, Praia Grande – SP
Sinopses
Os Coloridos
Duas araras, uma azul e outra amarela, contam uma à outra suas diferenças culturais e o valor de suas cores numa disputa de superioridade. Mas com a chegada da arara vermelha elas conhecem a história da arara de muitas cores e descobrem a beleza de serem coloridas. O espetáculo traz personagens baseados em histórias e contos africanos, afrobrasileiros e indígenas e de forma divertida convida o público a fazer parte da brincadeira.
Sonhos
Uma gari, uma sem-teto, uma professora e uma mãe abordam o público perguntando sobres seus sonhos, convidando à reflexão sobre seus direitos.
A partir da famosa frase de Martim King Jr. “Eu tenho um sonho (I have a Dream)” as personagens dividem pães doces (sonhos) com o público, que assim como as personagens, revela suas expectativas para o futuro.
As Crespas
“As Crespas” são encontros de artistas negros para mostra de performances e debates nas mais diversas linguagens: teatro, dança, música, artes visuais e literatura. Nesta edição especial realizaremos o evento com a participação de artistas locais para debater sobre arte negra e território.