Cineclube “Naquele Tempo” conta a história do cinema em Cosmos

O Cineclube “Naquele Tempo”, projeto que conta a história do surgimento do cinema para crianças e adolescentes, chega a Cosmos, na Zona Oeste do Rio, no dia 13 de agosto, terça-feira. Serão 12 sessões gratuitas realizadas em três horários, de manhã e de tarde, no Núcleo de Artes Dr. Dilson Alvarenga. Destas 12, 6 contarão com  apresentações ao vivo de uma banda local de jazz durante as projeções.

O projeto, viabilizado por meio da Lei Paulo Gustavo (LPG), via Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (SECEC-RJ), no âmbito “Formação e Difusão Audiovisual – Categoria A – Cineclubismo”,  pretende democratizar o acesso a essas produções dos primórdios do cinema, unindo audiovisual, história e música num encontro cultural aberto a diferentes gerações. Aprovada em 2022, a LPG é uma iniciativa do Ministério da Cultura (Governo Federal).

“Como crianças e adolescentes imaginam um mundo sem eletricidade, água encanada e cinema? “Naquele Tempo”, entre a virada dos séculos XIX e XX, profundas transformações aconteciam e o cinema  estava formando sua identidade: seguia tradições antigas do teatro, do teatro das sombras, do circo e de outras expressões artísticas. Essas produções que serão exibidas, possuem mais de cem anos de idade, e apresentarão ao público jovem imagens que são paradoxalmente novas aos olhos acostumados às redes sociais”, explica o pesquisador em Cinema Flávio Moraes (UFF), idealizador da iniciativa.

Convite ao conhecimento: programação revela a invenção e as transformações de uma linguagem 

Os moradores de Cosmos e bairros adjacentes terão oportunidade de conhecer os primeiros passos da humanidade na produção de imagens em movimento, passando pelo cinema mudo à chegada do cinema falado. 

O Cineclube estreia na terça-feira, 13 de agosto, com a Mostra “Pioneiros do Cinema”. Na programação estão os curtas clássicos dos irmãos Lumière, como “A Chegada do Trem à Estação” (1886), “A Saída da Fábrica” (1895), “O Almoço do Bebê” (1895) e “O Regador Regado” (1895). Do cineasta mágico Georges Méliès, considerado o pai do ilusionismo moderno, serão exibidos “O Reino das Fadas” (1903), “Satan na Prisão” (1907) e “Viagem à Lua” (1907).

Na quarta-feira (14/8), serão duas sessões, às 13h e às 15h, com exibições do longa-metragem de Charles Chaplin “O Circo” (1929). Segundo os organizadores, as obras do Chaplin não podem faltar na programação pois são atemporais e cativam distintas gerações.

A segunda-feira (19/8) continua com Chaplin em sessões realizadas às 9h, 13h e 15h. A exibição de “O Garoto”, filme de 1921, será acompanhada por um trio de jazz (formado por bateria, piano e baixo). O filme foi um dos mais exibidos ao redor do mundo na década de 20. O clássico personagem do Vagabundo e o menino retratam a própria infância de Chaplin na cidade de Londres do século XIX. No longa, Chaplin faz uma aguda crítica social, revivendo sua infância de miséria, onde enfrentou dramas parecidos com o personagem do “garoto”.

Já na quarta-feira (21/8), serão três sessões, às 9h, às 13h e às 15h, com o clássico “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920), de Robert Wiene. Nestas também haverá música ao vivo com um trio de jazz. O filme, influenciado pelo expressionismo alemão, assombrou o mundo na época com sua atmosfera de pesadelo. A obra apresenta cenários sombrios e fantásticos até então nunca vistos no cinema, com painéis pintados pelo pintor expressionista alemão Cesar Klein.

O encerramento será com o Chaplin na segunda-feira (26/8), com duas sessões de “Luzes da Cidade” (1930), às 13h e às 15h. Considerado uma obra-prima, o longa é um filme sonoro, mas sem falas. A comédia faz uma sátira do cinema falado e da alta sociedade americana.

O Núcleo de Artes Dr. Dilson Alvarenga de Menezes fica na Rua Cajá-Manga, 6-192, em Cosmos. Para informações sobre a programação, acesse:@cine.naqueletempo

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