Com poemas e escritas autorais produzidas na Maré, espetáculo “Sem Neurose” evidencia questões e necessidades da comunidade

Apenas três apresentações, de 13 a 15 de setembro, no Museu da Maré

Sem Neurose
Sem Neurose - Foto: Leonardo Gelio

Um espetáculo com a temática favelada e periférica que versa sobre as subjetividades construídas nestes territórios. Este é o pano de fundo da peça “Sem Neurose”, interpretada por Gustavo Luz e direção de Glauce Guima, que fará apenas três apresentações gratuitas no Museu da Maré entre os dias 13 e 15 de setembro, sempre às 19h30.

A peça reforça que, apesar das favelas serem objetos de estudos e experimentações há algumas décadas, suas populações ainda sofrem com a carência de protagonismo na eficiência de suas questões. As necessidades de bairro são de caráter coletivo e singular, uma extensão da dicotomia da própria favela. 

“Mesmo sendo uma problemática antiga e persistente, o que se apresenta como solução é a contínua evidenciação e realização de novas abordagens, sobre seus tipos de carências. A partir dessa semente provocativa, é que surge a montagem teatral Sem Neurose”, pontua Glauce Guima, diretora do espetáculo. 

Numa realidade onde o ritmo acelerado da população é um estado comum, alimentar o imaginário do homem através da pausa da contemplação da arte é tarefa sucinta e destinada aos artistas. “Poder contrapor uma sociedade anestesiada nas emoções com a sensibilidade do fazer artístico é a capacidade que um artista possui. Evidenciar o tema é também colocar ele em discussão, e criar sementes em torno desse universo, é uma proposta do Sem Neurose”, completa Glauce. 

Sem Neurose” constroi narrativas através de uma dramaturgia que costura poemas e escritas autorais, produzidas na Maré, além de referências antológicas, como a literatura de Geovani Martins, escritor de romance e contos. “A proposta é trazer esse olhar periférico para a peça, através desses artistas mareenses e de fora do território, mas sempre com a sensibilidade de não perder a nossa essência favelada”, comenta o ator e protagonista, Gustavo Luz.  

O complexo de favelas da Maré possui, atualmente, mais de 140 mil habitantes, distribuídos em 15 comunidades, segundo o estudo Censo Maré, realizado pela ONG Redes da Maré. Para Gustavo Luz, esse quantitativo faz com que o complexo produza muita arte diariamente. “A Maré é uma efervescência cultural muito grande e não podemos focar apenas nas carências. Elas existem, sabemos disso, mas é preciso olhar adiante, olhar além do que é mostrado rotineiramente. A Maré é cultura e inspiração para cada um de nós”, finaliza. 

Gustavo Luz 

Atuou como o personagem Palito, na série “Segunda Chamada” (Globo Play), interpretou o João Marcelo, na série “Negociador” (Amazon Prime) e estreou no cinema com o filme Ana (Marcus Faustini), no Festival do Rio.

No teatro, integra o elenco da premiada peça “Um Tartufo”, com direção de Bruce Gomlevsky. E estreia, em setembro, o solo Sem Neurose na Maré, favela onde começou sua formação artística.

Glauce Guima

Diretora assistente em “O Figurante” com Mateus Solano (2024), e “Dom Quixote”(2023) e “A Inquilina”, ambas direção de Fernando Philbert. Começou nesta função como assistente de direção de Domingos Oliveira em “O Apocalipse Segundo Domingos Oliveira”(2008) , “Confronto”(2009), “Show Íntimo” (2009), “Quatro semanas de amor” (2009), “Do Fundo do Lago Escuro (2010), “Turbilhão”(2011), “Sentimento do Mundo”(2011); e no cinema em “Primeiro Dia de Um Ano Qualquer”(2011), “Paixão e Acaso” (2012). Na TV, na série “Coisas Pelas Quais Vale à Pena Viver” (2011). Foi assistente de direção de Bruce Gomlevsky em “O Homem Travesseiro”(2014), “Aos Domingos”(2013) e “Pai”(2012). Foi assistente de direção de Denise Bandeira em “A Eva Futura” (2011). No teatro dirigiu o bailarino da Cia Lia Rodrigues, Francisco Thiago Cavalcanti, em seu primeiro solo, “Mãe” , baseado em “Querô” de Plínio Marcos. Em 2022 dirigiu o clipe “Senão Eu Morro

FICHA TÉCNICA

  • Com Gustavo Luz 
  • Direção: Glauce Guima 
  • Produção: Gabriel Garcia
  • Dramaturgia e Figurinos: Gustavo Luz e Glauce Guima
  • Iluminação: Elisa Tandeta
  • Cenografia: Vino Fragoso
  • Trilha sonora: Dianny Pereira
  • Fotografia: Leonardo Gelio
  • Assessoria de imprensa: Alessandra Costa
  • Assistente de produção e Idealização: Gustavo Luz
  • Apoio: Kim Korean Food, Desterro e Casa das Culturas Guararapes

SERVIÇO:

  • Dias 13, 14, e 15 de setembro 
  • Horário: 19:30
  • Local: Museu da Maré 
  • Endereço: Guilherme Maxwell, 26 –  Maré 
  • Classificação indicativa 10 anos 
  • Ingressos: gratuito