Como o tabagismo acelera o envelhecimento 

No dia do combate ao fumo, especialista explica como o vício atua no desenvolvimento de diversas doenças e na qualidade de vida do cotidiano

Como o tabagismo acelera o envelhecimento
No Dia Mundial do Combate ao Fumo (29/08), é importante ressaltar os riscos do  tabagismo. De acordo com estudos, o cigarro é capaz de acelerar o processo de envelhecimento em 20 anos. A clínica geral, geriatra e especialista em medicina preventiva, Márcia Umbelino explica que o cigarro atrapalha a renovação celular. E também é responsável pelo ressecamento da pele e o surgimento de manchas amarelas. Assim como acontece com o sorriso, o alcatrão presente no cigarro pode provocar essa mudança de tonalidade, deixando a pele e as unhas de quem fuma com um aspecto amarelado.  “O tabagismo causa envelhecimento precoce, justamente por inflamar o organismo e fazer com que doenças mais comuns em idade avançada apareçam cada vez mais cedo. Apesar de ser usado como escape e forma de aliviar o estresse, o ato de fumar também está associado a problemas de ansiedade e depressão”, esclarece Márcia.
 
A clínica geral e geriatra Márcia Umbelino explica que o cigarro é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. “O monóxido de carbono presente na fumaça do cigarro reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio, enquanto a nicotina aumenta a pressão arterial e os batimentos cardíacos. O fumo danifica as artérias, e favorece o acúmulo de placas de gordura e o entupimento dos vasos sanguíneos, o que pode causar infartos, derrames e o aparecimento de doenças precocemente”, explica a médica. Além disso, o cigarro prejudica o organismo como um todo, podendo causar diversos tipos de câncer e outras doenças como: úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.
 
Os prejuízos do fumo, geralmente, começam a aparecer primeiro no aparelho respiratório. No começo, o paciente pode não sentir sintomas graves, pois o pulmão tem um grande estoque de reserva, mas as consequências surgem logo depois. O  fumo causa prejuízo não só na saúde física, como na aparência, gerando queda capilar, devido a redução da circulação sanguínea no couro cabeludo, além de escurecer os dentes, prejudicando toda a região bucal e facilitando o enfraquecimento das raízes. Outro efeito nocivo é a diminuição da massa muscular. “A nicotina diminui o tamanho das artérias que levam o sangue até o músculo, gerando um desempenho muscular bem menor, por isso pensam que o cigarro emagrece. Na verdade, ele diminui a massa muscular e também reduz a fome. Essa diminuição de reserva muscular pode trazer diversos problemas futuros e ainda aumenta riscos de doenças neurodegenerativas”, acrescenta Márcia. 
 
O estreitamento das artérias também acarreta problemas de hidratação, e isso impacta na saúde da pele, deixando-a ressecada, mais fina e facilitando o aparecimento de rugas. “As substâncias hidratantes não encontram o caminho em meio a vasos finos e o mesmo acontece com elementos que auxiliam na recuperação da pele. Essa dificuldade de regeneração não está só ligada ao fluxo sanguíneo, mas também ao aumento dos radicais livres no organismo” acrescenta a médica.  
 
A especialista reforça que também é preciso se preocupar com os fumantes passivos, principalmente com idosos e bebês, que tem o organismo mais frágil. A fumaça que sai do cigarro e se espalha no ambiente contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala, ou seja, os efeitos podem ser ainda piores. “O fumante passivo pode acabar tendo, em curto período de tempo, reações alérgicas (rinite, tosse, conjuntivite, exacerbação de asma), e em longos períodos, onde a exposição é constante, ele pode desenvolver infarto agudo do miocárdio, câncer do pulmão, enfisema pulmonar e bronquite crônica”, alerta Umbelino.
 
O consumo do cigarro afeta também a saúde mental, pois o uso já pode estar relacionado a problemas psicológicos, e o próprio fumo altera a química do  cérebro e do organismo, tornando a pessoa crente de que não pode viver sem o vício.
 
TRATAMENTOS DISPONÍVEIS
 
Existem diversas formas de tratar o vício, algumas delas é oferecida de forma gratuita e integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona, além do acompanhamento médico necessário para cada caso. “Medicamentos podem ajudar a livrar o organismo de substâncias que causam vício e a sensação de prazer, e a soroterapia também é uma aliada. A técnica é capaz de desintoxicar o organismo por meio da injeção de substâncias desinflamatórias. Também é possível acrescentar medicações para combater a ansiedade, que muitas vezes leva ao tabagismo e medicamentos que ajudam a combater o vício na nicotina”, explica a médica Márcia Umbelino. “Os soros são indicados de acordo com as necessidades de cada paciente. Antes dessa prescrição, ele passa por uma bateria de exames, inclusive hormonais, para que o especialista entenda quais são as substâncias que precisam ser repostas no organismo do paciente e quais medicamentos é possível usar”, acrescenta a clínica geral que também é especialista em medicina ortomolecular.