Multiartista, a paulista Maria Eugênia Tita marca presença no projeto Em Boa Companhia, idealizado pela Companhia Ensaio Aberto. Ela participa com dois espetáculos: “Cabeção pelo mundo” e “Pássará”, apresentados nos dias 21, 22 e 23 de novembro, de sexta a domingo, às 11h e às 15h, respectivamente. O primeiro é uma intervenção cênica e será itinerante, pelo Armazém da Utopia e seu entorno; já “Passará” acontecerá na Sala Sérgio Britto. No dia 20 de novembro, quinta-feira, das 14h às 16h, a artista promove uma oficina para atores e bailarinos. Todas as atividades são gratuitas.
Na oficina “Danças Brasileiras”, o participante é convidado a ampliar seu repertório corporal e desenvolver elementos fundamentais à cena, como escuta, criatividade e atenção. Para isso, são utilizados jogos, brincadeiras e elementos técnicos corporais.
“Cabeção pelo mundo” é uma performance criada em 2005 para o espetáculo “Nove de Fevereiro”, de Antônio Nóbrega, que celebra o centenário do frevo. Desde o ano 2000, Maria Eugênia Tita, filha de Nóbrega, manipula bonecos de formato semelhante. Com a boa acolhida do público, a intervenção saiu pelo mundo e se tornou uma performance solo. Sua descendência é internacional, com familiares do Congo à Hungria. No Brasil, a idealização foi de Antonio Nóbrega e Rosane Almeida, inspirada na tradição “Cabeçudos”, da cidade de Santo Antônio de Odivelas, Pará.
Em “Pássará”, ao lado da cantora e instrumentista Cimara Fróis, Tita convida o público a planar junto sobre o tema da maternidade. Com leveza e bom humor, o espetáculo mescla danças poéticas, números mascarados e musicais criados a partir de trocas com as pessoas que se aninham junto e, se quiserem, colocam suas asinhas de fora. E aos que estranham o nome do espetáculo, a dançarina explica:

Dantas Villar
– “Pássará” é com dois acentos, para acentuar que ora somos bicho e que as horas são ligeiras. Como em um bater de asas, vamos do ovo ao voo em bando.
No interesse de que o tema da maternidade transborde ao espectador, a encenação tem como premissa confortar e acolher as pessoas. Para tanto, o público é recebido com chás e mantinhas em um ambiente receptivo a crianças de todas as idades. Nas palavras de Maria Eugênia, o espetáculo intenta “ninar as mães, pois os primeiros anos da criança são bastantes desgastantes para elas, e como o mundo atual não está dos mais leves, o espetáculo busca ser um momento de leveza, um momento para rir, brincar e trocar de forma poética sobre algo tão intenso e profundo.”
Como de costume em suas atividades que vão além da dança, Tita reúne outras linguagens artísticas. Nessa obra, além da teatralidade, do uso das máscaras e instrumentos, a improvisação ocupa boa parte das cenas, contando com a participação dos espectadores, adultos e crianças, de forma fluida e espontânea, ora respondendo, ora “gracitando” e ora contemplando as cenas criadas inspiradas dessas trocas.
O espetáculo chega ao Rio de Janeiro como parte do projeto Em Boa Companhia, idealizado pela Companhia Ensaio Aberto, que recebe coletivos e artistas visitantes em sua sede.
Maria Eugenia Tita
Dançarina e pesquisadora, Maria Eugenia Tita desenvolve um trabalho de criação cênica e pesquisa histórica a partir das danças tradicionais brasileiras. Desde os 9 anos ela atua em espetáculos de seu pai Antonio Nóbrega, circulando entre diferentes linguagens da música, do teatro e da dança.
Ao lado de Marina Abib criou, em 2008, a Companhia Soma, com a qual viajou apresentando e ministrando oficinas por diversos países entre Europa e Índia. À convite do CCBB de São Paulo, aos 21 anos, criou seu primeiro espetáculo solo, “Casa das Miudezas” e, posteriormente, convidada pelo Festival Internacional de Dança de Recife, criou o solo “Planta Do Pé”, com o qual circulou por mais de quarenta cidades do Brasil. Entre seus trabalhos de direção e preparação cênica está o filme “Brincante”, de Walter Carvalho e o show performático do cantor e compositor Victor Kinjo, entre outros.
Tita é criadora do projeto “Nos Passos da Nossa História”, em que une a pesquisa corporal à histórica, na qual se graduou. Ministrou cursos na pós-graduação do Instituto Singularidades (SP), do Paço do Frevo (PE) e lecionou o curso de História da Música Popular Brasileira, do programa de Formação Técnica da Funarte. Ela ainda une aos estudos diferentes técnicas aprendidas dentro e fora do Brasil como Kathakali – Kalamadalan School (Índia); Teatro Físico – Odim Teatret (Dinamarca) e Técnica Jacque Lecoq (Espanha).
Ficha técnica Cabeção pelo mundo
- Manipulação: Maria Eugenia Tita
- Concepção Cênica: Antonio Nóbrega e Rosane Almeida
- Artista Plástico: Sandro Roberto
Ficha técnica Pássará
- Direção e Concepção: Maria Eugenia Tita
- Elenco: Maria Eugenia Tita e Cimara Fróis
- Direção de dramaturgia: Gustavo Mirangel
- Orientação e pesquisa de movimento: Mauricio Florez
- Figurino: Acervo Instituto Brincante | Eveline Borges
- Desenho de luz: Lica Barros
- Desenho de som: Igor Bonfim
- Comunicação e design gráfico: Danielle Simões
SERVIÇO
- Armazém da Utopia – Armazém 6 do Cais do Porto – Rio de Janeiro
- 21, 22 e 23 de novembro de 2025 – sexta, sábado e domingo
- CABEÇÃO – 11h, itinerante, com saída do Armazém da Utopia
- PÁSSARÁ – 15h, Sala Sérgio Britto
- Oficina DANÇAS BRASILEIRAS – dia 20/11 – das 14h às 17h
- Ingressos gratuitos sujeito à lotação de 100 lugares
- Grupos podem agendar pelo whatsapp (21) 98909-2402
- Crianças com menos de dois anos não precisam de ingresso
- Retirada de ingressos
- Mais informações e inscrições Oficina DANÇAS BRASILEIRAS
- Abertura da casa 1h antes do início do espetáculo, com cota de ingressos liberados no dia
- Classificação indicativa: livre
- Redes Sociais: @CompanhiaEnsaioAberto
As atividades são fomentadas pelo Encontro Em Boa Companhia – Termo de Fomento Transfere.gov nº 944894/2023, celebrado entre o Instituto Ensaio Aberto e o Ministério da Cultura.
