No confronto que abriu as oitavas de final da Copa do Brasil 2025, CSA e Vasco protagonizaram um empate sem gols no Estádio Rei Pelé, em Maceió, na noite desta quarta-feira (30). O resultado deixa a classificação totalmente em aberto para o jogo de volta, marcado para quinta-feira, 7 de agosto, às 20h, em São Januário.
CSA: Nova Era com Márcio Fernandes
O CSA chegou ao confronto sob o comando do novo técnico Márcio Fernandes, que assumiu o cargo apenas dois dias antes da partida. Fernandes substituiu Higo Magalhães após uma sequência negativa de cinco jogos sem vitória na Série C. Aos 63 anos, o novo treinador tem em seu currículo dois títulos da Série C com o Vila Nova (2015 e 2020).
Na Copa do Brasil, o Azulão havia impressionado ao eliminar o Grêmio nas fases anteriores, vencendo por 3 a 2 em casa e segurando um empate sem gols em Porto Alegre. Apesar das dificuldades na Série C, onde ocupa a 9ª colocação com 18 pontos, o time alagoano mostrou força na competição nacional.
Vasco: Pressão por Resultados
O Vasco chegou ao confronto vivendo um momento crítico, sem vencer há cinco partidas. Sob o comando de Fernando Diniz, que retornou ao clube em maio de 2025, o time carioca acumula empates e derrotas que o colocaram próximo à zona de rebaixamento do Brasileirão, ocupando a 16ª posição com apenas 15 pontos.
A principal novidade para o confronto foi o retorno de Philippe Coutinho, que estava fora por quatro jogos devido a uma lesão na panturrilha esquerda. O meia voltou a ser relacionado e entrou no segundo tempo.
Abismo Financeiro Entre os Clubes
O confronto evidenciou as disparidades do futebol brasileiro. Enquanto o Vasco arrecadou R$ 474 milhões em 2024, o CSA teve receitas de apenas R$ 6,8 milhões. Em gastos com pessoal, o Vasco investiu R$ 213 milhões, quase 40 vezes mais que todo o orçamento anual do CSA.
Para o clube alagoano, a premiação de R$ 4,74 milhões destinada ao classificado representa uma oportunidade financeira significativa.
A Partida
Primeiro Tempo: Domínio Vascaíno
O Vasco iniciou a partida com maior posse de bola e controle das ações ofensivas. Nos primeiros 15 minutos, já havia criado três oportunidades claras, com o goleiro Gabriel Félix sendo acionado em pelo menos duas ocasiões.
As principais investidas do time carioca vinham pelo lado direito, com Tchê Tchê e Paulo Henrique protagonizando as jogadas. Maurício Lemos, Vegetti e Tchê Tchê colocaram o goleiro do CSA para trabalhar durante a etapa inicial.
Do lado do CSA, a melhor oportunidade veio aos 35 minutos com Tiago Marques. O artilheiro do time, que lidera a artilharia com 16 gols na temporada, saiu em velocidade, cortou para o meio e chutou rasteiro, mas a bola passou raspando na trave de Léo Jardim.
Segundo Tempo: Mudanças Táticas e Chances Perdidas
Na volta do intervalo, Fernando Diniz promoveu a entrada de Thiago Mendes no lugar de Maurício Lemos, deslocando Hugo Moura para a zaga. O CSA também fez alterações, com Márcio Fernandes colocando Baianinho no lugar de Luciano Naninho.
A primeira grande chance do segundo tempo foi do CSA. Baianinho ficou cara a cara com Léo Jardim após erro de Hugo Moura, mas finalizou para fora.
O Vasco respondeu com a entrada de Philippe Coutinho no lugar de David aos 13 minutos. O meia teve duas oportunidades claras: uma finalização de dentro da pequena área que saiu pela linha de fundo, e outro chute que passou por cima do gol.
Vegetti também desperdiçou uma chance clara, finalizando por cima após bate e rebate na área.
Expulsão Decisiva de João Victor
O momento mais polêmico da partida ocorreu aos 40 minutos do segundo tempo, quando João Victor recebeu o segundo cartão amarelo. O zagueiro, que já havia sido advertido no primeiro tempo, cometeu falta em Marcelinho em um contra-ataque do CSA e foi expulso.
Esta foi a quinta expulsão de João Victor desde sua chegada ao Vasco, gerando críticas da torcida vascaína que questiona sua permanência como titular.
Análise Tática e Estatísticas
O Vasco dominou a posse de bola durante praticamente toda a partida, mantendo 60% contra 40% do CSA. O time carioca finalizou mais vezes ao gol, mas sofreu com a falta de pontaria, especialmente de Vegetti, que vive uma fase irregular.
O CSA apostou na defesa compacta e contra-ataques rápidos, estratégia que quase resultou em gol com Tiago Marques e Baianinho.
Histórico dos Confrontos
Esta foi a 14ª partida oficial entre CSA e Vasco. O retrospecto geral mostra equilíbrio total: 4 vitórias para cada lado e 5 empates em 13 jogos anteriores. Na Copa do Brasil, especificamente, os times se enfrentaram em 1992 e 2002, com o CSA eliminando o Vasco em 1992 e sendo eliminado em 2002.
Importância do Estádio Rei Pelé
O Estádio Rei Pelé, popularmente conhecido como “Trapichão”, sediou mais um confronto histórico. Com capacidade para 20.800 pessoas, o estádio é tradicionalmente utilizado por CSA e CRB e tem sido palco de importantes decisões do futebol brasileiro.
Perspectivas para o Jogo de Volta
Com o empate sem gols, a classificação será decidida inteiramente no jogo de volta em São Januário. Quem vencer avança às quartas de final, enquanto um novo empate levará a decisão para os pênaltis.
Para o Vasco, jogar em casa representa uma vantagem, mas a equipe precisará superar a ausência de João Victor, suspenso pela expulsão. O time de Fernando Diniz terá ainda pela frente o Mirassol no sábado (2), pelo Brasileirão, antes do confronto decisivo.
O CSA, por sua vez, encara o Botafogo-PB no mesmo sábado pela Série C, em mais um duelo importante para suas pretensões na terceira divisão nacional.
O empate reflete bem o equilíbrio histórico entre as equipes e mantém viva a esperança do CSA de mais uma zebra na Copa do Brasil. Para o Vasco, o resultado representa uma oportunidade perdida de sair com vantagem de Maceió, especialmente considerando o domínio exercido durante a maior parte da partida.
A decisão em São Januário promete ser intensa, com ambas as equipes precisando da vitória para aliviar suas respectivas crises e avançar em busca da cobiçada premiação de R$ 4,74 milhões destinada ao classificado.
