Da Amazônia às escolas do Rio: projeto leva narrativas ancestrais a crianças e educadores

O universo mítico da Amazônia chegou ao Rio de Janeiro com o projeto Encantos Amazônicos, que percorre escolas públicas, creches e centros comunitários da cidade levando contações de histórias e oficinas de narrativas indígenas. A iniciativa busca valorizar a tradição oral dos povos indígenas e ribeirinhos do Marajó, no Pará, e aproximar crianças, jovens e educadores da riqueza cultural da região.

As atividades já tiveram início com apresentações na Escola Municipal Jorge Gonçalves Farinha (26/8), oficinas na Escola Padre Anchieta (27/8) além da Creche Edi Zelio Gottai (11/09). Até o dia 24 de setembro, serão ao todo 13 apresentações artísticas e cinco oficinas gratuitas, todas voltadas para a rede pública e comunidades.

No repertório, histórias como a da planta Uapê Jaçanã, jovem indígena transformada em flor; a narrativa da velha senhora que assume a forma da Matinta Pereira, ser mítico encantado que pode se transformar em diferentes animais, entre eles o pássaro rasga-mortalha; além da história do pássaro mágico Uirapuru, do pássaro Jurutai, que se apaixona por Jaci, a lua, e a história real entre Japiim e Iraúna, observada no quintal da artista.

À frente do projeto está Emiliana Marajoara, artista paraense que atua como contadora de histórias, escritora, arte-educadora e pesquisadora das tradições indígenas e ribeirinhas. “Encantos Amazônicos nasceu da necessidade de manter vivas as histórias que aprendi com minha avó, com meu povo e com meu território. Cada narrativa carrega em si a sabedoria ancestral, mas também a esperança de construir um futuro mais consciente, plural e conectado com a natureza”, afirma.

As apresentações têm duração de 50 minutos e são voltadas principalmente para o público infantojuvenil, embora acolham todas as idades. Já as oficinas, com duas horas de duração, são destinadas a educadores, artistas e pesquisadores interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre a cultura indígena e as formas de transmissão oral. “A oralidade é uma forma de resistência e de pertencimento. Quando contamos nossas histórias, reafirmamos a identidade do nosso povo e oferecemos às novas gerações a chance de se reconhecerem nesse Brasil profundo”, diz Emiliana.

Encantos Amazônicos é apresentado pelo Ministério da Cultura, pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro e pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio da Política Nacional Aldir Blanc. Até o dia 24, passará por escolas e equipamentos comunitários em diferentes regiões da cidade, incluindo Santa Cruz da Serra, Praça Seca, Botafogo e Rio das Pedras, entre outros pontos.

A programação segue nos próximos dias com novas apresentações: 17/9, às 10h30, no CIEP 457; 18/9, às 10h30, na Escola Municipal Sobral Pinto; 22/9, às 14h30, no Cras Polo Padre Velloso; e 24/9, às 9h30, na Escola Municipal Cláudio Beserman (Bussunda).

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