Del Feliz reúne alguns dos melhores sanfoneiros do mundo no 2° Festival de Forró de Riachão do Jacuípe

O 2° Festival de Forró de Riachão do Jacuípe, realizado no último fim de semana, foi palco do encontro de alguns dos melhores sanfoneiros do mundo: por lá, passaram nomes como Dorgival Dantas, Mestrinho, Nonato Lima, Jefinho Dias, Waldonys, Piazzito e Fabinho Salvador.

Essa seleção de artistas, promovida pelo anfitrião Del Feliz, levou à praça Landulfo Alves, durante o sábado (30) e o domingo (31), 45 mil pessoas, que lotaram o espaço destinado ao evento. Quando somadas as 20 mil contabilizadas durante a abertura, no sábado (30), o público chega a um total de 45 mil presentes ao longo dos dois dias — número superior ao de moradores no município, 33 mil.

Um dos nomes mais esperados pelos fãs de forró, Dorgival Dantas fez a alegria do povo com sucessos como ‘Destá’ e ‘Coração’. “Fiquei muito contente com o convite de Del e, agora, saio daqui ainda mais”, contou Dorgival, que também fez elogios à recepção jacuipense. “Tive uma plateia maravilhosa e que cantou mais do que eu”, brincou.

A iniciativa foi só elogios por parte, também, de Mestrinho. “É muito importante mantermos viva a cultura desse forró maravilhoso. Pra mim, foram uma alegria e satisfação muito grandes, e eu espero voltar em breve”, falou o sergipano.

Sua apresentação foi abrilhantada com releituras de canções do ícone Dominguinhos, como ‘Tempo Menino’, em dueto com Del Feliz; e ‘Te Faço um Cafuné’, regravada em parceria com a cantora paulista Mariana Aydar, convidada da primeira edição.

Além dos sanfoneiros, subiram ao palco Balbino do Acordeon outros nomes de peso, como Tato, vocalista do Falamansa; o mineiro Zé Geraldo; Aduílio Mendes, ex-Mastruz com Leite e Banda Magníficos; e Janayna Pereira, ex-Bicho de Pé.

“É uma festa linda, com grandes artistas, e esse movimento que está acontecendo aqui é muita significativo para a história da música brasileira”, enalteceu o estreante Tato. “É um presente que eu espero sempre fazer por merecer.”

Do ‘arrastão’ ao palco — A banda Flor Serena, com sua ‘rural elétrica’, foi responsável pelo ‘arrastão’ que deu início ao segundo dia do Festival. O momento inicial teve as adesões dos grupos Forró Cabrueira, com aula de dança em pleno arrastão, e Marinete do Forró, que, desde 2016, reúne mulheres tipicamente trajadas e determinadas a preservar elementos da cultura nordestina, a exemplo da literatura de cordel.

A praça Landulfo Alves, por sua vez, sediou novamente a Feira da Agricultura Familiar (Agrifam). O fole começou a roncar no palco com a apresentação de Emili Pinheiro. Indicada ao prêmio ‘Revelação Feminina 2023’ no Festival Nacional Forró de Itaúnas, no Espírito Santo, ela recebeu Kelvin Diniz e Paulinho Jequié e ainda promoveu uma interação com as ‘Marinetes’, que circulavam pela praça num carro alegórico e, em seguida, subiram ao palco, para uma homenagem ao ‘dono da casa’, Del Feliz.

Emili foi sucedida pelo próprio Del, que realizou apresentações solo e em conjunto com os convidados Diego Silva, embaixador da cultura nordestina no Japão, e Paulinha Oliveira. Ainda houve espaço para as participações da francesa Delphine, a ‘Madame Forró’; Liv Moraes, filha de Dominguinhos; Nonato Lima; Jefinho Dias; Izabelly Diniz; Vinícius Marques, e, por último, Os Malvadinhos do Forró.

Terceira edição à vista — Como toda despedida, a do 2° Festival de Forró de Riachão do Jacuípe poderia amargar que nem jiló. Mas ela, além do gostinho de ‘quero mais’, deixou a certeza de que a terceira edição do evento já está bem encaminhada.

Grato pela repercussão, Del Feliz se vê com uma responsabilidade ainda maior. “Junto com a saudade, guardamos no coração o tanto de coisas boas que tivemos aqui e que foi motivo de orgulho”, disse o Embaixador do Forró. “’Felicidade’ define esse momento, que nos deixa animados para os próximos que virão.”

O anfitrião aproveitou para lembrar que o Festival vai muito além dos shows no palco Balbino do Acordeon, “Envolvemos toda a população, com a promoção da feira de economia criativa, mesas-redondas e oficinas em prol da salvaguarda de nosso patrimônio cultural”, destacou. “Além disso, usamos tradutor de Libras e telões, para que pessoas com deficiência também possam aproveitar devidamente os shows.”

Para o prefeito Carlos Matos, o sucesso do evento é notório e pode ser constatado a partir de sua repercussão positiva entre a população local, turistas e forrozeiros de todo o país. “Temos aqui uma estrutura e uma organização de qualidade, o que faz com que ele entre, de forma definitiva, não só em nosso calendário mas também no dos grandes festivais de música nacionais”, afirmou o Carlos.

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